Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Trump, Temer, Macri etc. resultam do “endireitamento” das Américas

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A única diferença entre Michel Temer, de um lado, e, de outro, Donald Trump e demais espécimes de direita que estão vencendo eleições nas Américas do Norte e Latina, é que os reacionários estrangeiros estão chegando ao poder legitimamente, através de eleições.
Este blogueiro vinha escrevendo há meses nas redes sociais que o risco Trump era concreto. Muitos arrepios me foram causados por aquela história de que o magnata excêntrico estadunidense seria louco demais para ser guindado ao poder por um povo ao qual a direita brasileira costuma atribuir “superioridade” moral e intelectual.
Trump é a prova viva de que nos “esteites” há imbecis tão ou mais prontos e acabados quanto os brasileiros que apoiaram o golpe contra Dilma – e que já começam (alguns) a pagar por isso.
Digressão relâmpago: com o decreto 8.805, de julho, Temer vai tirar de boa parte dos deficientes físicos que nunca contribuíram para a previdência as aposentadorias-padrão que recebem por invalidez, no valor de um salário mínimo.
Voltando ao “endireitamento” em pauta, tem faltado nas análises políticas, tanto de direita quanto de esquerda, levarem em conta o processo político que se abate sobre o continente americano.
A esquerda vem se contorcendo em lamúrias e meas culpas pelas derrotas que está sofrendo para a direita sem se dar conta de que está em curso na região um processo de endireitamento que chega ao auge com a vitória de Trump, mas que ainda está longe de terminar.
Na América Latina, Brasil, Paraguai e Argentina já caíram nas mãos da direita por golpes ou eleições. Bolívia e Venezuela ainda estão sob governos de esquerda, mas, recentemente (2016), esses governos já sofreram derrotas eleitorais; Evo Morales não conseguirá disputar novo mandato e a oposição venezuelana agora controla o Legislativo.
Rafael Correa, do Equador, sofreu derrota eleitoral em 2014; perdeu as principais prefeituras do país para uma oposição tão feroz quanto a venezuelana. E a Colômbia continua onde sempre esteve, na direita.
Só quem tem conseguido governar e fazer avançar conquistas sociais com relativa tranquilidade é o Uruguai de Tabaré Vázquez.
Na América Central, Honduras eternizou o golpe de 2009 e permanece à direita. Contrasta a terceira eleição consecutiva do esquerdista Daniel Ortega, da Nicaragua, no último domingo. Vale ressaltar que a eleição dele foi uma grande vitória da esquerda devido a uma campanha eleitoral suja que alcançou até o Brasil – confira, abaixo, matéria asquerosa de uma “mundialista” da Veja, seja lá isso o que for.
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Apesar dos “Álamos” de esquerda que resistem pelas Américas, com a vitória de Trump se inverte a situação política do continente na primeira década do século XXI e ele passa a ser controlado por uma direita mais radical e raivosa do que nunca, uma direita que vinha sentindo vergonha de si mesma.—– trump 3
Apesar dos “Álamos” de esquerda que resistem pelas Américas, com a vitória de Trump se inverte a situação política do continente na primeira década do século XXI e ele passa a ser controlado por uma direita mais radical e raivosa do que nunca, uma direita que vinha sentindo vergonha de si mesma.
Não vale a pena perder muito tempo discutindo quanto Donald Trump é pior do que Hillary Clinton, quem, como a grande maioria dos políticos importantes dos EUA, está longe de ser boa para a humanidade ou mesmo para o próprio povo, que, em parcela relevante, padece com pobreza apesar de viver no país mais rico do mundo.
Ku Klux Klan (também conhecida como KKK ou simplesmente “o Klan”) é o nome de três movimentos dos Estados Unidos que defendem correntes reacionárias e extremistas, tais como a supremacia branca, o nacionalismo branco, a anti-imigração, o nordicismo, o anticatolicismo e o antissemitismo. Todos os três movimentos têm clamado pela “purificação” da sociedade estadunidense e todos são considerados organizações de extrema-direita.
Recentemente, jornal do grupo supremacista branco Ku Klux Klan declarou apoio a Trump na corrida presidencial, dizendo que os Estados Unidos se tornaram grandes porque foram uma república branca e cristã.
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A publicação “The Crusader”, uma das mais importantes do grupo supremacista, publicou um longo endosso e uma defesa da mensagem de Trump na primeira página do seu mais recente número, sob a manchete “Faça a América Grande Novamente”, mesmo slogan da campanha de Trump.
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Apesar de após muito tempo do recebimento desse apoio espúrio Trump rejeitá-lo, ficou claro que foi mera estratégia. KKK e Trump têm a mesma ideologia sobre vários pontos, como imigração e políticas inclusivas para negros, como ações afirmativas (cotas) etc.
O pior de Trump, como até a mídia conservadora brasileira diz, é sua imprevisibilidade. Apesar de os democratas americanos estarem à direita da centro-esquerda brasileira, os republicanos estão à direita da direita da direita, sendo o presidente eleito dos EUA a expressão máxima desse conceito. Acalentam muitas teses nazistas e fascistas, para dizer o mínimo.
O que impressiona nessa guinada das Américas para a direita, pois, é que ela ocorre após um longo período de bonança latina e de recuperação nos EUA, sob a batuta mais progressista de Obama, em que pesem as acusações contra ele de que teria sua digital no golpe brasileiro.
Internamente, Obama tentou melhorar a situação social dos americanos mais pobres e isso é inegável.
Alguns procuram comparar supostas e reais ações indiretas dos EUA de Obama para interferir em países do Terceiro Mundo que vivem ou viveram crises políticas e até guerras civis com o avanço do aparato bélico dos EUA sobre o Oriente Médio na era Bush, com as “guerras preventivas”, os genocídios no Afeganistão e no Iraque etc.
Não dá, né?
Bush era ruim? Pois Trump é um Bush vitaminado. George Walker Bush tinha algum verniz civilizatório; Trump é um gorila. Vai bater primeiro e perguntar depois. Vai espalhar toda sorte de preconceitos pelo continente. Tempos obscuros se avizinham para a humanidade.
Oremos ou torçamos, porque não dá pra fugir do planeta.

A espantosa passividade do brasileiro PMDB tira do povo e não corta na carne

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Por sugestão de Hilde Angel, no BlogProg:
O Sr. Jonh McKinley, correspondente do Daily Miror para a América do Sul, fez um balanço muito realista da situação carioca e da passividade do cidadão brasileiro.
Resumidamente, ele se disse espantado com a proposta do governo estadual de repassar a conta da sua má gestão para o cidadão, principalmente o mais pobre.
Ele se disse mais espantado ainda com a passividade dos cariocas.
Ele questiona a seriedade da proposta governamental, pois na visão dele é difícil compreender como o poder público pode manter tanta mordomia e excessos numa situação de grave crise. Para ele, o estado deveria suspender a utilização de carros oficiais, paralisar os contratos de marketing, interromper o pagamento de passagens aéreas e diárias de viagens, suspender o pagamento de gratificações de todo tipo e etc, enfim, cortar na própria carne.
Para o estado é mais fácil fechar os restaurantes populares do que suspender a utilização de centenas de carros oficiais com seus respectivos motoristas. Afinal, a população pode ficar sem comer, mas um secretário de estado, um deputado, magistrado, promotor ou procurador, não pode andar no seu próprio carro ou utilizar táxi ou Uber.
Ele acredita que o governo deveria elevar, sem possibilidade de repasse para preços, os impostos dos mais ricos, dos bancos, das indústrias automobilísticas e farmacêuticas e das empresas que se beneficiaram de isenções fiscais, ao invés de sobrecarregar justamente os funcionários públicos e aposentados, que já se encontram no limite de seus gastos.
Citou ainda como exemplo o caso do Município que paga um adicional aos seus vereadores para que possam comprar o seu paletó e o dos magistrados que ganham um auxílio para pagar a faculdade dos seus filhos.
Para ele, só com muita mobilização social, ocupando as ruas de forma organizada e contundente é que se poderá mudar o panorama .