Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 5 de janeiro de 2014

DICIONÁRIO (DE CONTEÚDOS VAZIOS) DO PIG PARA 2014 “Sustentabilidade”, “recuperar a credibilidade”, “desarranjo fiscal” – um dicionário de conteúdos vazios.

O ansioso blogueiro, com o elevado intuito de ajudar os colonistas (*)  do PiG (**), hoje totalmente desacreditados, elaborou uma espécie de “Dicionário do Conteúdo Vazio”: um resumo das expressões que, com ou sem chapéus, eles inevitavelmente empregarão neste Ano Santo de 2014.

Tempestade – é a combinação de: as agências de risco dão nota zero ao Brasil; a Petrobras vai à falência; o Pão de Açúcar afundará na Baia de Guanabara; o pré-sal se revelará só-sal; e a presidenta Dilma Rousseff renunciará para aderir ao zen-budismo. Isso tudo acontecerá ao mesmo tempo em que China parar de importar soja.

Sustentabilidade – é a forma de alguns empresários predadores conseguirem pregar no sono: arrancam o couro dos empregados durante o dia e plantam uma muda de salsinha na mansão em Trancoso; só no Brasil a causa da Ecologia se associou à Big House, ao 1%; sem o Itaú, a Rede da “sustentabilidade“ não passava de uma loja maçônica.

Agregar – é a forma elegante de colonistas e economistas de bancos – são a mesma coisa – exibirem sofisticação e modernismo. “Agregar’” seguido de “Valor” significa exatamente isso: NADA ! Trata-se, apenas, de um substituto de “somar”, “adicionar” , mas, de forma pedante, indica que o colonista frequentou os cursos de MBA de Harvard (e quebrou a empresa do Papai).

Padrão FIFA – Antigamente se dizia “do Primeiro Mundo”. Tem o mesmo significado de  “o Brasil é uma m…”.

Imagine na Copa – Veja verbete “padrão FIFA”. Nesse caso, há um componente interessante: é a previsão da catástrofe. Nas profundezas do Colonizado há, permanentemente, a esperança de que vá tudo para o Inferno. E só a Big House, porque fica no alto da colina, se salvará. Na Copa, vai tudo para o Inverno. Menos …

Dá pra fazer mais … – Entrou para dicionário do PiG por conta do Dudu, que traiu a Dilma e o Lula da forma mas desinibida. Claro que dá para fazer mais ! Sempre dá. Só um governante não pode ser acusado de ter feito “de menos”: Deus. E mesmo assim há controvérsias. Jó que o diga …

Transparência – É o que os colonistas do PiG exigem dos governos trabalhistas. Mas, o conceito não se aplica às dívidas das empresas do PiG com a Receita Federal. Trata-se de mais um americanismo imposto à ideologia da Big House. “Transparência”, mesmo, quem deve é o Padim Pade Cerra, que, até hoje, não mostrou o diploma de engenheiro ou economista,  e ninguém sabe do que vive. “Transparência” é o que falta ao Príncipe de Privataria, para explicar como conseguiu a reeleição a R$ 200 mil a cabeça, no Acre ! No Acre ! Isso é que é intransparência” !

Tripé – É uma das contribuições da Bláblárina ao pensamento Conservador. (Uma das últimas proezas dela, na Folha (***), foi demonstrar que Hannah Arendt era Congregada Mariana, devota de Nossa Senhora de Fátima.) Bláblá foi a primeira a dizer que a Dilma tinha perdido o “tripé” do Fernando Henrique. Provavelmente ela se referia ao “tripé” das três visitas do FHC ao FMI. “Tripé” na “lógica” da Bláblá significa “mais juros”…

Instinto animal, é preciso despertar o … – Despertar o instinto animal foi uma especialidade do Príncipe da Privataria. Com a ajuda do Ricardo Sergio, do André Lara Resende e do Luiz Caros Mendonça de Barros, ele despertou o “instinto animal” do Daniel Dantas na hora “privatizar” as teles. “Despertar o instinto animal” significa “entregar a rapadura”. Permitir que os empresários que concorrem aos leiloes da Dilma determinem a TIR (“taxa interna de retorno”), ou seja, quanto vão levar pra casa. Diz-se que a Dilma não “desperta o instinto animal” dos empresários, como se o Estado fosse aquele funcionário do zoológico que leva a carne à jaula do tigre. Na verdade, o que se quer é o bom e velho “Estado-Mãe!”. Esse é mais do Estado-Polícia do Marx. É o Estado que os neolibelês (****)  instalaram na América Latina. E sonham por instalar, de novo – clique aqui para ler “o Aécio roda, roda, roda e cai no colo dos americanos”.

Choque de gestão – é uma ficção inventada pelos tucanos. Os professores públicos de Minas sabem o que isso significa. Os policiais do Paraná, também. Contra o que chamam de “aparelhamento” do Estado pelo PT, os tucanos tiram o couro do funcionário público – especialmente professores , para facilitar o serviço das escolas privadas -  e aplicam o “choque”. Não tem a mesma eficácia do choque elétrico da “cadeira do dragão”, mas a fonte de energia é a mesma.

Desarranjo fiscal – não tem nada a ver com diarreia. Tem mais a ver com Inês de castro: aquela que nunca foi Rainha. Como se sabe, a Dilma atingiu em 2013 os objetivos previstos num programa de austeridade fiscal. Os governos trabalhistas têm cumprido as metas de inflação – o FHC não cumpriu nenhuma – e respeitam os tripés, quadriláteros, octaedros e o diabo que for, em matéria de higidez. Mas, como diz o Ministro Mantega, os nervosinhos não se acalmam. Estão sempre lá os economistas de bancos e colonistas do PiG – são da mesma natureza – a dizer que dessa vez passa, mas … ano que vem (vá ao verbete Imagina na Copa, que trata dos profetas do Apocalipse). O desarranjo é uma das esperanças da oposição. Como está mais difícil antecipar o desemprego maciço, o jeito é prever a disenteria orçamentaria. Pois, não é que a Oposição acabou trancada no “reservado” ?

Recuperar a credibilidade – é um exercício desprovido de qualquer conteúdo. Qual a “credibilidade” a ser recuperada ? A do Governo que foi três vezes ao FMI ? Que comprou uma reeleição ? Que tinha como Maestro o Sergio Motta, o trator que levou para o túmulo o log-in das operações do PSDB ? O Cerra, por exemplo: de que vive ele ? Qual a “credibilidade” que ele pode cobrar ? E o pessoal capturado no trensalão ? E o marido da Bláblá, que não larga o osso do Governo do PT no Acre ? No fundo, no fundo, “recuperar a credibilidade” significa trazer o Consenso de Washington de volta ao centro do programa de Governo. Não tem nada a ver com a Ética ou com a Eficiência. Muito menos com a Justiça Social. Tem a ver com o cofre da Big House. Parte aqui, parte em Cayman.

Em tempo: 
para atender a pedido do amigo navegante JK:

Ruptura
 – expressão de Bláblárina Silva para explicar como “rompeu” com a velha política. A “nova política” da agente da “ruptura” inclui a união, de papel passado, com esse Gigante do Orçamento, o Sergio Guerra; com Heráclito Fortes, de destacada atuação na defesa de Daniel Dantas, no Congresso; Arnaldo Jardim, encontrado, inocente, sob um banco do trensalão tucano; Jorge Bornhausen, um velho conhecido do delegado Protógenes Queiroz, desde os bons tempos do Banco Auracária, em Santa Catarina e em Foz do Iguaçu; e o alinhamento com os tucanos (só não pode em São Paulo). A “ruptura” inclui um “forte ajuste fiscal” – ver verbete “dessarranjo fiscal” -, com o consequente brutal aumento das taxas de juros, para a surpresa do Banco Itaú. Não esquecer que, antes da “ruptura”, Bláblá procurou Tarso Genro para abrir uma dissidência no PT e lançar sua candidatura à sucessão de Lula, contra Dilma. Bem sucedida nessa empreitada traírica, ela, em lugar da “ruptura”, abriria uma dissidência que poderia ser a “vamos que vamos”. Mas, quem entende mesmo de “ruptura” é o marido da Bláblá, que não larga o osso no Governo do PT no Acre.

Em tempo2: 
para atender a pedido do amigo navegante Edvard:

No futebol será assim:

O Felipão recuperou a credibilidade da seleção. Trabalhando com transparência, aplicou um choque de gestão, agregou o time, despertou o instinto animal dos jogadores, deu sustentabilidade ao ataque com o tripé do meio campo e aplicou uma tempestade de gols nos adversários. Agora temos um escrete padrão FIFA e se não houver um desarranjo fiscal na CBF o prêmio pelo título será muito bom.

Como vêm, dá para brincar de Odorico Paraguaçu de muitas formas.



Paulo Henrique Amorim



(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(****) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

Sabotar a Copa é sabotar o Brasil

Devo confessar que não gosto de futebol – o que, no Brasil, chega a ser uma heresia. Ainda assim, apesar de ser exceção, não tenho um time de preferência, não torço por nenhum, não entendo as tabelas, as regras etc., pois nunca me interessei por entender.
O tempo, o dinheiro e a energia que este povo gasta com o futebol deveriam ser melhor empregados. Mas um fato é inquestionável: os brasileiros, sobretudo os mais humildes, encontram nesse esporte um alento para a dura vida que levam.
Sediar eventos internacionais da importância de uma Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos, porém, é outra coisa. Tais eventos podem projetar um país ao poderem mostrar sua capacidade de organização e de execução de projetos.
Todavia, tais eventos também podem desmoralizar internacionalmente um país se este, ao organizá-los, vier a colher um fracasso organizacional.
O prejuízo de imagem a um país que fracassa na organização de um evento internacional da importância de uma Copa do Mundo, ao contrário do que muitos possam pensar não fica para o governo responsável por tal organização, mas para esse país.
Governos passam, países ficam. Se o movimento “Não vai ter Copa” triunfar, no futuro quem ficará conhecido mundialmente pelo fracasso do evento não serão Lula, Dilma Rousseff ou o PT, mas o Brasil.
Este país, nesse caso, ficaria marcado para sempre pela incapacidade de organizar eventos internacionais. Será considerado um país selvagem, impróprio para o turismo, incapaz de levar à frente um projeto que tantas nações já conseguiram fazer vingar.
O que o Brasil vai ganhar sabotando sua própria imagem diante do mundo? Nada.
Os investimentos na Copa já foram feitos e não serão desfeitos por nenhuma gritaria. Só o que deixará de ocorrer, se esse movimento aloprado vingar, será a recompensa nacional pelos investimentos feitos – recompensas de imagem e financeira.
Quem ganha com a sabotagem do evento? O povo é que não vai ganhar nada.
Além da dor que a massacrante maioria de brasileiros que ama o futebol sentirá diante de uma derrota da Seleção forjada no previsível estado psicológico de abatimento da equipe diante dos protestos, haverá o prejuízo econômico e imagético do país.
Mas haveria ganhadores com o fracasso da Copa, sim: os políticos sem votos que veem nessas manifestações a única possibilidade de vencerem a eleição presidencial contra a forte candidatura de Dilma Rousseff à reeleição.
Você, cidadão comum, ficaria com a desmoralização internacional de seu país, com a provável piora de sua vida que um baque na economia causado por essa desmoralização iria gerar – o que colocaria em risco até seu emprego, seus negócios etc.
Ao longo da última década, você passou a ganhar salário mais alto, seus filhos conseguiram ingressar mais facilmente no mercado de trabalho, a pobreza no país despencou. Com tais eventos internacionais, o Brasil mostrará ao mundo que chegou a sua hora.
Mas você pode arriscar tudo isso para que políticos espertalhões – e sem votos – cheguem ao poder graças a uma farsa, a de que o país investiu na Copa dinheiro que seria destinado a saúde, educação etc.
Sim, uma farsa. O dinheiro público investido na Copa é uma fração do total dos investimentos. A quase totalidade desses recursos é privada. E tais investimentos, públicos ou privados, serão pagos pelo lucro com turismo e com maior atividade econômica decorrentes do evento.
A pergunta que fica, portanto, é simples: o que, de fato, o Brasil ganhará com a sabotagem da Copa do mundo, agora encampada por 9 entre 10 colunistas e editorialistas dessa grande mídia de oposição ao governo federal?
Se você não se fez essa pergunta, está na hora de fazer. Se não conseguir respondê-la e se não encontrar uma resposta clara, sua obrigação, como cidadão brasileiro, será combater esse movimento aloprado, sem pé, cabeça ou juízo.