Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O senhorio de Marina no apê de São Paulo. Ele tem quem o defenda. É Brilhante, e Ustra.

dovalle
Folha de S. Paulo publica matéria dizendo que Marina Silva vive em São Paulo, desde o início do ano, no apartamento do empresário Carlos Henrique Ribeiro do Valle,  com o qual a candidata diz “não manter relacionamento pessoal”, embora ele se diga  ”mais próximo do pessoal da Marina” do que de Eduardo Campos, a quem diz que o imóvel estava “doado” para a campanha, com valor estimado de R$ 9.300.
Se a Folha tivesse procurado um pouco mais ia ver que este personagem não é um camarada de classe média que resolveu “não desistir do Brasil”.
Quem sabe não contratam este pobre redator aqui para dar um “molho”  nestas matérias?
A distribuidora dele e a rede de postos não são brincadeira, não : sua empresa, a Petronac, é uma das maiores do mercado, com mais de 600 clientes e algumas questões com a União.
Onde seu advogado é Octavio Teixeira Brilhante Ustra.  Brilhante Ustra… Será que é parente do Brilhante Ustra da tortura?
Mas o senhorio de Marina é boa gente.
Foi um dos convidados vip da “festinha aeronáutica” promovida em 2004 pela Camargo Correa, onde se montaram estandes para comprar e vender aviões.
E onde a Veja registra as impressões de Ribeiro do Valle, o cara “próximo do pessoal da Marina”:
“Avião é a minha caminhonete”, diz o pecuarista Carlos Eduardo Ribeiro do Valle, que também tem um Skylane. Dono de fazendas em Mato Grosso e no Pará, com um barco de pesca no Araguaia, ele igualmente se empolgou com o Cirrus. “Eu vou comprar esse daí. O avião tem um pára-quedas acoplado. Se houver algum problema, é só apertar um botão e a gente é ejetado para fora”, diz ele, que sobreviveu a um acidente de avião. “Olhe, avião é coisa simples, é modo de vida, não é frescura. É necessidade.”
A paixão por dinheiro e aviões foi passada hereditariamente.
Na matéria, diz-se que Ribeiro do Valle tem dois filhos. Um, operador em Wall Street, “pilota planadores quando vai para os Hamptons, o balneário elegante dos nova-iorquinos”, diz a Veja.
O outro, Carlos Eduardo Ribeiro do Valle Filho, é dono de uma empresa de táxi aéreo e gastou R$ 600 mil para gravar um CD como cantor sertanejo. Cadu é casado com Gigi, neta de Sebastião Camargo, fundador da empreiteira festeira.
É dele a foto que ilustra o post, publicada pela Veja São Paulo.
O amor é lindo!

Marcio Pochmann: “Propostas de Marina são mais neoliberais que as do PSDB”


Após a má repercussão de várias propostas de Marina Silva, ela recuou da maioria. Recuou do recuo sobre os homossexuais, recuou sobre abandonar o pré-sal, mas, até o momento, não recuou da “autonomia do Banco Central”, que a grande maioria dos brasileiros não sabe o que é e, por isso, não sabe o desastre que significaria.
Trocando em miúdos, um Banco Central independente significa aumentos dos juros muito maiores do que os que ocorrem hoje e, o que é pior, significa o virtual abandono de instrumentos menos perniciosos de combate à inflação.
Um Banco Central independente significaria que instrumentos de combate à inflação como desoneração de impostos ou importações de produtos que estejam em falta – e que, por estarem em falta, sobem de preço – dariam lugar à pura e simples elevação dos juros ao consumidor, política econômica que, usada sem parcimônia, gera desemprego e recessão.
Diante disso, o Blog pediu ao economista e ex-presidente do Ipea Marcio Pochmann que analisasse alguns pontos do plano de governo de Marina Silva que dizem respeito à economia.
Sobre Pochmann, ele se formou em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluiu pós-graduação em Ciências Políticas e foi supervisor do Escritório Regional do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Distrito Federal, além de docente na Universidade Católica de Brasília.
Também tem doutorado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), foi pesquisador visitante em universidades de França, Itália e Inglaterra, atuou como consultor no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e no Dieese.
No plano internacional, foi consultor em diferentes organismos multilaterais das Nações Unidas, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Pochmann dirigiu a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do governo da prefeita Marta Suplicy em São Paulo e, a partir de 2007, passou a exercer a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Nas eleições 2012, Pochmann foi o candidato do PT à Prefeitura de Campinas, mas não se elegeu.
Confira, abaixo, trechos da entrevista.
*
Blog da Cidadania – Recentemente, a candidata a presidente Marina Silva propôs independência total para o Banco Central. Como você vê essa proposta?
Marcio Pochmann – Bem, essa proposição existe há muito tempo no Brasil e, de maneira geral, ainda não havia sido levada para debate em uma campanha eleitoral. Entendo que a independência do Banco Central pode representar um retrocesso na democracia brasileira porque o órgão passaria a ser um aparelho do Estado não mais submetido à aprovação ou à votação popular, significando que os setores que são diretamente subordinados à atuação do Banco Central sejam eles os próprios a exercer o poder de forma independente naquilo que é quase central na política monetária, na política macroeconômica, que é o papel do Banco Central.
Blog da Cidadania – Você acredita que com um Banco Central independente o país passaria a combater a inflação usando aumento dos juros preferencialmente, antes de qualquer outro instrumento, como importações, desoneração fiscal da cadeia produtiva etc.?
Marcio Pochmann – De fato, essa independência significaria o estabelecimento de um poder paralelo na política macroeconômica. Nos Estados Unidos, por exemplo, o banco central tem um papel mais amplo do que apenas perseguir a estabilidade monetária. Nos Estados Unidos, o Banco Central tem um papel de perseguir tanto a estabilidade monetária quanto um melhor nível de atividade econômica e do nível de emprego. Nas circunstâncias brasileiras, você retiraria da administração pública ou do Poder Executivo a capacidade de gerir tanto a política monetária [taxa de juros] quanto a política cambial [a relação do real com outras moedas, sobretudo o dólar] e a política fiscal [aumento ou diminuição de impostos]. Portanto, você reduziria o poder do presidente, que é submetido à validação popular, dando esse poder a um setor que não tem nenhum compromisso com a democracia [o mercado financeiro].
Blog da Cidadania – Você acha que a política econômica que seria adotada por Marina Silva, caso fosse eleita, está clara no programa de governo que ela apresentou?
Marcio Pochmann – O programa de governo de Marina tem mais de 40 páginas e sobre vários pontos. Na parte econômica, o que fica claro é um neoliberalismo, uma terceirização de parte das atribuições do Poder Executivo. E não só na questão do Banco Central. No caso da política fiscal, o que diz esse programa de governo é grave porque se cria um “conselho de representantes” que retira do secretário do Tesouro Nacional e, portanto, do ministro da Fazenda a capacidade de fazer política fiscal e política cambial, deixando a taxa de câmbio submetida à vontade do mercado financeiro. É, indiscutivelmente, terceirização da gestão da economia.
Blog da Cidadania – Como você vê a posição manifestada por Marina Silva em relação ao pré-sal, que retira importância da exploração dessa riqueza?
Marcio Pochmann – Ela faz uma confusão entre a busca permanente e necessária da sustentabilidade ambiental e a capacidade do país de utilizar um recurso limitado que é o petróleo, esquecendo que a humanidade ainda não tem alternativa plena a essa fonte de energia, ainda que existam promessas nessa área. Abandonar a exploração do pré-sal significaria um grave retrocesso e uma brutal redução da atividade econômica no país.
Blog da Cidadania – Você concorda com a premissa de que Marina Silva é de esquerda?
Marcio Pochmann – Ela é uma mulher de trajetória progressista. Sempre foi vista como uma batalhadora, uma mulher corajosa, mas, obviamente, não se pode avaliar o governo que faria, com os aliados que tem e com os acordos que fez, a partir da sua trajetória pessoal.
Blog da Cidadania – Como você vê a frase “Marina tem uma trajetória de esquerda, mas seu programa de governo é de direita”?
Marcio Pochmann – No que diz respeito às propostas do programa de governo de Marina para a economia, elas são de um radicalismo mais neoliberal do que as do PSDB.

MARINA PROPÕE REGRA QUE ATINGE CRÉDITO IMOBILIÁRIO

:
Está na página 61 do programa de governo da candidata do PSB, apurou Paulo Moreira Leite; proposta formal é pelo fim do crédito direcionado; obrigatoriedade vigente de os bancos colocarem à disposição do crédito imobiliário o mínimo de 65% do recursos da caderneta de poupança teria fim, além de mexer em várias outras linhas de financiamento de amplitude social; desde 2002, crédito direcionado subiu de 1,8% do PIB para 8,2%, o que explica o boom de compra de imóveis, especialmente populares, no período; proposta justifica apoio declarado a Marina feito por Roberto Setubal, presidente do banco Itaú, na festa de 90 anos do Unibanco, que ele comprou; programa de governo da candidata foi coordenado pela irmã do banqueiro, Neca Setubal; presidente da Febraban, Murilo Portugal não faria melhor

247 – Programa de governo da candidata Marina Silva, do PSB, página 64. Lá está está o "compromisso" assinado embaixo pela líder das simulações de segundo turno com o fim do "crédito direcionado" dos bancos. Na prática, trata-se de uma medida capaz de bagunçar todo o sistema habitacional popular do País. É que, por crédito direcionado, o que se tem são as obrigações dos bancos, públicos e privados, de destinar porcentuais de seus investimentos para linhas de financiamento previamente estabelecidas. Especialmente, as de amplitude social.
Entre o que se inclui o crédito direcionado está o financiamento imobiliário. Os bancos deixariam de ser obrigado a disponibilizar em crédito imobiliário o equivalente a 65% dos recursos da caderneta de poupança. Poderiam deixar uma parte – ou tudo – dentro de sua Tesouraria, rendendo juros, para citar apenas uma possibilidade.
Por este tipo de promessa, ou, como prefere Marina, "compromisso", ela mereceu declaração entusiasmada de apoio do presidente do banco Itaú, Roberto Setubal. A irmã dele, Neca Setubal, é coordenadora do programa de governo de Marina. Com essa "regrinha", usando o diminutivo que a candidata usou para se referir à sua "empresinha", nem Murilo Portugal faria programa melhor. Como se sabe, o ex-secretário do Tesouro dos tempos de FHC e atual presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febran).
Abaixo, notícia exclusiva do jornalista Paulo Moreira Leite a respeito:
CINCO RAZÕES PARA TANTAS RISADAS
por Paulo Moreira Leite
Num país onde os bons humoristas se aposentaram, mudaram de profissão ou foram desta para melhor, imagino que os banqueiros não devem lembrar-se de nenhum momento mais adequado para dar boas bargalhadas de felicidade como a campanha de 2014.
Vejo cinco razões principais.
A primeira é que Marina Silva, sua candidata a presidente está em boa posição nas pesquisas eleitorais e tem boas chances de vencer a eleição num país que hospeda a 7a. maior economia do planeta. Só isso já seria um motivo de alegria, considerando que nos últimos 12 anos.
Abaixo: PML
Num país onde os bons humoristas se aposentaram, mudaram de profissão ou foram desta para melhor, imagino que os banqueiros não devem lembrar-se de nenhum momento mais adequado par dar boas bargalhadas de felicidade como a campanha de 2014.
Vejo cinco razões principais.
A primeira é que Marina Silva, sua candidata a presidente está em boa posição nas pesquisas eleitorais e tem boas chances de vencer a eleição num país que hospeda a 7a. maior economia do planeta. Só isso já seria um motivo de alegria, considerando que nos últimos 12 anos o país atravessou o mais amplo programa de distribuição de renda de sua história e as taxas de juros, ainda que estejam em patamares convenientes para o rentismo, se encontram no patamar mais baixo em duas décadas.
Depois de refugar um pouco, a candidata já disse que apoia a autonomia do banco entral, uma barbaridade do Estado mínimo que saiu de moda depois de 2008, quando a maior crise em 80 anos mostrou que o emprego do cidadão comum e o futuro das famílias são questões sérias demais para ficar nas mãos dos banqueiros.
A segunda razão é que ninguém percebeu qual é o verdadeiro plano da candidata para os bancos brasileiros. Quem chegar a pagina 61 do programa de Marina Silva vai descobrir. Claro que ela fala em reduzir impostos e prometer outras faciliades há muito reclamadas por aquele pessoal que, no início dos século passado, usava fraque e cartola para ir ao trabalho. Mas isso não é o principal. Ela quer acabar com o crédito direcionado, em nome, claro, da necessidade de livrar a economia de entraves burocráticos que ninguém sabe para que servem mas condena mesmo assim porque é bonito falar essas coisas.
Crédito direcionado é aquela parte dos depósitos bancários que deve ter uma finalidade social. Não podem ser emprestados pela máxima taxa de juros que o banco conseguir arrancar de seu cliente. Deve ser oferecido a juro mais barato e ser empregado para investimentos de reconhecido valor para a sociedade. Por exemplo: 65% dos recursos da poupança não podem ser gastos à vontade pelo banco, mas usados para o crédito imobiliário. Com o fim do credito direcionado, chegamos ao regime de farra total. É por isso que a turma não pára de rir. Só para você ter uma ideia. Em 2008, quando a crise mundial explodiu, nosso crédito direcionado atingia a módica quantia de 1,8% do PIB. Em 2013, o volume era de 8,2% do PIB. O que se passou entre um número e outro foi o Minha Casa Minha Vida que, neste período, entregou e contratou perto de 3,5 milhões de casas para a população de baixa renda.
O quarto motivo para rir é que, mesmo acabando com o credito direcionado, a campanha de Marina Silva fala em aumentar o Minha Casa Minha Vida para 4,4 milhões. Quer nos fazer acreditar que será possivel cortar a principal fonte de recursos baratos e aumentar os gastos em 50%.
Essa é a verdadeira anedota: como todo governo com um programa onde as contas não fecham e os meios não concordam com os fins, seu destino é o fracasso. Mas aí, riem os banqueiros, os votos já foram contados e será tarde demais.

Marina pode ter sido uma aposta errada da direita

reina

Terça-feira, bem antes que as pesquisas Ibope e Datafolha registrassem – até os analistas conservadores concordam – a desaceleração e até o que, talvez, seja o início do declínio da “onda Marina”, este blog registrou que começava a surgir um “voto contra as trevas”.

E surgia como fruto da “overdose” de fundamentalismo religioso e neoliberalismo econômico assumidos pela neocandidata do PSB.


Não se descarte que isso possa crescer ao ponto de se tornar um estigma sobre Marina Silva.

Porque Marina,  personagens de Maquiavel, está “na dependência exclusiva da vontade e boa fortuna de quem lhes propiciou o Estado, isto é, de duas coisas extremamente volúveis e instáveis.”

Assim foi na eleição de 2010, quando se lhe atribuiu – e ela cumpriu – o papel de evitar a vitória de Lula, com Dilma, no primeiro turno, num momento de grande prosperidade econômica e imenso prestígio pessoal do então Presidente.

Nas eleições de 2014, tal papel foi atribuído a Eduardo Campos, outro disposto a assumir, por ambição, o papel de dissidente do bloco lulista.

Eduardo não representava a Aécio – como em 2010 Marina não representava a Serra – um perigo real.
A reviravolta do acaso e a megaexposição midiática da “sobrevivente da tragédia”, porém, catapultou Marina com uma força incontrolável.

Agora, em lugar de levar o candidato da direita convencional ao segundo turno, a “terceira via” eliminou-o.
Marina matou eleitoralmente Aécio Neves, hoje reduzido ao papel de desorientado coadjuvante, que tem de desmentir todos os dias sua renúncia.

Em princípio, cumpria-se apenas o diagnóstico de Maquiavel: “notando os grandes que não podem resistir ao povo, iniciam a criar a reputação de um de seus elementos e o tornam príncipe, para poder à sua sombra, satisfazer os seus apetites.”

Mas Marina não é a  mesma coisa como elemento diversionista e como perspectiva real de poder.

Parte da elite brasileira, ainda que a reconheça como um instrumento para derrotar Lula e Dilma, começa a refluir de seu entusiasmo inicial com alguém que pode realizar este seu sonho de 12 anos.

Mesmo exibindo o Banco Itaú e uma vitrine de economistas neoliberais como “garantia” de suas “boas intenções” em relação ao “mercado”  ela é um personagem fraco e inconfiável.

Fraco, porque,  como escreve o clássico florentino, “nada é mais instável do que a fama de poder de um príncipe quando não está apoiada na própria força”.

Inconfiável, porque a fome de poder de um ambicioso jamais lhe sacia e se lhe trai em cada gesto.

Marina, que sequer conseguiu organizar a sua Rede, reorganizará a direita neste país?

Ou, como outros personagens da história e ela própria, em sua trajetória, cuidará de seu próprio fanatismo por si mesma?

A tese do “qualquer um” lançada por Fernando Henrique Cardoso não esperava que “qualquer um” fosse ela.

Programa econômico de Marina vem sendo gestado com banqueiros desde 2010

Helena Sthephanowitz

Brasil de Fato

As relações da candidata Marina Silva (PSB) com banqueiros vão muito além da família Setúbal, do banco Itaú. O tesoureiro de campanha de Marina é Álvaro de Souza, ex-presidente do Citibank no Brasil, ex-vice presidente mundial e para a América Latina do Citigroup. Chegou a ser um dos sete principais executivos do banco estadunidense. Ocupou esses cargos entre 1993 e 2001, época de ouro da privataria tucana no Brasil, quando o Citibank tinha parcerias nas privatizações brasileiras, com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas.

Souza já foi tesoureiro de Marina em 2010, retratado em uma reportagem na revista IstoÉ daquele ano como “O banqueiro de Marina”. A reportagem afirmava que ele intermediava encontros da candidata na Bolsa de Valores, com financiadores de campanha e com investidores estrangeiros em Nova York. Ainda de acordo com a publicação, o banqueiro confidenciava a colegas de campanha a surpresa com a boa receptividade da candidata entre as elites econômicas.

Como se vê, a construção do programa econômico neoliberal de governo de Marina Silva, prevendo Estado mínimo, rendição incondicional ao Consenso de Washington – já fracassado pelo desemprego e empobrecimento do povo – e a desregulamentação radical do mercado financeiro pelo Estado, através de um Banco Central independente, já tem mais de quatro anos de gestação entre banqueiros brasileiros e internacionais e Marina Silva.

Isso explica a adesão incondicional da candidata do PSB ao discurso do mercado financeiro, setor que conspira abertamente contra a reeleição de Dilma Rousseff. E explica a inusitada empolgação que Marina passou a provocar entre especuladores nas Bolsas de Valores. Saiu de campo a “nova política” e entrou o



velho mercado.

Contradições

As contradições de Marina Silva não param de surgir. Em vez de lutar pela reforma política que proíba financiamento eleitoral privado por empresas, Marina, em gesto populista, diz não aceitar doações para a campanha de fabricantes de bebidas alcoólicas, fumo, armas e agrotóxicos. Mas aceita doações de bancos, holdings e sócios que investem em todos estes setores.

O caso de bebidas alcoólicas é o mais curioso, pois o tesoureiro de campanha de Marina, Álvaro de Souza, é membro do conselho de administração da cervejaria Ambev. Também já foi membro do conselho de administração da cervejaria Quilmes. Deixa eu ver se entendi: a fábrica não pode doar, mas quem dirige a fábrica pode arrecadar. Está cada vez mais complicado entender essa “nova política”.

Operação de “compra” de jatinho foi negócio “por fora”. Não aconteceu e não podia acontecer




Dilma à personalista Marina, que rejeitou ser um Collor de xale, ou Janio sem bigode: 'Não querida, eu não comparei pessoas (mas estruturas); não é política do medo, é política da verdade.Sem base no Congresso voce não aprova nada'




cessna
Qualquer colega jornalista pode verificar, no site da Anac, quais são os documentos necessários para que uma empresa transfira  o registro de uma aeronave.

O que é o caso da alegação do PSB de que os usineiros da AF Andrade, de Ribeirão Preto, fizeram aos misteriosos empresários pernambucanos Apolo Vieira Santana e João Paulo Lyra Pessoa de Mello Filho, a venda do Cessna matrícula PR-AFA, que servia à campanha de Eduardo Campos e Marina Silva.

Não há, salvo engano, nenhum processo relativo a esta aeronave em curso na Anac, o que pode ser verificado no sistema eletrônico de acompanhamento de pedidos ao órgão.

Na imagem condensada que se publica ao lado, o último registro de processo relativo ao PR-AFA data de mais de um ano atrás, 13 meses antes da suposta operação de compra.

Não há porque a transferência do registro da aeronave não poderia ser feita, simples assim.

Porque, se aconteceu, seria um “subleasing” – uma sublocação, na linguagem dos mortais como nós, inquilinos ou ex-inquilinos –  que é vedado pela legislação comercial, salvo com a anuência prévia de quem arrenda o bem, no caso a Cessna. Há, inclusive, uma  Resolução (a de  número  2.309 ) do Banco Central que prevê a necessidade expressa de concordância prévia do arrendador.

Quem arrenda é a Cessna e a Cessna não autorizou a transferência da posse do bem.

Sem isso, nem mesmo matrícula válida o aparelho poderia ter, porque isso é exigido pelo Código Aeronáutico Brasileiro, em seu artigo 111.

E o mesmo pelo Sistema de Registro Aeronáutico  Brasileiro, que obriga para o registro de aeronave a apresentação de “termo de anuência do arrendador, no caso de cessão do arrendamento ou subarrendamento”.

Isso se a venda de fato ocorreu e não, como parece, uma operação clandestina para ficar de posse de um avião mediante pagamentos “por fora” e de origem já comprovadamente fraudulenta, com os laranjas que apareceram nessa transação.

Esta operação foi uma maracutaia.

Tão grande e mal-feita que não tem como deixar de explodir, mesmo com a imensa “boa-vontade” da mídia para com os envolvidos nela.

O programa de governo apresentado por Marina Silva diz ser necessário “o fortalecimento dos mecanismos de transparência nas doações para campanhas eleitorais”.

Que tal começar mostrando os documentos relativos a esta doação funesta?
Até porque são públicos, à medida em que têm de ser apresentados às autoridades públicas que registram aeronaves, como os Detrans registram veículos.

Mas não podem fazê-lo.

Seria a confissão de uma fraude.

Plano de Marina tem mais exemplos de Ctrl-C Ctrl-V

:

Surgem novas evidências de que o programa de governo de Marina Silva foi feito de improviso; trechos inteiros do chamado "eixo 3", sobre "Educação, cultura e ciência, Tecnologia e Inovação", foram copiados de um artigo da USP sem citar a fonte e o autor - no caso, o professor Luiz Davidovich - como é comum em casos de plágio; prática é duramente rechaçada pela comunidade acadêmica e demonstra falta de ética; horas depois de divulgar o programa, o PSB retirou o trecho sobre energia nuclear, alegando "erro de revisão"; nessa semana, o candidato do PSDB, Aécio Neves, acusou Marina de plagiar parte do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado por FHC em 2002; "Ela poderia ter pelo menos dado crédito aos autores verdadeiros da proposta e a FHC", disse o tucano 

247 – Vem à tona uma nova evidência de que o programa de governo da presidenciável pelo PSB, Marina Silva, foi feito de improviso. Trechos usados no "eixo 3", sobre "Educação, cultura e ciência, Tecnologia e Inovação", foram copiados na íntegra de um artigo publicado (acesse aqui) pela edição número 89 da Revista da USP (março/maio 2011), sem citar a fonte nem o autor, como é comum em casos de plágio.

O texto original, "De olho no futuro: a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação", foi escrito pelo professor Luiz Davidovich, secretário-geral da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para um Desenvolvimento Sustentável. A prática é duramente rechaçada pela comunidade acadêmica e demonstra falta de ética por parte da candidata e de sua equipe de campanha.

Um dos trechos cita a importância de se apoiar a energia nuclear no Brasil e foi retirado horas depois do lançamento do programa pelo PSB, no último dia 29. Em uma errata, o partido lamentou ter incluído o tema como um dos pontos que merecem atenção para o aperfeiçoamento da matriz energética do País e alegou "erro de revisão" para isso.

Há ainda outros trechos retirados da página 144 do programa de Marina que foram copiados do artigo publicado pela Revista da USP sem citação da fonte. Confira abaixo:

Trecho do plano de governo:

Fortalecer o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e as políticas de CT&I e agrícola com vistas a avançar na sustentabilidade da agricultura brasileira, desenvolvendo, aperfeiçoando e difundindo de forma ampla tecnologias eficientes de produção que conservem o solo, usem de forma eficiente a água, sejam compatíveis com a preservação do meio ambiente e da biodiversidade e permitam o aumento da produção sem expansão significativa da área ocupada.

Trecho do artigo da USP:

• Fortalecer o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária e as políticas de CT&I e agrícola com vistas a avançar na sustentabilidade da agricultura brasileira, desenvolvendo, aperfeiçoando e difundindo de forma ampla tecnologias eficientes de produção que conservem o solo, usem de forma eficiente a água, sejam compatíveis com a preservação do meio ambiente e da biodiversidade, e que permitam o aumento da produção sem expansão significativa da área ocupada.

Trecho do plano de governo:

Consolidar a liderança mundial do país na área de biocombustíveis, adotando para isso – em estreita articulação com o setor produtivo nacional – um vigoroso programa de pesquisa, desenvolvimento, inovação e difusão de tecnologias.

Trecho do artigo:

• Consolidar a liderança mundial do país na área de biocombustíveis durante a próxima década, adotando para isso - em estreita articulação com o setor empresarial nacional - um vigoroso programa de pesquisa, desenvolvimento, inovação e difusão de tecnologias voltado para a produção e o uso de bioenergias.

Trecho plano de governo:

• Avançar na abordagem sistêmica da área de saúde, articulando a política de CT&I com a de saúde propriamente dita e com a política industrial. Destacam-se nessa agenda a necessidade de agilizar a implementação das parcerias com as empresas nacionais; utilizar o poder de compra do Estado para maximizar seus resultados a médio e longo prazos; aperfeiçoar e compatibilizar os regimes normativos da área (especialmente a vigilância sanitária, o acesso à biodiversidade e o intercâmbio de material biológico) e fortalecer a capacidade de realizar testes clínicos no Brasil.

Trecho artigo USP:

• Avançar na abordagem sistêmica da área de saúde, articulando a política de CT&I com a de saúde propriamente dita e com a política industrial. Em particular, utilizar o poder de compra do Estado para maximizar seus resultados no médio e longo prazo e não simplesmente para minimizar os custos imediatos; aperfeiçoar e compatibilizar os regimes normativos da área (especialmente a vigilância sanitária, o acesso à biodiversidade e o intercâmbio de material biológico) e fortalecer a capacidade de realização de testes clínicos no Brasil.

Amiga pessoal de Marina e herdeira do banco Itaú, Neca Setúbal foi a responsável, no grupamento Rede Sustentabilidade, por fazer a interface com o PSB para a feitura do programa de governo da candidata.

"Eduardo leu página por página e fez muitas observações", lembrou Neca sobre a participação dela e do ex-governador Eduardo Campos na confecção do programa de governo.

Nessa semana, o candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, acusou Marina de plagiar parte do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002. "O capítulo do programa de Marina é uma cópia exata do PNDH de FHC. Ela poderia ter pelo menos dado crédito aos autores verdadeiros da proposta e a FHC", disse Aécio. "Não se teve sequer o cuidado de alterar palavras. Isso é apenas mais uma sinalização do improviso, e da enorme contradição que ronda essa candidatura", acrescentou o tucano.

Não deu para o Ibope, e não deu para o Datafolha, também

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A divulgação, hoje, duas horas depois do Ibope, da pesquisa Datafolha, diz mais do que os números, eventualmente, possam mostrar.

Nunca vi uma empresa de comunicação, fora da “boca de urna”, contratar duas pesquisas como fez a Globo, hoje, para serem divulgadas no mesmo dia.

É o “mundo mágico” das pesquisas brasileiras, com dois institutos – Ibope e Datafolha – e um contratante, a Globo.

É provável que a “dose dupla” de pesquisas hoje se destinasse a mostrar algo que era esperado por muitos analistas, da oposição e até do governo: Marina dois ou três pontos à frente de Dilma no primeiro turno.
Mas deu xabu.

No Ibope, Dilma cresce e Marina reduz muito a velocidade de crescimento.

No Datafolha, que tem um dia mais recente na apuração, Marina não apenas pára de subir enquanto Dilma, ainda que dentro da margem de erro, sobe.

Marina, como disse no post anterior, começa a fazer sua curva.

Cedo para dizer se é um movimento abrupto de descida o que vem por aí.

Mas há sinais, sobretudo pela sectarização da imagem da candidata do PSB.
Em ambas as pesquisas, a vantagem de Marina sobre Dilma num suposto segundo turno, aperta-se a sete pontos, bem menos que há uma semana.

A coisa, como diz aquele locutor esportivo, já esteve melhor para Marina Silva.

Repito o que disse no outro post: se a direita convencer-se que Marina não será o seu “cavalo” nesta disputa presidencial, poderá “sacrificá-la” antes da hora.

E juntar os cacos do PSDB.
Não tenho dúvidas de que é isso que, a essa altura, fala-se nos telefones vip que ligam nossas redações ao alto comando do tucanato.