Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Marina difere de outros políticos em que, afinal?


Escrevo antes de o Tribunal Superior Eleitoral julgar o pedido de Marina Silva para que autorize a criação do (seu) partido “Rede Sustentabilidade” à revelia do parecer do vice-procurador-geral-eleitoral, Eugênio Aragão, que julgou que a pretensa legenda não cumpriu exigências.
Marina tem todo o direito e toda a legitimidade para criar “sua” legenda particular, que, ao que tudo indica, teria – ou terá – dono. Ou dona. E cabe à Justiça Eleitoral autorizar ou não, caso entenda que foram ou não cumpridas as exigências legais para tanto.
Aconteça o que acontecer, porém, o que dá causa a este texto não é o desfecho desse caso, mas o quanto reforça a percepção de que essa senhora está muito longe de provar ser o que apregoa, ou seja, uma política “diferente”.
Marina vem construindo uma imagem política calcada muito mais – ou exclusivamente – em sua imagem histórica do que em suas ideias e propostas.
Auferiu 20 milhões de votos na eleição presidencial de 2010 só dizendo ser “diferente”, porém ao lado de um mega empresário que foi candidato a vice-presidente em sua chapa, Guilherme Leal, então presidente da Natura.
A Natura foi processada por biopirataria pelo Ministério Público do Acre e, depois, foi inocentada pela Justiça, mas sempre fica a questão sobre se sua ligação com uma empresa que sequer registra em carteira (garantindo direitos trabalhistas básicos) a sua força de vendas, composta por mulheres que chama de “consultoras”, é assim tão “diferente”.
Marina tem entre os entusiastas de sua candidatura Maria Alice Setúbal, filha de Olavo Setúbal, o falecido fundador do banco Itaú. Maria Alice é “articuladora essencial” — cuida da captação de recursos — para o partido de Marina. É uma espécie de fada madrinha da “Rede Sustentabilidade”.
Com uma dona de banco cuidando do suporte financeiro do “seu” partido, por certo a “fadinha da floresta” não terá muitos problemas de dinheiro…
Mas tudo bem. Lula teve como vice um mega empresário, o falecido José Alencar. Só não se pode dizer que Marina é “diferente” do ex-presidente ou de tantos outros políticos. A “sustentabilidade” financeira é a mesma, no mínimo.
O que não é igual a Lula, em relação a Marina, são as suas ideias, suas propostas, sua ideologia. Ninguém sabe nada sobre o ideário da pré-candidata a governar o Brasil. Só o que se sabe é da empatia que a grande mídia, eternamente adepta do PSDB, tem pela candidata “verde”.
Marina é tão “diferente”, mas tão “diferente” que desperta esse apoio midiático-empresarial-financeiro totalmente “desinteressado”. Ora, vejam só…
O que preocupa é que, tal qual Fernando Collor, temos hoje no Brasil uma candidata que se projeta com frases feitas e uma imagem que pretende dizer o que suas palavras não dizem. E que tenta criar um partido para disputar uma eleição, quando não é essa a lógica que deveria nortear qualquer agremiação política.
Sem uma base política clara, sem um ideário, com dinheiro chovendo sobre si, Marina, agora, tenta conseguir que a legislação sobre criação de partidos políticos seja ignorada só por ela ser quem é.
Em um vídeo lançado há dias e que ainda só tem cerca de 2 mil visualizações, Marina diz que a Justiça Eleitoral autorizar a criação de seu partido mesmo sem ele ter reunido assinaturas suficientes iria “democratizar a democracia”.
Marina, seguramente, construiu uma imagem muito generosa de si mesma para si mesma, mas ela se auto elogiar e apresentar suas ambições políticas como determinantes da democracia da nação me parece um certo exagero…
Então pergunto: quais são as posições da pré-candidata Marina Silva sobre economia, área social, educação, saúde etc.? Tampouco encontrei nada que ela tenha dito claramente sobre tais temas, além de chavões e mais chavões.
Concluo pedindo que alguém me informe se esqueci de citar algum elemento que referende a tese de que Marina Silva é uma política “diferente”, porque não encontrei nenhum. Tudo o que encontrei foi um blábláblá que lhe justifica o apelido de “Blablarina”.

NASSIF: CERRA É UM BLEFE ! Cerra é um jenio ! E por falar nele: de que vive o Cerra ?

Por sugestão do amigo navegante José Jorge Carvalho, o Conversa Afiada reproduz texto (suave) do Nassif sobre o Padim Pade Cerra.

(O Conversa Afiada abre passagem ao Nassif, mas acha que o Aécio já entregou o ouro.)

SERRA: A VOLTA DOS QUE NUNCA FORAM



Luis Nassif

O ex-governador José Serra não decidiu agora ficar no PSDB porque jamais foi sua intenção deixa-lo. Jamais trocaria um partido pronto e acabado, como o PSDB, por um partido acabado, como o PPS.

Para fazê-lo teria que dispor de liderança, propostas e capacidade de articulação que nunca fizeram parte de sua personalidade.

A exemplo de inúmeros políticos egressos da política estudantil pré-ditadura, e do próprio Partidão, o estilo de Serra sempre foi “aparelhista”, o de articular internamente na máquina partidária para conquistar espaço e poder, despendendo energia para dentro, em ações e dossiês contra quem ameaçasse sua liderança interna; ou em guerrilhas para fora, valendo-se do mesmo estilo.

Nunca foi um organizador ou formulador partidário.

No seu primeiro cargo público, de Secretário do Planejamento do governo Montoro, sua atuação mais expressiva foi colocar aliados nos principais cargos financeiros do Estado, além de controlar com mão de ferro compras públicas e listas de pagamento de precatórios. Valeu-lhe poder financeiro, para as campanhas eleitorais, e a imagem de pragmático e de técnico rigoroso com as contas públicas.

Mas Serra jamais confiou no próprio discernimento para atuar a céu aberto.

Sempre foi fundamentalmente inseguro em todos os passos que deu. Em quase todos eles, sempre precisou se escorar ou no comando de Fernando Henrique Cardoso, enquanto presidente da República, nos seus conselhos, como espécie de irmão mais velho em permanente litígio,  ou na sua influência, enquanto maior liderança do partido. Embora o próprio FHC padecesse do mesmo problema da indecisão e da dificuldade em prospectar cenários futuros.

Foi assim quando Fernando Collor convidou-o a assumir a Fazenda e FHC o Itamarati. Foram semanas de indecisão, de vontade de , mas sem saber avaliar as consequências futuras. A questão acabou sendo decidida por Mário Covas, que bateu na mesa impedindo a ida que teria sido desastrosa.

Esse episódio consolidou a imagem de “indeciso” que se pespegou no partido nos anos 90 – apesar da determinação de outras lideranças como Sérgio Motta e Mário Covas.

As indecisões prosseguiram durante toda sua carreira política.

No plano Real, escondeu-se nos grandes debates internos do governo FHC, inibido pelo maior conhecimento dos economistas do Real. Para jornalistas conhecidos manifestava-se contra a política cambial. Mas sempre em off. Internamente, sumia.
O “aparelhista” versus o líder político

Durante os anos 90, assim como no governo Montoro, tratou de colocar aliados em todos os cargos-chaves financeiros por onde passava. Colocou aliados no Banespa do governo Fleury, no grupo incumbido da privatização por Itamar Franco. E, depois, nos cargos-chave da privatização do governo FHC.

Essa eficiência aparelhista contrastava com a indecisão para definir sua carreira para fora do partido ou para levantar novas propostas. Sempre foi eficiente nas ações de bastidores e perdido nas ações voltadas para o exercício da politica.

Levou quase um mês para aceitar o convite para ser Ministro da Saúde de FHC. E colecionou indecisões nas vezes em que foi lançado pré-candidato a presidente.

Nunca foi de encarar situações de conflito. Desapareceu quando o senador ACM saiu do Senado atirando e, em diversas entrevistas, mostrando as ligações do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio com Serra.

Depois, já governador, escondeu-se no episódio das enchentes em São Paulo, na greve dos policiais civis e na crise de 2008 – a Abimaq  (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) precisou ameaçar piquete na porta do Palácio para ser recebido por ele.

Dentro do PSDB, conquistou espaço exclusivamente devido ao apoio de FHC e, principalmente, da velha mídia.

Quando o próprio FHC anunciou publicamente o apoio ao pré-candidato Aécio Neves, Serra retornou à dimensão real de sua influência no partido. Depois das últimas eleições, seu exército se limitava a um grupo reduzido de velhos políticos tendo em comum uma agressividade ilimitada contra adversários: Alberto Goldmann, Aloysio Nunes, Roberto Freire.
A falta de propostas

Tudo isso devido ao fato de Serra jamais ter desenvolvido um conjunto coerente de ideias. No governo FHC, imaginava-se que as teria e não poderia expô-las devido ao fato do presidente ter encampado as ideias dos economistas do Real.

Quando assumiu o protagonismo político, como prefeito e, depois, governador de São Paulo, percebeu-se que, na verdade, não possuía um corpo estruturado de ideias. Pelo contrário. Nos anos 90 e 2000 o país atravessou o mais profundo processo de transformações de sua sociedade, com a consolidação de temas relevantes, como gestão, inovação, políticas sociais, modelos de desenvolvimento. Serra não  assimilou nenhum dos temas e, eleito governador, fez uma gestão inodora.

Como liderança pública, limitou-se a manter o estilo em “off” anterior de reduzir toda discussão política à desqualificação do adversário.

Jamais poupou Aécio e tomou-se de raiva contra as novas lideranças que surgiam, como o governador de Pernambuco Eduardo Campos ou o prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Sua prática política limitava-se a ser “contra”: contra o PT, contra Malan, contra Paulo Renato, contra Aécio, contra Alckmin, contra Haddad, explorando jornalisticamente defeitos e vulnerabilidades dos adversários.
O fim da linha

Seu reino político terminou nas eleições de 2010, ao protagonizar aquela que foi provavelmente a mais pesada campanha da história, com uma mescla inédita de notícias falsas plantadas nos jornais e repercutidas nas redes sociais, copiando o estilo Tea Party da Foxnews norte-americana.

Terminadas as eleições, o poder de Serra resume-se às ligações com alguns veículos de comunicação.

Saiu candidato a prefeito de São Paulo por absoluta falta de alternativa.

Tentou espaço na Fundação Teotônio Vilela, do PSDB, e não conseguiu. Tentou cargo na cúpula do partido e lhe foi negado. Nas hostes aecistas, ninguém duvida de sua mão por trás de dossiês e campanhas contra Aécio. E, do lado de Serra, todos sabem que o chamado dossiê Amaury Jr foi uma reação de partidários de Aécio contra os ataques de Serra.

É detestado pela militância do PSDB não apenas em Minas Gerais, mas também em São Paulo.

Mas suportam-se mutuamente por razões pragmáticas: Serra sabe que não sobrevive sem o PSDB; e Aécio acha que, com Serra por perto, reduzem-se as chances de novos dossiês espalhados por veículos aliados.

Por esse perfil, jamais sairia do PSDB sem encontrar um partido pronto e acabado. Decidindo ficar, seu discurso para comemorar o “fico” foi o exercício recorrente do “anti”: fica para combater o inimigo, não para trazer ideias. E voltou sem ter ido e sem ter recebido nada em troca – a não ser palavras protocolares de apoio.

Mas conseguiu um feito. Deixa um legado de ódio, preconceitos e negativismo que hoje em dia se constituem no principal obstáculo para a oxigenação do PSDB
.


Em tempo:

A propósito deste parágrafo do texto do Nassif:

No seu primeiro cargo público, de Secretário do Planejamento do governo Montoro, sua atuação mais expressiva foi colocar aliados nos principais cargos financeiros do Estado, além de controlar com mão de ferro compras públicas e listas de pagamento de precatórios. Valeu-lhe poder financeiro, para as campanhas eleitorais, e a imagem de pragmático e de técnico rigoroso com as contas públicas.

Conversa Afiada sugere a leitura deste post revelador, com dois personagens obrigatórios numa biografia do Padim: Flavio Bierrenbach e Wálter Mairerovitch:

SERRA FEZ PLANTÃO NA PORTA DA JUSTIÇA. MEDO DE SE PROVAR QUE ERA LADRÃO



Conversa Afiada publicou post de título “Dilma, desmascare o Serra. Ele não tem escrúpulos”.

Aí se diz:  

Dilma, você já ouviu falar no Flavio Bierrembach ?

O Flavio é um homem honrado.

Ele era candidato a deputado com o Serra e acusou o Serra de ladrão.

O Serra foi para cima dele.

Por azar, a ação caiu na mão do Juiz Walter Maierovitch.

Maierovitch chamou o Bierrembach às falas: que historia é essa de chamar alguém de ladrão, sem provas ?

O Bierrembach pediu “exceção da verdade” – ou seja, quero provar o que digo.

Maierovitch imediatamente deu ao Bierrembach o direito de provar o que dizia.

Dilma, sabe o que o Serra fez ?

Engavetou a ação.

Chama o Bierrembach para contar essa história.

Chama o Maierovitch – e só ligar para a Mara, secretária do Mino, na Carta Capital, que a Mara acha o Maierovitch rapidinho.


A propósito, o Conversa Afiada recebeu o seguinte e-mail do Maierovitch:


Caro Paulo Henrique.

–1. Seguem os meus telefones, sem precisar procurar a Mara, mencionada no seu texto.

–2. Antes de mais nada. Não tenho filiação política partidária e nem religião. Não busco cargos e não tenho vocação para me tornar parlamentar.

Sou independente e não faço média. Para deixar claro: votei para o Galeno Amorim (PT), Luiza Erundina (PSB), Aloísio Nunes Ferreira (PSDB), Marta (PT), Fábio Feldman(PV) e Dilma (PT).

Como dediquei a minha vida ao estudo da criminalidade organizada transnacional, com especial atenção ao comportamento dos seus membros e como se movem quando apanhados pela Justiça, o Serra nunca perdi de vista. Isto pelo comportamento em face do processo criminal em que tudo fez para não ser apurada a exceção da verdade proposta pelo Flávio Bierrembach: até o advogado Marcio T.Bastos foi contratado para substituir o filho do Covas (advogado do Serra).

Mais ainda, à época dois plantonistas desigados pelo Serra revezavam-se no Cartório Eleitoral. Cumpriam a tarefa de evitar a saída, por erro cartorial, de ofícios que indagavam das movimentações financeiras de Serra, estas necessárias para comprovar o arguído por Berrembach. Também para apurar, pois ventilado,  eventual compra de uma mansão no aristocrático bairro da City Lapa, dada como domícilio e residência de Serra : os ofícios, em razão da liminar, tinham sido apensados ao autos processuais. E Serra, recém eleito deputado federal, defendia, nos autos, a privacidade e não transparência. Em resumo, e daí os plantonistas,, não desejava que, com as expedições dos ofícios suspensos por liminar, viessem respostas. Destaco essa passagem por ter lido entrevista de Serra a sustentar “nunca ter sido envolvido em processos escandalosos referente a corrupção”.

A propósito, na Máfia, quer na siciliana, quer na Cosa Nostra sículo-norte-americana, esconder o patrimônio e se passar por “furbo” (espertalhão) é a regra adotada pelos capi dei capi (chefões). Só que tem um particular, de natureza ética, como ressaltado no episódio a envolver Bernardo Provenzano. O referido Provenzano, já chefe dos chefes da Máfia e foragido por mais de 40 anos sem deixar o comando da  organização e tirar os pés da Sicilia, avisou o procurador nacional antimáfia, quando preso e posto à sua frente: 

– “Vamos deixar claro. O senhor faz o esbirro e eu o mafioso. Cada um na sua, sem disfarces”. Depois do aviso e contente por não esconder o que era, mergulhou no mais absoluto silêncio.

Em termos de transparência, prefiro Provenzano a Serra.

Atenciosamente.

Wálter Fanganiello Maierovitch    

Porque a direita quer Marina no páreo?

Porque o conservadorismo quer tanto a
Rede de Marina?


E alerta: o que eles querem fazer


lembra que fizeram com o PTB de 


Brizola: burlaram a lei para manipular as 


eleições.


Por Fernando Brito, no Tijolaço.
O conservadorismo brasileiro está em franca campanha para que os ministros do TSE aprovem a criação da “Rede” de Marina Silva.
Com assinaturas ou sem assinaturas exigidas pela lei, importa pouco.
Mas está difícil.
Merval Pereira, o Ruy Barbosa do casuísmo, depois de revogar os embargos infringentes por conta própria, agora quer revogar as exigências legais e lamenta que o tribunal esteja inclinado a “optar pela letra fria da lei, em vez de interpretar o espírito do legislador”.
Ou seja, o respeito à lei depende do freguês.
Esse “jeitinho” já foi dado há 30 anos, quando Ivete Vargas “registrou” o PTB sem os documentos exigidos por lei, alguns dias antes que Leonel Brizola o tentasse fazer, este com a documentação completa.
O TSE, por artes e manhas de Golbery do Couto e Silva, a quem era essencial que Brizola não pudesse reatar o fio da história petebista que o Golpe de 64 quisera cortar, inspirou um “direito de protocolo” que entregou a sigla a Ivete quando ela, afinal, conseguiu os apoios e documentos que não tinha ao fazer o pedido de registro.
Agora, a direita faz tudo para conseguir que o Tribunal ”flexibilize” a lei e dê a Marina o partido que ela não organizou como se exige.
Não por ela, mas porque deseja que a eleição não tome, já de início, uma natureza plebiscitária, com Marina servindo de estuário a um voto de classe média arisco ao tucanato.
E que, assim, não se possa decidir no primeiro turno.
Não que Marina careça de legitimidade pessoal para ser candidata. Tem.
Mas o processo democrático é fundado em partidos e ela saiu do PV – como antes do PT – porque quis, não entrou em outro partido porque não quis e lançou esta tal Rede apenas em fevereiro deste ano porque assim o quis.
Como quis, arrogantemente, que as instituições e regras legais se abrissem e deixassem passar a “princesa da floresta” ou outro título nobiliárquico que se adeque à sua atual e pomposa condição de queridinha das elites.
Por: Fernando Brito
blair

FRUTO DA OBSTINAÇÃO DE VARGAS, PETROBRAS COMPLETA HOJE 60