Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Pesquisas põem PSDB em desespero; Veja tenta última cartada


A previsível subida de Dilma nas pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas no fim da tarde de quinta-feira 23 se fez acompanhar de indícios de que o PSDB e a parcela mais engajada de seu eleitorado – inclusive uma boa parcela que milita nos grandes meios de comunicação – podem se recusar a aceitar um resultado das urnas que não seja o que desejam.


Enquanto colunistas tucanos como Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli já falam em derrubar Dilma no segundo mandato, Veja antecipou em dois dias a capa de sua edição que só deve sair no próximo sábado para tentar contaminar a tempo a parcela do eleitorado que ainda não se decidiu ou que for mais suscetível a manipulações de última hora.
Detalhe: Magnoli publica seu artigo golpista no site de um “Clube Militar” e Azevedo diz, em seu texto não menos golpista, a seguinte pérola:
“(…) Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro, DEVEMOS RECORRER ÀS LEIS DA DEMOCRACIA — não a revoluções e a golpes — para impedir que governe”
Azevedo sugere que a oposição tentará pedir o impeachment de Dilma com base em suposta declaração de um meliante. Já Magnoli afirma que, mesmo vencendo a eleição, Dilma não terá “legitimidade para governar”.
Quanto a Veja, o de sempre: sem provas, acusa a presidente da República e o ex-presidente Lula de saberem de um suposto esquema de desvio de dinheiro na Petrobrás. É a última cartada.
A teoria de Veja é a seguinte: como a eleição supostamente estaria “apertada”, qualquer denúncia que não puder ser rebatida a tempo por Dilma pode levar os mais suscetíveis a mudar de voto.
Paralelamente, o centro de São Paulo viu ocorrer no mesmo dia agressão odiosa de militantes do PSDB contra militantes do PT. Parte de um grupo de 500 militantes tucanos invadiu uma manifestação de cerca de 50 petistas no centro da capital e os agrediu. Os petistas reagiram e foi necessária intervenção da Polícia Civil para separar os contendores.
Como se vê, vencer a eleição nem chega a ser o maior problema de Dilma, que, apesar da tentativa desesperada da Veja, dificilmente será derrotada com ou sem a denúncia irresponsável da revista, que espera que a presidente e seu padrinho político sejam condenados preliminarmente, sem apelação, de preferência até o próximo domingo.
Não vai rolar.
Mas o que se percebe é que a campanha eleitoral deixará cicatrizes. O PSDB não vai querer conversa. Se a mídia vai entrar na dos tucanos e participar de uma tentativa de sabotar o segundo governo de Dilma ao ponto de provocar seu impeachment, como sugere Reinaldo Azevedo, é outra história.
A impressão que se tem é de que alguns veículos já buscam se dissociar do extremismo da Veja e do próprio PSDB, que parece achar que pode ganhar a eleição se gritar bastante.
Seja como for, alguém deveria dizer a Azevedos, Magnolis, Vejas e Aécios que o Brasil é uma democracia e, em democracias, cara feia de perdedores de eleição é fome. Essa gente aproveitaria melhor seu tempo se começasse a planejar já alguma estratégia para 2018 que convença este povo a lhe dar nova chance de governar o Brasil.

Próxima capa da Revista Veja irá abalar a confiança da militância Dilmolulopetista. Isso se der tempo .... Se São Serapião de Sum Paulu ajudar

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Advogado de doleiro trabalhava para tucano Richa Da Sanepar ao juiz Moro

O advogado  Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Yousseff, foi conselheiro da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). O estado é governado por Beto Richa (PSDB), reeleito para o cargo neste ano. É o que aponta ata de reunião da empresa em 2012, disponível no site da companhia.

Youssef foi preso em março pela Polícia Federal , acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Ele está preso em Curitiba. 

Link: http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/investidoresarquivos/29032012-ata-da-2a2012-reuniao-extraordinaria-do-cad_2012-03-29.pdf











!



Em tempo:
 a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA.


Em tempo 2: Figueiredo Basto já advogou para Beto Richa e contra prefeitura de Curitiba ao mesmo tempo:

ADVOGADO DO PREFEITO BETO RICHA É O MESMO DA CONSTRUTORA IGUATEMI E DE TONY GARCIA



Matéria de Edson Fonseca, site Jornale


O advogado contratado pelo prefeito Beto Richa (PSDB), Antônio Figueiredo Basto, para ingressar com uma ação contra o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) por calúnia e difamação é o mesmo que defende a Iguatemi Construtora de Obras em ação contra a Prefeitura. A construtora pertence à família do ex-presidente do PP de Curitiba Alberto Klaus, que se afastou da direção do partido depois da denúncia de fraudes nas licitações envolvendo a empresa e a Prefeitura.


Três meses depois das denúncias, a prefeitura suspendeu os contratos e os pagamentos da Iguatemi e a Catedral Construções. Alberto Klaus contratou Figueiredo Basto, encarregado de cobrar judicialmente da Prefeitura os valores referentes aos serviços prestados e impugnar a decisão judicial que suspendeu os contratos. Basto, classificou o rompimento dos contratos como decisão política. “É uma decisão estritamente política para atender aos anseios da mídia”, afirmou o advogado à época.


Algumas informações deram conta que a indicação de Figueiredo Basto a Beto Richa teria se dado por intermédio do empresário e ex-deputado Tony Garcia, amigo pessoal do prefeito. Garcia, no entanto, nega que tenha indicado o advogado, que também o representou em algumas ações. Alberto Klaus era dirigente do PP na ocasião em que Tony Garcia concorreu ao Senado e seu partido faz parte da base de apoio do prefeito Beto Richa desde o primeiro mandato. Procurado pela reportagem, o advogado Figueiredo Basto não retornou as ligações.


Para o deputado Fabio Camargo, a artilharia do prefeito voltou-se contra ele depois que “a tentativa de envolver o senador Álvaro Dias como autor da denúncia resultou em um grande pito da direção nacional do PSDB”. “Depois disso tentaram também envolver o governador Requião, o que também não colou. Agora estão tentando ir contra mim. Só que não sou eu quem está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e o Nurce”, afirmou o deputado.


Camargo diz ainda que a questão está sendo mal conduzida pelo gabinete de crise do prefeito. “Em vez de contratar um advogado para me acusar, deveriam contratar um advogado para se defender. O prefeito não tem que tentar encontrar o culpado pela denúncia e sim explicar para a população as atividades do Comitê Lealdade e outros comitês durante a campanha”, afirma o deputado. “Dessa vez, queira ou não queira, o mau menino não sou eu”,completou.


Este imbróglio todo envolvendo a suposta indicação do advogado Figueiredo Basto para defender o Prefeito Beto Richa, através de Tony Garcia que nega ter sido o autor de tal referência, reside no fato de a escolha do advogado por parte do prefeito ser incompatível com os interesses da própria Prefeitura de Curitiba. Isto pelo fato de Figueiredo Basto ao estar defendendo Alberto Klaus e a Contrutora Iguatemi, atua neste feito contra os interesses orçamentários da própria Prefeitura de Curitiba.


A pergunta que fica é a seguinte: o fato de o advogado Figueiredo Basto defender a Constutora Iguatemi e o Prefeito Beto Richa ao mesmo tempo, não poderia em tese, promover um conflito de interesses entre ambas as partes?


Ou, a demanda da Prefeitura de Curitiba com a Construtora Iguatemi seria apenas “jogo de cena”? Com a palavra,mm o Ministério Publico.

Jornal distribuído no metrô de SP ironiza apoio de nordestinos a Dilma



Em tese, se um jornal paulista da capital publica na capa as fotos de dois candidatos à Presidência da República e faz montagem na foto de um deles com uma intenção bastante óbvia de vinculá-lo ao Nordeste, só pode estar querendo ajudar esse candidato. São Paulo é um Estado repleto de nordestinos ou descendentes de nordestinos…


Porém, há anos que os paulistas vêm sendo acusados de preconceito contra nordestinos por conta de uma parcela de sua população que não faz a menor questão de esconder verdadeira ojeriza que tem ao povo do Nordeste, tanto no que diz respeito à cultura da região quanto ao fato de haver mais nordestinos negros do que brancos.
Episódios recentíssimos de manifestação de preconceito em redes sociais contra o povo do Nordeste por votar majoritariamente em Dilma acabaram mostrando que a grande maioria dessas agressões partiram de paulistas, sejam da capital ou do interior de São Paulo.
Por esse ângulo, a capa do jornal gratuito Metro News, em sua edição de 22 de outubro, induz a crer que a intenção na montagem que o leitor vê no alto da página pode não ter sido a de favorecer a presidente da República ao associá-la ao povo nordestino, já que acusações de que paulistas e paulistanos (Metrô News é da capital) repudiam esse povo são comuns.
Só para lembrar: a mais notória condenação de alguém por crime de preconceito contra nordestinos foi de uma jovem estudante de Direito de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Em 2010, ela pregou no Twitter que matassem os nordestinos que votaram em Dilma e os “culpou” pela primeira eleição da atual presidente da República.
Para entender melhor a intenção do jornal haveria que, para começar, ler as páginas seguintes, apesar de, por estarmos em período eleitoral, ser vetado que um impresso distribuído gratuitamente em um aparelho do Estado controlado pelo partido do adversário de Dilma, tomasse partido desse adversário.
Na terceira página do jornal, duas matérias sobre o confronto Dilma/Aécio: a primeira, “Dilma Caminha com Mulheres”; a segunda, “Aécio contesta Datafolha”.
A matéria sobre Aécio dispensa comentários; o título diz tudo. A matéria sobre Dilma, apesar do título simpático, diz que ela “critica” e “acusa” Aécio, quem, na matéria sobre si, aparece vitimizando-se, dizendo-se prejudicado por pesquisas inidôneas que o colocam atrás da adversária nas intenções de voto da corrida sucessória.
Na quarta página, mais duas matérias: a primeira, “Ataques mútuos e propostas”, continua na linha de mostrar Dilma como agressora de Aécio; a segunda, “Pesquisa não indica desidratação de Aécio”. Abaixo, reprodução da matéria do Estadão republicada no jornal gratuito.
O jornal distribuído gratuitamente no metrô de São Paulo costuma publicar textos críticos ao PT e favoráveis ao PSDB, sobretudo ao governo Geraldo Alckmin, que controla o Metrô.
Abaixo, mais algumas capas do Metrô News



A ÚLTIMA BAIXARIA DE VEJA: "DILMA SABIA DE TUDO"

Manifestação tucana: “Minhas filhas são loiras. Elas não votam na Dilma”


Eduguim


No dia 22 de outubro de 2014, em São Paulo, no Largo da Batata, a campanha de Aécio Neves promoveu uma manifestação de apoio à sua candidatura presidencial.
Leitor que prefere não se identificar passou pelo local e assistiu a uma cena triste, mas indicativa do clima de ódio e preconceito que tomou parcela do povo paulistano.
O senhor “distinto”, cabelos brancos, meia idade, para seu carrão importado junto aos manifestantes que já vinham chegando. Junto com ele, descem três moças muito brancas e loiras.
Segundo relato do leitor, as pessoas que ali estavam pareciam conhecer o homem e as moças loiras. Em meio aos cumprimentos, o homem deu uma declaração patética e revoltante:
“Olhem minhas filhas. São lindas e loiras. Vocês acham que elas votam na Dilma”?
O vídeo abaixo é resposta de uma filha linda e loira ao eleitor de Aécio. Trata-se da filha deste blogueiro, Gabriela. À diferença daquelas moças, não foi criada por um idiota.




///////

O MANOBRISTA E A PASSEATA DO FHC


“Você viu algum preto aí? E pobres?”

  
No El País Brasil:

“TROQUEI MEU SAGRADO HAPPY HOUR PELO AÉCIO NEVES”


(…)


Mais tarde, durante a caminhada pela avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos centros financeiros paulistanos, um manobrista negro chamou o repórter e desenvolveu o seguinte diálogo.


- Ei, você que está anotando tudo da passeata. Viu algum preto aí?


- Poucos. Quase nenhum.


- E pobres?


- Não sei te dizer.


- Pobres têm um monte. Estão todos ali, esperando o ônibus enquanto nossos patrões fecham o trânsito.


(…)



Leia mais:

FHC, CADÊ O POVO ? CADÊ OS NEGROS DA TUA PASSEATA ?


BOLSA DESABA COM DATACAF: 49 A 40 !


DESEMPREGO DE 4,9% É RECORD ! BYE-BYE, AECÍNICO !


Por que Aécio encolhe? Porque é muito pequeno, mesmo

ralo

Aécio Neves começou o segundo turno das eleições, há apenas três semanas, menos até,  como favorito.

Seu resultado, no primeiro turno, surpreendeu, menos pelos votos que atingiu – semelhantes aos de Serra, em 2010 – mas pelo inesperado de alcançá-los depois, segundo as pesquisas, de patinar numa faixa muito abaixo deles e o terem mostrado fora do segundo turno.

Também era evidente que, pelo ódio a Dilma e Lula  que mal consegue esconder, Marina iria apoiá-lo e poderia, em outras condições, levar a ele a maioria de seus votos.

Mais inesperado, talvez só para quem estivesse distante da política local, como eu, foi o apoio da viúva de Eduardo Campos. As origens da família, a simpatia pessoal e a carga de dor familiar nos fizeram crer, erradamente, que garantidas as posições do grupo do ex-governador e dada a preferência dos pernambucanos por Lula, a família fosse recolher-se no segundo turno. Não sou capaz de compreender que argumentos soaram para leva-los a expor o prestígio recém-reafirmado no Estado.

Além do mais, os cuidados que a mídia tinha com ele e Marina – protegendo-os enquanto despejava uma inacreditável campanha de desmoralização do Governo, apoiada em criminosos que dele haviam sido expelidos – agora seriam só seus.

Então, o que fez, em exíguos 17 dias, Aécio decair a esta situação deplorável, onde consegue exalar o cheiro de derrota em imagens, palavras e gestos, cada vez mais agressivos?

É simples: o seu tamanho pessoal ou o que Leonel Brizola chamaria de “luz própria”.

Mesmo tendo presidido a Câmara dos Deputados, governado o segundo maior Estado da Federação e sido eleito, sem contestação possível, senador pelos mineiros, Aécio Jamais foi um líder.
Foi apenas um chefe de máquina política, uma versão “playboy” das velhas oligarquias interioranas. Ou o que em tempos antigos, chamaríamos de “herdeiro perdulário”.

Não fosse sua pequenez, Aécio teria feito o que só ele poderia fazer na passagem para o segundo turno: apresentar-se como o “pacificador”, o candidato que se propunha a encerrar a temporada de ódios que marca o processo político brasileiro, reconhecido os erros do tucanato, anunciado a abertura de uma nova etapa da política, menos feroz, mais humana, menos “mercadista”…

Digamos que um pós-neoliberalismo, reconhecendo que o Estado não podia nem ser ausente nem mero provedor de lucros financeiros.

A despolitização que os governos de esquerda, por tibieza e excesso de pruridos “republicanos”, deixaram crescer, sem reação, numa sociedade que não progrediu senão por suas próprias políticas, convenhamos, abriu espaço para a eleição de um governante conservador “light”.

Um nome novo para a direita, para “recomeçar” e não para negar.

Em lugar de demonizar os adversários,  um conservador  “light” ter-lhes-ia feito acenos, chamado à razão, dito que não prescindia deles e, até, que gostaria de contar, em seu governo, com a colaboração de Lula, que se tornou mundialmente um símbolo do Brasil.

Não pôde florescer um “Aecinho Paz e Amor” a partir do dia 6 de outubro por duas essenciais razões.

A primeira é a fraqueza pessoal do personagem, que é pífio.

Reconheçamos: como político e administrador, José Serra está a anos luz à frente de Aécio. Tem uma trajetória – desviada, errada, traidora de quem foi, não importa – construída por seus próprios pés.

Foi candidato a presidente duas vezes em condições dificílimas: no final do desastre de Fernando Henrique e no boom de crescimento do país em 2010.

Só deixou o oceano de ódio que habita sua alma mesquinha fluir naquelas eleições porque não poderia ser diferente.

Para Aécio, sim, havia outra opção.

A segunda razão foi o ódio.

E ele não tinha, até o início da campanha eleitoral, o estigma de pecados mortais em sua testa. Conversas sobre seus hábitos pessoais, um suposto “barraco” numa festa animada, pequenas falcatruas comuns aos políticos, o que mais?  Nada que o tempo e a missão não pudessem sublimar nos deslizes da juventude de quem amadurece e tem uma missão para si.

Mas Aécio resolver ser o que não foi na carreira política – embora tenha sido na vida pessoal : um “coxinha” elitista e agressivo, uma espécie de (já não tão) jovem  pit-bull  da direita e marcar a si mesmo com o ferro em brasa da volta ao passado, ao escolher como símbolo de seus planos o capataz do desastre econômico do final da era FHC.

O dedo em riste não era um acaso: sua campanha era apontar os males alheios, sem ter o bem para mostrar.
Seu discurso era o do terror e do medo e da falsificação simplória: o desemprego (o menor da história brasileira, confirmado hoje pelo IBGE), a inflação (ora, ora, ora, como se não tivéssemos tido piores e muito, com o PSDB) e a estagnação da economia…

Faltou-lhe, que sabe, um padre bem mineiro que lhe dissesse: “meu filho, o Paraíso é lindo, mas ninguém se atira do precipício por achar que vai pra lá, tirando a turma do Jim Jones
Mas Aécio, não tem juízo e, sobretudo, não tem um caráter que lhe permita isso.

Quis ser o porta-voz do ódio e o ódio tirou-lhe qualquer razão, exceto para os que não precisam de razões, tanto é o ódio que lhes possui.

Seu comportamento e seus modos agressivos e carregados de valentia podem fazer algum sucesso nos meios “mauricinhos e patricinhas” mas ninguém quer ter um pit-bull em casa, como genro.

Agora, ao se fazer de “vítima” de agressões, depois dos seus arroubos de “machão”, só o que consegue transmitir é falsidade e fraqueza.

Não se culpe marqueteiro ou estrategistas pelo desastre de Aécio.

Ele está sendo derrubado por seu próprio nanismo político.

Aécio deu no que deu porque não tinha tamanho para dar em outra coisa.

Neoliberalismo século XXI?

Emir Sader


 

 

 

 

 

 

 

 

 

O neoliberalismo do século XX foi uma tragédia. Um neoliberalismo do século XXI seria uma nova tragédia e uma farsa.

por Emir Sader

O neoliberalismo surgiu com o diagnóstico de que a economia capitalista deixava de crescer por excesso de regulamentações. “O Estado não é uma solução, é o problema”, não se cansou de proclamar Ronald Reagan. O que seria problema no Estado seria o excesso de limitações à livre circulação do capital. Liberado desses entraves, o capital voltaria a investir, a economia a crescer e todos voltariam a ganhar.

Porem Marx dizia que o capital não está feito para produzir, mas para acumular. Se ele ganha mais na especulação do que na produção, ele se transfere maciçamente para a especulação. Que foi o que aconteceu em escala mundial, fazendo do capital financeiro, na sua forma especulativa, o setor hegemônico no capitalismo, conforme o modelo neoliberal foi se impondo em escala mundial.

Na América Latina, a crítica ao Estado – que abre caminho para o neoliberalismo – se fez em torno da inflação. Ela foi transformada no problema central das nossas sociedades pela propaganda neoliberal, valendo-se de que a crise da dívida de final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, acelerou os desequilíbrios econômicos e, com eles, a inflação.

As candidaturas e os governos providenciais que se valiam do combate à inflação voltaram todas suas baterias contra o Estado porque afinal de contas é o Estado quem, com as contas desequilibradas, gasta mais do que arrecada e emite mais moeda do que a criação de riqueza, gerando inflação. Terminar com a inflação a todo custo levou a Carlos Menem, depois de crises de hiperinflação, a decretar a paridade entre o peso e o dólar, como se fosse possível fazê-lo por decreto. Se estancava a hemorragia, mas ao preço de terminar com a vida do paciente, que foi o que aconteceu com a mais grave crise a historia argentina, entre 2001 e 2002, quando explodiu a paridade e o país se viu jogado na miséria.

FHC subiu nessa onda, com seu Plano Real, que lhe permitiu se eleger e reeleger como presidente do combate à inflação. Ele usava um mote com raízes na realidade: a inflação é um imposto aos pobres que, quanto mais avança o mês, mais perdem seu poder aquisitivo, enquanto outros setores se defendem o até ganham com a inflação. E esta havia realmente ficado fora de controle, sem chegar à hiperinflação pelos mecanismos de indexação que existiam na economia brasileira.

Daí veio o sucesso do governo de FHC, sua eleição e reeleição. Porém, nao distribuiu renda, promoveu a desigualdade e a exclusão social, levou à quebra da economia brasileira, transferindo a inflação para dívida pública, que aumentou mais de 10 vezes no seu governo. Assinou três leoninos acordos com o FMI, com todas suas implicações econômicas e sociais, jogando o país numa estagnação profunda e prolongada, de que só saímos no governo Lula.

Este não apenas conseguiu retomar o crescimento econômico, como o fez com distribuição de renda e saída dos endividamentos com o FMI. Se FHC já havia sido derrotado pela incapacidade de eleger seu sucessor, a consagração do modelo levado a cabo por Lula fez da imagem de FHC uma das mais desgastadas no país.

Como é possível que agora o Brasil esteja sob o risco de um novo ciclo neoliberal? Sem ir às discussões dos erros do governo e da esquerda em geral – incluindo os movimentos do campo popular -, é preciso destacar a monstruosa campanha que a mídia monopolista privada desenvolve contra o governo há anos, preparando um cenário como o atual.

Para criar um clima que necessitaria soluções neoliberais – como corte dos salários, elevação do desemprego, redução a um mínimo dos bancos públicos, duro ajuste fiscal – foi necessário criar um pais fictício, em que a inflação de 6% ao ano foi tornada um clichê de “descontrole inflacionário”. Sem este mote seria impossível elaborar o programa de ajuste da direita. Associado ao diagnóstico absurdo de que seria um salario mínimo alto que brecaria a retomada da expansão, fica pronto o cenário para as medidas impopulares que Aécio anuncia.

Da primeira vez, no governo FHC, o neoliberalismo foi uma tragédia. Desta vez seria uma farsa, porque nem sequer o descontrole inflacionário existe. Foi em nome dele que FHC fez os ajustes que levaram ao Estado mínimo, às privatizações, à abertura escancarada da economia ao mercado internacional, a precarização das relações de trabalho, entre outras medidas antipopulares. Agora, nem sequer o detonante – o descontrole inflacionário – existe. Seriam medidas tomadas a frio, contra os salários, contra o nível de emprego, contra os bancos públicos, contra o papel regulador do Estado, contra a política externa soberana, contra a exploração do pré-sal pelos e para os brasileiros.

A crise profunda e prolongada da economia na Europa, no EUA, no Japão ou, aqui mesmo, a situação catastrófica do México, confirmam o que o neoliberalismo pode prometer para os países no século XXI.

O neoliberalismo do século XX foi uma tragédia. Um neoliberalismo do século XXI seria uma nova tragédia e uma farsa.