Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 28 de março de 2014

Superávit recorde desmoraliza S&P

:
Um dia depois de o Tesouro brasileiro colocar títulos no valor de um bilhão de euros no mercado europeu, com vencimento em 2021, economia dá prova de força; contra expectativas que apostavam em prejuízo de até R$ 500 milhões, superávit primário atinge R$ 2,1 bilhões em fevereiro, recorde para o mês; confiança internacional de que Brasil é bom pagador e saldo positivo nas contas públicas desmoralizam agência Standard & Poor's, que rebaixou a nota de risco do Brasil no início da semana; investidores não deram ouvidos e vida real se impôs
28 de Março de 2014 às 12:54
247 - Um dia após o Tesouro nacional ter concluído uma operação exemplar no mercado internacional – a colocação de títulos brasileiros no valor de R$ 1 bilhão no mercado europeu –, a economia real e as contas públicas deram um prova de força internamente: um superávit primário muito acima do previsto. Abaixo, reportagem da Reuters:
BRASÍLIA, 28 Mar (Reuters) - Com o bom resultado dos governos regionais, o setor público brasileiro surpreendeu e registrou superávit primário de 2,130 bilhões de reais em fevereiro, muito melhor do que o esperado.
Com o desempenho, no mês passado, a economia para pagamento de juros da dívida ficou em 1,76 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses, aproximando-se da meta ajustada para o ano, de 1,9 por cento, informou o Banco Central nesta sexta-feira.
Analistas consultados pela Reuters mostrava que as expectativas eram de saldo primário negativo de 500 milhões de reais.
Em fevereiro, os Estados e municípios registraram saldo primário positivo de 5,468 bilhões de reais, somando no ano superávit de 12,709 bilhões de reais.
Até aqui, os governos regionais têm melhor desempenho do que o próprio governo central --governo federal, Previdência Social e banco Central--, que registrou déficit de 3,389 bilhões de reais no mês passado. Nos dois primeiros meses do ano, registram saldo positivo de 9,16 bilhões de reais.
Na véspera, e com metodologia diferente, o Tesouro já havia anunciado déficit primário de 3,078 bilhões de reais no mês passado para o governo central, num dado ruim influenciado por receitas fracas e gastos altos.
"Início do ano é favorável a resultados fiscais de governos regionais porque concentra recolhimento de tributos importantes, como IPVA e IPTU", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a jornalistas. "Naturalmente não se deve esperar superávits da ordem de 5 bilhões (de reais) dos governos regionais à frente", acrescentou ele.
O BC informou ainda que as empresas estatais, que também fazem parte do setor público consolidado, tiveram saldo primário positivo de 52 milhões de reais em fevereiro, acumulando no ano superávit de 183 milhões de reais.
O déficit nominal --receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros-- de fevereiro ficou em 9,516 bilhões de reais, melhor do que o déficit de 23,9 bilhões de reais projetado pela pesquisa Reuters..
Já a dívida pública representou 33,7 por cento do PIB em fevereiro, abaixo dos 34 por cento estimados em pesquisa Reuters.
O resultado da dívida pública frente ao PIB ficou acima da estimativa do BC, de 33,6 por cento do PIB, para fevereiro.
Os agentes econômicos ainda têm incertezas sobre a capacidade de o governo de cumprir a meta ajustada de superávit primário para o setor público consolidado em 2014, de 99 bilhões de reais, equivalente a 1,9 por cento do PIB.
Por conta disso, o governo sofreu um forte revés no início desta semana, com a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar o rating brasileiro.
(Por Luciana Otoni)

O Ibope ruim e o Ibope bom: tem caroço nesse angu

:

Entrevistas de campo da pesquisa Ibope divulgada ontem, que apontou queda de sete pontos percentuais na popularidade do governo Dilma Rousseff, foram feitas entre 14 e 17 de março; mas pesquisa Ibope mostrada na semana passada, que indicou 43% de intenções de voto para a presidente, projetando vitória em primeiro turno, teve seu campo realizado entre os dias 13 e 20 de março; como Carlos Augusto Montenegro, dono do Ibope, explica a contradição?
28 de Março de 2014 às 10:57
247 – Famoso por ser dono de um instituto de pesquisas de nome forte e resultados polêmicos, Carlos Augusto Montenegro tem agora mais uma contradição para explicar. E que contradição!
Apresentadas ao público com um intervalo de seis dias entre a primeira e a segunda, as duas pesquisas Ibope divulgadas na sexta-feira 21 e na quinta-feira 27 contêm resultados absolutamente díspares, sem que se encontre um explicação plausível para tanto. O problema maior, porém, nem é esse.
O fato que assombra é o de que a pesquisa de intenções de voto que apontou a presidente Dilma Rousseff com 43% de índice – suficiente para dar a ela vitória folgada em primeiro turno – teve seu campo de entrevistas iniciado antes e fechado depois da pesquisa Ibope que indicou uma queda de popularidade no governo dela de sete pontos percentuais.
Para chegar à conclusão de que Dilma tem 43% de intenções, o Ibope colocou seus pesquisadores em campo entre os dias 13 e 20 de março.
Mas – atenção – para estabelecer que o governo Dilma perdeu sete pontos percentuais de popularidade, o que alvoroçou o mercado financeiro e a oposição, naturalmente, o mesmo Ibope fez pesquisa de campo entre os dias 14 e 17 de março.
Isso mesmo: a pesquisa que pode ser considerada boa para Dilma começou antes e terminou depois que a pesquisa vista como ruim para ela.
Como pode Dilma ter 43% de intenções de voto numa das pesquisas e, na outra, seu governo perder nada menos que 7 pontos percentuais de popularidade? E tudo isso com aferição no mesmo período?
Será que, de posse dos primeiros números favoráveis a Dilma, apurados nas entrevistas do dia 13 de março, Montenegro não gostou e, por isso, já no dia seguinte mandou que outro levantamento -- o da popularidade do governo - fosse feito?
Como o presidente do Ibope explica essa manobra?
A apuração das datas, com verificação nos registros do Tribunal Superior Eleitoral, foi feita pelo site O Tijolaço, que publica a informação abaixo.
Confira e tire suas conclusões:
Por dados do Ibope, Dilma não perdeu popularidade. Pesquisa de hoje é mais antiga que a dos 43%. Aliás, estava pronta quando esta foi publicada
Primeiro, semana passada, o boato de que a pesquisa Ibope traria uma queda – que não houve – da intenção de voto em Dilma Rousseff.
Seis dias depois, uma "outra" pesquisa do Ibope, estranhamente, capta uma súbita mudança de estado de espírito da população e Dilma (que tinha 43% das intenções de voto na tal pesquisa eleitoral) e registra uma perda de sete pontos percentuais em sua aprovação: curiosamente dos mesmos 43% para 37%...
Puxa, como foi rápida a queda, em apenas seis dias, quase um por cento por dia...
É, meus amigos e amigas, é mais suspeito do que isso.
A pesquisa de intenção de voto, divulgada na sexta-feira, foi registrada no TSE no 14 de março, sob o protocolo BR-00031/2014 , com realização das entrevistas entre os dia 13 e 20/03/14.
Já a de popularidade recebeu o protocolo BR-00053, no dia 21 passado,mas quando já se encontrava concluída, com entrevistas entre os dias 14 e 17.
Reparou?
Quinta feira à tarde, dia 20, uma intensa boataria toma conta do mercado de capitais, dizendo que Dilma perderia pontos numa pesquisa Ibope a ser divulgada no Jornal Nacional.
O estranho é que ninguém tinha contratado, isto é , ninguém pagou por essa pesquisa. Em tese, é claro.
A pesquisa é divulgada sem nenhuma novidade.
Mas, naquele momento, o Ibope já tinha outra (outra, mesmo?) pesquisa, terminada três dias antes e certamente já tabulada.
Vamos acreditar que o Ibope fez duas pesquisas diferentes, com a mesma base amostral e 2002 entrevistas exatamente cada uma...
O boato, portanto, não saiu do nada.
No mínimo veio de dentro do Ibope, que tinha nas mãos duas pesquisas totalmente contraditórias.
Uma, "sem dono", que dizia que Dilma continuava nadando de braçada.
Outra, encomendada pela CNI de Clésio Andrade, um dos senadores signatários da CPI da Petrobras, apontando uma queda de sete pontos em sua popularidade.
Mas a gente acredita em institutos de pesquisas, não é?
O Ibope teve nas mãos duas pesquisas com a mesma base, realizadas praticamente nos mesmos dias, com resultados totalmente diferentes entre si?
Se o PT não fosse um poço de covardia estaria exigindo, como está na lei, os questionários das "duas" pesquisas.
Aliás, nem devia ser ele, mas o Ministério Público Eleitoral, quem deveria exigir explicações públicas do Ibope, diante destes indícios gravíssimos de – vou ser muito suave, para evitar um processo - inconsistência estatística.
Ainda mais porque muito dinheiro mudou de mãos na quinta-feira e hoje, com a especulação na Bolsa.
Mas não vão fazer: esta é uma nação acoelhada diante das estruturas suspeitíssimas dos institutos de pesquisa.

Os “filhos da esperança” foram adotados pela família do atraso

alem
O “casal benzinho” Eduardo Campos-Marina Silva exibiu-se ontem na televisão.
Um programa até bonitinho, mas absolutamente ordinário em matéria de comunicação.
Francamente, uma fórmula “cult” – cor desbotada, quase preto e branco,  imagens abertas do estúdio, closes intimistas – é muito pouco adequada para um personagem como Eduardo Campos cuja obra administrativa é praticamente desconhecida do país.
Parece ter sido feito, exclusivamente, para dar a ele o aval de Marina, simulando uma longa amizade e intimidade que jamais houve, até o tombo da Rede que a deixou sem legenda para concorrer.
Duvido que tenha tido qualquer consequência como propaganda eleitoral, mas é  curioso que ambos, que devem tudo o que são a Lula, se definam como filhos da esperança.
São, e é exatamente isso que os torna tão frágeis.
Mais até a Campos que a Marina.
Porque o filho da esperança fugiu de casa por ambição.
E foi oferecer-se à adoção pela família do atraso, do conservadorismo.
Por isso sua fala não tem uma palavra sequer contra o que esta gente fez com o Brasil.
Ao contrário, falam em “preservar as conquistas” de todos os  governos.
Tudo são declarações de intenção, daquelas que qualquer político pode fazer.
Marina chega a dizer que o mais importante para o país é “uma agenda” – espero que não aquela do Itaú, comemorando o aniversário do golpe – que possa ser seguida por todos os governos, sem distinção.
Essa agenda, Marina, já existe: é a cartilha econômica que o capital nos impõe, sugando os frutos do trabalho do povo brasileiro e as riquezas deste país.
E a reação do “mercado” contra quem sai, mesmo que só um pouquinho, dela é a prova de quanto é duro e árduo sair deste diktat colonial-financeiro.
Fácil, mesmo, só se bandear para o lado de lá.
Seus aliados, agora, são o Aécio Neves, o Roberto Freire, o Jorge Bornhausen…
Ou são eles que iriam preservar as conquistas da “era Lula”?