Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 31 de maio de 2013

AS ESCOLHAS DE DILMA


As notícias que chegam dos correspondentes de Carta Maior na
Europa formam um denso exclamativo de alerta. A austeridade estala o relho do desemprego nas costas de quase 27 milhões de pessoas no continente  -mais de 19 milhões só na zona do euro. A fome está de volta numa sociedade que imaginava tê-la erradicado com a exuberância da política agrícola  do pós- guerra, associada à rede de proteção do Estado social. A regressividade econômica se faz acompanhar da contrarrevolução  sempre que a esquerda troca a resistência pela adesão à lógica cega dos mercados. O fundo do poço é o ponto mais perigoso  de uma crise. As fragilidades estão no seu nível máximo.  O próprio FMI alerta: nas condições atuais, cada unidade adicional de austeridade produz duas vezes mais decrescimento, do que no início do ‘ajuste'. O Brasil ingressa nesse capítulo do colapso neoliberal equilibrado em trunfos e flancos significativos. Se não dilatar o espaço da política na condução da economia, o governo corre o risco de perder o que tinha sem obter o que a ortodoxia lhe promete. Acreditar que o monólogo entre o BC e os mercados será capaz de reordenar a macroeconomia é terceirizar o país à lógica conservadora, até agora restrita à exortação midiática. Política é economia concentrada. O governo Dilma tem escolhas a fazer. E legitimidade para exercê-las. É a hora. (LEIA MAIS AQUI).






Caso Bolsa Família desvendado; parem a investigação da PF

Todos têm direito a ter qualquer opinião sobre qualquer coisa. E se o que pensamos sobre qualquer assunto não for injurioso, difamatório, calunioso ou preconceituoso contra pessoas ou instituições, temos o direito de difundir publicamente. Só não temos o direito de apresentar nossas convicções como fatos. Fazer isso é trapaça, pura e simplesmente.
Este Blog, por exemplo, julga que difundir um boato sobre extinção do Bolsa Família não poderia interessar ao governo federal, mas interessaria à oposição. E pensa, também, que a antecipação do pagamento do benefício pela Caixa Econômica Federal não poderia fazer os beneficiários concluírem, autonomamente, que isso significaria a extinção do programa social.
Os beneficiários do Bolsa Família somam 13 milhões de famílias, ou cerca de 50 milhões de pessoas. Estima-se que metade desse contingente – pais e mães dessas famílias beneficiadas –, vota. A mera suspeita de que o governo Dilma iria extinguir o programa por certo causaria revolta contra si em cerca de 1/5 do eleitorado brasileiro.
A oposição, no entanto, teria muito a ganhar caso fosse instilada tal dúvida nesse expressivo naco do eleitorado. Se cerca de 25 milhões de pessoas se indispusessem de forma tão veemente contra o governo, desapareceria, do dia para a noite, a vantagem que elegeu Dilma Rousseff em 2010.
Por fim, a teoria ventilada por setores da oposição e da grande mídia de que o governo espalharia o boato para depois desmenti-lo e de que, assim, mostraria aos beneficiários a importância do benefício que lhes paga, é ainda mais inverossímil. Por que o governo julgaria que os beneficiários do programa não valorizam sua importância?
A possibilidade de o governo ter sido o autor do boato cai por terra diante de matéria do portal UOL divulgada na semana passada que mostrou que mesmo após os veementes desmentidos do governo algumas famílias entrevistadas afirmaram que ainda não acreditavam que o programa Bolsa Família não iria acabar.
Sejamos francos: dizer que o governo levantaria dúvidas sobre a continuidade do programa apesar de ser facilmente imaginável que pessoas tão humildes, como mostra a matéria supracitada, poderiam demorar a acreditar que não é verdade que o benefício seria extinto, é uma literal sandice.
Resta, então, a teoria de que a antecipação do dia de pagamento do benefício pela Caixa fez os beneficiários concluírem, por si sós, que isso significaria que o Bolsa Família iria acabar.
A teoria que se tornou consenso em toda a grande imprensa brasileira e que a oposição já trata como fato inquestionável afirma que, em 24 horas, alguns beneficiários que conseguiram sacar o dinheiro antes foram capazes de espalhar por 12 ou 13 Estados – mas não em todos os 26 Estados brasileiros – que o programa social seria extinto.
A teoria de que a culpa pelo pânico é da antecipação do pagamento do Bolsa Família tampouco se dá ao trabalho de explicar por que, se essa antecipação ocorreu nos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal, só em 12 ou 13 Estados ocorreu o pânico. E por que só houve pânico nos Estados do Norte e do Nordeste e na Baixada Fluminense.
Essas dúvidas são mais do que suficientes para obrigar qualquer analista sério a no mínimo não tratar essa versão como fato. Ou seja: quem está tratando essa suposição sobre o pânico dessas famílias como fato está tentando enganar a sociedade, está mentindo.
A conduta esperável de um grande meio de comunicação ou de um jornalista de renome ou de um líder político de expressão é a de aguardar a conclusão da investigação do ocorrido pela Polícia Federal, conclusão que, inclusive, poderá ser posta em dúvida se não vier revestida de provas inquestionáveis. Mas só após ser conhecida.
Contudo, a seriedade obriga a reconhecer que pessoas que têm posições que as obrigam a ter responsabilidade no tratamento de um caso assim e que não poderiam se antecipar e difundir conclusões como verdades absolutas, infelizmente não estão só na oposição e na mídia oposicionista.
Apesar de estarem se tornando incontáveis os jornalistas de grandes meios de comunicação e os políticos de oposição que estão difundindo como fato inquestionável a versão sobre a culpa pelo pânico ser da Caixa, a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, foi a primeira a se aventurar em difundir conclusões precipitadas, acusando a oposição.
Um blogueiro ou um colunista de um grande jornal até podem expor suas opiniões no sentido de que possa ter ocorrido isso ou aquilo, mas políticos da oposição e autoridades do governo, nunca. Têm obrigação de, no mínimo, esperar o fim da investigação da Polícia Federal.
O principal pré-candidato de oposição a presidente da República, o senador tucano Aécio Neves, e a ministra Maria do Rosário, por exemplo, agiram muito mal. Contudo, a ministra deu apenas UMA declaração pelo Twitter e, inclusive, recuou da declaração. Errou? Sim, errou. Agora, o que Aécio Neves está fazendo é vergonhoso.
Aécio está culpando pessoalmente sua provável adversária na eleição do ano que vem e exortando-a a “pedir desculpas” pelo que ainda ninguém sabe se de fato aconteceu. Ele está sendo incrivelmente irresponsável. Está fazendo politicagem, não pode fazer as afirmações que está fazendo. Está mentindo.
Quanto à “grande imprensa”, se alguém, algum dia, chegou a duvidar de que é partidária da oposição – ainda que ouse se dizer “isenta” –, não pode ter mais dúvidas. Esse bando de jornalistas que está afirmando que a antecipação do pagamento do benefício pela Caixa foi a causa do pânico daquela população sofrida, não passa de um bando de picaretas.

Sr Aécio Neves , aqui está o verdadeiro modo do PSDB ajudar ao pobre. Jamais esqueceremos.......P I N H E I R I N H O.


Roberto Gurgel poderá sair da PGR direto para o lixo da história



Leandro Fortes, Carta Capital
Mudança suspeita

Às vésperas da aposentadoria, Roberto Gurgel, em parceria com a mulher, altera de forma inexplicável um parecer e aceita acusações falsas contra o deputado Protógenes Queiroz

Em boa medida, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, caminhava para uma aposentadoria tranquila. Desde a sua recondução ao cargo, em 2011, havia se tornado símbolo de um moralismo seletivo e, por consequência, ídolo da mídia. O desempenho no julgamento do “mensalão” petista o blindou de variados lapsos e tropeços, digamos assim, entre eles o arquivamento das denúncias contra o senador goiano Demóstenes Torres, dileto serviçal do bicheiro Carlos Cachoeira, como viria a demonstrar a Operação Monte Carlo.

A três meses de se aposentar, Gurgel decidiu, porém, unir-se à frente de apoio ao banqueiro Daniel Dantas. E corre o risco de se dar muito mal. Em uma decisão inusual no Ministério Público Federal, ele e sua mulher, a subprocuradora-geral da República Claudia Sampaio, alteraram totalmente um parecer redigido por eles mesmos um ano e três meses antes. Não é só a simples mudança de posição a despertar dúvidas no episódio. Há uma diferença considerável entre os estilos do primeiro e do segundo texto. E são totalmente distintas a primeira e a segunda assinatura da subprocuradora-geral nos pareceres.

O alvo principal da ação é o deputado federal Protógenes Queiroz, delegado federal responsável pela Operação Satiagraha, investigação que levou à condenação em primeira instância de Dantas a dez anos de prisão. Há duas semanas, Gurgel e Claudia Sampaio solicitaram a José Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, o prosseguimento de um inquérito contra o parlamentar que a própria dupla havia recomendado o arquivamento. Pior: basearam sua nova opinião em informações falsas provavelmente enxertadas no processo a pedido de um advogado do banqueiro, o influente ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira.

É interessante entender a reviravolta do casal de procuradores. Em 20 de outubro de 2011, documento assinado pela dupla foi enviado ao STF para tratar de questões pendentes do Inquérito nº 3.152, instaurado pela 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A ação contra Queiroz, iniciada pelo notório juiz Ali Mazloum, referia-se a pedidos de quebra de sigilo telefônico do então delegado federal, de Luís Roberto Demarco, desafeto de Dantas, e do jornalista Paulo Henrique Amorim, alvo de inúmeros processos judiciais do dono do Opportunity. O parecer foi encaminhado ao Supremo por causa do foro privilegiado assegurado ao delegado após sua eleição a deputado federal em 2010.

Nesse primeiro texto, Gurgel e Claudia Sampaio anotam: “O Ministério Público requereu a declaração de incompetência do citado juízo para processo e julgamento do feito (...); a declaração de nulidade da prova colhida de ofício pelo magistrado na fase pré-processual, bem como o desentranhamento e inutilização”.

O segundo parecer é completamente diferente. Em 12 de março deste ano, o casal solicita a Toffoli vistas dos autos. Alegam, no documento, que um representante de Dantas os procurou “diretamente” na PGR com “documentos novos”. O representante era Junqueira, e os “documentos novos”, informações sobre uma suposta apreensão de dinheiro na casa de Queiroz e dados acerca de bens patrimoniais do delegado. Tudo falso ou maldosamente distorcido.

Apenas seis dias depois, em 18 de março, Gurgel e sua mulher encaminharam a Toffoli outro documento. Tratava-se do encadeamento minucioso de todas as demandas de Dantas transcritas para o papel, ao que parece, pelo casal de procuradores. Ao que parece, pois o estilo do segundo texto destoa de forma inegável da redação do primeiro. Em 11 páginas nas quais consideram “fatos novos trazidos pela defesa de Daniel Dantas”, o procurador-geral e a esposa afirmam ter cometido um equívoco ao solicitar o arquivamento do inquérito em 2011.

O novo parecer acolhe velhas teses de Dantas para explicar seus crimes. Segundo o banqueiro, a Satiagraha foi uma operação montada por desafetos e concorrentes interessados em tirá-lo do mercado de telefonia do Brasil. O Opportunity era um dos acionistas da Brasil Telecom e há quase uma década vivia em litígio com os demais sócios, a Telecom Italia e os maiores fundos de pensão do País.

A mentira incluída pelos procuradores no pedido de reabertura do caso diz respeito à apreensão de 280 mil reais em dinheiro na casa de Queiroz durante uma busca e apreensão determinada pela 7ª Vara Federal de São Paulo em 2010. Segundo Gurgel e Claudia Sampaio, “haveria registro até mesmo de conta no exterior”, e insinuam, com base em “indícios amplamente noticiados na imprensa”, que o deputado do PCdoB teria um patrimônio “absolutamente incompatível” com as rendas de funcionário público. Citam, na lista de suspeitas, dois imóveis doados ao hoje parlamentar por um delegado aposentado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, José Zelman.

“É incrível, mas o procurador-geral da República plantou provas falsas em um processo do STF a pedido do banqueiro bandido Daniel Dantas”, afirma Queiroz. E Toffoli não só acatou o pedido da Procuradoria Geral como, na sequência, autorizou a quebra do sigilo bancário do deputado e o sigilo telefônico de Demarco. Postas sob segredo de Justiça, as medidas tomadas pelo ministro do STF só foram informadas ao deputado há 15 dias. Sua primeira providência foi exigir do STF uma certidão dos autos de apreensão e busca citados pelo Ministério Público. O parlamentar foi à sala de Toffoli. Recebido pela chefe de gabinete Daiane Lira, saiu de mãos vazias.

Queiroz solicitou a mesma certidão a Mazloum, que o condenou em 2010 a três anos de prisão por vazamentos de informações da Satiagraha. Uma fonte acima de qualquer suspeita, portanto. Segundo o parecer enviado a Toffoli por Gurgel e senhora, Mazloum ordenara a busca que resultou na apreensão dos tais 280 mil reais. O juiz enviou a certidão ao STF, mas não sem antes declarar publicamente a inexistência de qualquer apreensão de dinheiro na residência do delegado. “Isso é fantasia. Em nenhum momento apareceu qualquer apreensão de dinheiro. Acho grave uma acusação baseada em informações falsas”, afirmou o juiz na quarta-feira 29 ao blog do jornalista Luis Nassif.

O deputado encaminhou uma representação contra o procurador-geral no Conselho Nacional do Ministério Público. Na queixa, anexou diversas informações, entre elas escrituras de seus imóveis. Os documentos provam que seu patrimônio atual foi erguido na década de 1990, quando atuava como advogado e antes de ingressar na Polícia Federal. Zelman, padrinho de batismo de Queiroz, doou ao afilhado dois imóveis em 2006, bem antes da Satiagraha, portanto.

Os procuradores também miraram em Demarco, ex-sócio do Opportunity que travou uma longa batalha judicial contra Dantas.

Com base em notícias publicadas pelo site Consultor Jurídico, de propriedade de Márcio Chaer, dono de uma assessoria de imprensa e um grande amigo do ministro Gilmar Mendes, Gurgel e Claudia Sampaio voltam a uma espécie de bode na sala, um artifício batido recorrentemente evocado pelos advogados do banqueiro: a investigação em Milão de crimes de espionagem cometidos por dirigentes da Telecom Italia. A tese de Dantas, sem respaldo na verdade, diga-se, é que os italianos financiavam seus desafetos no Brasil, inclusive aqueles infiltrados no governo federal e na polícia, para persegui-lo.

Procurado por CartaCapital, Demarco preferiu não comentar o caso, mas repassou três certidões da Procuradoria da República de Milão que informam não existir nenhum tipo de investigação contra ele em território italiano.


Dantas costumava alardear, segundo o conteúdo de escutas telefônicas da Operação Satiagraha, que pouco se importava com decisões de juízes de primeira instância por ter “facilidades” nos tribunais superiores. De fato, logo após ser preso e algemado por Queiroz em 2008, conseguiu dois habeas corpus concedidos pelo ministro Gilmar Mendes em menos de 48 horas. Um recorde. As motivações de Toffoli ao atender o pedido de Gurgel e Claudia Sampaio sem checar a veracidade das informações continuam um mistério. A assessoria do ministro informou que ele não vai se manifestar sobre o assunto por se tratar de processo sob segredo de Justiça.

Tucano cara de pau Dilma compra 32 mil tablets para professores do PR, mas Richa anuncia como se fosse mais uma obra dele


Os tucanos Beto e Flávio Arns anunciam, no Paraná, 32 mil tablets a professores como se a compra fosse "obras deles"; a dupla omite que se trata de recursos do governo Dilma Rousseff; não é a primeira vez que o governo do PSDB tenta surfar nas realizações de terceiros; a mesma coisa ocorreu em relação ao PAC e ao desempenho do PIB paranaense, acima da média nacional.
Os tucanos Beto e Flávio Arns anunciam, no Paraná, 32 mil tablets a professores como se a compra fosse “obras deles”; a dupla omite que se trata de recursos do governo Dilma Rousseff; não é a primeira vez que o governo do PSDB tenta surfar nas realizações de terceiros; a mesma coisa ocorreu em relação ao PAC e ao desempenho do PIB paranaense, acima da média nacional.
Definitivamente, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), não gosta de dar crédito a quem realmente trabalha. A observação é da professora Maria Alzira, do município de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba. Corro o risco de ser repetitivo no discurso e, às vezes, até parecer que já postei antes neste blog essa informação. Uma espécie de Déjà vu na crônica política paranaense — o que transforma o tucano em motivo de chacota nacional. Veja se eu não tenho razão, caro leitor. O governo do PSDB diz que professores do ensino médio da rede estadual de educação do Paraná estão recebendo tablets que vão ajudar no trabalho em sala de aula; por meio do Plano de Ação Articulada (PAR), a Secretaria de Estado da Educação concluirá essa semana a distribuição de 32 mil aparelhos.
Richa e seu tucano amestrado, o vice e secretário da (des)Educação, Flávio Arns, omitem, porém, que o Plano de Ações Articuladas (PAR) é um instrumento criado em 2007 pelo Ministério da Educação (MEC) para auxiliar as secretarias de Educação de estados e municípios no planejamento de ações. Ele funciona como um check-up médico da Educação: os itens problemáticos são reconhecidos e, a partir daí, são tomadas medidas para solucioná-los. No ano passado começou o segundo ciclo PAR, que se estenderá até 2014.
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) condicionou o apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação à assinatura, pelos estados, Distrito Federal e municípios, do plano de metas Compromisso Todos pela Educação. Depois da adesão ao Compromisso, os entes federativos devem elaborar o Plano de Ações Articuladas (PAR). Todos os 5.563 municípios, os 26 estados e o Distrito Federal aderiram ao Compromisso.
O PAR é o planejamento multidimensional da política de educação que os municípios, os estados e o DF devem fazer para um período de quatro anos — 2008 a 2011. O PAR é coordenado pela secretaria municipal/estadual de educação, mas deve ser elaborado com a participação de gestores, de professores e da comunidade local.
O governo Richa/Arns, malandramente, utilizam os recursos do governo federal, mas não lhe dá o devido crédito. Já disse isso aqui antes, claro. Não é só na área da educação que isso acontece. No PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) também ocorreu isso.
No Blog do Esmael
BETO RICHA

TOMBINI MEIRELLISOU. TOMBOU DIANTE DO PIF


Conter o consumo, Tombini ? O consumo cresce a 0,1% !


Como se sabe, quando, em 2008, estourou a crise do banco Lehmann e a Urubóloga anunciou um tsunami universal, o presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, que parecia acumular a presidência do BankBoston, aumentou a taxa de juros.

Lula enfureceu-se.

Chamou o Luiz Gonzaga Belluzzo para o lugar.

Mas, depois mudou de ideia e preferiu botar os bancos estatais – Banco do Brasil (que NÃO controla a Visanet), Caixa e BNDES para encher o mercado de grana.

Lula entupiu o Meirelles e acalmou o “mercado” (cuja corneta, como se sabe, é o “Valor”).

Nesta sexta-feira, a Folha publica entrevista inútil com o Tombini para assegurar que vai botar a inflação no centro da meta, 4,5%, custe o que custar.

Meirellisou-se.

A propósito, o Conversa Afiada, sempre favorável ao consumo desenfreado, localizou o João Mainardo em Bloomsbury, um condado de Cordisburgo, como se sabe.

–Mainardo, o que deu no Tombini, Mainardo ?

–O doente estava se recuperando, aí o Tombini mandou chamar na sala de espera e abriu o peito do cara de novo.

–Que horror, Mainardo, você já foi mais elegante…

–O consumo cresce zero, my dear, cresceu 0,1%, está parado, e o Tombini me aumenta 0,50 para conter o consumo … Como é que pode ?

–Então, o que ele deveria fazer ? Subia 0,25 ? Não subia ?

–Dava um telefonema para o Hereda (presidente da Caixa) e pro Bendine (do Banco do Brasil) e dizia: meu querido, segura o crédito.

–Tá legal, Mainardo. Mas e se o crédito vazasse pelos bancos privados …

–O Itaú e o Bradesco já seguraram, meu querido. O financiamento ao consumo deles cresce a 7%, 8% ao ano … O do BB e da Caixa cresce a25% ao ano. Era só dar dois telefonemas…

–Mas, podia dar ocupado, Mainardo…

–Aí, diminuía o investimento em propaganda, estimulava menos o consumo …

–Bem. Aí a Globo ia chiar …

–Vai me dizer que a Globo agora tem também o controle da política monetária …

–Mainardo, e a Urubóloga, não é a porta-bandeira do PIF, o Partida da Inflação ?

–É verdade …

–Quer dizer que o 0,50 foi desastroso …

–Um desastre ferroviário, como diz o Mino. Na contra-mão do mundo inteiro…

–E vai ter efeito sobre a inflação ?

–A inflação não vai cair por causa disso.

–Então, o Meirelles, digo, o Tombini…

–Isso mesmo, você está certo: ele se Meirellisou. Parecia que ele era de outra vertente, mas com essa aí, o 0,50, meu querido, fica claro que ele vem mesmo é da longa tradição ortodoxa do Banco Central.

–E o PIB vai crescer ?

–Vai. Porque a economia brasileira muda para melhor. Com mais investimento na veia. Como disse o teu amigo professor Wanderley: 14 das 50 maiores obras do mundo estão sendo feitas aqui.

–É, mas a SECOM não avisa. Tem que vir o professor Wanderley …

–O que é a SECOM ?

–Esquece, Mainardo, esquece. Olha, então o que decidiu mesmo foi o viés dos teus amigos Hayek, Milton Friedman, do Kenneth Rogoff.

–Não, cara, Rogoff virou nome proibido …

–É verdade. Depois daquela esculachada que o Krugman ……………………. deu nele.

–O Tombini tombou diante da pressão do “mercado”.

–Tem certeza ?

–Do “mercado” instalado no coração o PiG (*).

–E do PIF !

Pano rápido !


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

JB: conspiração contra a pátria



Jornal do Brasil, infelizmente agora apenas eletrônico, publicou hoje um corajoso editorial – “Conspiração contra a democracia”  em que aponta a existência de um “ataque histérico dos grandes meios político-financeiros” ao Governo Dilma Rousseff. Segundo o jornal, “o pretexto agora é a inflação” e que, diante da crise mundial criada pelo capital financeiro , “os governos se sentem amedrontados, ou cúmplices, e poucos deles resistem.
A leitura é imperdível e dá orgulho a todos que somos de uma geração em que a expressão “deu no JB” significava a força do centenário jornal.

Conspiração contra a democracia

O mundo inteiro passa por uma crise econômica e social, decorrente da ganância dos banqueiros, que controlam o valor das moedas, o fluxo de crédito, o preço internacional das commodities. Diante deles, os governos se sentem amedrontados, ou cúmplices, conforme o caso e poucos resistem.
A União Europeia desmantela-se: o fim do estado de bem-estar, o corte nos orçamentos sociais, a desconfiança entre os países associados, a indignação dos cidadãos e a incapacidade dos governantes em controlar politicamente a crise, que tem a sua expressão maior no desemprego e na pauperização de povos. Se não forem adotadas medidas corajosas contra os grandes bancos, podemos esperar o caos planetário, que a irresponsabilidade arquiteta.
A China, exposta como modelo de crescimento, é o caso mais desolador de crescente desigualdade social no mundo, com a ostentação de seus bilionários em uma região industrializada e centenas de milhões de pessoas na miséria no resto do país. Isso sem falar nas condições semiescravas de seus trabalhadores – já denunciadas como sendo inerentes ao “Sistema Asiático de Produção”. Os Estados Unidos, pátria do capitalismo liberal e neoliberal, foram obrigados a intervir pesadamente no mercado financeiro a fim de salvar e reestruturar bancos e agências de seguro, além de evitar a falência da General Motors.
Neste mundo sombrio, o Brasil se destaca com sua política social. Está eliminando, passo a passo , a pobreza absoluta, ampliando a formação universitária de jovens de origem modesta, abrindo novas fronteiras agrícolas e obtendo os menores níveis de desemprego de sua história.
Não obstante esses êxitos nacionais, o governo está sob ataque histérico dos grandes meios político-financeiros. Na falta de motivo, o pretexto agora é a inflação. Ora, todas as fontes demonstram que a inflação do governo anterior a Lula foi muito maior que nos últimos 10 anos. 
Jornal do Brasil, fiel a sua tradição secular, mantém a confiança na chefia do Estado Democrático e denúncia, como de lesa-pátria, porque sabota a economia, a campanha orquestrada contra o Governo – que lembra outros momentos de nossa história, alguns deles com desfecho trágico e o sofrimento de toda a nação.
 Por: Fernando Brito

Bombardeio de saturação é ‘nova’ tática pré-eleitoral contra Dilma



Faz todo sentido do mundo usar uma metáfora militar para definir a estratégia do grupo político que congrega meia dúzia de impérios de comunicação, três partidos de oposição e que trata de tentar cooptar partidos volúveis da base aliada contra o governo Dilma Rousseff.
Bombardeio de saturação é uma tática militar antiga. Consiste em um bombardeio intenso, rápido e concentrado, disparado de várias origens, contra uma determinada área que se quer destruir.
A metáfora ilustra o noticiário de grandes meios que ora ataca o governo com versões sobre o desempenho econômico do país. O que se percebe, nesse processo, é o virtual abandono do recurso a denúncias de corrupção e uma aposta sôfrega na construção de uma realidade virtual.
A tática já foi usada contra este governo e o anterior, mas quase sempre tendo como mote a corrupção. Eis que o conclave que envolve partidos de centro e de extrema direita conclui que apelar à “ética” do brasileiro não funciona e, assim, “descobre” que o povo só pensa no próprio bolso.
O jeito, pois, está sendo tentar criar uma realidade alternativa que faça com que a sociedade – ou a maior parte dela – acredite que o Brasil está indo mal e que o desastre econômico se avizinha.
Dirão que essa tática não é exatamente novidade – e não é –, mas a visão das forças políticas que controlam a comunicação de massas é a de que o momento é propício para usá-la porque haveria elementos de verdade no mau momento econômico que o país estaria atravessando.
Pode-se notar que, desde o início do ano, denúncias de corrupção perderam força. E perderam porque, ano passado, a aposta no julgamento do mensalão como forma de gerar uma fragorosa derrota eleitoral ao PT nas eleições municipais, mostrou-se um rotundo fracasso.
Nesse aspecto, o ano começa com o anúncio por toda a grande mídia e pela oposição de uma gigantesca catástrofe que estaria prestes a se abater sobre o país: haveria racionamento de energia elétrica.
Durante semanas a fio, o pânico se instalou. Ações de empresas geradoras e distribuidoras de energia despencaram; empresários paralisaram planos de investimentos; preços foram reajustados “preventivamente”.
Com a economia andando lentamente, racionar energia elétrica jogaria o país em uma profunda recessão.
Todavia, a mídia e a oposição foram vítimas de “especialistas” que dizem o que elas querem não só para ganharem espaço e notoriedade, mas para não correr o risco de contrariar impérios de comunicação que detém poder para destruir vidas por meio da difamação.
Esses “especialistas” deram esperança à oposição e à mídia de que seria possível ocorrer tal hecatombe econômica, apesar de que a estruturação do setor energético brasileiro a partir da catástrofe de 2001/2002 erigiu mecanismos para impedir que voltasse a ocorrer.
O resto da história todos conhecem, o que dispensa maiores considerações. Resumindo, portanto: não deu certo.
A partir dali, o desempenho modesto do PIB e a inflação se tornaram a nova aposta. Até porque, havia e há dificuldades nessas áreas não só para o Brasil, mas para o planeta Terra – sobretudo no que concerne ao crescimento das economias.
A evolução modesta do PIB – o tal “pibinho” – poderia convencer os brasileiros de que os ganhos em qualidade de vida da década passada e do início desta estariam para terminar.
A aposta continua forte apesar de o nível de emprego continuar incrivelmente alto e melhorando mês a mês. Afinal, as políticas governamentais de combate a uma inflação gerada exclusivamente pelo patamar alto – ainda que estagnado – de atividade econômica frearam o crescimento da renda das famílias, que foi contido porque o país não tem condições de arcar com mais crescimento da renda e dos salários.
Houve um crescimento muito rápido do poder aquisitivo dos brasileiros na década passada. As hordas de brasileiros – inclusive de classe média-média – que saem pelo mundo torrando dinheiro fazem com que, no exterior, pensem que estamos ricos.
Nesse aspecto, a recente visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ilustra bem o excelente momento pelo qual o país atravessa, apesar do crescimento modesto.
O Jornal Nacional da última quarta-feira evitou noticiar mais detidamente declarações de Biden que contrariam uma das vertentes do bombardeio de saturação em curso contra o governo Dilma, o ataque ao Bolsa Família, que, após sucesso inegável, volta a ser alvo de acusações de produzir “acomodação” e de “perpetuar a miséria”.
Assim como a ONU, o Banco Mundial e dezenas de países (muitos, desenvolvidos), Biden elogiou fartamente o Bolsa Família.
Segundo ele, o resto do mundo olha para o Brasil com inveja. E isso justo no momento em que a direita midiática, após espalhar um boato criminoso sobre extinção do programa, tenta atribuí-lo ao governo de forma literalmente surreal, pois a tese não resiste ao menor exercício de lógica.
As palavras de Biden: “O Bolsa Família é copiado em mais de quarenta países. O Brasil mostrou que não é preciso que uma nação escolha a democracia ou desenvolvimento. Os brasileiros mostraram que política econômica e desenvolvimento social podem andar juntos. Vocês já se desenvolveram e esta é uma má notícia, porque a cobrança é muito maior“.
O vice-presidente dos EUA veio ao Brasil justamente porque, à exceção de publicações internacionais como o ultraconservador The Economist, nosso país é retratado hoje como um dos poucos polos de desenvolvimento mundial e detentor de um mercado consumidor gigantesco e ávido.
O mundo desenvolvido sabe que o PIB baixo é momentâneo e que o crescimento que temos tido, com distribuição de renda, redução da pobreza, valorização dos salários e forte criação de empregos, é um fenômeno surpreendente.
O gráfico abaixo mostra que o Brasil está crescendo na média do mundo, mas com o diferencial de que, ao contrário do resto dele, crescemos com inflação controlada – e cadente – e com melhora a olhos vistos de nossos problemas sociais.
Como se vê, até a China está crescendo muito menos. A potência que mais cresce no mundo, cujo ritmo de evolução do PIB sempre andou por volta dos 12% ao ano, vem tendo crescimento que é quase a metade de sua média histórica. Enquanto isso, o Brasil já cresce mais do que tigres asiáticos como a Coréia do Sul.
Todavia, no mesmo dia em que o vice-presidente dos Estados Unidos demonstra quão formidável vem sendo o desempenho econômico do país, telejornais, jornais, revistas, grandes portais de internet, hordas de colunistas, editoriais e até cartas de leitores entoam um monocórdico discurso sobre nossas misérias imaginárias.
Não há quase espaço para outro tom na grande mídia. A tática militar de bombardeio de saturação depende da ausência de divergência da tese “oficial” sobre a decadência do país.
Esse processo já foi visto outras vezes, inclusive com foco na economia. Entre 2008 e 2009, quando eclodiu a crise econômica internacional, na mídia era dado como certo que o Brasil quebraria e que mergulharíamos em uma profunda crise econômica, com desemprego, recessão etc.
A grande diferença é a de que, à época, o então presidente Lula fazia um forte contraponto ao noticiário e, devido ao palanque natural e obrigatório que cargo de presidente concede ao seu detentor nos meios de comunicação, não havia como deixar de reproduzir sua contra-argumentação.
Lula foi à tevê e exortou os brasileiros a não acreditarem no noticiário. Assim, apesar de a mídia acusá-lo de “mistificador” de uma situação que seria “catastrófica”, ao ter que reproduzir o que dizia os brasileiros tiveram acesso a outra versão dos fatos.
Agora, porém, vivemos uma situação preocupante. O mutismo da presidente Dilma Rousseff a está enfraquecendo politicamente e isso está se refletindo através dos problemas crescentes que o seu governo está enfrentando com a base aliada no Congresso.
A ausência de contraponto, de reação ao bombardeio de saturação em curso, de mutismo que se baseia na tese de que o que o brasileiro sente no bolso e no cotidiano destoa do noticiário, é uma aposta perigosa. Assim, a base aliada está sendo motivada a pular fora do barco.