Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O tamanho de Aécio Neves

Ainda que estejam tentando criminalizar críticas de cidadãos ao PSDB e aos seus expoentes na política, esse é um direito democrático do qual abrir mão significa consentir com uma legítima ditadura, na qual um partido político – que, inclusive, governa o país – pode ser execrado, acusado de tudo e mais um pouco, muitas vezes sendo caluniado, e outro partido, de oposição ao primeiro, trata como “crime” qualquer crítica que receber.
A política comporta jogo sujo desde sempre. Na era da internet, há quem use e abuse do anonimato para difamar, ameaçar, enfim, fustigar de todas as formas os adversários políticos. Alguns casos são realmente criminosos.
Um exemplo de atuação do “submundo” da grande imprensa contra políticos é a ficha policial falsa da hoje presidente Dilma Rousseff, publicada em 2009 no alto da primeira página do maior jornal do país, a Folha de São Paulo. Segundo o próprio jornal, essa suposta ficha policial lhe chegou por e-mail e, sem checagem alguma de sua veracidade, foi publicada com o maior destaque possível contra a então ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula.
Periciada, a ficha se mostrou falsa como uma nota de 3 reais. Dilma Rousseff, então possível candidata a presidente da República no ano seguinte, abriu mão de tomar medidas judiciais não só contra quem fez a falsificação, mas contra quem a divulgou com grande estardalhaço.
No mesmo ano, o mesmo jornal publica o que chamou de “análise” sobre o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O texto foi escrito por César Benjamin, ex-candidato a vice-presidente na chapa da senadora pelo PSOL Heloisa Helena, candidata a presidente na eleição de 2006. Naquele texto, o autor acusou o homem que governava o Brasil de ter tentado estuprar um colega de cela enquanto permaneceu preso no DOPs, em 1971.
Lula e Dilma, para resumir, sofreram, ao longo dos últimos 12 anos, inúmeros ataques do “submundo” da grande imprensa e do da internet. Na eleição de 2010, por exemplo, foi criado um site que “acusava” a então candidata Dilma de ser “homossexual” e, para “comprovar” a “acusação”, chegou a postar foto da “amante” dela.
Na internet, o que se vê contra Lula, Dilma e o PT é estarrecedor. Não é preciso nem pesquisar para saber que o que se diz aqui é verdade. Nunca, porém, houve uma ação do partido ou do ex-presidente ou da atual presidente para caçar essas pessoas que atuam dessa forma, inclusive contra aquelas pessoas que fazem isso de dentro de órgãos públicos.
Na última terça-feira, o Diretor da Sucursal da Revista ISTOÉ em Brasília, Paulo Moreira Leite, divulgou em seu blog, hospedado no portal da revista, a opinião de que “A caçada a blogueiros simpáticos às conquistas criadas no país depois da posse de Lula, em 2003, iniciada com a investigação sobre um suposto ‘bunker’ do PT na prefeitura de Guarulhos, deve ser visto como aquilo que é. Uma tentativa autoritária de silenciar vozes que divergem do monopólio político da mídia”.
Essa “caçada” aos críticos a que Moreira Leite se refere foi desencadeada pelo PSDB e seu pré-candidato a presidente da República, Aécio Neves, e conta com apoio de grandes meios de comunicação.
Nenhum desses blogueiros que o PSDB pôs a grande mídia para “caçar” fez nada parecido com o que fizeram com Lula ou Dilma ao longo dos últimos anos. Nunca se inventou nada, aqui ou em outros blogs críticos do PSDB, contra o partido ou seus candidatos. Sobretudo do ponto de vista pessoal. Tratam-se de críticas políticas e administrativas.
Claro que, como há pessoas que usam o anonimato na internet para difamar e caluniar Dilma, Lula e o PT, há correspondentes que fazem o mesmo contra o PSDB e seus expoentes. Contudo, esse expediente é usado valendo-se do anonimato, de pessoas que atacam sem se expor, sem assumir pessoalmente o que dizem.
Este blog recebe ataques desse tipo de gente aos montes. Abaixo, um dos exemplos de ataques que um contingente de anônimos já fez contra esta página e seu autor.
Esse ataque, por ter sido o pior que este Blog já recebeu, foi divulgado aqui no post O monstro da caixa de comentários.
Porém, o que se sabe é que esse tipo de ataque não tem maior força. Ninguém são dá importância a esse tipo de coisa, ou mesmo a acusações sem provas feitas por anônimos. Esse tipo de ação busca apenas desgastar o alvo emocionalmente. E, em geral, é perpetrado por gente extremamente ignorante, que obtém o resultado inverso ao pretendido.
Dilma ou Lula jamais se deram ao trabalho de caçar pessoas que usam o anonimato para cometer crimes virtuais. A estatura dessas duas pessoas públicas tem uma dimensão que lhes permite ignorar ataques parecidos, praticados inclusive por grandes jornais como a Folha de São Paulo, nos exemplos supracitados.
A caçada a blogueiros comentada por Paulo Moreira Leite, antes de tudo revela a estatura do homem que pretende disputar com Dilma – e, indiretamente, com Lula – a Presidência da República. Com suas dezenas de advogados, com seus meios de comunicação “parceiros” e com autoridades “amigas”, Aécio Neves mostra que não está à altura dos dois petistas com os quais disputará a sucessão presidencial.

Branco sobre branco

Brasil aos cacos? Trabalhadores com 11 anos ou mais de escolaridade já representam 52% da população ocupada do país; há dez anos eram 35%
 
Congresso aprova Plano Nacional de Educação que prevê 10% do PIB ao setor

População ocupada salta de 89,4 milhões no 1º trimestre de 2013 para 91,2 milhões agora; desemprego recuou de 8% para 7,1% no período (IBGE)

Pesquisa da americana Pew revela: a) 67% dos brasileiros estão insatisfeitos; b) mas 51% enxergam em Dilma alguém capaz de agir sobre esse quadro; b) 53% negam esse predicado a Aécio Neves; c) Fernando Henrique Cardoso é uma referência negativa para 67% da população; d) a imagem de Lula é positiva para 66%


O balanço da OIT divulgado nesta terça-feira sobre o saldo dos seis anos de arrocho neoliberal nos países da União Europeia é devastador.

por: Saul Leblon
 
Arquivo
A máscara sorridente de Aécio Neves, de um sorriso fixo excessivamente  fixo,  é tão humana e confiável quanto a fala aerada de quem sabe de antemão que não precisará oferecer nada além dos dentes às grandes audiências.

As bocas autorizadas a argui-lo não cobrarão muito mais que isso da sua. E esse é uma espécie de protocolo consuetudinário  que marca religiosamente  a relação da mídia com seus candidatos in pectore a cada eleição.

Graças a esse mutualismo, o tucano pode exibir  olimpicamente seu branqueamento  sobre o relevo igualmente  de brancas superposições  que compõe  o cenário do programa  Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, no qual  foi o entrevistado desta 2ª feira.

A harmonia  monocromática só foi atritada quando o dono do sorriso fixo  acabou  convidado a comentar  sua propalada intimidade com a cocaína, tema que fez o mediador  e centurião das boas causas tucanas ,Augusto Nunes,  aspirar  fundo e elevar o tom de voz para mudar de assunto.

Até aí, porém, ficamos no branco sobre branco.

A  verdade é que interessa  menos  ao país  saber o que Aécio aspira ou deixa de aspirar pelas narinas, do  que  a substancia tóxica  que os interesses  nele personificados  aspiram  despejar sobre a sociedade na forma de uma restauração  agressiva da lógica neoliberal na economia.

Que não tenha havido no programa da TV Cultura um questionamento desse projeto com igual ou superior contundência  dispensada  ao tema da cocaína,  diz muito sobre a pertinência do que é  reservado hoje pelo filtro da comunicação ao discernimento da sociedade em relação aos grandes desafios brasileiros.

É sintomático que nenhum dos destacados  jornalistas  presentes  tenha se lembrado de ler  para Aécio o relato de um sugestivo episódio protagonizado por ele na casa do animador de eventos do ‘Cansei’, João Dória Jr, em 01-04 (conforme Mônica Bergamo; Folha).

A cena é ilustrativa da endogamia estrutural entre o dinheiro grosso e a candidatura do PSDB.

Conforme o relato da Folha, a cena é narrada  pelo próprio Aécio que se gaba diante dos comensais ao reproduzir um diálogo travado com um de seus fiadores junto ao mercado : ‘Eu conversava com o Armínio e ele me perguntou: ‘Mas é para fazer tudo o que precisa ser feito? No primeiro ano?’. E eu disse: ‘Se der, no primeiro dia’.

O fato é que a candidatura  Aécio Neves, de todas as oferecidas pelo PSDB  desde 2002, é a mais assumidamente letal do ponto de vista de um retorno puro e simples ao arrocho que ele reiteradamente abraça nos encontros de portas fechadas com a plutocracia brasileira.

Nos demais  colóquios, como no caso do Roda Viva, desfruta da cordura de entrevistadores que se contentam  com pouco.

A esse pelotão camarada  Aécio dá-se o direito de negar hoje o que afirmara ontem, e de se desdizer amanhã sobre o que cometeu no dia anterior.  Sem arguição. Branco sobre branco.

Em 05-05 , por exemplo, ele se gabou que estaria preparado para tomar ‘medidas impopulares’.

No Roda Viva, em 02-06,  recuou afirmando que , as “medidas impopulares foram tomadas (pelo atual governo)”.

Crítico do reajuste de 10% no benefício do Bolsa Família, anunciado pela Presidenta Dilma na véspera do 1º de Maio,  o tucano, dia 02-05, ‘não quis assumir o compromisso de aumentar os repasses (ao programa), caso seja eleito’ -- noticiou a Folha de SP então.

Vinte e seis dias depois, na última 3ª feira,  fez aprovar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, uma medida que exclui limites de renda e tempo para a permanência de famílias pobres no programa, elevando intrinsicamente os repasses.

Haveria outras formas de se cobrar do sorriso fixo um grau maior de serenidade  e coerência na abordagem dos graves  problemas  nacionais.

Seria necessário que o noticioso isento das corporações em pé de guerra contra a regulação da mídia  –e  o colunismo  da indignação seletiva--  facultasse ao eleitor brasileiro, por exemplo,  uma conexão crítica  entre os planos  do candidato conservador  para o Brasil e a realidade devastadora criada por  esse mesmo projeto na Europa nos dias que correm.

O balanço da OIT  divulgado nesta 3ª feira sobre o saldo dos seis anos de arrocho nos países das UE mostra o quanto seria mais corajoso questioná-lo  sobre esses escombros, do que sobre o pó eventualmente aspirado por suas polêmicas narinas.

Leia, abaixo, trechos publicados pela mídia do Relatório "A Proteção Social no Mundo":

“Em 2012, 123 milhões de pessoas nos 27 Estados-Membros da União Europeia, ou 24% da população, estavam em risco de pobreza ou exclusão social e cerca de mais 800 mil crianças viviam na pobreza do que em 2008.

O aumento da pobreza e da desigualdade resultou não apenas da recessão global, mas também de decisões políticas específicas de redução das transferências sociais e de limitação do acesso a serviços públicos de qualidade, que se somam ao desemprego persistente, salários baixos e impostos mais altos.

Em alguns países europeus, os tribunais declararam os cortes inconstitucionais.

O custo do ajustamento foi transferido para as populações, já confrontadas com menos empregos e rendimentos mais baixos há mais de cinco anos.

Os ganhos do modelo social europeu, que reduziu significativamente a pobreza e promoveu a prosperidade no pós-2ª Guerra Mundial foram erodidos por reformas de ajustamento de curto prazo.

As medidas de contenção orçamentária não se limitaram à Europa. Em 2014, nada menos que 122 governos reduziram a despesa pública, 82 deles de países em desenvolvimento.

Entre essas medidas, tomadas depois da crise financeira e econômica de 2008, incluem-se: reformas dos regimes de aposentadoria, dos sistemas de saúde e de segurança social, supressão de subsídios, reduções de efetivos nos sistemas sociais e de saúde.

Mais de 70% da população mundial não tem uma cobertura adequada de proteção social, definida como um sistema de proteção social ao longo da vida que inclua o direito a prestações familiares e para menores, seguro contra desemprego, em caso de maternidade, doença ou invalidez, aposentadoria e seguro saúde.

39% da população mundial não têm acesso a um sistema de cuidados de saúde, porcentagem que sobe para 90% nos países pobres.

Faltam cerca de 10,3 milhões de profissionais de saúde no mundo para garantir um serviço de qualidade a todos os que necessitam.

49% das pessoas que atingiram a idade para se aposentar não recebem qualquer pensão. Dos 51% que recebem, todavia, muitos têm pensões muito baixas e vivem abaixo do limite de pobreza.

Só 12% dos desempregados de todo o mundo recebem seguro desemprego, porcentagem que varia entre 64%, na Europa, e menos de 3% no Oriente Médio e na África".

1º turno: avaliação da Dilma supera intenção de voto ! O eleitor do “quero mudar” avalia a Dilma muito bem – até na Economia !

Cai a confiança no Painel e no Panorama.

“Painel” é da Fel-lha (*) de SP (que exala mau hálito, da bílis) e “Panorama” é o “Panorama Político” do Globo, que nos bons tempos da Helena Chagas era mais bem informado.

Os dois deixaram o ansioso blogueiro em pânico, esta manhã.

Dizem que o João Santana apresentou à Dilma, naquelas reuniões de segunda-feira à noite, que, segundo o PiG (**), quando as bruxas se encontram no Palácio do Alvorada para planejar a derrota em 2014, o Santana teria apresentado “pesquisas mostrando que caiu a confiança do eleitor na capacidade do (sic) Governo de promover mudança”.

Uma tragédia !

Os fantasmas do passado voltarão com a graça das assistentes de palco do Faustão !

Aí, precavido, o ansioso blogueiro resolveu consultar o Oráculo de Delfos, que anda a rir muito, com a derrota que o Dudu vai sofrer em Pernambuco.

Como se sabe, o Oráculo habita em algum ponto do território Pernambuco – ele é louco por bolo de rolo – e de lá contempla o PiG (**):

- Calma, meu filho, o quadro não é sombrio. É claríssimo !

- Mas, como claro, Mestre ? As notícias sobre a crise se acumulam até nas vírgulas do PiG (**), na previsão do tempo, nas sábias análises do Faustão e do Ronaldo – já nem falo da Urubóloga, que ainda não desistiu do Apagão da Dilma !

-  Meu filho, tenha calma. A bola ainda não rolou.

- Como assim ? O Neymar deu um show …

- No treino …

- É verdade…

- A bola começa a rolar no horário eleitoral, quando a Dilma vai ter o dobro do tempo deles …

- Isso vai ajudar.

- Mas, desde já, veja o seguinte. Mesmo com esse tsunami de “crise” 24 horas por dia, esse suposto “desânimo”, o “mau humor” do empresário,  mesmo assim, o Arrocho e o Dudu não entram na brecha !

- Não crescem.

- Não se mexem. São dois ilustres desconhecidos, menos na mídia.

- Mas, e com o horário eleitoral ? Eles não crescem ?

- Não terão tempo suficiente para construir o que não construíram até agora.

- Mas, sábio Oráculo, o povo não quer mudança ? O Ataulfo (***)  diz que o candidato Senhor “Quero Mudar !” vai ganhar a eleição …

- Sim, tem gente que quer mudar. Mas, aí, “mudança” é muito mal explicado.

- E como explicar ?

- Aí, você coloca filtros no “quero mudar”. O filtro do desempenho da Dilma no “Social”, no “Econômico” etc.

- Filtros ?

- Sim, meu filho, para entender, aprofundar o desejo de mudar.

- E, aí, como fica a Dilma depois dos filtros ?

- Muito bem ! Muito bem avaliada nas “políticas sociais” e -  acredite ! – muito bem avaliada na “política econômica” apesar do tiroteio implacável que vem desses que você chama de “economistas de bancos”  …

- Na economia também, com “pibinho”, hiperinflação, apagão e todas essas desgraças urubológicas …

- Não vai ter Copa …

- E, se tiver, a bola vai ser quadrada … Com tudo isso, os que querem mudar reconhecem nela uma boa gestora da Economia.

- Então, se a situação é sombria, sombria mesmo é para a Folha e o Globo …

- Você é quem diz. Eu não posso me comprometer …

- E aí, ela leva no primeiro turno ?

- Claro ! Não serei eu, aqui nos grotões de Pernambuco, de olho no bolo de rolo, que vou desmentir TODAS as pesquisas: ela ganha no primeiro turno.

- Puxa, até eu começo a acreditar no Felipão.

- No Felipão só, não ! Na vitória da Dilma, criatura !

- É verdade …

- Quer saber mais ?

- Claro !

- A avaliação positiva da Dilma é superior à intenção de voto !

Pano rápido !


Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

População tem medo de festejar a Copa



O programa Contraponto de junho (segunda-feira, 2 de junho) entrevistou o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, o segundo na hierarquia da pasta. O tema da entrevista foi a Copa do Mundo de 2014 e as controvérsias e até a comoção social que tem suscitado. Essa entrevista permite uma conclusão surpreendente, porém óbvia.
Antes de prosseguir, vale explicar, para quem não sabe, que esse programa é uma iniciativa do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé e do sindicato dos Bancários de São Paulo e vai ao ar mensalmente. Este blogueiro integra sua produção e participou, como entrevistador, de todas as suas edições, com exceção da edição de abril, que versou sobre o Dia da Mulher. O Contraponto já entrevistou personalidades como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o jurista Dalmo de Abreu Dallari e o pré-candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha. É transmitido mensalmente pela Rede Brasil atual, via streaming.
Abaixo, o banner do último programa



A entrevista começou pelo custo do evento, se foi usado dinheiro público destinado a saúde e educação e quanto desse tipo de recurso foi gasto. Abordou, também, a suposta ociosidade que dizem que se abaterá sobre os estádios após a competição. Também foi discutida a questão das remoções de moradores e, por fim, a visível apatia dos brasileiros com a Copa.
Deixemos a questão principal – a que intitula o texto – para o fim. Tratemos, primeiro, do “Gasto de dinheiro público que deveria ter sido usado em Saúde e Educação”. Quanto do orçamento da Copa é composto de dinheiro público?
Em primeiro lugar, há que distinguir o que são gastos com a Copa e gastos em obras que serão usadas no cotidiano dos brasileiros e que teriam sido construídas com ou sem a realização do evento, tais como aeroportos, portos, estradas, pontes, viadutos, metrô etc.
Comecemos pelos aeroportos. Quem se lembra do “caos aéreo”? Até a eleição de 2010, o assunto não saía da mídia, que bradava pela insuficiência de nossos aeroportos…
Este que escreve tem conversado com pessoas de diferentes posições políticas que já usaram os novos terminais e aeroportos que vêm sendo inaugurados e as críticas são quase nulas, enquanto elogios abundam. Mesmo a mídia quase não tem batido nos aeroportos
Ora, o país precisava, sim, de aeroportos e a Copa praticamente os dará ao país de graça, porque o faturamento do evento, estimado por estudos encomendados pelo governo a consultoria feita em parceria entre a Fundação Getúlio Vargas e a Ernest & Young, chega 142 bilhões de reais
Essa dinheirama pagará pelos estádios. E não só. Pagará por todas as obras de mobilidade urbana que estão sendo inauguradas.
Abaixo, um vídeo que todos os que negam a quantidade de obras entregues precisam assistir. Em 5 minutos, você descobrirá o que a mídia esconde sobre onde foram empregados os recursos e sobre quantas obras de porte o Brasil edificou nos últimos sete anos.



Como se vê, essa situação caótica que a mídia pinta é menos, bem menos…
Mas quanto custou tudo isso? Entre obras de mobilidade urbana e estádios, aproximadamente 35 bilhões de reais. Porém, desse total 26 bilhões foram gastos com obras de mobilidade urbana, 8 bilhões com estádios e cerca de 600 milhões com equipamentos complementares, como portais detectores de metal etc., que só serão usados na Copa.
É justo dizer que os cerca de 35 bilhões de reais foram todos investidos exclusivamente por causa da Copa? Não é justo, não é correto, não é verdade. Dos 35 bilhões, só 8 bilhões foram gastos exclusivamente com a Copa, para construir estádios. O resto se refere a obras que as regiões em que foram executadas necessitavam.
Foi atendida a reclamação contra o “caos aéreo”, por exemplo.
Mas foram gastos 8 bilhões de reais de dinheiro público em Estádios? Não, não foram. Primeiro porque, dos 12 estádios construídos para a Copa, 9 são públicos e 3 são privados. E, dos 8 Bilhões, cerca de 4 foram financiados pelo BNDES, que cobrará os empréstimos com juros e correção, devolvendo aos seus cofres, com lucro, o que foi investido pelo banco estatal de fomento.
Dizer que o dinheiro do BNDES tem que ser usado em Saúde e Educação, é mentira. Nunca houve financiamento desse banco de fomento a essas rubricas da administração pública. O BNDES financia desde a Globo até o açougue da esquina. Financia indústrias, financia shoppings…
Mas restam os outros 4 bilhões do custo dos estádios. Esses saíram dos Estados e de grupos privados. Pode-se dizer que é dinheiro público, sim. E que os empréstimos do BNDES dos outros 4 bilhões aos Estados terão que ser pagos com dinheiro público e – em parte menor – privado.
Só que quem faz essa conta parte do princípio de que o Brasil não lucrará nada com a Copa. Todavia, indústrias produziram equipamentos, máquinas, material de construção e operários e demais trabalhadores foram contratados. Tudo isso gerou impostos, gerou empregos, movimentou a economia.
Além disso, há o faturamento direto da Copa com turismo, com ocupação de hotéis, com lotação de restaurantes, com impostos, com venda de ingressos. E impostos e mais impostos. Há, ainda, uma infinidade de outras receitas que advirão de evento dessa magnitude.
Enfim, os cofres públicos dos Estados recuperarão com lucro cerca de R$ 6 bilhões de dinheiro público investido em estádios, frente a um orçamento federal com Saúde e Educação que, segundo o representante do Ministério do Esporte, alcança mais de R$ 800 bilhões.
E os estádios, ficarão ociosos após a Copa? O caso mais emblemático é o do estado Mané Garrincha, em Brasília. Bem, dados do representante do ministério do esporte derrubam essa tese. Esse estádio, antes da reforma, tinha ocupação anual de 300 mil pessoas e, após a reforma, o número saltou para 800 mil pessoas. E não houve Copa no Brasil nos últimos 12 meses.
Por fim, chegamos à questão das remoções de famílias das regiões próximas aos estádios que receberam obras de mobilidade urbana. Há uma forte grita contra essas “remoções”. Teriam ocorrido despejos “desumanos” de famílias para dar lugar às obras da Copa.
Em primeiro lugar, o representante do Ministério do Esporte explicou que as famílias “removidas” para construção de estádios foram muito poucas e quase todas eram de classe média. Mas onde foram feitas obras de mobilidade urbana, pessoas humildes foram “removidas”. Contudo, Fernandes garante que não houve “desumanidade” e que essas famílias não foram jogadas no meio da rua.
Aliás, ele relatou que houve até famílias que não precisavam ser “removidas” para construção das obras de mobilidade e que pediram para ser incluídas na “remoção” porque as áreas para onde os “removidos” foram levados são melhores.
Seja como for, fiquei de entrar em contato com Fernandes para mais informações. Assim, quem tiver algum questionamento sobre “remoções desumanas” que por favor informe que vou verificar com o secretário-executivo do Ministério do Esporte.
Por fim, chegamos ao fulcro do post. Todos têm lido nos jornais, ouvido ou assistido na mídia eletrônica que esta é primeira Copa do Mundo que o Brasil não pinta suas ruas de verde e amarelo, que os carros não trafegam com as bandeirinhas do Brasil ou adesivos. E é verdade.
Aos 55 anos, nunca vi este país tão desanimado com a Copa. As ruas, os carros, não estão enfeitados como sempre foi. Por que?
Pesquisa Ibope recém-divulgada mostra que 51% da população está a favor da realização da maior competição de futebol do mundo e que 42% estão contra. Ora, se a maioria dos brasileiros é a favor da Copa, por que toda essa gente não festeja?
A resposta é muito simples: medo. Este que escreve descobriu isso ao longo de semanas, quando passou a pesquisar por que pessoas que em Copas anteriores punham bandeirinhas do Brasil ou fitinhas verde-amarelas nos seus carros ou que enfeitavam suas casas e ruas com as cores do Brasil, quando a competição é realizada em nosso país mudam de comportamento.
Você também pode fazer essa pesquisa. É tão óbvio o que está acontecendo que até o representante do Ministério do Esporte concordou comigo: a maioria que quer a Copa não está festejando porque teme represálias da minoria que não quer. Ou de parte ínfima dessa minoria que não hesitaria em depredar um carro ou uma casa enfeitados com as cores do Brasil.
É duro, mas é verdade. Imaginem aquele sujeito que vai para a rua quebrar tudo por raiva da Copa passando por um veículo com uma bandeirinha do Brasil. Se estiver sozinho, pode riscar ou danificar de alguma forma aquele veículo dissimuladamente. Se estiver em turba, pode até atacar o mesmíssimo veículo com seu (s) ocupantes (s) dentro.
O mesmo vale para uma casa enfeitada para a Copa que esteja no caminho de uma manifestação contra a Copa, por exemplo. Então escolha você, leitor, que nome se dá a grupos que impõem suas ideias pela força a quem não concorda. Eu, por exemplo, chamo-os de grupos de fascistas.



Abril só falta vender a Veja Desses herdeiros não salva um …

 
Saiu na pág B7 do Valor (o PiG (*) cheiroso, que a Dilma não lê, como não vê a Globo), título que não espelha a “verdade factual”, diria o Mino Carta:

“Tarpon compra fatia na Abril Educação”

“Gestora vai investir entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões em parte das ações da família Civita”"

Na verdade, diz o próprio cheiroso, “… “isoladamente, a gestora (Tarpon) de recursos deve se tornar a maior acionista da Abril Educação. Com a transação, haverá uma nova divisão de poder  na empresa.”

Ou seja, os filhos do Robert(o) Civita serão Rainhas da Inglaterra.



filhos do Robert(o) já venderam o espaço em que exibiam a MTV.
Vendem, agora, a Educação, que, diziam, era o pulmão do grupo.
E só não vendem a Editora e a Veja porque ninguém compra…
Em tempo: esses herdeiros vão enterrar a obra dos pais. Os filhos do Roberto Marinho – que não têm nome próprio -, o Otavinho Frias, os Sirostky e os Civita.
Os “impérios” duraram uma geração…
Por isso os meninos eles estão aflitos: só o Arrocho os salva !
Em tempo2: liga o afável profeta, o Tirésias, depois de saber que os filhos do Robert(o) resolveram torrar tudo:

- Quem comprar a Veja tem que levar o Caneta junto ?




Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.