Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Não é só entregar o petróleo. Querem entregar o negócio de sondas de R$ 20 bi por ano

sondas

É duro conseguir quem queira fazer investimentos de longo prazo no Brasil e foi assim ao longo de toda a nossa história moderna.

Não apenas porque um país em perdas permanentes como o nosso não acumula capitais para isso, como há no Brasil uma elite servil, incapaz de pensar qualquer futuro para si senão o de gerente local do capital internacional.

A decisão da Petrobras de estimular, com garantias de compra (enquanto o Governo dava a garantia de financiamentos), a construção de sondas de perfuração de poços de petróleo em águas ultraprofundas é, guardadas as proporções e características, muito mais “capitalista” do que as que a ela podem se comparar, como a construção da siderúrgica de Volta Redonda ou das hidrelétricas que – apesar da seca – nos produzem energia numa das matrizes mais limpas do mundo.

Porque, embora com as carências tecnológicas que as quase quatro décadas de paralisia da indústria naval nos impuseram, ela traz para o país a construção de algo tão imprescindível à exploração do petróleo quanto são o aço e a energia para a atividade econômica.

Não se acha petróleo – nem se coloca o petróleo que é achado em condições de ser explorado – sem estas sondas.

E a alternativa a fazê-las aqui é alugar no mercado internacional.

Onde um navio-sonda com capacidade para operar em profundidades de lâmina d’água superiores a 4 mil pés ( pouco mais de 1.300 metros, a partir do qual se considera “águas profundas”) custa, por dia, em média, a bagatela de US$ 516 mil dólares.

Por dia, notem bem.

Como, no pico da atividade do pré-sal, a Petrobras terá de usar, por anos a fio, 40 destas sondas, é coisa de mais de US$ 20 milhões de dólares a cada vez que o sol nasce.

Ou quase US$ 8 bilhões a cada ano.

Em reais, uns R$ 20 bilhões cada vez que se trocar a folhinha.

Tratar isto como uma  como ima irrelevância para o país, ou como se fosse destinado a negociatas um empréstimo de R$ 9 bilhões – empréstimo, não doação – para que não se comprometa o programa de construção da metade – só a metade – dos navios-sonda de que a Petrobras precisará, como faz hoje a

Folha de S. Paulo, não pode ser só falta de noção de sua importância.

Ninguém pensou em inviabilizar a Siemens porque um – ou vários – de seus dirigentes se meteram em falcatruas. Nem os franceses a Alstom porque andou subornando e fazendo cartéis, um deles aqui pertinho, na Paulicéia.

Obama comprou as ações da GM, na crise de 2008 por US$ 49 bilhões de dólares e as vendeu, há menos de dois anos, por US$ 39 bilhões, um subsídio do Tesouro norte-americano de US$ 10 bilhões para que não quebrasse a maior montadora de veículos dos EUA.

E olhem que eram automóveis, que podem ser importados de qualquer baiúca, em qualquer parte do mundo, não um equipamento de altíssima tecnologia.

A imprensa brasileira divide-se em um sabujismo total aos interesses estrangeiros e uma lapidar ignorância.
Gênio mesmo é o Roger Agnelli, que pegou US$ 1,3 bilhão com os chineses, para comprar navios chineses, para levar minério para a China.

E, pior, que viraram “micos” navais, que a empresa agora tenta vender, com prejuízo.

Quem precisa de vento é a Urubóloga

Por que as perguntas da Urubóloga valem mais do que as do repórter de Parintins, ministro Braga ?



O Brasil tem uma Belo Monte em energia eólica.

E outra Belo Monte em biomassa.


(Por isso não vai ter aquele apagão que a Urubóloga prometeu à Dilma, desde que era Ministra das Minas e Energia.

Está devendo …)

As afirmações acima foram feitas pelo novo Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, numa daquelas inúteis entrevistas à Urubóloga na GloboNews.

Para espectador, é uma experiência tão gratificante quanto se submeter a uma ressonância magnética com contraste na veia !

Não tem talento, humor, brilho – ou novidades !

Foi o que aconteceu na entrevista que o Levy lhe deu.

Por exemplo, dessa entrevista do Braga, o PiG saiu a trombetear que a Graça não sai da Petrobras.

Como se fosse uma bomba !

Isso já se sabe, desde que o Ataulfo Merval (ver no ABC do C Af) e o Dr Janot disseram que ela teria que sair.

A Graça está mais firme que os dois nos cargos que provisoriamente ocupam.

(Embora ela mesma, Graça, se tenha submetido a uma cadeira do dragão diante de um repórter terciário da Globo, sobre as “denúncias” daquela – cadê ela ?  Levina, Vernina, Venilica ? – , testemunha-bomba da Gloria Maria !).

Nessas “entrevistas”, o importante é o que a Urubóloga esconde, ou tenta esconder.

Por exemplo: o Brasil tem energia eólica do tamanho de Belo Monte, ou seja, 11.233 MW, a terceira maior do mundo depois de Três Gargantas e Itaipu.

Como tem vento o Brasil !

O Brasil é o segundo maior – depois da Alemanha – produtor de energia eólica do mundo !

O Rio Grande do Norte, o Ceará e a Bahia são os campeões da energia eólica, que leva progresso e renda ao interior de estados (provisoriamente) pobres !

Quem precisa de energia, quer dizer, de vento é a Urubóloga.

Quem precisa de Energia são PiG e os interesses que seus colonistas (ver no ABC do C Af) defendem com ardor – mas sem brilho !


Recomenda-se ao Ministro Braga e a todos os outros que sigam o salutar caminho do Ministro Dias, do Trabalho.
Essa história de dar “exclusiva” à GloboNews é uma bajulação provinciana e discriminatória.
O distinto público – e cidadão, que contribui com impostos – tem o direito de que outras perguntas, outros temas sejam submetidos às autoridades.
Por que o Brasil tem que se sujeitar às perguntas e à pauta da Globo sobre Minas, Energia, Fazenda, “Ajuste”, “Superávit Primário”, “Base Monetária”… e o diabo a quatro ?
(Só falta o Berzoini repetir o Plim-Plim e dar uma entrevista “amarela” ao detrito sólido de maré baixa, para dizer que o projeto do Franklin é um tipo de detrito sólido.)
Por que as perguntas da Urubóloga – inclinadas, tortas, vesgas como o Cerveró – tem que prevalecer sobre as dos repórteres do “A Crítica”, de Humaitá, ou do “Repórter”, de Parintins, para ficar no glorioso Estado do Amazonas, que o ministro defende com tanto orgulho.
Em tempo: o Conversa Afiada não tem nenhuma pergunta exclusiva a fazer ao Ministro Braga. O ansioso blogueiro não está minimamente preocupado com o apagão da Urubóloga.




Paulo Henrique Amorim