Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 26 de julho de 2016

Fracasso de Temer arrasta junto a mídia familiar

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Primeiro, foi a Folha, de Otávio Frias Filho, que comprometeu sua credibilidade, ao tentar forçar a barra numa pesquisa para dizer que 50% dos brasileiros defendem a permanência de Temer no poder, quando o número real é de 16%; depois, o Globo, de João Roberto Marinho, teve que reconhecer, em editorial, que é o interino Michel Temer quem está promovendo uma das maiores farras fiscais da história do Brasil; por último, o Estado de S. Paulo, de Francisco Mesquita Neto, passou a defender o golpe contra a vontade da população, dizendo que "a maioria se equivoca"; sócios do impeachment sem crime de responsabilidade, ou seja, do golpe, os barões da imprensa familiar brasileira se distanciam cada vez mais do público.


247 – O governo provisório de Michel Temer é um fracasso de público e de crítica. De acordo com uma pesquisa Ipsos, divulgada nesta terça-feira pelo Valor Econômico, apenas 16% dos brasileiros querem que ele continue até 2018 (leia mais aqui).

O que é mais espantoso é que Temer tenha uma rejeição tão alta, mesmo contando com a subserviência da mídia familiar brasileira. Sócios no impeachment sem crime de responsabilidade contra a presidente eleita Dilma Rousseff, ou seja, do golpe, os barões da imprensa brasileira têm feito contorcionismos para justificar seus posicionamentos, que os distanciam cada vez mais dos leitores.

Quem mais manchou sua credibilidade até agora foi o grupo Folha, de Otávio Frias Filho, que tentou manipular uma pesquisa (saiba mais aqui), forçando a barra para dizer que 50% dos brasileiros querem Temer até 2018, quando se sabe agora, pelo Ipsos, que o número real é de apenas 16%.

Outro pilar fundamental do golpe, o grupo Globo, tem encontrado cada vez mais dificuldades para defender Temer, quando se constata que o governo provisório é responsável por uma das maiores farras fiscais da história do País, justamente para tentar comprar apoio de senadores e de castas privilegiadas do funcionalismo ao golpe. Nesta terça, em editorial, o Globo, de João Roberto Marinho, reconheceu que Temer "eleva gastos, em vez de contê-los" (leia aqui).

Por último, o mais assumidamente golpista dos jornais brasileiros, o Estado de S. Paulo, liderado por Francisco Mesquita Neto, defendeu, em editorial, que o golpe seja mantido até 2018, mesmo que essa não seja a vontade do povo brasileiro (leia aqui).

Sócia desse processo político perverso, a imprensa brasileira se divorcia cada vez mais dos leitores

Temer blindado pela mídia e povo enganado pelo golpe

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Gleisi Hoffmann

É impressionante a boa vontade, ou melhor, o apoio, a torcida da grande mídia, do mercado financeiro e da elite brasileira ao governo interino de Michel Temer. Como num passe de mágica tudo que ia de mal a pior no governo da presidenta Dilma melhorou cem por cento agora. A população apoia Temer, segundo pesquisa fraudada do Datafolha. A economia melhorou consideravelmente, inclusive o humor do mercado e da população, segundo a mesma pesquisa. A relação com o Congresso, também pudera com tantas concessões, está uma maravilha. É o governo da salvação nacional. Até o combate ao terrorismo ganhou evidência e o posicionamento heroico do ministro interino da Justiça, que espantou turistas das olimpíadas.

O noticiário, antes azedo e agourento, agora pauta temas positivos do esforço do governo em melhorar a economia do país. Aliás, a equipe econômica, coração do governo, é a motivação maior dessa blindagem.

Austeridade, equilíbrio, controle nas finanças públicas é o mantra para recuperar o crescimento econômico. Mas o que estamos vendo até agora é uma gastança desenfreada sob o nome de transparência realista.

São R$ 170 bilhões de déficit este ano e R$ 194 bilhões ano que vem. Vale lembrar que quando Dilma mandou o orçamento de 2016 com déficit de R$ 30,5 bilhões para o Congresso, foi considerado um escândalo. Devolveram! E a ironia de tudo isso é que estão fazendo o impeachment da presidenta por crime de responsabilidade fiscal!

Mas a crueldade maior é que essa tolerância deficitária, que está possibilitando pagar a conta do golpe e fidelizar aliados, é também a justificativa para as reformas estruturais, aquelas voltadas para cortar programas sociais e direitos dos trabalhadores. Porque a elite é assim, para manter os juros altos corta a previdência social, os recursos para saúde e educação, o poder de compra do salário mínimo. Tudo sob o manto da chamada responsabilidade na gestão. Todos devem fazer sacrifícios, desde que no 'todos' não esteja o andar de cima.

É repugnante ouvir os representantes do governo golpista e os articuladores midiáticos criticando os programas sociais, desmerecendo sua importância e mostrando-os como estorvo a melhora da economia. O SUS virou caixa de pancada do ministro da Saúde, que insiste em um plano privado de saúde popular, no fim do Mais Médicos e de que a doença está no pensamento das pessoas.

O Minha Casa Minha Vida, um dos programas de maior sucesso da habitação popular brasileira, é um peso para a Caixa Econômica Federal, empresa pública que resolveu apostar no mercado imobiliário rentável, financiando casa para os ricos. É mais fácil, seguro e menos trabalhoso.

O ensino superior público também passou a ser uma aberração para a mídia. Editorial de O Globo defende abertamente a privatização do ensino superior, depois de ter formado seis ideólogos de direita nas universidades gratuitas. Como os pobres estão indo para o ensino superior está na hora de cortar. Haja hipocrisia.

Soma-se a essa ladainha de retrocessos os ataques a CLT. Em tempos de crise, manda o manual do mercado que o trabalhador abra mão de seus direitos para manter o emprego e conservar o lucro do sistema. É o acordo da espingarda com a rolinha. Salário mínimo com poder real de compra também é um empecilho para o resgate do desenvolvimento econômico. Até quando Temer será blindado?!
Se há pessoas que gostam de ser enganadas, existem aquelas que ousam lutar. Mais do que nunca a resistência popular tem de se fazer presente. Voltar atrás nunca mais

Ipsos: cai o apoio ao golpe e brasileiros preferem Dilma a Temer

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Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos, publicada nesta terça-feira pelo Valor Econômico, traz números importantes sobre como os brasileiros enxergam o golpe de 2016; entre março e julho deste ano, o percentual dos que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff caiu de 61% para 48%; além disso, o percentual de brasileiros que defendem que Dilma volte e conclua seu mandato é maior do que o dos que desejam a permanência do interino Michel Temer; ela tem 20% contra 16% do vice em exercício, que é rejeitado por 68% da população brasileira; a preferência, no entanto, é por novas eleições – tese defendida por 52%; portanto, como a realização de uma nova disputa presidencial depende da volta de Dilma, que faria uma consulta popular a respeito, os senadores não têm escolha, a não ser rejeitar o golpe 

247 – Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos, publicada nesta terça-feira pelo Valor Econômico (confira aqui), traz números importantes sobre como os brasileiros enxergam o golpe de 2016.

Entre março e julho deste ano, o percentual dos que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff caiu de 61% para 48%. Isso demonstra que, após atingir um pico com a histeria golpista provocada pela mídia tradicional, a adesão ao impeachment caiu à medida que a população se deu conta da natureza perversa do atual processo político.

Além disso, o percentual de brasileiros que defendem que Dilma volte e conclua seu mandato é maior do que o dos que desejam a permanência do interino Michel Temer. Ela tem 20% de apoio contra 16% do vice em exercício, que é rejeitado por 68% da população brasileira e aprovado por apenas 19%. Isso demonstra que manter Temer no poder contraria a vontade da ampla maioria dos brasileiros.

O que a pesquisa também demonstra é que a preferência é por novas eleições – tese defendida por 52%. Como a realização de uma nova disputa presidencial depende da volta de Dilma, que faria uma consulta popular a respeito, os senadores não têm escolha, a não ser rejeitar o golpe.

A pesquisa Ipsos também confirma a dimensão da fraude do último Datafolha, que chegou a divulgar que 50% dos brasileiros defendiam a permanência de Temer no poder, até ser desmascarado (saiba mais aqui).

Merval: delação de Odebrecht, sem apontar crime a Lula, não será aceita pelo MP

aroei



Merval Pereira, ministro autonomeado do Supremo Tribunal Federal e chefe honoris causa da Força Tarefa do Ministério Público, disse hoje na CBN que os procuradores “não devem aceitar” a delação premiada de Marcelo Odebrecht.

A razão é que ela conteria uma  “versão adocicada”sobre a relação da empresa com o ex-presidente Lula.
Porque, mesmo desesperado após um ano de prisão e 19 outros de condenação, Odebrecht não tem ato de corrupção a relatar dele.

Diria que fez favores ao ex-presidente, como em obras no sítio de Atibaia, mas sem que isso se vinculasse a qualquer contrapartida.

Lula, aliás, nem mais  presidente era.

Admitiria que o ex-presidente também ajudou, com seu prestigio pelo mundo, a empresa a candidatar-se obras em outros países, mas sem contrapartida por isso.

Então, diz Merval, a delação – que fala em propinas para uma multidão de políticos, não valeria.
Não presta porque não atribui crime a Lula.

E é só isso que interessa.

Tem de arranjar um crime para o Lula, senão não tem negócio com redução de pena.
É claro que isso é uma coação, só que não para o MP, para Sérgio Moro e para a mídia.
E, claro, não para Merval.

Já nem se preocupam em disfarçar que as delações são premiadas de acordo com o “prêmio” que oferecerem  aos que só pensam “naquilo”: a condenação de Lula.

É o grande prêmio.

Estadão alopra e pede que golpe seja mantido contra a vontade do povo

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Depois da desmoralização do Datafolha e da divulgação de levantamentos de opinião pública, como o do Paraná Pesquisa, que revelam que 62% dos brasileiros querem novas eleições, o jornal Estado de S. Paulo ultrapassou todos os limites do golpismo, no editorial "A maioria também se equivoca"; segundo o jornal comandado por Francisco Mesquita, Temer não conquistou a confiança da população, mas mesmo assim deve continuar – talvez porque seja este o desejo da família Mesquita; ou seja: que seja feita a vontade da minoria. 

247 – Depois da desmoralização do Datafolha e da divulgação de levantamentos de opinião pública, como o do Paraná Pesquisa, que revelam que 62% dos brasileiros querem novas eleições, o jornal Estado de S. Paulo ultrapassou todos os limites do golpismo, no editorial "A maioria também se equivoca."
Segundo o jornal comandado por Francisco Mesquita, Temer não conquistou a confiança da população, mas mesmo assim deve continuar – talvez porque seja este o desejo da família Mesquita. Confira abaixo:

A maioria também se equivoca

De fato, a defesa de eleições presidenciais diretas antecipadas pode servir ao lulopetismo. Ela se confunde também com o sentimento de vingança, o “fora, Temer”. Sonham com essas eleições, ainda, pessoas de boa-fé, porém desinformadas; insatisfeitas com a situação, mas ignorantes dos pré-requisitos necessários à convocação dessa eleição.

Houve um momento em que Dilma Rousseff procurou dar a entender que, se voltasse à Presidência, ela própria poderia promover um plebiscito que “convocaria” eleições, para o que ela generosamente renunciaria, deixando vago seu cargo. Esqueceu de explicar que precisaria convencer Michel Temer a renunciar também.

A maior dificuldade em que a eleição esbarra é exatamente a instituição da qual depende sua convocação: o Congresso Nacional. Nove entre dez senadores ou deputados preferem nem pensar no assunto neste semestre em que estarão concentrados nas eleições municipais de outubro, essenciais para a consolidação de suas bases eleitorais.

Outro “detalhe” de que muita gente não se dá conta é o de que para que haja eleições presidenciais diretas é necessário que a vacância da Presidência e da Vice-Presidência ocorra até o último dia deste ano, porque a partir do início da segunda metade do mandato presidencial a eleição passa a ser indireta, pelo Congresso, de acordo com a Constituição. A pouco mais de cinco meses desse prazo fatal, e com uma eleição municipal já agendada para o meio do caminho, é difícil imaginar um calendário em que se encaixe tanto a tramitação da convocação do pleito presidencial no Congresso quanto o tempo mínimo necessário para a preparação e a realização da campanha eleitoral.

O principal argumento contra a ideia das “diretas já”, no entanto, é o de que ela implicaria manter o País paralisado por no mínimo meio ano, com a deterioração da crise econômica, que está a exigir providências urgentes e eficazes para garantir que os primeiros tímidos sinais de recuperação ganhem fôlego a partir da estabilização política que provavelmente ocorrerá a partir de setembro, após a aprovação do impeachment de Dilma pelo Senado.

O mais sensato, portanto, é a solução constitucional já em curso: o governo provisório de Michel Temer em breve transformado em governo de pleno direito. A competente equipe econômica sob o comando do ministro Henrique Meirelles já está dando mostras de que pode levar a bom termo a missão de recolocar a economia nos trilhos, a partir do saneamento das contas públicas. Na área política, a habilidade e o bom senso do presidente em exercício já lograram pacificar as relações entre o Executivo e o Legislativo, a partir da eleição do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

É apenas o começo de uma jornada que poderá chegar a bom destino se os brasileiros se desvencilharem das paixões políticas e permanecerem pacientes, mas atentos e mobilizados, no papel de cobrar competência e patriotismo dos governantes

Eleonora de Lucena: elite deu tiro no pé com o golpe

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Editora da Folha entre 2000 e 2010, a jornalista Eleonora de Lucena publica um importante artigo nesta terça-feira, em que denuncia como as elites brasileiras foram míopes ao apoiar o golpe de 2016, que levou o vice Michel Temer ao poder provisório; "A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país", diz ela; "O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo"; ou seja: para destruir o PT, o Brasil decidiu se autodestruir. 


247 – Editora-executiva da Folha de S. Paulo entre 2000 e 2010, a jornalista Eleonora de Lucena publica um importante artigo nesta terça-feira, em que aponta como a elite brasileira abraçou um projeto de autodestruição nacional e dela própria, ao abraçar o golpe de 2016, rotulado por ela como um Escracho.

"A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país", diz a jornalista, fazendo a ressalva de que o golpe de 2016 não é o primeiro exemplo de retrocesso patrocinado pela própria elite. "Não é a primeira vez. No século 19, ficou atolada na escravidão, adiando avanços. No século 20, tentou uma contrarrevolução, em 1932, para deter Getúlio Vargas. Derrotada, percebeu mais tarde que havia ganho com as políticas nacionais que impulsionaram a industrialização."

Lucena afirma que a inclusão social fortalecida no governo Lula trouxe grande rentabilidade para a elite, mas não ameaçou o rentismo – o que só veio a acontecer na presidência de Dilma Rousseff. "Os últimos anos de crescimento e ascensão social mostraram ser possível ganhar quando os pobres entram em cena e o país flerta com o desenvolvimento. Foram tempos de grande rentabilidade. A política de juros altos, excrescência mundial, manteve as benesses do rentismo. Quando, em 2012, foi feito um ensaio tímido para mexer nisso, houve gritaria."

Ela afirma que, com o impechament, foi colocada em marcha uma agenda de retrocessos, que coloca o Brasil à beira do abismo. "O impeachment trouxe a galope e sem filtro a velha pauta ultraconservadora e entreguista, perseguida nos anos FHC e derrotada nas últimas quatro eleições. Privatizações, cortes profundos em educação e saúde, desmanche de conquistas trabalhistas, ataque a direitos", diz ela. "O objetivo é elevar a extração de mais valia, esmagar os pobres, derrubar empresas nacionais, extinguir ideias de independência. Em suma, transferir riqueza da sociedade para poucos, numa regressão fulminante. Previdência, Petrobras, SUS, tudo é implodido com a conversa de que não há dinheiro. Para os juros, contudo, sempre há."

"Com instituições esfarrapadas, o Brasil está à beira do abismo. O empresariado parece não perceber que a destruição do país é prejudicial a ele mesmo", lembra ainda a jornalista