Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 7 de junho de 2016

Não adianta reclamar de falta de pesquisas, há que mandar fazer


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Um dos assuntos mais comentados nas redações, no Congresso e, claro, na internet é uma pesquisa Datafolha sobre a aprovação ao governo Temer e o apoio dos brasileiros ao impeachment. A pesquisa teria sido engavetada após a Folha de São Paulo, que controla o instituto, ter descoberto que, agora, a maioria rejeita o impeachment de Dilma e o repúdio ao “governo” Michel Temer já seria uma quase unanimidade.
De fato, é estranho. Há quase 60 dias não é feita uma pesquisa sobre o impeachment e até agora não se sabe como a população está vendo o governo provisório de Temer.
A última pesquisa sobre o apoio ou rejeição dos brasileiros ao impeachment de Dilma foi divulgada em 10 de abril. Naquele momento, o apoio à queda da presidente da República havia caído de 68%, em 18 de março, para 61%. Além disso, 58% rejeitavam que Michel Temer assumisse o cargo de presidente.
Vale dizer que, na pesquisa divulgada em 10 de abril, também havia caído de 65% para 60% o apoio ao afastamento de Dilma pelo Senado.
A dinâmica do governo Michel Temer sugere que a situação pode ter melhorado para Dilma e piorado para o presidente em exercício. Em menos de um mês, o governo já perdeu dois ministros e outros três encontram-se na marca do pênalti.
Além disso, segundo a Folha de São Paulo, no despacho em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede ao STF para abrir inquérito contra o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, é dito que a doação de R$ 5 milhões que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro teria feito Temer seria propina cuja moeda de troca seria uma obra no aeroporto internacional de São Paulo.
Para completar o quadro, ministros de Temer andaram propondo reduzir o atendimento público de saúde à população e retirada de direitos trabalhistas como FGTS, férias, 13º salário etc. É praticamente impossível que a população não esteja assustada e revoltada com essas ameaças do governo provisório.
A versão sobre a reviravolta nas pesquisas cresceu tanto e ganhou tanta força que a presidente Dilma, em entrevista recente à rede de televisão do Catar Al Jazeera, insinuou que não estão sendo feitas pesquisas de opinião porque os institutos de pesquisa mais famosos são controlados por seus inimigos políticos e estes não querem que o povo saiba que agora a maioria dos brasileiros é contra o impeachment.

 http://www.blogdacidadania.com.br/2016/06/nao-adianta-reclamar-de-falta-de-pesquisas-ha-que-mandar-fazer/

Confira, abaixo, a recente entrevista da presidente à rede de televisão árabe na qual ela afirma que não estão sendo feitas pesquisas porque estas revelariam que, agora, a população é contra o impeachment.
A versão de que vão esconder as pesquisas que mostram que os brasileiros não querem mais o impeachment até que o Senado vote pelo afastamento definitivo de Dilma é preocupante para quem sabe que, no Brasil, esses grupos de mídia que controlam os institutos de pesquisa não hesitariam em manter os brasileiros “no escuro” até que a situação se torne irreversível.
Câmara e Senado abriram o processo contra Dilma Rousseff pressionados por pesquisas de opinião que diziam que a maioria dos brasileiros quereria que ela fosse destituída do cargo. Se não for mais assim, é óbvio que mais senadores poderão votar contra o impeachment. E todos sabem que faltam poucos para barrar o golpe.
Contudo, é preocupante que tantas denúncias sobre ocultação de pesquisas estejam sendo feitas por jornalistas, partidos políticos e até pela própria presidente da República sem que os denunciantes façam alguma coisa para impedir que esse golpe seja aplicado nos brasileiros.
É óbvio que um blogueiro ou os cidadãos comuns não podemos fazer nada quanto à ocultação de pesquisas, mas partidos políticos, movimentos sociais e sindicais que repudiam o impeachment têm todos os meios de encomendar sondagens da opinião pública.
A Central única dos Trabalhadores, por exemplo, vinha encomendando pesquisas ao instituto Vox Populi. A Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, tem seu próprio sistema de pesquisas de opinião.
Não adianta ficar denunciando que os grandes institutos de pesquisa, controlados pela mídia antipetista, estão escondendo sondagens favoráveis a Dilma e desfavoráveis a Temer. Dilma tem sido uma valquíria na luta contra o golpe. Se tiver em mãos pesquisas mostrando que a população agora repudia o golpe, ninguém a segura mais. A mídia terá que tocar no assunto e, mais, não terá outro remédio além de divulgar suas pesquisas.
O tempo urge. A comissão golpista do impeachment, no Senado, está tentando acelerar o golpe porque sabe que o tempo trabalha contra os golpistas. Quanto mais o tempo avançar mais o povo perceberá a burrada que fez ao apoiar o impeachment. A ordem do dia, portanto, é a resistência ao golpe encomendar e divulgar pesquisas sobre a suposta nova posição dos brasileiros em relação a Dilma. Enquanto é Tempo.

Ao NYT, Dilma carimba turma de Temer como “parasita”

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Jornal americano New York Times volta a destacar o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; reportagem desta terça-feira ressalta que a presidente tem preparado seu contra-ataque no Palácio do Alvorada contra “aqueles parasitas” que assumiram o poder em um processo de impeachment sem base legal, de acordo com ela; diz ainda que o governo interino liderado por Michel Temer cometeu uma série de erros embaraçosos desde que o Congresso afastou Dilma da presidência; ontem, em editorial, o NYT disse que o Brasil leva ouro em corrupção

247 - O jornal americano The New York Times voltou a destacar o golpe contra Dilma Rousseff. Em reportagem nesta terça-feira 6, o jornal afirma que a presidente tem preparado seu contra-ataque no Palácio do Alvorada contra “aqueles parasitas” que assumiram o poder em um processo de impeachment sem base legal, de acordo com ela. O texto diz ainda que o governo interino liderado por Michel Temer cometeu uma série de erros embaraçosos desde que o Congresso afastou Dilma da presidência.
Ontem, em editorial, o NYT disse que o Brasil leva ouro em corrupção (leia aqui).
Abaixo, a reportagem desta terça, em inglês:
BRASÍLIA — The first time the lights went out in her presidential palace, Dilma Rousseff grimaced. The next time, she rolled her eyes. The third time, she jumped out of her chair, demanding that subordinates find out what was going on.
“This was my area,” she fumed during an interview, pointing out that she had made Brazil’s electricity grid a top priority before she was suspended last month as president. “I don’t know why this is happening.”
With Ms. Rousseff stripped of her authority, a sense of powerlessness and indignation pervades the Palácio da Alvorada, the cavernous residence where she is allowed to stay while the fight to oust her once and for all grinds on in the Senate.
It was not supposed to be like this. Brazil was hoping to celebrate its triumphs in the run-up to the Olympic Games in Rio de Janeiro, not play host to a jaw-dropping spectacle of political dysfunction.
Ms. Rousseff, Brazil’s first female president, was supposed to be preparing to greet world leaders, not enduring the humiliation of an impeachment battle that has her hanging by a thread.
“These parasites,” is what she called her rivals trying to impeach her, many of whom are facing their own scandals.
For now, she is still surrounded by the trappings of luxury in the palace designed by Oscar Niemeyer: the battalion of servants serving tiny cups of coffee, the heated pool in a well-manicured garden, the modernist masterpieces by Emiliano Di Cavalcanti and Alfredo Volpi hanging on the walls.
But the futuristic palace feels less like a lavish manor these days than a bunker. Stewing as she tries to make sense of her predicament and prepares for her impeachment trial, Ms. Rousseff compared her rivals to the strangler figs that envelop trees in the jungle, slowly choking them to death.
The interim government led by Michel Temer, the vice president who took over the nation last month after breaking with Ms. Rousseff, has suffered a series of embarrassing blunders since legislators suspended her.
First, one of Mr. Temer’s top allies stepped down as planning minister after a secret recording emerged late last month. On it, an aide laid out how their party — the Brazilian Democratic Movement Party, or P.M.D.B. — had pursued Ms. Rousseff’s ouster in order to thwart the investigation into the colossal graft scheme surrounding Brazil’s national oil company, Petrobras.
Then, the new transparency minister — essentially Mr. Temer’s anticorruption czar — resigned after another recording seemed to show that he had also tried to stymie the Petrobras inquiry.
Beyond that, Mr. Temer, 75, a lawyer who speaks an archaic Portuguese that flummoxes his countrymen, decided not to name any women or Afro-Brazilians to his cabinet. His choices opened him to withering criticism in a country where more than half of the people define themselves as black or mixed race, and where women feature prominently in the halls of Congress, the Supreme Court and the executive suites of large corporations.
“It’s a provisional government of rich white men,” Ms. Rousseff, a self-described leftist who was an operative in an urban guerrilla group in her youth, said about the administration of her adversary. “I never thought that I would see in Brazil a government as conservative as this one.”
Ms. Rousseff and her allies hope that the recent blows to Mr. Temer’s legitimacy can tilt the impeachment vote to her favor. She pointed out that all she needs is a handful of senators to change their votes for her to be reinstated as president.
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Ms. Rousseff’s bicycles at Palácio da Alvorada. She said that she hewed to routines each day, riding in the morning and reading at night. Credit Tomas Munita for The New York Times
Still, for every misstep by her adversaries, Ms. Rousseff and her own top confidants have also found themselves caught off-guard by new revelations in federal graft inquiries, reflecting the challenges that her Workers’ Party faces in its ambition to win her impeachment trial.
Ms. Rousseff remains rare among major political figures in that she has not been accused of stealing for personal gain. Instead, she faces charges of manipulating the budget in order to hide the depths of Brazil’s economic woes.
But a former Petrobras executive has also testified that Ms. Rousseff lied about her knowledge of a bribery-fueled refinery deal when she was the chairwoman of the company’s board. She denies the claim.
Potentially even more damaging, the Brazilian magazine Isto É reported in recent days that a construction magnate testified that Ms. Rousseff negotiated an illegal $3.5 million donation for her 2014 re-election campaign.
Ms. Rousseff rejected the account, calling it a “slanderous” part of a news media campaign attacking her “personal honor.” But together with other developments — her campaign strategist and the former treasurer of the Workers’ Party are among Ms. Rousseff’s allies already in jail on graft charges — the reports have further eroded her credibility.
Josias de Souza, a prominent political columnist, described the latest revelations tarnishing the camps of both Ms. Rousseff and Mr. Temer as “a classic power struggle between criminal factions” taking place before a recession-weary society.
Despite such grim assessments, Ms. Rousseff is avidly preparing her defense. She consults with aides, bounces strategies off lawyers. Sometimes, her legal team convenes in the quiet chapel on the grounds of the palace.
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Ms. Rousseff is still surrounded by the trappings of luxury in the presidential palace, designed by Oscar Niemeyer. But it feels less like a lavish manor these days than a bunker. Credit Tomas Munita for The New York Times
“They’ve always wanted me to resign, but I won’t,” she said, arguing that her rivals were carrying out a coup, albeit one with the Supreme Court’s stamp of approval. “I really disturb the parasites, and I’ll keep on disturbing them.”
Senate leaders said on Monday that the impeachment trial was expected to conclude sometime in early August, potentially producing embarrassing street protests as the Olympic Games get underway, regardless of how the Senate rules.
In the meantime, Ms. Rousseff expresses irritability, if not resignation, over the toll that the political upheaval has had on the young democracy established in 1985 in Brazil after a long military dictatorship.
“This is a turning point,” she said about the rupture producing Mr. Temer’s ascension. “A pact that existed has broken.”
Glossing over criticism that her policies laid the groundwork for Brazil’s economic crisis, she argued that the economy would already be on the mend if congressional leaders had not thwarted measures aimed at restoring confidence.
Otherwise, Ms. Rousseff said that she hewed to routines each day, riding her bicycle in the morning and reading at night, devouring each digital edition of The New York Review of Books. Lately, she has been reading “SPQR: A History of Ancient Rome,” by the English classical scholar Mary Beard.
Ms. Rousseff said that she found some bemusement in investigators comparing Eduardo Cunha, who led the impeachment campaign as the speaker of the lower house before he was suspended to face corruption charges, to Catiline, the senator who conspired to overthrow the Roman Republic in the first century B.C.
Cicero, the orator and constitutionalist, denounced Catiline in a series of speeches before the Senate, and Ms. Rousseff, smiling as she recalled her schoolgirl Latin, said: “Quam diu etiam furor iste tuus eludet?”
The sentence was from one of the speeches, which questioned how much longer Catiline would continue abusing the republic’s patience. In the question repeated by Ms. Rousseff, Cicero asked, “How long is that madness of yours still to mock us?”