Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 11 de março de 2016

Pelotão da Aeronáutica impediu o sequestro político de Lula? O Congresso tem a obrigação de esclarecer os fatos que ocorreram no Aeroporto de Congonhas para abortar a tentativa de golpe de qualquer aventureiro.

Agência Força Aérea

Carta Maior relutou em transcrever o relato de autoria de Jari Mauricio da Rocha (leia a íntegra nesta pág.) que lança uma luz sobre o elo que faltava no episódio de condução do ex-presidente Lula ao aeroporto de Congonhas pela PF, em 04/03, a mando dos procuradores da Lava Jato.

Não convenceu a ninguém a justificativa para a escolha do local inusitado –‘melhor para a segurança do próprio Presidente’, disseram policiais não fardados que o levaram de sua casa, em São Bernardo, na manhã do dia quatro de março.

A opacidade dos movimentos, ademais do seu arbítrio exclamado, como denunciou um ministro do STF, ganharia cores alarmantes com a informação de que uma aeronave, pronta para decolar rumo a Curitiba, aguardava desde cedo em um hangar de Congonhas.

Retirado de sua casa, como foi, com a desculpa de um depoimento em local seguro, e de lá forçado a embarcar para Curitiba, Lula já não seria mais um ex-presidente constrangido.


Seria vítima de um sequestro político.

Por que, felizmente, o desenlace explosivo não se consumou – se de fato se acumulam indícios de sua plausibilidade?

Quem ou o quê teria força capaz de impor um recuo à fria determinação do aparato diante da caça tão longamente cobiçada, então sob o seu desígnio?

O relato oferecido por Jari Maurício da Rocha afirma que um pelotão da Força Aérea brasileira, estacionado regularmente em Congonhas, sob comando de um coronel, ao saber do que se cogitava, enfrentou agentes armados não fardados da PF e interditou o uso da aeronave.

A gravidade do episódio –ademais dos desdobramentos que ensejaria-- levaram Carta Maior a buscar elementos adicionais que justificassem a reprodução da narrativa isenta de Jari Maurício.

Carta Maior obteve a confirmação de que há fortes elementos de veracidade na narrativa.

Carta Maior obteve a informação de que as maiores autoridades da República tem ciência do ocorrido.

Carta Maior tem ciência de que o ocorrido não é um fato solteiro.

Ele se encadeia ao potencial de conflitos embutidos nas manifestações e ações em curso, planejadas por forças determinadas a interferir no livre curso dos conflitos da democracia brasileira, a contrapelo das urnas e do Estado de Direito.

A pressa que os move empresta credibilidade adicional ao relato do que se passou e do que se pretendia com Lula levado a Congonhas na manhã do dia quatro de março.

O intento da derrubada do governo e da inabilitação do ex-presidente ao escrutínio de 2018 não sobreviverá a um longo relento sob as intempéries de uma resistência que já transborda para as ruas.

Mais que isso, se verdadeiro o relato sobre Congonhas, pulsaria em setores das Forças Armadas o mesmo sentimento que espalha por diferentes setores da sociedade: o inconformismo com uma instância do Judiciário que exorbita de suas prerrogativas e agora avança em espiral descontrolada para colidir com a soberania de outros poderes, cujo equilíbrio forma a blindagem da democracia. Uma vez rompida, o sistema esfarela em rota de colisões sucessivas.

O conjunto dos fatos aqui relatados e seu potencial explosivo requer que os detentores de mandatos democráticos tomem medidas cabíveis.

A primeira e mais urgente delas é o esclarecimento completo do que se passou de fato no aeroporto de Congonhas em São Paulo, na manhã de quatro de março, envolvendo um ex-presidente da República, policiais não fardados da PF, ordens de promotores e do juiz Moro, a existência de uma aeronave para decolar rumo a Curitiba e a relatada resistência de um pelotão da Aeronáutica ao uso desse aparelho para esse fim.

O Congresso brasileiro tem a obrigação de assumir o esclarecimento desses fatos para abortar aventureiros e serenar a inquietação que toma conta da opinião pública.

É a hora de se instaurar uma CPI de Congonhas para que o Brasil não seja submetido outra vez a uma República do Galeão.
Ricardo Stuckert/Instituto Lula

NOBLAT ABRE O JOGO: GOLPE É PRÓ-CORRUPÇÃO

Crise política que afunda a economia e a democracia custou 20 centavos

cretinos
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O país chegou a um ponto que era inimaginável até junho de 2013. Em breve, completar-se-ão três anos desde que um grupo de moleques de todas as idades biológicas – mas todos com a mesma idade mental – decidiu incendiar o Brasil por 20 centavos.
Escrevo isto após ler o bilionézimo texto dizendo que ainda não entendemos as “jornadas de junho” de 2013. Fenômeno que, ao que se saiba, ninguém entendeu, à exceção de alguns luminares que até hoje não conseguiram nos explicar nada.
Naquele ano, a economia, os salários e o nível de emprego estavam crescendo com força. O governo dispunha de “governabilidade” para manter a economia funcionando a contento. Dilma tinha mais de 60% de aprovação. E a vida de todos melhorava ano após ano.
De junho de 2013 para cá, o país começou a afundar de todas as formas. Em 30 dias, o Brasil deixou de ser uma promessa e para se transformar em um pesadelo no qual fascistas começaram a se levantar de suas tumbas e nada mais deu certo por aqui.
Hordas de doidos saíram à rua incendiando e depredando tudo que viam pela frente por não aceitarem um mísero aumento de alguns poucos centavos no preço das passagens de ônibus e metrô dos paulistanos.
Em questão de semanas, Dilma, Lula e o PT passaram a ser odiados como por mágica. As ações desses grupelhos com cérebros de 15 anos semearam a ascensão de uma direita hidrófoba cujo objetivo era pisotear a democracia. E esse objetivo foi atingido.
Hoje, passados três anos, o Brasil já não é uma democracia. A Operação Lava Jato tem nítido víés político. Persegue políticos de um só lado, ignora evidências e até provas contra o outro, persegue pessoas por suas convicções políticas.
Nas ruas, hordas fascistas caçam pessoas que tenham orientação ideológica que a mídia conseguiu tornar “proibidas”. Empresas fazem seleções ideológicas e perseguem ou até demitem acusados de terem opiniões políticas que foram sumariamente criminalizadas.
Se isso não é uma ditadura, não sei o que é uma ditadura.
Eu mesmo estou sendo alvo de uma armação da polícia política que junho de 2013 pariu. Não que esteja surpreso. Nos últimos nove anos, incomodei muito a direita e os barões da mídia.
Em 2007, quando o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse que aquela Corte tinha aceitado processar José Dirceu porque a mídia lhe pôs a “faca na pescoço”, através deste Blog coloquei 300 pessoas para protestar diante da Folha de São Paulo contra a parcialidade midiática.
Em 2008, quando a mídia provocou mortes ao alardear que havia um surto de febre amarela urbana no país, o que levou pessoas a se sobre vacinarem, consegui abrir uma investigação no Ministério Público que fez Globos, Folhas, Vejas e Estadões gastarem muito dinheiro com advogados.
Em 2009, quando a Folha de São Paulo disse, em editorial, que a ditadura militar brasileira foi uma “ditabranda” porque matou “pouca gente”, através do Blog, de novo, coloquei 500 pessoas diante do jornal para protestar contra essa revisão histórica absurda.
Em 2010, usei o Blog e o apoio dos leitores para abrir na Polícia Federal uma investigação dos institutos de pesquisa Ibope, Datafolha, Sensus e Vox Populi, que se dividiram entre Dilma Rousseff e José Serra.
Nos anos seguintes continuei incomodando a mídia conservadora e a direitona. No ano passado, representei o juiz Sergio Moro ao Conselho Nacional de Justiça – o que explica muita coisa, não é mesmo? – e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, à Procuradoria Geral da República.
Ao denunciar, com provas, que a Lava Jato havia vazado para a mídia sua 24a fase eu sabia que corria riscos, assim como sabia em cada uma das outras vezes que incomodei poderes discricionários.
Cutuco essa onça com vara curta há muito tempo na esperança de mostrar às pessoas que qualquer cidadão pode fazer sua parte na luta contra essa direita hidrófoba que infelicita este país há 500 anos.
Não tenho medo de lutar, mas não suporto lembrar de que toda essa situação trágica que o país está vivendo se deve muito mais a setores da esquerda do que à direita. A esquerda ressuscitou o fascismo no Brasil. Isso é que dói.
ÍNTEGRA DO ATO EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Abaixo, o vídeo completo do ato que teve lugar na última segunda-feira no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Minha fala começa aos 2:15:25

Parlamentarismo é Golpe. Do Cerra O Cerra e o Ataulpho querem governar sem voto!

passado golpista
Os colonistas do PiG plantam a semente de um parlamentarismo para vencer a chamada crise.

A Dilma, autista, dizem eles e elas, já estaria conformada em ceder o poder.

Seria substituída por um parlamentarismo votado na calada da noite, no Senado do Auro de Moura Andrade e do Padre Godinho de São Paulo – sempre São Paulo! - , ou seja, o Renan e o Místico da Moóca, o Padim Pade Cerra.

Essa sinistra aliança do Renan com o Cerra já deu na primeira e derradeira vitória da Chevronna tentativa de apropriação do pré-sal.

Trata-se, portanto, de uma aliança contra o interesse nacional (brasileiro).

Agora, é o Golpe do Parlamentarismo.

O Cerra tem algumas ideias fixas.

Além de empregar, com o dinheiro do povo, a irmã da Mirian Dutra em seu gabinete, sem que lá apareça, além dessa persistente ilegalidade, ele tem a mania do Parlamentarismo.

Por que?

Porque ele tem a mania de querer mandar no Brasil.

Para nomear o dos chapéus Consul do Brasil em Nápoles!

(Quá, quá, quá!)

E entregar o pré-sal à Chevron, como já prometeu no WikiLeaks.

E como não tem voto para se eleger presidente, ele tenta o Golpe parlamentar do Parlamentarismo.

Governar sem voto.

Governar sem povo.

Pode ser ele de Primeiro-Ministro (já pensou o Cerra nomeando o diretor-geral da PF, amigo navegante? Que estrago!).

Ou o Nelson Johnbin.

Que por muitos anos compartilhou o apartamento de Brasília com o Cerra, e com quem mantém até hoje cordiais e políticas identidades.

Especialmente no que concerne à irrestrita devoção ao interesse nacional (norte-americano).

Por duas vezes, o Brasil, em plebiscito, rejeitou o Parlamentarismo.

E outra vez rejeitará.

Agora, provavelmente, nas ruas, em defesa do Lula, na campanha do “Não vai ter Golpe!”.

Ataulpho Merval é outro (que coincidência!) que defende o Parlamentarismo.

Para que o Primeiro Ministro seja o Gilberto Freire com “i”.

E o William Traaack consul-geral em Berlim.

Quá, quá, quá!

Paulo Henrique Amorim

O mico internacional dos promotores de São Paulo nos fez chorar de rir; mas também deveria ser motivo de indignação

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por Luiz Carlos Azenha
Foi uma noite de deboche, especialmente no twitter, depois que os promotores Fernando Henrique Moraes de Araújo, Cássio Conserino e José Carlos Blat pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula com uma bizarra argumentação.
É possível resumir com os memes que reproduzimos acima.
A frase “Marx e Hegel” chegou aos trending topics mundiais do twitter depois que os confusos promotores reservaram para o gran finale do pedido de prisão — certos de que estavam abafando — a suposição de que Marx e Hegel estariam profundamente decepcionados com Lula.
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Uma dupla bizarrice, já que Lula nunca se disse marxista e Marx nunca foi parceiro de Hegel, mas de Engels.
Para salvar os promotores, o Jornalistas Livres até brincou, tirando com as teorias de conspiração que fazem a cabeça da direita nas redes sociais: “Hegel morreu em 1831 e Marx nasceu em 1818. 1831 menos 1818 é igual a 13. Só não enxerga quem não quer”.
Mas o que feriu realmente a lógica foi a argumentação do promotor Conserino de que o crime de ocultação de bens não deixa provas e, portanto, mesmo sem provas Lula deve ser preso agora — dentre outros motivos por ter, em certo vídeo, mandado enfiar algo em certo lugar.
A deputada Jandira Feghali, que gravou o vídeo, levou a sério:
O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula não tem qualquer base legal que o sustente. Não passa de um amontoado de inconsistências coroadas pelo item 127, que trata de vídeo por mim gravado. Sobre isso tenho a dizer que:
1. O ex-presidente Lula não dava, naquele momento, declaração à mim. Ele também não se dirigia ao público, não se tratava de uma coletiva;
2. Lula estava entre amigos, desabafando sobre as ilegalidades cometidas contra ele quando, para tranquilizar a militância, gravei um vídeo sem a intenção de captá-lo, o que acabou acontecendo sem seu conhecimento.
3. Lula usou expressão informal em sua conversa;
4. O ex-presidente Lula não se referiu ao processo, mas sim ao acervo presidencial.
5. Indignação não é crime. O uso do vídeo mostra a má fé e a falta de qualquer prova contra ele.
O documento do MP paulista causou consternação mesmo em estrangeiros. O correspondente do Los Angeles Timesno Brasil, Vincent Bevins, tuitou as menções “bizarras” a Nietzsche e Marx/Hegel no documento. Perguntou: “Foi o Sean Penn brasileiro que escreveu?”.
Mesmo direitistas desancaram a peça apresentada pelos três promotores como imprestável.
O fato é que o MP paulista se tornou descartável. Ele prestou enquanto serviu para demonizar Lula na campanha de desmoralização pública do ex-presidente que atingiu o ápice nos últimos dias.
Os argumentos do promotor Conserino, reunidos agora em denúncia e pedido de prisão, são os mesmos que a mídia disseminou insistentemente nas últimas semanas. Só que tinham sido apresentados com a gravidade que só um jornalista sabe conferir a um texto. Conserino e seus dois colegas, escrevendo a sós, floparam!
As ações de Conserino em parceria com a Veja e a Globo já exerceram o seu efeito prático: mobilizar a direita que nunca leu Marx, muito menos os irmãos Marx — e que acha que Lula é marxista — para as manifestações do 13 de março.
Agora, o trabalho do promotor paulista foi assumido pelo juiz Sergio Moro, que já na semana passada havia tentado prender Lula, depois de um vazamento parcial na revista IstoÉ, programado para acontecer na véspera da condução coercitiva do ex-presidente. O vazamento, como sabemos agora, concentrou-se em Lula e Dilma e, surpresa!, poupou o tucano Aécio Neves.
Os próceres do PSDB, com a ajuda da tabelinha mídia/Justiça, chegaram onde queriam chegar: a base da presidente Dilma está esmigalhada, o afastamento do PMDB é iminente e há delações premiadas em série com o potencial de acrescentar denúncias contra Lula e o Planalto.
O impeachment é uma possibilidade no horizonte; a condenação de Lula por Moro, outra.
Numa nota um pouco menos hilária que a de Conserino, o juiz da Lava Jato Sergio Moro se declarou apartidário num evento promovido pelo candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Dória.
O lado trágico do mico internacional do MP paulista é que, como agora está fartamente demonstrado, a instituição foi utilizada descaradamente para fins partidários, reproduzindo uma relação tradicional entre promotores e jornalistas, que se alimentam mutuamente.
Basta consultar quem frequenta os bastidores de uma redação para descobrir a troca promíscua: carreiras decolam no MP depois da exposição de promotores na mídia, justamente aqueles que estabelecem canais de vazamento ou adotam como suas investigações de jornalistas. A palavra final do que é impresso ou vai ao ar é, sempre, do patrão.
Esta relação espúria foi explorada de uma forma como talvez nunca tinha sido anteriormente contra Lula, notadamente pela TV Globo, que assumiu o papel de articuladora de um golpe judiciário.
Os irmãos Marinho sabem que seus próprios negócios não sobreviveriam à transparência supostamente inaugurada pela Operação Lava Jato.
Não é por acaso que promoveram a campanha contra a PEC 37, que limitaria o poder investigatório dos promotores. Não é por acaso que premiaram o juiz Sergio Moro. Não é por acaso que tentaram intimidar blogueiros e agradar a jornalista Mirian Dutra, amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirmou que a emissora foi beneficiada pelo BNDES em troca de tê-la mantido como correspondente no Exterior, como comprovamos aqui.
A Globo não é a única, mas é a maior beneficiária de um golpe paraguaio que lhe dê amplo acesso aos cofres públicos em troca da criminalização da esquerda, do MST, de sindicatos e da imprensa alternativa — abrindo caminho para a adoção da política econômica da coalizão PMDB-PSDB.
Sem o Jornal Nacional, Moro morrerá de inanição e será descartado como foram Conserino ontem e, antes dele, Joaquim Barbosa.
Abaixo, a polarização: intervenção no Jornal da Globo, faixa na Rocinha e um dos promotores que denunciaram Lula, Fernando Henrique (!), em manifestação pró-impeachment
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Promotores pediram prisão de Lula em obediência ao Estadão

promotores
 Eduguim
Não há muito mais o que dizer. Na prática, completou-se em 10 de março de 2016 a instalação de mais uma ditadura no Brasil, a menos que o promotor midiático Cássio Conserino e aqueles outros dois (há tantos outros) seja severamente punido.
Os promotores Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo afirmam que a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “imprescindível” porque ele movimentaria “toda a sua rede violenta de apoio para evitar que o processo crime que se inicia com a presente denúncia não tenha seu curso natural, com probabilidade evidente de ameaças a vitimas e testemunhas e prejuízo na produção das demais provas do caso, impedindo mesmo o acesso no ambiente forense, intimidando-as a tanto“.
Esses indivíduos são uns irresponsáveis. Querem amordaçar não apenas Lula, impedindo-o de proclamar a própria inocência publicamente, como todo aquele que manifeste sua opinião em defesa de um dos maiores líderes políticos do mundo.
A polícia política que esses senhores encarnam cita uma “rede violenta”. Estará se referindo aos energúmenos que agridem pessoas nas ruas por usarem peças de roupa na cor vermelha? Será essa, abaixo, a “rede violenta” a que esses serviçais da direita se referem?
E as bombas atiradas no Instituto Lula e em três diretórios do PT, foram obras da “rede violenta” de Lula?
Esses senhores que pediram a prisão de Lula por ter se proclamado inocente publicamente agem como militantes, mas não só. Encarnam os que, há meio século, justificaram o golpe militar criminalizando a reação popular ao arbítrio. A desculpa da ditadura para suas atrocidades era a de combater aqueles que não aceitavam que fosse solapado o Estado de Direito.
Até a proposta de impor parlamentarismo ao país para tirar o poder do governo eleito já está acontecendo, assim como nos “idos de 64″, ou seja, no período que antecedeu o golpe militar.
Como durante a ditadura, querem prender jornalistas e líderes políticos que digam opiniões e fatos que a direita midiática não quer ouvir. E, para isso, contam com esbirros dos órgãos de controle da República, transmudados em leões-de-chácara de uma direita hidrófoba, ignorante e violenta que o Brasil conhece muito bem.
Mas o mais interessante em tudo isso é que esses promotores midiáticos foram precedidos por editorial do Estadão que praticamente determinou que Lula fosse preso por ter ousado se defender publicamente.
Sim, o Estadão, empresa que cedeu suas dependências para os conspiradores que deram o golpe militar de 1964.
Sim, o Estadão, que junto de O Globo e da Folha de São Paulo pediu a ditadura militar e a apoiou por ela ter doado a esses barões da mídia dinheiro público suficiente para que suas empresas crescessem ao tamanho que têm hoje.
Confira, abaixo, esse texto infame da família Mesquita, que prega a volta da ditadura via criminalização da liberdade de expressão e do direito de manifestação e reunião.
O Estado de São Paulo
Editorial
Luiz Inácio Lula da Silva chegou à conclusão de que precisa virar vítima dos malvados inimigos do povo e apelar ao que lhe resta de apoio nas ruas para evitar que a Lava Jato o ponha na cadeia. Deixou isso claro na semana passada, quando saiu direto do depoimento à Polícia Federal para a sede do PT, onde armou uma encenação: entre o heroico e o melodramático, expôs a “mágoa” que sentia, em arenga de quase uma hora na qual exortou os petistas a “levantarem a cabeça” e saírem às ruas em “defesa da democracia”.
Cumprindo essa determinação à risca, petistas irresponsáveis apressaram-se a convocar a militância para disputar espaço na Avenida Paulista com os manifestantes pró-impeachment de Dilma Rousseff que lá estarão no próximo domingo, dia 13, em mais uma manifestação de protesto contra o governo convocada há vários meses.
Tal confronto não deve e não pode ocorrer. Fez bem, portanto, o governador Geraldo Alckmin, ao anunciar que não autorizou – e, consequentemente, a polícia impedirá – que manifestantes favoráveis ao governo disputem espaço na Avenida Paulista com grupos antigovernistas. Deixou claro o governador paulista que os governistas têm todo o direito de levar suas posições às ruas no próximo domingo, desde que o façam em outros pontos da cidade que não representem ameaça à segurança pública. É uma questão de bom senso da qual só discordará quem estiver interessado em tirar proveito político da desordem.
O governo federal também se mostra preocupado diante da provocação irresponsável que seria mandar para a Avenida Paulista grupos dispostos ao confronto físico com os manifestantes contra o governo – que, de acordo com todas as previsões, ali estarão às centenas de milhares. A direção do PT, no entanto, tenta se livrar de qualquer responsabilidade alegando que os atos que estão sendo organizados por petistas para o domingo são “autônomos”, “espontâneos”, fora do controle da direção do partido. E, a julgar pelas manifestações de petistas nas redes sociais, os seguidores de Lula permanecem fiéis à ideia insensata de que não podem recusar-se ao ato heroico de combater os inimigos da democracia. Oficialmente, portanto, o PT não teria nada a ver com as manifestações pró-governo que vierem a se realizar no domingo. Apenas recomenda a seus militantes que “evitem conflitos”.
Diante desse quadro, é o caso de cobrar de Lula a responsabilidade óbvia que ele tem pelo curso desses acontecimentos e exigir dele uma manifestação pública, categórica, no sentido de evitar esse atentado à ordem pública, retirando dos baderneiros profissionais – pois a militância do PT é paga – imperdível oportunidade de voltar a agir. Agora certamente com o apoio de um punhado de inocentes úteis iludidos com a ideia de que estarão a serviço da democracia e da liberdade.
Se não se dispuser a serenar o ânimo de seus seguidores que se dispõem a ir para a rua com a faca nos dentes, o ex-presidente terá que ser responsabilizado pelas consequências do desatino de incitar a disputa de espaço com os antigovernistas na Avenida Paulista. Afinal, por que os petistas precisam se reunir exatamente na Paulista, exatamente no mesmo dia e hora em que lá estarão se manifestando centenas de milhares de antigovernistas?
Lula, porém, não parece minimamente preocupado com isso. Na verdade, parece é muito feliz com o que acredita ser o efeito positivo do teatrinho de vitimização que vem encenando desde sexta-feira. Acredita que conseguiu estimular o espírito de luta da militância petista. Do deputado Carlos Zarattini já obteve uma interessante colaboração retórica: “Durante 13 anos tivemos paz social. Se prenderem o Lula e tirarem a Dilma, quem vai garantir a paz social? Isso não é uma ameaça, é uma análise”. Se fosse ameaça, que termos usaria?
Na segunda-feira Lula foi a Brasília para manter contatos políticos em defesa própria e do governo. Mostrou a seus interlocutores a nova frase de efeito que certamente levará para os palanques: “Se me prenderem, viro herói. Se me matarem, viro mártir. Se me deixarem livre, viro presidente de novo”. Se fosse um teste de múltipla escolha, a resposta certa seria nda – nenhuma das anteriores.

Promotores do MP-SP não têm provas contra Lula

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Repudiada inclusive pela oposição, em função de seu caráter precário, o absurdo pedido de prisão preventiva de Luiz Inácio Lula da Silva formulado pelo Ministério Público de São Paulo é expressão de uma fraqueza maior, exibida pela própria denúncia. Com 179 páginas, ela não consegue dar conta do problema fundamental para sua tese  --provar que Lula e sua mulher, Marisa, são os verdadeiros proprietários de um apartamento no edifício Solaris, no Guarujá.
Já era possível suspeitar dessa fraqueza Isso se confirmou agora.
Para quem acusa Lula de ocultar patrimônio, é preciso demonstrar o básico: explicar por que se deve acreditar que o imóvel lhe pertence. A forma usual para fazer isso seria um registro do imóvel em seu nome. Não há.
Outro caminho seria apresentar um contrato de gaveta, que poderia indicar que Lula teria usado um laranja para esconder a posse real do imóvel. Não há. O que sobra então?
Os promotores citaram vários funcionários e vizinhos capazes de falar do "apartamento do Lula." É um indício, obviamente, mas não resolve o caso. O próprio casal sempre admitiu que tinha uma cota para adquirir um imóvel naquele condomínio, adquirida anos atrás. Normal comentassem sobre um vizinho famoso. Muitos anos depois, desistiram. Antes disso, chegaram a visitar o apartamento em questão e discutiram reformas que poderiam ser feitas. Não há prova de que fizeram a compra, porém.
Você pode achar isso suspeitíssimo, como dizem os promotores. Mas não é suficiente para apontar os dois como verdadeiros proprietários. Ou seja: como sustentar que estão ocultando um patrimônio nessa circunstância?
Se todos nós sabemos
Vamos lembrar, por exemplo, o caso de Eduardo Cunha. Ele pode negar, de boca cheia, que era o proprietário das contas secretas na Suíça. Disse isso em tom solene para os parlamentares. A casa só caiu quando o Ministério Público da Suíça mostrou documentos que rastreavam empresas de fachada que chegavam ao presidente da Câmara. Ponto final.
A denúncia contra Lula está longe, muito longe, disso. Por enquanto, só envolve suspeita, crença, convicção, talvez fé. O promotor Cássio Conserino fez uso político do triplex na coletiva. Chegou a descrever uma espécie de parábola política contra Lula: "enquanto" milhares de sócios da cooperativa foram lesados, o presidente e sua mulher se aproveitaram para ficar com um investimento milionário. Pode ser uma peça de propaganda política, obviamente. Mas, sem sustentação em provas, não para em pé.