Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Veja quem premiou Temer! Mansão vai pro pau!

Moro e Aécio.jpg
O que ele diz? Não vem ao caso? Fica tranquilo? Vou ferrar o Lula sete vezes...
Magnífico trabalho de reportagem de Pedro Zambarda, do DCM, desnuda os moralistas sem moral da assim chamada QuantoÉ, que entregaram o Homem do Ano ao Traíra, criaram o clima para aquela cena que mais parece uma bolina entre o Mineirinho da relação de alcunhas da Odebrecht e o cachalote.
É a mais completa falta de vergonha, diria um noturno e volumoso tucano, cheio de pudor!
Por Pedro Zambarda
A casa de Domingo Alzugaray, dono da Três, que será leiloada
A mansão de Domingo Alzugaray, dono da Três, que será leiloada
Domingo Cecílio Alzugaray tem 84 anos e nasceu em Victoria, na província argentina de Entre Rios (em torno de 30 mil habitantes). Começou como ator de teatro, cinema e fotonovelas nos anos 50 e 60.
Naturalizou-se brasileiro em 1966 para nunca mais retornar à Argentina. Tornou-se diretor de revistas da Abril e participou do nascimento da revista Veja em 1968.
Segundo a biografia de Roberto Civita, escrita pelo jornalista Carlos Maranhão, Alzugaray surpreendeu “a família Civita, a empresa e o mercado” ao empreender em 1972. Ele fundou, com ajuda de Fabrizio Fasano e Luis Carta, a Editora Três.
Virou concorrente direto da Veja ao lançar a Istoé em 1976 com ajuda de Mino Carta, o irmão de Luis, que fora demitido da Abril.
Sua empresa e sua mansão estão hoje no centro de um imbroglio maciço.
Atualmente, a editora fica no bairro da Lapa de Baixo, na Rua William Speers, que é o endereço que Alzugaray declara por escrito em diferentes ações trabalhistas.
Num processo de 2007 movido por uma ex-funcionária que não recebeu seus salários no prazo, ele menciona outro endereço residencial, no Morumbi, em um dos documentos.
Trata-se de um casarão de 2 mil metros quadrados avaliado em R$ 2,8 milhões — o valor venal — na ação. A área construída corresponde a 726 metros quadrados. A metragem para venda foi calculada em R$ 3857 mil.
De acordo com uma arquiteta consultada pelo DCM, o valor de mercado é de R$ 5,5 milhões. Ela pertence ao casal Domingo e Cátia Alzugaray e foi adquirida em 24 de novembro de 1977.
Foi colocada em penhora, como determinado na 44ª Vara do Trabalho.
Por que Domingo Alzugaray terá que entregá-la?
A família a usa como garantia de pagamento das dívidas, apesar dos salários atrasados de funcionários na Editora Três. O 13º, por exemplo, foi fatiado em cinco parcelas, ao invés de duas segundo a lei, sendo a primeira de 50% até 30 de novembro. O restante deve ser fornecido obrigatoriamente até o dia 20 de dezembro.
Como no caso que Renan Calheiros consagrou, ninguém recebe o oficial de Justiça na mansão do Morumbi, exceto a governanta. Domingo Alzugaray também não apresentou documentação comprovando que de fato habita ali. Ele poderia comprovar através de uma conta de água ou de luz.
Os proprietários poderiam entrar com embargo de execução caso provassem que dependem daquele teto. Nada disso foi mostrado e nenhuma contestação por parte dos Alzugaray foi feita.
Domingo Alzugaray
Domingo Alzugaray
Na Justiça, Domingo declarou que mora na William Speers, a rua da Editora Três. Ele não explica ao oficial se mora no local e só teve a casa colocada em penhora porque arrastou o processo de pagamento de direitos e salários atrasados.
A situação levou a juíza Thatyana Cristina de Rezende Esteves a decidir por colocá-la em leilão.
No dia 6 de dezembro, a Istoé deu uma festança no Citibank Hall para dar a Michel Temer o trofeu de “Brasileiro do Ano”, na presença do juiz Sérgio Moro e de outros políticos barra suja. Três dias depois, o executivo Cláudio Mello Filho, da Odebrecht, denunciaria o presidente em sua delação premiada.
“É um acinte, uma ofensa, uma festa como aquela da Istoé envolvendo uma editora que está devendo na Justiça, em processo de recuperação. A Três está devendo milhões para muita gente e rompe com a integridade dos seus trabalhadores”, afirma Kiyomori Mori, o advogado da ex-funcionária.
A mansão tem um muro de 3 metros de altura e uma guarita no portão. Um poodle late para os estranhos no topo do muro. A governanta confirmou que o proprietário é Domingo Alzugaray, mas que ele não estava no local e não havia previsão do seu retorno.
A propriedade está numa região onde os apartamentos de 1,2 mil metros quadrados são comercializados por até R$ 24 milhões.
Na rua Ribeiro Lisboa há uma casa à venda por R$ 4,4 milhões com 4 suítes, 880 metros de área construída e 1200 metros quadrados de área total, além de ter 4 vagas para carros.
Outra, na rua Antonio de Andrade Rabelo, está disponível por R$ 8 milhões e também possui 4 quartos, 800 metros quadrados de área útil, além de 2500 metros de área total com espaço para 6 automóveis. Seu preço é mais alto porque o metro quadrado é vendido por R$ 10 mil.
Em abril, numa de várias “reportagens” sobre o apartamento de Lula no Guarujá, a Istoé escreveu o seguinte: “Desde que surgiram as suspeitas de ocultação de patrimônio, a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nega que seja proprietária do tríplex no Guarujá. A cada nova prova, lança uma versão. E foram muitas tentativas para se livrar de investigações e denúncias de crimes, como lavagem de dinheiro e falsidade ideológica”.
O prazo do embargo para evitar o leilão da mansão de Domingo Alzugaray acabou e ela vai para o prego após o próximo recesso. A dúvida é se o dono da Istoé sai antes ou depois que seu Brasileiro do Ano, Michel Temer, desocupar Brasília.
editora três - falência

Direita procura o anti-Lula

Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
EMIR SADER
A pesar da obsessão de  juízes marajás de acumular condenações sem fundamento contra Lula, a direita se prepara para enfrentá-lo nas eleições. E retoma a mesma busca iniciada em 1989: procurar o anti-Lula, quem quer que ele seja, venha de onde venha.
Naquele momento, no desespero de encontrar candidatos anti-Lula e anti-Brizola, a direita se jogou nos braços aventureiros de Fernando Collor. Fracassado Collor, cooptou a FHC para dar continuidade a seu modelo neoliberal.
Desde então o tucanato tem oferecido os candidatos sucessivamente derrotados por Lula e por Dilma. Marina funcionou, em algum momento da campanha de 2014, como a anti-Dilma, mas foi rapidamente desmascarada na sua demagogia e Aécio voltou a ser a esperança branca da direita brasileira.
Agora, apavorada pelo governo desastroso de Temer, duvidando que Moro e seus comparsas consigam tirar Lula da jogada, a direita brasileira reinicia sua árdua busca do anti-Lula. Posição que provisoriamente ocupa Marina, de plantão enquanto a campanha não se aquece e seu desempenho pífio atente fortemente contra ela.
A direita mostrou consciência de que Lula é o candidato favorito, por isso tenta tirá-lo da vida política ou, caso não consiga, a construção de um anti-Lula é sua tarefa mais importante e árdua. A tática é a de, por um lado, mediante denúncias diárias contra Lula, forjar um nível de rejeição que dificulte a vitória dele no segundo turno, dado que todos aceitam que no primeiro turno ele é amplamente favorito. Temem que na campanha, com Lula percorrendo o país, retomando sua relação direta com o povo, recordando as realizações do seu governo, contrapostas agora às desastrosas medidas do governo Temer, ele supere facilmente a rejeição e possa triunfar até com mais folga que nas eleições anteriores.
Quem pode ser o anti-Lula esta vez? Os candidatos tucanos tradicionais caem cada vez mais nas pesquisas, mesmo Alckmin. Marina tem voo curto. Juristas não têm nenhuma possibilidade de obter grande votação além dos setores de classe média. Será uma busca dura por figuras novas, apoiando-se na vitória de personagens vitoriosos nas eleições municipais, assumindo a linha da não política, da anti-política.
Um novo Collor é impossível. Jornalistas têm mostrado pouca capacidade de aguentar campanhas eleitorais densas pelos debates e propostas nacionais que requerem. Será uma busca de caras novas, sem rejeição, como elemento de força, para se contrapor à rejeição que pretendem poder manter contra Lula.
As propostas interessam menos. Atualmente campanha é campanha, governo é governo. O caso de Mauricio Macri, na Argentina, é significativo. No único debate na TV com seu opositor, ele negou absolutamente tudo que se lhe imputava que iria fazer, para depois fazer tudo o que ele negava. Na campanha os candidatos orientados pelo marketing tratam de dizer aquilo que as pesquisas dizem que os eleitores gostariam que ele dissesse. Um candidato de direita não pode revelar seus objetivos reais, porque se desgasta rapidamente. O caso de Marina nas eleições de 2014 foi significativo. Ela dizia que manteria as políticas sociais dos governos do PT, mas seu guru econômico desmentia, ao fazer afirmações que se contradiziam frontalmente com a manutenção das políticas sociais.
Lula se torna a variável fundamental do futuro do Brasil. Ou ele é candidato e tem grandes possibilidades de se eleger de novo presidente do Brasil, retomando um modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, aprovado sucessivamente pelos brasileiros nas últimas quatro eleições. Ou ele é impedido de se candidatar e apoiará um candidato que represente essa retomada, igualmente com grandes chances de ser eleito. Enquanto isso a direita tenta tirá-lo da campanha eleitoral, tenta forjar sua rejeição e tenta encontrar o anti-Lula.

Datafolha gera pânico na Lava Jato e onda de denúncias contra Lula

lula-datafolha
É tudo muito claro, muito escancarado, muito fácil de notar. Os playboys da Lava Jato não têm maiores preocupações com as aparências, donde se depreende que o alvo dessa overdose de denúncias contra Lula na Justiça, que as aceita em seguida, em questão de minutos após serem feitas, não visa a opinião pública, mas uma estratégia jurídica.
É tudo muito claro, muito escancarado, muito fácil de notar. Os playboys da Lava Jato não têm maiores preocupações com as aparências, donde se depreende que o alvo dessa overdose de denúncias contra Lula na Justiça, que as aceita em seguida, em questão de minutos após serem feitas, não visa a opinião pública, mas uma estratégia jurídica.
Não sejamos ingênuos. Os antipetistas da Lava Jato e da mídia sabem muito bem que não adianta multiplicarem por dez a quantidade de ações contra ele na Justiça. A população que até agora, de forma crescente, ignora o linchamento jurídico-midiático e apoia um terceiro mandato para o ex-presidente não vai dar bola a denúncias só por serem muitas.
Aliás, a estratégia da Lava Jato é de altíssimo risco.
Claro que se houver uma profusão de inquéritos e, futuramente, de condenações, será mais fácil para o Judiciário antipetista condenar Lula em algumas ações e absolver em outras, de modo que a perseguição judiciária não pareça o que é, mas, por outro lado, a perseguição mais evidente e imediatamente após pesquisa de intenção de voto em que o ex-presidente desponta como nova força eleitoral para 2018 vai dando consistência à acusação de motivação política da Lava Jato e da Justiça.
O tese sobre lawfare vai se fortalecendo e pode abrir processo formal na ONU, que passará a investigar o Brasil por usar o poder do Estado para perseguir Lula.
Na verdade, ainda que a mídia vá negar até a morte, ao menos a abertura do processo na ONU está praticamente garantida – e se o processo for aberto a condenação do Brasil será certa.
Está ficando cada vez mais claro que está havendo perseguição a Lula. A onda de denúncias contra ele na Justiça logo após a pesquisa em que ele aparece derrotando todos os adversários inclusive no segundo turno – menos Marina Silva, mas aproximando-se muito dela –, pôs o consórcio anti-Lula de cabelos em pé.
Vale a pena, para quem não assistiu ou mesmo para quem assistiu, ver ou rever o depoimento do porteiro do prédio no Guarujá em que fica o tal “tríplex” de 200 metros quadrados.
Antes de prosseguir, porém, um aviso. Esse porteiro, para combater a “corrupção” de Lula, filiou-se ao partido mais envolvido na Lava Jato, o PP, e tem hoje muitíssimo interesse em que Lula seja condenado para que sua carreira política avance.
Como se vê, Sergio Moro parece ter combinado a estratégia com o ex-porteiro. Impediu que o interesse dele em mentir para lucrar politicamente não pudesse ser questionado. É uma atitude criminosa, cerceando o direito de defesa.
Para mandar um ex-presidente para a cadeia no mínimo é exigível que a defesa dele tenha todas as condições de agir sem constrangimentos. Os renitentes choques da defesa de Lula com Sergio Moro faz dele um inimigo do ex-presidente e de seus advogados. É uma vergonha ele ser julgado por um juiz que já manifestou reiteradas vezes suas diferenças com o réu que irá sentenciar.
Sobre as denúncias contra Lula, o que está ocorrendo é uma estratégia muito clara de indiciá-lo em vários inquéritos para poder usar apenas alguns deles em condenação em segunda instância, de modo a enganar a sociedade quanto ao resultado desse julgamento.
O conclave antilulista não pode apenas desmoralizar Lula. Têm que fazer dele um exemplo, para que outros presidentes não ousem tentar melhorar a vida dos pobres na mesma velocidade. Ou até para que nem tentem melhorá-la.
No caminho dos carrascos de Lula, porém, existe uma muralha que Moro e seus asseclas vão considerar intransponível. Uma muralha chamada povo. Poderão derrubar essa muralha, mas serão soterrados por ela, se cair. Se Lula for preso ou tornado inelegível sem provas inquestionáveis, não podendo se candidatar elegerá quem quiser.
Ou Lula ou um “poste” por ele indicado vêm aí. Lula se converterá no preso político mais famoso do mundo, se tentarem condená-lo como condenaram os réus do mensalão. A crise político-econômica brasileira se estenderá por tempo e alcance indeterminados. Essa guerra insana contra Lula ainda vai afundar todos nós.