Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 15 de março de 2016

Protestos de ricos contra petistas deixam pobres desconfiados

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EDUGUIM
Entre os anos 2002 e 2014, a maioria “precisada” de brasileiros contrariou a doutrina Tim Maia, que, em toda a sua simplicidade, contém um dos pensamentos mais desalentadores, porém mais verdadeiros do século XX: “Este país não pode dar certo. Aqui, prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme,
traficante se vicia e pobre é de direita”.
A maioria pobre parou de votar na direita no período supracitado. E se deu bem. A renda do trabalhador disparou, o desempregou despencou, casa própria, carro e curso superior ficaram ao alcance de todos…
Rico também ganhou, mas não tanto quanto ganhava antes. E o que é pior, para a elite branca: parou de ganhar sozinha. E rico, como se sabe, não gosta de dividir espaços com pobres. Daí o ódio da classe média alta a Lula, a Dilma e ao PT.
Tudo isso durou entre 2003 e 2014. No ano passado, pela primeira vez após treze anos, a situação se inverteu. A renda e o nível de emprego caíram. A vida parou de melhorar.
A massa nunca foi e nunca será justa. Não adianta dizer a ela que ganhou durante 12 anos e perdeu em apenas um. Este Blog sempre avisou que no dia em que houvesse algum problema na economia estando um petista no poder, ele estaria frito.
Foi fácil para a direita midiática derrubar a imagem de Dilma – e, conseguentemente, de Lula e do PT – por conta de uma crise que só persiste porque a economia foi sabotada pela Lava Jato e pela crise política decorrente.
Contudo, apesar de a situação ter piorado para praticamente todo mundo, os mais vulneráveis ficaram longe dos protestos do último domingo. Segundo o instituto Datafolha, foi só a elite branca que se animou a ir à rua protestar.
Apesar do crescimento do tamanho do protesto na avenida Paulista (o ato que conferiu “êxito” ao dia de manifestações pelo país), o perfil dos manifestantes se manteve elitizado. Os dados são de pesquisa doDatafolha feita por meio de 2.262 entrevistas durante o ato.
A exemplo das outras grandes manifestações contra Dilma ao longo do ano passado, os manifestantes de domingo tinham renda e escolaridade muito superiores à média da população brasileira.
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Nesta terça feira, reportagem da rede de televisão pública Deutche Welle (Onda Alemã), uma espécie de BBC da Alemanha, confirma consultas que muitos leitores relatam, em emails e em outras formas de contato privado, que fizeram com pessoas humildes que não participaram das manifestações, mas que trabalham nos locais onde tais manifestações ocorreram.
Aliás, um tipo de consulta que este blogueiro também fez com esse tipo de pessoa.
A matéria da DW revela e confirma o que muitos já devem ter notado, que o povão mesmo não compareceu a esses protestos porque ficou desconfiado deles, apesar de a insatisfação com Dilma ser grande em todos os estratos sociais.
Nesse aspecto, vale a pena reproduzir e analisar o que revelou a matéria da empresa de comunicação alemã.
Segundo a DW, moradores da comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, não escondem a decepção com governo e medo da atual crise, mas ainda são pouquíssimos os que viram motivo para descer e se juntar às manifestações contra Dilma que aconteceu a metros de suas casas.
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A matéria revela que a crise política divide a comunidade de cerca de 20 mil pessoas na zona sul do Rio de Janeiro. Nos bares da comunidade, frequentadores acompanhavam pela TV as últimas notícias sobre os protestos na região. E ainda que o assunto seja recorrente nas rodas de conversa em escadarias e vielas, poucos viram motivo para descer e se juntar aos manifestantes.
Entre as razões para os pobres não se jantarem às “madames” e “doutores” enfurecidos com petistas, a crença de que a corrupção é maior do que o Partido dos Trabalhadores (PT) e os governos de Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de uma ponta de ressentimento com o governo federal, relata a DW, gente como a operadora de caixa Maria de Lurdes Silva, de 44 anos, acredita que os problemas do Pavão-Pavãozinho e do Brasil são fruto de uma corrupção que assola o país bem antes da chegada do PT ao poder, em 2002. No domingo, ela preferiu ficar em casa. E garante que a maioria dos vizinhos também. Para ela, as manifestações são “uma burrice sem tamanho”.
Vale notar o que disse essa mulher. Vejam que a análise dela é muito mais sofisticada do que a que faz a massa de endinheirados com curso superior, o que prova que para entender de política não precisa ser rico, basta ser realista e intelectualmente honesto, o que só ocorre com quem conhece a realidade da vida, o que a grande maioria de endinheirados está longe de conhecer.
Maria de Lurdes continua sua explanação:
“Vão tirar a Dilma e colocar quem no lugar? Ela está sendo usada como bode expiatório. Todo mundo rouba no Brasil, e até acho que o Lula tenha roubado também. Quem não? Mas o governo dele melhorou a vida dos pobres. Quando o Fernando Henrique governou, roubou também. O problema foi causado porque o Lula não conseguiu colocar rédeas na roubalheira”
As palavras da operadora de caixa explicam a razão pela qual tentam prender Lula de qualquer jeito. Esse ponto de vista é mortal para a direita e é disseminado entre os pobres. Na hora em que o conjunto da sociedade tiver que fazer uma escolha eleitoral, será pensando assim que a maioria pobre irá decidir.
Só prendendo Lula, então…
Outro tipo de pensamento que ameaça os planos da elite branca de voltar ao poder é o do motorista Carlos Alberto da Silva, de 52 anos. Ele está entre aquele contingente que faz Dilma ir muito mal nas pesquisas, mas esmiuçando a má avaliação que ele faz do governo percebe-se que essas pesquisas não dizem tudo:
“Eu votei na Dilma e estou muito decepcionado, mas ela foi eleita e tem de terminar o trabalho. A vida mudou nos últimos anos para melhor, apesar de eu estar desempregado há seis meses”
Aquela gente que foi protestar na Paulista ou em Copacabana não enxerga a melhora de vida do povão, da imensa massa que foi beneficiada pelos governos do PT porque a elite não melhorou de vida – até porque não precisava melhorar.
Quem tinha seus imóveis e conta gorda no banco só não perdeu. Alguns até ganharam um pouco, mas não admitem. Mas o povão não entra nessa convera. Não vai negar que sua vida melhorou. Por isso, Lula é uma ameaça. As pessoas mais humildes (que são a maioria esmagadora dos brasileiros) sempre vão lembrar de tudo que o PT fez por suas vidas.
Outro personagem que DW trouxe à ribalta mostra um tipo de eleitor que existe, mas nem aparece em pesquisas nem em parte alguma. Trata-se do porteiro Manuel, de 40 anos.
Morador do alto do morro, Manoel trabalha num edifício à beira-mar. Ele estava trabalhando no domingo, mas garante que, mesmo se tivesse tempo, não iria para as ruas porque “só havia ricos protestando”.
Seu ponto de vista é interessantíssimo:
“Eu via no prédio onde trabalho. Todos os ricos foram. E rico não gosta do PT e de pobre. Rico só gosta do trabalho dos pobres. Não podemos confiar em quem defende os ricos. Votei no Lula, na Dilma e, se ele se candidatar em 2018, voto nele de novo. Pelo menos, eles pensam na gente. Dilma foi eleita e tem que ficar. Só não sei se ela vai ter força, esse negócio está muito embaraçado”.
Detalhe: Manoel pediu para não ter o sobrenome revelado. Mas, na urna, pode ter certeza que ele vai se manifestar sem medo, leitor. É esse o pesadelo que assombra aquela massa que foi tomar champanhe na Paulista, servida por mucamas uniformizadas.
Eis um exemplo ainda mais radical daquele que votou no PT em 2002, 2006, 2010 e 2014, mas que, hoje, dá nota ruim para Dilma nas pesquisas. Para Jacinto Pedro da Costa, de 42 anos, protestar não adianta nada. Ele votou no PT nas últimas eleições e, decepcionado, diz que não pretende repetir a escolha.
Nascido e criado no Pavão-Pavãozinho, ele se diz apartidário e promete pesquisar muito bem antes de decidir em quem votar no futuro. Mas, ele acredita ser injusto atribuir somente ao PT os problemas do país. E arrisca: se outros partidos fossem melhores, trabalhariam juntos por uma reforma política.
“Existem empresários ricos que não querem só derrubar a Dilma, mas querem acabar com o PT. Não é justo, mesmo que tenham cometido erros. Por causa do PT consegui abrir minha primeira conta em banco, consegui crédito para comprar as coisas e colocar mais comida dentro de casa.
Jacinto também é porteiro de um dos condomínios de luxo de Copacabana e sabe muito bem porque não se mistura com a elite branca.
Como se vê, as pesquisas sobre a avaliação do governo não dizem tudo. Muita gente que está aborrecida com o governo e avalia mal o governo Dilma quando é pesquisada, nem por isso pretende votar em um Aécio Neves da vida, entre outros reacionários que tentarão ludibriar esse povo em 2018 – ou antes, se conseguirem dar o golpe paraguaio no Brasil.

Lula ministro da esperança: mais democracia com desenvolvimento


Lula será bem-sucedido se construir esse pacto 

à frente de um ministério que prefigure o

 pluralismo capaz de devolver à sociedade

o comando do seu destino

Heinrich Aikawa / Instituto Lula
Duas tentativas seguidas de prender Lula em um intervalo de menos de uma semana (Moro, em 04-03; Conserino, em 10-03).

Invasão de uma plenária do PT no sindicato dos metalúrgicos de Diadema nesta 6ª feira, 11/03, por destacamento da PM fortemente armado.
Ataques com pichações nas sedes da UNE e do PCdoB.

Ataques a sites progressistas, tirando-os do ar, a exemplo do que ocorreu com a página de Carta Maior e do site Vermelho.org (do PCdoB) desde a madrugada deste domingo estendendo-se ao longo de quase todo o dia.

Editoriais de órgãos de imprensa, a exemplo do Estadão, mimetizando o ‘Basta’ do Correio da Manhã, de 31 de março de 1964.

Engajamento de entidades empresariais convocando marchas pelo golpe nas grandes capitais do país neste domingo…

Manifestação monstro da classe média na Paulista, ocupada, segundo o Datafolha, por 77% de brancos c/ curso superior, sendo 37% c/ renda acima de 10 salários, incluindo-se 12% de empresários e apenas 5% de jovens com idade entre 21 e 25 anos, o que depõe contra a liderança de Kim Catupiry...

Um clima predominante de ‘ que se vayan todos’, o bordão da Argentina em 2001, transbordou do fermento golpista inoculado diuturnamente na opinião pública pela mídia e o conservadorismo e revelou a meleca produzida pela associação Moro & mídia.

A massa assim sovada voltou-se contra todos, inclusive os pseudo savonarolas que pretendiam lidera-la. Alckmin e Aécio xingados de filho da puta, ladrão etc tentaram faturar o ato e foram escorraçados da Paulista. Serra ficou nas ruas laterais e fugiu depressa...

O relógio da história apertou o passo no Brasil.


Os ponteiros apontam para um golpe, tenha isso a forma que tiver.
Moro ou Conserino, não importa o quão patético seja um e bonapartista se avoque o outro: as disputas entre facções e centuriões para saber quem arrebatará o troféu do butim – a cabeça de Lula e o mandato de Dilma-- não mudam a qualidade do enredo.

Ingressamos em um período em que os fatos caminham à frente das ideias.

De diferentes ângulos da economia e da democracia emergem avisos de saturação estrutural.
Um ciclo de desenvolvimento se esgotou; outro precisa ser construído. Quem o conduzirá: a democracia ou um regime de força?

O desgaste intrínseco a essa transição foi catalisado e propositalmente radicalizado pela ação de um conservadorismo inconsolável com a derrota de 2014 . Mas em certa medida também pelas hesitações, recuos e equívocos de subestimação do governo diante da travessia que se desenhava

O conjunto acelerou o passo da história e conduziu ao impasse em que chegamos.
Massas de interesses antagônicos transbordam agora pelos anteparos que separam a democracia de uma regressão autoritária.

A indivisa conjunção entre justiça e política nas ações da Lava Jato –com um Bonaparte incensado pela mídia-- reflete essa dissolução, reafirmada nas palavras de ordem trazidas às ruas e nas manchetes sulforosos deste domingo de março, 52 anos depois daquele de 1964.

Vive-se a antessala de uma nova ruptura, decorrente da incapacidade da democracia brasileira para inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento.

A questão do desenvolvimento volta assim, a exemplo de 1954, a ser encarada como uma questão de polícia.

Um segmento influente da sociedade –a classe média branca da Paulista, deliberadamente entorpecido pela emissão conservadora e pelos interesses que ela representa, quer ordem. Ou o que isso realmente significa: privilégio e segurança, oferecidos por quem puder dar.

Em 64 quem se ofereceu foi a farda e o choque elétrico.

As respostas progressistas que insistirem em ter como referência o Brasil pactuado nas urnas de outubro de 2014 serão engolidas pelas trincas dessa fissura em expansão.

Aquele Brasil não existe mais; embora os desafios sejam qualitativamente os mesmos –a quantidade mudou a qualidade: as respostas terão que ser repactuadas, se não pelo golpe (opção à Paulista), por uma reordenação negociada.

Não é fácil: trata-se de recuperar a credibilidade da democracia como mediadora confiável e competente da sorte da sociedade e do destino do seu desenvolvimento.

Há pouco tempo e não se pode errar. É preciso falar uma língua inteligível, com uma mensagem encorajadora e coesa. Esse é um requisito para começar o jogo: redesenhar a organização atomizada do campo progressista e aglutinar direções ainda desprovidas de um comitê coordenador que se expresse de forma crível e acessível.
Mas, sobretudo faze-lo a tempo de agir.

O timming é um dos protagonistas decisivos da crise. O que hoje reverteria um golpe amanhã já pode ser obsoleto.

Os que ainda hesitam devem pesar o custo de sua autopreservação na balança da história.
A troca do sectarismo por uma frente ampla progressista mudaria a correlação de forças nas ruas.


Um comando unificado ampliaria a margem de manobra para repactuar as bases do desenvolvimento, sem retrocesso democrático.

Egos e xiliques de quem se acha fadado à posteridade devem ser contidos: trata-se do futuro da nação; de décadas talvez.


Afogar-se abraçado a esquematismos escravizantes será a punição da história à inação radical.

Disputar a sorte do país com o golpe, porém, não significa iludir a sociedade com a hipótese de consensos entre interesses antagônicos.

Ao contrário, trata-se de resgatar o papel pedagógico da democracia como mediadora dos conflitos do desenvolvimento. Ou isso, ou a lógica do ‘que se vayam todos’predominará e um Bonaparte –fardado ou na versão ‘o Mercado’, vencerá.

Quando nenhum dos lados do conflito social dispõe de força e consentimento para impor a sua hegemonia, a alternativa ao limbo corrosivo consiste em trazer as pendências para uma mesa de repactuação da sociedade.

Apesar do alarido massacrante da mídia e da Paulista por soluções autoritárias, ainda é disso que se trata.

Estamos falando de metas, salvaguardas e concessões politicamente negociadas em grandes câmaras setoriais, com lideranças, partidos, sindicatos e movimentos; que preservem direitos e hierarquizem conquistas; que fixem compromissos para preços e salários; para o emprego e o investimento; para o juro e o equilíbrio fiscal; para a produtividade e o PIB; que estabeleçam parâmetros de curto, médio e longo prazo para a retomado do investimento, do crédito e da infraestrutura, socializando macrodecisões, de modo a assegurar um fôlego persistente à demanda agregada que alimenta o crescimento.

Estamos falando em retirar a sociedade brasileira da areia movediça em que se encontra e para a qual não há alternativa na ‘ciência econômica’ vendida pelos charlatões do mercado.
Ninguém tem tanto interesse nisso quanto as famílias assalariadas e os milhões de brasileiros pobres que avançaram pela primeira vez da soleira da porta para ingressar no mercado e na cidadania a partir de 2003.

A economia brasileira não tem problemas insolúveis.


Ao contrário, dispõe de alavancas potenciais –mercado interno, pré-sal, agronegócio e fronteira de infraestrutura —para assegurar uma reordenação bem sucedida de ciclo de crescimento.


Esta não ocorrerá, porém, espontaneamente ou pelo livre curso do mercado.

É necessário um novo arcabouço político à altura das tarefas postas pela transição em curso.
Duas ilusões devem ser afastadas nesse percurso.

Uma delas manifestou-se com força na avenida Paulista e em outros pontos do país neste domingo, que alguns querem transformar em um divisor de água superior aos 54,5 milhões de votos recebidos por Dilma em 2014.

Ou seja, a ilusão de que um novo 1964 pode ‘salvar o Brasil’.

Ainda que um pedaço da mídia e das elites propugnem o inaceitável como uma questão de ‘botar gente na rua’, o fato é que inexistem as condições históricas para repetir um ciclo de expansão ancorado no arrocho instituído após o golpe de 1964.

Da mesma forma, os desafios latejantes do país hoje não serão equacionados por uma nova onda de privatizações ‘redentoras’, como querem alguns expoentes do simplismo entreguista –a exemplo de Serra com o pré-sal.

Em 1964, a transição rural/urbana impulsionada pela ditadura militar criou uma irrepetível válvula de escape para o regime e para as contradições violentas de uma sociedade que já não cabia mais no seu desenho elitista.

A modernização conservadora do campo implementada pelos militares a ferro e fogo deslocou cerca de 30 milhões de pessoas do campo para as periferias dos grandes centros urbanos em duas décadas.

Nenhum país rico concluiu essa transição em tão curto espaço de tempo. A ditadura ganhou um trunfo não desprezível de mobilidade social para os miseráveis, que amorteceu as tensões de sua política excludente. Mas gerou um custo brutal, ainda não liquidado: semeou periferias conflagradas e cidades sem cidadania, nem infraestrutura por todo o país..
Hoje o Brasil figura como a nação mais urbanizada entre os gigantes do planeta, com 85% da população nas cidades.


As periferias estão saturadas; as cidades rugem por melhores condições de vida; a carência de serviços de saúde, educação, transporte e lazer catalisa a agenda do passo seguinte da nossa história.

O conjunto requer uma dinâmica de gastos fiscais e de ação democrática do Estado incompatível com um regime semelhante ao que usou o êxodo rural dos anos 60 para ‘modernizar’ e a tortura para calar.

Hoje não há fronteira geográfica ‘virgem’ para amortecer a panela de pressão no interior do espaço urbano’. E tampouco no campo: a luta pela reforma agrária agora terá que reinventar-se em torno da agroecologia para simultaneamente produzir alimentos e cidadania e preservar os recursos que formam a base da vida na terra. É ainda mais complexa que a mera realocação de excedentes populacionais. Requer Estado e democracia com amplo debate social.

Uma ditadura de bolsonaros ou moros não tem a sofisticação que esse passo da história exige

Erra mais quem imaginar que esse estirão pode ser resolvido com a mera entrega do que sobrou do patrimônio público –a exemplo do que seria o programa de um governo do PSDB, tolamente martelado pelo colunismo econômico rastaquera.

Privatizações, na verdade, concentram ainda mais a renda; definham adicionalmente o já enfraquecido poder indutor do Estado. Aprofundam o oposto do que o país mais precisa hoje.

A fronteira que resta a desbravar é a do desenvolvimento inclusivo –que
também requer um modelo distinto daquele seguido nos últimos 12 anos, esgotado.

A conjunção favorável de cotações recordes de commodities, farta liquidez internacional e forte expansão do comércio, e câmbio valorizado, não ressurgirá tão cedo.
Ela favoreceu um entroncamento de intensa circulação de capitais na economia brasileira –parte especulativo-- que viabilizou a redistribuição de um pedaço do fluxo novo dessa riqueza na forma de ganhos reais de salários, políticas sociais emancipadoras, pleno emprego, crédito ao consumo e maiores oportunidades à juventude.

O Brasil mudou para melhor mas a travessia ficou inconclusa e manca: imaginou-se tragicamente que as gôndolas dos supermercados irradiariam mudanças automáticas na correlação de forças, sem o necessário engajamento do novo protagonista social.

Hoje, o fluxo novo de riqueza capaz de favorecer a continuidade desse processo é o pré-sal.

A classe média da Paulista não sabe porque não é informada pelos seus colunistas de estimação.

Mas é no fundo do mar que se encontra a brecha histórica capaz de conduzi-la a viver um dia em uma sociedade mais segura, um país educado e convergente --sem que para isso seja preciso uma revolução sangrenta, ou um novo golpe de Estado.

Se o regime de partilha não for revogado, como quer Serra, no médio e longo o Brasil terá condições de assegurar aos seus 204 milhões de habitantes um padrão digno de saúde pública e uma educação gratuita de boa qualidade, ademais de dispor de um derradeiro impulso industrializante para sanar seu hiato de alta tecnologia, empregos de qualidade e competitividade internacional.

As urgências do presente, porém, não podem esperar pelo fluxo incremental da riqueza de longo prazo –ainda que ela amplie, em muito a margem de manobra numa repactuação. O fato, porém, é que respostas urgentes e imediatas exigem a taxação da ‘riqueza velha’: o patrimônio já sedimentado no alto da pirâmide de renda.

Os alvo são as grandes fortunas, os bancos, os dividendos, os lucros financeiros, as remessas e demais ganhos de capitais. Ou resumidamente uma CPMF mais direcionada e graúda, que poupe as pequenas e médias transações.

Há opção a isso é o caos que abre caminho ao golpe.

E isso não será indolor como se iludem os que tiram selfies com o ‘Choque’ na Paulista.



A reedição de um novo ‘1964’ exigiria uma octanagem fascista drasticamente superior à original, para prover o aparelho de Estado do poder de coerção capaz de devolver a pasta de dente ao tubo. Isto é, para comprimir o ensaio de mobilidade social do ciclo petista de volta aos becos e barracos de periferias desprovidas de presente e de futuro.

E é sob esse pano de fundo que a nomeação de Lula para o ministério do governo Dilma pulsa sua pertinente atualidade.

Não se trata simplesmente de blindar o ex-presidente da caçada ostensiva e ilegal, que agora concentra toda a munição nas mãos de Moro, o imperador da Paulista.


É o futuro da nação que está em jogo. Mas, sobretudo, a definição do protagonista que tem legitimidade para escrutinar as diretrizes do novo capítulo da sua história.


A repactuação democrática do desenvolvimento, ou a rendição cega aos interesses dos mercados?


É nessa intersecção polar que se abre o espaço intrínseco à atuação do ministro Lula, e de sua reconhecida liderança para mobilizar as forças e interesses que, a contrapelo do fervor golpista, enxergam os riscos –mas também as oportunidades— da encruzilhada atual.

Lula será bem-sucedido se assentar a construção desse pacto à frente de um ministério que prefigure o pluralismo capaz de devolver à sociedade a esperança no seu futuro e o comando do seu destino.
Nunca é demais recordar, era assim que Celso Furtado descrevia o sentido profundo da luta pelo desenvolvimento, indissociável –no seu entender-- de democracia, soberania, engajamento e justiça social.

O resto é arrocho, recessão ou golpe.





Por mais que as transmissões edulcoradas mitifiquem o que se passou nesse domingo na Paulista, essa é a escolha. E ela agora tem um novo protagonista de peso: o ministro da esperança, que vai repactuar a democracia com o desenvolvimento, Luiz Inácio Lula da Silva.

Defesa diz que é um caso de "Liberdade Religiosa"

Rejeitada exoneração de promotor acusado de sequestro e cárcere privado da própria mulher por 5 meses; Douglas Kirchner investiga Lula; defesa foi de advogada que pediu impeachment

Viomundo
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O procurador Kirchner, Tamires em cartaz de “desaparecida” e a advogada que fez a defesa dele no CS do MPF
Da Redação
É uma história bizarra. Douglas Ivanowski Kirchner assumiu o cargo de procurador da República em Rondônia quando a mulher, Tamires, estava sequestrada por integrantes da Igreja Evangélica Hadar, em Porto Velho, à qual o casal pertencia.
Tamires foi punida pela pastora da igreja com uma surra de cipó por ter jogado fora a aliança de casamento. Douglas assistiu.
Depois disso, ela foi colocada num “regime disciplinar”: passou cinco meses em cárcere privado com o conhecimento e conivência de Douglas.
Ela sobreviveu comendo restos de comida, não tinha acesso a itens de limpeza e nem a remédios. Dormia no chão.
A família chegou a denunciar que Tamires estava desaparecida. Enquanto ela era mantida prisioneira, Douglas assumiu o cargo no MPF/Rondônia, em maio de 2014 e, assim, ingressou no estágio probatório de dois anos.
Tamires conseguiu fugir do cárcere privado e denunciou o marido ao MPE de Rondônia.
Douglas foi transferido pelo procurador-geral Rodrigo Janot ao Distrito Federal para tratamento psiquiátrico.
Ele ocupa provisoriamente a vaga do promotor Paulo Roberto Galvão de Carvalho, que trabalha na Operação Lava Jato em Curitiba.
Mas, não foi o fim da carreira dele. Pelo contrário: Douglas ganhou notoriedade outra vez em 2015. Segundo a defesa de Lula, ele vazou documentos de investigação que havia aberto contra o ex-presidente que corria sob sigilo. Destino dos vazamentos? A revista Época, da família Marinho.
Os documentos, com a chancela do MPF, traziam suspeitas de que Lula teria praticado tráfico de influência em defesa de empreiteiras, no Exterior.
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Eles foram base para duas reportagens de capa da revista.
No início de março de 2016, a assessoria de Lula divulgou a seguinte nota oficial:
NOTA À IMPRENSA
Lula pede explicações ao CNMP sobre vazamentos de documentos sigilosos a Época
Advogados consideram que houve violação da privacidade do ex-presidente
São Paulo, 2 de março de 2016
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), nesta terça-feira (1), um pedido de explicação a respeito das ações do procurador Douglas Ivanowksi Kirchner, do 5º Ofício de Combate à Corrupção em Brasília — DF. Segundo os advogados do ex-presidente Lula, procurador violou os limites impostos pela Constituição Federal e a legislação infraconstitucional.
O documento protocolado afirma que Kircher negou aos advogados do ex-presidente acesso aos documentos do procedimento de investigação, cerceando o direito à defesa de Lula. Pior, as cópias dos documentos foram vazados à revista Época, embora esse procedimento esteja sob sigilo. Contrariando as regras do Ministério Público, o procurador Douglas Kirchner redistribuiu a investigação a si próprio, quando o correto seria distribuir o processo a outro procurador.
Os advogados do ex-presidente Lula pedem ao CNMP pleno acesso aos autos do processo e a apuração de quem foi o responsável pelo vazamento à imprensa. A atitude do procurador, segundo o pedido de esclarecimento, “já implicou violação da privacidade, da presunção de inocência e da dignidade da pessoa humana” do ex-presidente.
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A vice-procuradora geral da República, Ela Wiecko de Castilho, sugeriu a exoneração de Douglas, mas teve parecer rejeitado; o cárcere privado da mulher de Douglas foi na igreja Hadar e ele sabia de tudo
Neste 14 de março de 2016, o Conselho Superior do Ministério Público Federal se reuniu para avaliar se Douglas Kirchner, que também responde a processo criminal acusado de sequestro e cárcere privado da própria mulher, cumpriu ou não as condições do estágio probatório.
Se não, ele poderia perder o cargo.
Curiosamente, em sua defesa Douglas alegou “vazamento ilícito” do sigilo da medida protetiva que a Justiça impôs contra ele, além de “quebra do sigilo profissional” da advogada de Tamires, que fez a denúncia pública.
Nos últimos dias, quem assumiu a defesa de Douglas? A advogada Janaina Paschoal, aquela que pediu o impeachment de Dilma Rousseff ao lado de Hélio Bicudo.
Ela informou ao CS do MPF que foi procurada por Douglas Kirchner e se interessou pelo caso por se tratar, na definição de Janaína, de um caso de “liberdade religiosa”.
A certa altura da sessão, Janaína alegou que Douglas tinha “a mente propícia para ser cooptada”, ou seja, teria maltratado a mulher sob influência da igreja.
A presidente do Conselho e relatora Ela Wiecko Volkmer de Castilho votou pelo encaminhamento, ao PGR, de decisão que poderia levar à demissão de Douglas. Ela citou o laudo pericial demonstrando que Tamires foi espancada com instrumento contundente. Segundo ela, Tamires foi submetida a violência “psíquica, moral e simbólica” com a conivência do procurador.
Ela Wiecko lembrou que Douglas “admite que assistiu a surra com cipó no sítio, no Carnaval [de 2014], e não teve forças para reagir. Nesse dia, não era procurador ainda, mas tornou-se depois e mesmo sendo procurador continuou morando na igreja, casado com Tamires e a situação permaneceu a mesma até a fuga dela em julho”.
A relatora argumentou que as provas de que Douglas praticou violência contra a mulher e fanatismo religioso eram mais que suficientes para um juízo do Conselho Superior do MPF de que Douglas “não possui idoneidade moral para exercer o cargo de procurador da República”.
O conselheiro Mário Bonsaglia lembrou que Douglas teve de ser retirado de Rondônia para escapar da influência da igreja: “Ele vai ter de ser tutelado pelo resto da carreira?”, perguntou.
Já o conselheiro Carlos Frederico Santos lembrou até o caso do suicídio coletivo de Jim Jones para destacar o poder da religião, sugerindo que Douglas foi vítima da “seita”, termo utilizado pela defesa do promotor. Carlos Frederico levantou dúvidas sobre o comportamento da própria Tamires.
Na sexta-feira passada, de última hora, Douglas Kirchner apresentou o laudo de uma psiquiatra afirmando que “à época dos fatos era o examinado portador de distúrbio psiquiátrico do tipo reativo, caracterizado por fanatismo religioso”.
“O pecado do doutor Douglas Kirchner foi ter se omitido, se ele tivesse vontade, mas ele não tinha vontade”, argumentou o conselheiro Augusto Aras.
Mas, e agora, neste período em que Kirchner investigou o ex-presidente Lula?
Segundo o mesmo laudo, “no momento [Douglas] não apresenta sintomas de patologia psiquiátrica”. Aras afirmou que Kirchner é vítima de moralismo, como o que teria existido nos regimes de Hitler, Mussolini e Stálin.
O conselheiro enveredou pela política, dizendo que o Brasil precisa de “estadista” e que está “se acabando”. Também afirmou que Douglas recebeu elogios por sua atuação e “enfrentou as autoridades mais poderosas”, numa referência oblíqua à ação do promotor contra Lula.
No final, a proposta da relatora foi derrotada por 5 a 4.
Além da relatora, os conselheiros Mario Bonsaglia, Monica Garcia e Deborah Pereira consideraram que o promotor violou a Lei Maria da Penha quando já era integrante do MPF.
Os conselheiros Eitel Pereira, José Bonifácio de Andrada, Carlos Frederico Santos, Antonio Aras e Maria Caetana Santos votaram contra a relatora. Um dos argumentos que utilizaram é de que Douglas Kirchner teria sido vítima da igreja tanto quanto sua mulher Tamires. Eles consideraram o promotor apto a desempenhar suas funções.
O Conselho Superior do MPF definiu que cabe ao PGR Rodrigo Janot a decisão de determinar onde Douglas vai trabalhar.
Quando vencer o prazo do estágio, em 14 de maio, apesar das graves acusações que pesam contra ele, Douglas Kirchner deverá obter a tão desejada vitaliciedade.
PS do Viomundo: Isso dá um livro. Jovem promotor, transferido para Brasília sob grave acusação, para tratamento psiquiátrico, ocupa provisoriamente vaga de colega que trabalha na Lava Jato. Decide abrir procedimento contra um ex-presidente da República, é acusado de vazar documentos para a revista da família mais poderosa do Brasil e, apesar de responder a processo por sequestro e cárcere privado da própria mulher, conquista cargo vitalício!
*****
Ouça abaixo a íntegra da sessão, que tem mais de 5 horas de duração.
Se você quiser ir direto para a descrição da violência cometida contra Tamires, busque 1h 44m do áudio.
As três primeiras páginas da instauração de processo disciplinar contra Douglas detalham as acusações:
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Não comemore vaia a tucanos; quem vaiou prefere Bolsonaro

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fascismo
Pelo menos da boca para fora não caiu a ficha de Geraldo Alckmin e Aécio Neves após serem hostilizados pelos dementes que infestaram a avenida paulista pedindo até enforcamento de negros (vide foto acima).
O presidente do PSDB e o governador de São Paulo foram todos pimpões à gigantesca manifestação paulistana achando que iriam abafar e tiveram que correr de lá sob gritos de “oportunistas” e “ladrões”.
Mas não passaram recibo. Disseram à imprensa que “não notaram” a multidão em torno deles insultando-os; tucano não tem medo de brigar com fatos e de se mostrar cara-de-pau.
Todavia, espera-se que, a esta altura, estejam refletindo. Sobretudo porque até as caras mais visíveis da direita brasileira foram consideradas “esquerdistas” demais pela massa de psicopatas que tomou várias capitais do país.
Enquanto até reacionários como Alckmin e Aécio eram chamados de “comunistas”, “ladrões” e “oportunistas”, os manifestantes que se proclamam “contra a corrupção” carregavam nos ombros Jair Bolsonaro (vide foto no alto da página), deputado pelo PP, partido que ostenta o troféu por ter mais membros envolvidos pelas investigações da operação Lava Jato.
Também na foto que precede este texto o leitor pode conferir uma das cenas mais impressionantes do último domingo, a do manifestante que encenava o enforcamento de um negro, valendo-se de um branco pintado de preto.
Analfabetismo político, estupidez, truculência são apenas algumas das “virtudes” das hordas organizadas e financiadas sabe-se lá por quem para desestabilizar politicamente o país.
O que mais preocupa em tudo isso, pois, é a “eleição” de Bolsonaro como o preferido dessa gente. Trata-se de uma das maiores bestas quadradas do planeta. A estupidez, o anacronismo, o nível de preconceitos e truculência desse sujeito são tão descomunais que ele vêm atraindo atenções de todas as partes do mundo.
Documentaristas norte-americanos, europeus e de várias outras partes do mundo vêm ao Brasil registrar a ideias nazifascistas de Bolsonaro. O último desses documentários foi feito pela atriz canadense Ellen Page, indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor atriz por seu papel como personagem-título do filme Juno.
Confira, abaixo, um breve trecho da entrevista que fez com um dos símbolos internacionais da homofobia, alguém que faz a cabeça dessa elite (segundo o Datafolha) que saiu às ruas do país no último domingo para pedir desde a volta da ditadura até o enforcamento de pessoas da etnia que, segundo o IBGE, é a da maioria dos brasileiros.

Sim, é essa abominação que faz a cabeça da horda que, segundo o Datafolha, na proporção de 77% tem curso superior e cuja metade tem renda média de 20 salários mínimos (quase 20 mil reais).
A má notícia, porém, não é essa. Esse homem e suas ideias nazistas estão se tornando cada dia mais populares. Apesar do avanço dessa direita, porém, setores da esquerda continuam achando que podem ganhar com a destruição do PT.
Essa esquerda está semeando, de novo, a ruína do país. Se não parar de fazer birra e se juntar à resistência contra as hordas fascistas, essa aberração chamada Jair Bolsonaro acabará governando o Brasil.
Quanto ao PSDB, será que já começa a lhe cair a ficha? Será que os dois incendiários apupados pelos fascistas irão refletir sobre o que estão semeando? Duvido. A sede de poder os torna irracionais.

Moro se tornou desfuncional O Aecím tem mais medo do Moro do que de uma delação premiada do Dimas Toledo

bessinha brasil pra la
Conversa Afiada já tinha dito que o Moro virou o fio, perdeu a eficácia.

Foi quando concentrou suas tropas no triplex que o Lula não comprou e, ao lado, no mesmo andar, tem o triplex dos lavadores de dinheiro que tomavam banho na Praia da Jararaca.

A rapaziada da Mossack.

Porém, os delegados do Moro sumiram com a Mossack!

No extenso e rudimentar documento com que justificam o sequestro do Lula e o cárcere privado a que o submeteram no aeroporto de Congonhas, os cruzados do Sistema Moro não mencionam a Mossack.

Nem falam dos moradores do triplex ao lado daquele que o Lula não comprou!

Sumiu!

Como sumiu da gaveta do Moro aquele senador tucano da Paraíba que se associa a interessante fenômeno meteorológico: a chuva de dinheiro!

O gato comeu!

Mas, mesmo assim, com esses esquecimentos providenciais, o Moro não é mais funcional.

Ele perdeu a serventia.

Primeiro, porque ele é um perigo.

Para o PMDB e para o PSDB.

Moro cresceu demais.

A mosca azul não é mais uma mosca, mas uma baleia azul! 

Moro está em campanha!

E mesmo que ele prenda o Lula – que não prenderá… - ele precisa manter a bicicleta rodando, para chegar vivo à campanha presidencial de 2018.

E aí, para enfrentar os debates com o Lula na televisão, ele vai ter que prender o Aecím e uma penca de tucanos e peemedebistas!

A Globo materializou a desfuncionalidade do Moro.

Ao desistir dos tucanos e lançar a candidatura do Moro desde o Fantástico deste último domingo, 13/03,  – a Globo é vítima de sua própria loucura - a Globo obrigou o Moro a continuar atirando !

Prende o Lula, prende o Okamotto, prenda a Clara Ant, prende a sobrinha da Clara, que mora em Israel – e daí?

Isso não aguenta até 2018!

O jornal nacional precisa manter acesa a chama do Moro.

E isso vai custar a cabeça de alguns “imaculados“.

Além disso, o Moro demonstrou que perdeu as estribeiras.

Perdeu-se pelo método nazista, como denunciou o Pedro Serrano

O sequestro do Lula assusta até a patroa daquela babá da avenida Paulista.

Assusta a FIE P, assusta a Febraban, assusta o produtores de soja de Mato Grosso, e assusta o Temer, o Renan, o Jucá, o Wellington, o Padilha – e a trempa do PSDB, aquele pessoal do camburão que teve que correr da avenida Paulista.

A sede com que Moro pretende prender o Lula revela um ímpeto que não condiz com o ritmo do impeachment, sua lógica e o que vai sobrar depois do impeachment – que não vai acontecer.

Nesse momento, a fúria morisca atrapalha mais do que ajuda o impítim do Ataulpho Merval.

Hoje, o Aecím tem mais medo do Moro do que do… Janot?

(Ele não tem o que temer do Janot, não é isso, amigo navegante?)

O Moro se tornou tão desfuncional quanto o Promotor do Ministério Tucano Público de São Paulo, o paspalhão do Hegel.

Desmoralizou a prisão do Lula.

O Moro se tornou tão desfuncional quanto o Cunha, para a campanha do impítim do Ataulpho Merval: tira o Cunha da frente do impeachment, pelo amor de Deus!, para não suja-lo irremediavelmente.

O Moro perdeu a serventia também para a Casa Grande.

E passou a ameaça-la.

Prende o Lula, diz o capataz da Casa Grande.

Entra para a História e desaparece.

Vai cuidar dos aposentados do INSS de Maringá!

Porque achar que a chapa Moronaro vai se eleger Presidente da Pátria Branca, com os votos do jornal nacional – é acreditar no que o Ataulpho escreve!

Em tempo: achei: o Aecím tem mais medo do Moro do que daquele policial do Leblon que o flagrou embriagado e com a carteira vencida!

Em tempo2: ou, o Aecím, tem mais medo do Moro do que da delação premiada do Dimas Toledo!

Paulo Henrique Amorim