Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Grécia suspende privatizações Tsipras avisa à Alemanha: a recusa em negociar poderá conduzir “a uma ruptura desastrosa recíproca”.

 Grécia suspende privatizações.
 
Tsipras avisa à Alemanha: a recusa em negociar poderá conduzir “a uma ruptura desastrosa recíproca”.
  


Os neolibelês queriam vender o porto do Pireu, com a Melina Mercouri junto...
Saiu no Publico, de Portugal:
 


Novo Governo grego anuncia suspensão de privatizações e promete resposta à crise social.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, iniciou o primeiro Conselho de Ministros assegurando que o novo Governo está pronto a “derramar o seu sangue” para “restabelecer a dignidade dos gregos”. Em cima da mesa desta reunião inaugural estão algumas medidas emblemáticas do programa eleitoral do Syriza, a começar por uma imediata suspensão de privatizações.

“Entre as nossas prioridades figura uma nova renegociação [da dívida pública] com os nossos parceiros para encontrarmos uma solução justa, viável e mutuamente benéfica, para que o nosso país saia do círculo vicioso de dívida e recessão”, declarou o chefe de Governo, na fase inicial da reunião, aberta à comunicação social. Numa resposta à torrente de avisos que chega de outros países da União Europeia, Tsipras avisou que a recusa em negociar poderá conduzir “a uma ruptura desastrosa recíproca”.

Com a bolsa de Atenas a cair e os juros da dívida a dez anos acima dos 11%, o novo executivo não parece querer perder tempo. À entrada para a reunião, Panayiotis Lafazanis, o novo ministro da Produção, Ambiente e Energia, anunciou que o Governo vai suspender “imediatamente” o processo de privatização das operadoras de electricidade. Já o vice-ministro da Economia, Jrístis Spirtzis, assegurou que serão travadas todas as privatizações que “sejam contrárias aos objectivos sociais” do Syriza, a começar pela “imediata suspensão” da venda de 67% do histórico porto de Pireu.

São igualmente esperados anúncios de medidas para melhorar a qualidade de vida dos gregos, incluindo a promessa de distribuição gratuita de energia às famílias em maior dificuldade, para as quais estão igualmente prometidas bolsas de alimentos. O executivo quer também pôr em marcha a lei para repor o salário mínimo nos 751 euros (contra os 580 actualmente em vigor), suspender o programa de avaliações e mobilidade na Função Pública e criar mecanismos que facilitem o pagamento de impostos em atraso, adianta a AFP.

Boa parte destas medidas invertem as reformas impostas à Grécia pela troika de credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) em troca dos dois empréstimos concedidos ao país. A última tranche do empréstimo – estimada em sete mil milhões de euros – deveria ser entregue a Atenas até ao final de Fevereiro, mas os credores tinham avisado que só seria paga mediante a continuação das reformas em curso.

“Somos um Governo de salvação nacional, o nosso objectivo é restabelecer a segurança e a dignidade dos gregos”, sublinhou Tsipras, assegurando que Atenas está totalmente disponível para negociar, mas “não para continuar a política de submissão” que marcou os executivos anteriores.

A reunião do Conselho de Ministros antecede a chegada a Atenas de dois dirigentes europeus: já na quinta-feira é esperado na capital grega o presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata alemão Martin Schulz, e no dia seguinte é a vez de Jeroen Dijsselbloem, ministros das Finanças holandês e presidente do Eurogrupo.

Com a renegociação do programa de assistência financeira em cima da mesa – e sobretudo a exigência de Atenas para uma reestruturação da dívida –, Tsipras acredita que a reunião com Dijsselbloem será “crucial e produtiva”, mesmo que, de Bruxelas, de Berlim e de várias outras capitais europeias continuem a chegar avisos de que só haverá negociações se a Grécia “respeitar os seus compromissos”.



Em tempo: o Conversa Afiada aguarda ansioso o pronunciamento da Urubóloga sobre a nova Grécia … – PHA







O “mercado” vai punir a Petrobras por não fazer “chutes” contábeis

plat

O “mercado” está frustrado com a falta de uma baixa contábil no balanço da Petrobras.
Baixa que não podia ser feita porque, afinal, ninguém sabe o valor correto do que Paulo Roberto Costa et caterva roubaram ou fizeram a Petrobras perder em sobrepreços.

Qualquer fixação de valor ou mesmo provisão para este fim seria, afinal, um “chute”.
Mas o mercado ansia por que “aconteça” esta baixa, ainda que sem consistência com os fatos reais.
Ainda mais no quadro de turbilhão causado pela desvalorização em mais de 50% nos preços do petróleo, que altera todas as expectativas de precificação dos ativos.

Quem tiver dúvidas, leia os artigos da imprensa sobre as perspectivas da industria do petróleo frente à baixa de preço, com expressões que vão do “crua realidade” ao “chocante”.

Hoje veremos outra forte queda das ações da empresa.

Porque o mercado não quer uma Petrobras transparente, quer uma Petrobras fraca.
O funcionamento e a lucratividade presentes da empresa não estão, em hipótese alguma, comprometidos, tanto que as previsões de geração de receita subiram.

Embora seja muito grave, gravíssimo, o que se fez com a Petrobras, mais grave ainda é o que se quer fazer com ela.

Destruí-la.

JN amordaça oposição a Alckmin ao noticiar crise hídrica em SP

Eduardo Guimarães

oposição capa

Quando o Jornal Nacional noticia alguma suposta deficiência do governo federal, certas figurinhas carimbadas da oposição a esse governo têm espaço garantido para criticá-lo. Álvaro Dias (PSDB-PR) ou Agripino Maia (DEM-RN) já se tornaram figuras familiares para boa parte dos brasileiros devido à grande exposição que têm naquele telejornal cotidianamente.

O assunto pode ser o escândalo na Petrobrás, a suposta crise de energia elétrica no país, o baixo crescimento da economia, a inflação, seja lá o que for que o JN – e congêneres – noticiar sobre problemas de responsabilidade do governo federal, lá estará algum oposicionista – de preferência, os dois supracitados – para acusar Dilma, hoje, assim como fazia com Lula, ontem.

Nesta terça-feira 27, porém, a matéria do Jornal Nacional sobre a crise hídrica em SP mais do que justificaria que a oposição ao governo do Estado fosse chamada a opinar sobre o assunto, assim como a oposição a Dilma é chamada a comentar problemas que dizem respeito ao governo dela, como os citados no parágrafo anterior. Porém, como de costume, não rolou.

O vídeo abaixo mostra a gravidade do que foi anunciado pelo governo paulista em relação ao racionamento de água que deve começar a viger em São Paulo em mais algumas semanas. Poucos suspeitaram de que o problema fosse tão grave. Os paulistanos terão água na torneira apenas 2 dias por semana.





Já se tornou ocioso repetir que responsabilidade o governo Geraldo Alckmin tem sobre o problema. Além da imensa responsabilidade do PSDB por governar SP desde 1995 (VINTE ANOS ATRÁS) com o mesmo Alckmin e com José Serra, o atual governador agravou sua responsabilidade ao esperar passar o período eleitoral e as festas de fim de ano para tomar medidas mais drásticas para poupar água.

Alguns dirão que Dilma também não tomou as medidas econômicas que está tomando agora e que são impopulares. Pode-se discutir essa questão. Durante o processo eleitoral, porém, tanto o programa de governo de Dilma quanto seus principais expoentes disseram várias vezes que seria necessário desmontar a política anticíclica que ao longo dos últimos 5 anos impediu que o país sentisse o auge da crise econômica internacional.

Em 2 de janeiro de 2014, por exemplo, a três semanas da eleição presidencial em segundo turno, em entrevista ao portal G1, da Globo, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, com todas as letras, que seria preciso “(…) desmontar a política anticíclica, de expansão de gastos públicos para combater a desaceleração da economia (…)”.

Quem não prestou atenção na campanha de Dilma, paciência. Quem se informou direito sabia que as medidas de austeridade tomadas recentemente viriam, ainda que não tenham sido detalhadas na época, mas que eram imagináveis.

Seja como for, verdadeira ou não, a suposta contradição entre o que Dilma disse na campanha e o que fez após se reeleger foi apontada no Jornal Nacional, entre outros, por membros da oposição. Por que o mesmo Jornal Nacional não chama a oposição a Alckmin para comentar medidas como as que o governo dele acaba de noticiar, em relação à crise hídrica?

Então ficamos assim: o governo Alckmin adiou medidas urgentes por conta das eleições e, com isso, aumentou a dramaticidade do racionamento de água recém-anunciado pelo governo paulista. Os cinco dias sem água por semana poderiam ser três, talvez dois se, em meados do ano passado, o governo paulista tivesse feito o que era preciso.

Aliás, à oposição ao governo paulista caberia, também, dizer na Globo que a crise hídrica em SP é uma crise anunciada há mais de uma década, como mostram matérias da imprensa, à época.

O mais grave em tudo isso é que o amordaçamento da oposição a governos tucanos é regra na Globo. Só fala a oposição a governos petistas, sobretudo ao governo Dilma.

Nesse aspecto, em meados do ano passado o deputado estadual pelo PT de São Paulo Antonio Mentor deu entrevista a este Blog em que relatou a dificuldade da oposição ao governo Alckmin de se fazer ouvir pela mídia, sobretudo pela Globo, por falta de interesse desses veículos no que acontece em SP e, mais do que isso, no que tem a dizer essa oposição.

mentor

Dessa forma, como foi possível ver no vídeo acima, o Jornal Nacional – e congêneres – deixa em branco o espaço para que o seu telespectador questione os governantes, já que, sem a crítica que o telejornal permite à oposição ao governo Dilma fazer, o governo tucano de SP acaba blindado.

Contudo, uma coisa é certa: se os paulistas não aprendemos pelo amor quem é que controla a distribuição de água em São Paulo – e, por isso, mais da metade de nós pensa que a responsabilidade é do governo federal –, aprenderemos pela dor durante o longo e penoso racionamento de água que temos pela frente. Cedo ou tarde, os paulistas vão se revoltar.