Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

CLASSE MÉDIA.


NOTA DE FALECIMENTO


VEJA LAMENTA CRIAÇÃO DE 1,3 MILHÃO DE EMPREGOS EM 2012


PARECE ATÉ QUE NÃO GOSTARAM DA LUZ BARATA


TV Globo estuda substituir Salve Jorge por pronunciamentos de Dilma


 piauí Herald


Manifestantes invadiram o Instituto Lula para exigir a desapropriação de Salve Jorge

ISTAMBUL - Após analisar os índices de audiência e a repercussão do pronunciamento de Dilma Rousseff em cadeia nacional ontem à noite, executivos da TV Globo viajaram para Brasília com o intuito de convencer a presidenta a ocupar, com intervenções de segunda a sábado, o horário da novela Salve Jorge. "Para o caso de ela hesitar, estamos levando um documento lavrado em cartório em que nos comprometemos a não apoiar Lula nas eleições de 2014", afirmou o diretor-geral de jornalismo da emissora, Ali Kamel.

Em reunião fechada, ocorrida num bunker escuro na Turquia, um grupo de criativos rascunhou o formato da nova trama. "A série de pronunciamentos será batizada de Encontro com Dilma, e todos os dias trará boas novas no horário nobre até entrarmos com a próxima novela", explicou o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho. "A primeira notícia, claro, será o fim de Salve Jorge", anunciou, para palmas generalizadas dos jornalistas que cobriram a coletiva de imprensa. Marinho estuda reprisar Encontro com Dilma todas as manhãs das 10h30 ao meio dia.

Nos programas seguintes, Dilma revelará que José Dirceu não está por trás do tráfico internacional de mulheres. Dirá também que Lula nada sabia a respeito da trama de Salve Jorge. Na semana seguinte, arguirá Guido Mantega em questões básicas de tabuada, e demitirá, ao vivo, um ministro escolhido pelo público. No último programa, quando o público já não souber como a trama poderá ser superada, a mandatária anunciará a aposentadoria de José Sarney.

Assim que tomaram conhecimento da iniciativa, 1.437 parlamentares do PMDB exigiram uma ponta no Encontro com Dilma.



As cinco exigências de Cameron para manter o Reino Unido na UE

Pressionado pela recessão e vendo o aumento da popularidade de seus adversários trabalhistas, primeiro-ministro britânico propõe referendo e abre negociações com europeus para ampliar papel dos Estados-membro. Conciliadora, a chanceler alemã Angela Merkel disse que estava pronta a “examinar as reivindicações”.


Berlim – Quando o então primeiro-ministro da Grécia Giorgos Papandreou anunciou, em novembro de 2011, que pretendia fazer um referendo em seu país sobre os planos de austeridade – arrocho, traduzindo bem – cuja adoção a Troika (Comissão Européia, Banco Central Europeu e FMI) estava forçando – houve uma reação estrepitosa e violenta. Papandreou foi espinafrado pela Europa afora, e uma blitz retórica liderada pela então dupla Merkozy literalmente ejetou-o do governo grego, substituído pelo “emissário” daqueles poderes, o “tecnocrata” Lucas Papadimos, catapultado do BCE para o Antigo Palácio Real, onde se realizam as sessões do Parlamento, no papel de primeiro-ministro.

Agora que o primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou que pretende realizar um referendo sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Européia – promessa de conseqüências potencialmente muito mais complexas e graves –, não passou pela cabeça de ninguém, apesar das críticas que surgiram, dispensar-lhe o mesmo tratamento dado a Papandreou.

Houve reações amuadas. O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, por exemplo, deu uma declaração dizendo que Cameron estava tentando conseguir a sua “cereja” do bolo. O presidente francês François Hollande declarou que se deve aceitar a União Européia “como ela é”. Outros dirigentes também foram reticentes, como o primeiro-ministro holandês. Já a chanceler Angela Merkel mostrou-se surpreendentemente mais conciliadora, dizendo que estava pronta a “examinar as reivindicações” de Cameron. Surpreendentemente? Nem tanto. A chanceler alemã já tem problemas suficientes para conviver com o presidente francês, e ela certamente não quer abrir distância de seu aliado conservador do Reino Unido quando vai enfrentar uma eleição no segundo semestre.

O que pediu Cameron? Cinco pontos:

1) Maior flexibilidade na União Européia, atentando para a história, as condições e as características próprias de cada país;
2) Aumentar a competitividade da União Européia como um todo. Este segundo ponto tem raiz na crise recessiva que o Reino Unido enfrenta e nas políticas de competitividade adotadas por Berlim, junto com as que se vêm anunciando para a Zona do Euro, de que o Reino Unido não faz parte;
3) Reforçar o poder dos estados-membros;
4) Valorizar a participação dos parlamentos nacionais (recado direto para o parlamento britânico, em especial para seus aliados de governo);
5) Tratamento igual para os estados-membros.

Da negociação destes cinco pontos vai depender a posição que ele assumirá no referendo, quando de sua realização. 

A reação da mídia alemã a essa carta de reivindicações foi bastante moderada. Quase todos os jornais ressaltaram que sua estratégia pode ser perigosa e ter o ar de uma “chantagem”, mas que sua análise não está equivocada. Também esta reação pode ser compreendida. Boa parte dos agentes políticos e econômicos alemães temem que, com um reforço dos poderes de Bruxelas (Comissão Européia), de Estrasburgo (Parlamento Europeu) e de Frankfurt (Banco Central Europeu), a Alemanha tenha de dar contribuições financeiras maiores para tentar debelar a crise financeira em que a Zona do Euro e o continente como um todo se debatem. Vários jornais reforçaram a tese de que “Cameron não está só” em seu discurso.

O primeiro-ministro britânico tentou acalmar mais ainda os ânimos quando de sua participação na abertura do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, no dia seguinte, quando deu garantias de que não quer ver Londres fora da União Européia (aliás, o presidente Barack Obama fez-lhe um pedido direto neste sentido). Mas pode-se ver que Cameron está pressionado pela situação política interna de seu país e de seu partido. Em ambos cresce o número de “eurocéticos”, como se diz por aqui. O apoio à permanência do Reino Unido na UE, que era de 51% em 2011, caiu para 45%, enquanto o apoio à saída estáem 40%. Políticos “eurocéticos” vêem seu prestígio aumentar fora do Partido Conservador e dentro dele também. E se a eleição fosse hoje, os trabalhistas retornariam ao poder.

Uma situação difícil, portanto, para Cameron digerir. Mas, felizmente para ele, ele não é Papandreou, em 2011 o dirigente de um país que, na ocasião, teve um tratamento digno de alguém que fosse “de segunda mão”. Ninguém vai fazer isso com Cameron, muito menos com a City (o centro financeiro londrino). Afinal, todos podem merecer, como quer a quinta reivindicação de Cameron, tratamento igual. Mas alguns são “mais iguais” do que os outros.


A justiça econômica segundo Martin Luther King


Em meio aos debates sobre Lincoln, a escravidão e a posse de Obama, Osagyefo Sekou, fundador da Igreja da Liberdade de Nova York, comenta neste artigo o papel histórico de Martin Luther King, que não somente dizia “não” à segregação, mas também à injustiça econômica: “Eu estou convencido de que a abordagem mais simples se provará a mais efetiva – a solução para a pobreza é sua abolição imediata por uma medida já muito discutida: a renda garantida”.


“Querida, eu sinto muito sua falta. Na verdade, muito para meu bem. Eu nunca havia percebido que você era parte tão íntima de minha vida”, escreve um jovem estudante de pós-graduação, Martin Luther King Jr., à sua amada, Coretta Scott. Eles separaram-se por alguns meses porque Martin teve que ir a Atlanta após seu primeiro ano como estudante PhD na Escola de Teologia da Universidade de Boston. A carta de Martin começa por partilhar a saudade que ele sente. Afiando a oratória que capturaria a consciência de uma nação, escreve Martin: “minha vida sem você é como um ano sem primavera, que vem iluminar e aquecer a atmosfera saturada pela gelada brisa do inverno”.

Voltando-se para “algo mais intelectual”, Martin indica que havia terminado de ler o “fascinante” livro de Bellamy. Em abril de 1952, Coretta o enviou uma cópia do romance socialista de Edward Bellamy, Looking Backward 2000-1887. Ela registrou o presente com uma nota expressando seu interesse pela reação de Martin à “predição de Bellamy sobre nossa sociedade”. Escrito em 1888, o romance de ficção-científica se passa no ano 2000. A protagonista da obra, Julian West, acorda de um cochilo de 130 anos para perceber que os Estados Unidos haviam se transformado numa sociedade socialista. West oferece uma crítica assombrosa das práticas religiosas do século XIX:

Na melosa carta de amor de julho de 1952, Martin agradece Coretta “um milhão de vezes” por tê-lo apresentado a um livro “tão estimulante”. Após caracterizar Bellamy como um “profeta social”, Martin faz uma confissão notável: “eu sou mais socialista do que capitalista em minha teoria econômica”. Ele continua por dizer que o capitalismo durou mais tempo do que deveria. Para o jovem estudante, o capitalismo é “um sistema que toma necessidades das massas para oferecer luxúrias às classes abastadas”. No entanto, Martin acredita que a profecia de Bellamy é prematura porque “o capitalismo vai precisar de mais de meio século para morrer”. King celebra a nacionalização da indústria que se dá no romance. Ao passo que rejeita o marxismo e o materialismo dialético, ele divide com sua futura esposa que concorda com a tese básica de Bellamy.

O Reverendo Martin Luther King Junior
A casa de King em Sweet Auburn sempre foi atuante na política racial e no radicalismo religioso. Seu pai, o venerável “Papai” King, fundou, em Sweet Auburn, a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor e trabalhou para melhorar as condições educacionais do povo negro de Atlanta. O avô e bisavô de King eram pregadores do evangelho que criam que a igreja deve melhorar a situação social da população.

Formado pelo cristianismo social negro segundo o qual a cristandade deve ocupar-se tanto da salvação pessoal quanto da social, King cresceu imerso na tradição dos clérigos estadistas – Benjamin Mays, Mordecai Johnson e Howard Thurman. Thurman, Mays e Johnson fizeram peregrinações para a Índia para estudar os ensinamentos de Mahatma Gandhi. Eles eram grandes referências para o jovem estudante do Morehouse College. King sempre viajou com uma cópia da reprimenda teológica de Howard Thurman à segregação – Jesus e os Deserdados. Como pós-graduando da Universidade de Boston, King conduziu, além da própria peregrinação à Índia, um seminário sobre a filosofia da não-violência.

Mais para o final da carta, King afirma uma visão profética. Com esperança, trabalho e oração, King aspirava por “um mundo sem guerras, uma melhor distribuição da riqueza, e uma irmandade que transcenda a raça e a cor. É este o evangelho que pregarei para o mundo”.

O furacão da história testaria a resolução do jovem teólogo. Do boicote aos ônibus em Montgomery à marcha de Washington, da campanha de Birmingham até o Prêmio Nobel da Paz, King manteve firme seu comprometimento com a não-violência e o cristianismo social negro. Em 30 de setembro de 1961, King proferiu um sermão com o tema “Pode um cristão ser um comunista?” em sua igreja batista. No sermão, Martin levantou a questão da desigualdade. “Ninguém precisa ser comunista para se preocupar com isso. Eu digo a vocês que só 0,1 por cento da população desta nação controla quase metade da riqueza, e eu não me importo de dizer que há algo de errado nisso”.

Com Lincoln vigiando os nobres herdeiros da Proclamação da Emancipação, o Reverendo Martin Luther King Junior deu testemunho para uma nação que impacientava-se com a opressão racial e econômica. Durante o agora onipresente discurso “Eu Tenho um Sonho”, King articulou a “feroz urgência do agora”. Ele insistiu em apontar que os Estados Unidos não poderiam contentar-se enquanto o a mobilidade social do “povo negro é aquela que vai de um gueto menor para um gueto maior”.

No celebrado discurso contra a Guerra do Vietnã, King lembrou-se de Coretta e falou de seu evangelho para o mundo. No dia 4 de abril de 1967, Martin subiu ao púlpito da catedral do Protestantismo Liberal – a Igreja de Riverside. De maneira vagarosa e triste, ele apelou para que sua nação se libertasse de sua desorientada aventura no Sudeste Asiático:

“eles perguntam-me, ‘por que você está falando da guerra, Dr. King? Por que você se junta ao coro dos descontentes? Você não se vê prejudicando uma causa que pertence a seu próprio povo?’ E, quando eu os escuto, apesar de conhecer a origem dessa inquietude, me vejo muito entristecido. Essas perguntas significam que eles não conhecem a mim, meu compromisso, meu chamado... À luz dessas trágicas incompreensões, eu julgo de suma importância expor com clareza a razão pela qual creio que o caminho iniciado na Igreja Batista da Avenida Dexter – a igreja em Montgomery, Alabama, onde comecei meu pastorado – trouxe-me até aqui. Eu estou aqui para fazer um apelo apaixonado para minha querida nação”.

A justiça econômica segundo Martin Luther King
Um dos movimentos mais ardentes de seu discurso sublinha os impactos da Guerra do Vietnã na “Guerra à Pobreza”. Um ano antes de seu discurso, King atentou para a pobreza que o norte dos Estados Unidos atravessava. Compreendendo que o fim da segregação nas lanchonetes era só parte da solução, King é citado por colegas por ter dito que, após chegar a uma lanchonete, o homem precisa de dinheiro para comprar um hambúrguer. Acabar com a segregação, de acordo com King, não custou um centavo à nação, que deveria agora gastar muito dinheiro com programas de combate à pobreza.

Em 1966, King mudou-se para um conjunto habitacional no gueto de Chicago. A intenção de King e de sua organização, a Conferência dos Líderes Cristãos do Sul (SCLC, do inglês), era a de usar a “força moral do movimento de não-violência para erradicar um sistema perverso que procura continuar colonizando milhares de negros num ambiente miserável”. A campanha levou King a enfrentar a pobreza urbana e a privação econômica. A contar desse momento, Martin trouxe para sua crítica à Guerra do Vietnã a conexão com a pobreza dos guetos estadunidenses.

“Há uma conexão muito óbvia entre a Guerra do Vietnã e a luta que empreendemos nos Estados Unidos. Há alguns anos essa luta conheceu um momento brilhante. Parecia haver uma verdadeira esperança para o povo pobre, seja ele branco ou negro, em virtude do Programa Contra a Pobreza. Então, veio o Vietnã. Os fundos necessários não serão investidos enquanto aventuras como a do Vietnã continuarem a puxar homens e dinheiro como um tubo de sucção demoníaco. Eu tornei-me, pois, obrigado a enxergar a guerra como uma inimiga dos pobres”.

Pouco mais de um mês após esse discurso, King foi à NBC participar do “The Frank McGee Sunday Report”. Lá, o Reverendo acrescentou sua voz à dos dissidentes com base em sua convicção moral e sua obrigação ministerial. Durante a entrevista, ele recusou a acusação de que o movimento pelos direitos civis estava morto. King argumentou que o movimento havia entrado numa nova fase – a da justiça econômica.

“Por 12 anos nós lutamos para contra a segregação legal e toda a humilhação que a cercava. Era uma luta por decência. Agora nós buscamos igualdade genuína enfrentando questões sociais e econômicas duríssimas. É bem mais fácil pôr fim à segregação nas lanchonetes do que garantir um salário. É bem mais fácil pôr fim à segregação nos ônibus do que conseguir um programa que force o governo a gastar bilhões de dólares em bairros miseráveis”.

Após reconhecer o número desproporcional de afro-americanos morrendo nos pântanos vietnamitas, King comenta que afro-americanos também morriam, espiritual e psicologicamente, nos guetos estadunidenses.

O Reverendo não somente dizia “não” à segregação, também à injustiça econômica. Essa foi sua última cruzada. Tendo contado com o apoio do governo federal para alcançar os objetivos do movimento pelos direitos civis, a nova fase do movimento desafiava o governo a dedicar bilhões de dólares para acabar com a pobreza. Com esse objetivo, King e a SCLC lançaram a Campanha do Povo Pobre. Em 1968, a Campanha do Povo Pobre questionava por que as grandes corporações tinham lobistas, enquanto 35 milhões de pessoas vivendo na pobreza não. Com a montagem de uma coalizão multirracial pelo povo pobre, a campanha planejava ir a Washington e ocupar a capital nacional até que o Congresso aprovasse uma lei garantidora de renda.

Em seu último livro, Where Do We Go From Here: Chaos or Community? [Para onde vamos daqui: caos ou comunidade?], King deu voz a ainda mais uma possibilidade socialista e democrática. “Eu estou convencido de que a abordagem mais simples se provará a mais efetiva – a solução para a pobreza é sua abolição imediata por uma medida já muito discutida: a renda garantida”, escreveu King. Durante uma de suas últimas reuniões, ele pediu para que desligassem o gravador e disse que era um socialista democrático, apesar de que poderia dizê-lo em público sem perder ainda mais apoio popular.

Com a bala do assassinato já polida e pronta para encher a nação de cólera, King foi ao púlpito sagrado do pentecostalismo negro. Em defesa dos trabalhadores do saneamento, King disse uma palavra sobre o próprio legado. Sempre ligando os pontos, ele fez um pedido aos que o escutavam na Igreja de Deus em Cristo de Mason Temple. Ele disse que duas grandes corporações, Coca-Cola e Wonder Bread, não estavam tratando como deveriam as crianças de Deus. E, então, solicitou um boicote econômico a essas companhias. Em Trumpet of Conscience [Trombeta da Consciência], King instigava a organização de deslocamentos em massa que ressaltassem a injustiça econômica.

Muito após o silenciamento do profeta norte-americano, suas palavras mantém uma precisão assustadora. Nos últimos dois anos, cidadão comuns de todo mundo – Egito, Palestina, Tunísia, Wall Street, Grécia, Paris e Londres – carregaram suas palavras e seu espírito enquanto arriscavam as próprias vidas para libertarem-se da tirania e da pobreza.


*O Reverendo Osagyefo Sekou é escritor, documentarista, teólogo e intelectual público. Considerado um dos maiores líderes religiosos de sua geração, Sekou é o fundador da Igreja da Liberdade de Nova York.

Tradução de André Cristi

Tentar calar a presidente Dilma tampouco é uma boa idéia


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Apesar do poder que a mídia revelou recentemente de intimidar ou aliciar setores do Judiciário, entre tantos outros, o desenrolar de sua tentativa de fabricar hipótese de um catastrófico racionamento de energia só fez comprovar, mais uma vez, que ter dinheiro e poder político não significa que o detentor dessas vantagens seja inteligente.
Se pensarmos bem, no entanto, descobriremos que isso que se diz “imprensa” vem dando, ao longo dos últimos dez anos, reiteradas exibições de ausência de neurônios. O dito Partido da Imprensa Golpista e seu braço político, o PSDB, lá atrás, foram contra o Bolsa Família.
Foram, também, contra as cotas nas universidades.
Foram, também, contra o programa Luz Para Todos.
Foram, também, contra os aumentos reais do salário mínimo.
Foram, também, contra o PAC – e continuam sendo.
Foram, também, contra o Minha Casa, Minha Vida.
Foram, também, contra a liderança estatal em investimentos durante a crise de 2008/2009.
Foram, também, contra a redução dos juros.
Agora, mídia, PSDB e alguns satélites deles são contra, obviamente, redução nas contas de luz. E persiste a mesma estratégia fracassada de darem explicações complicadas, ininteligíveis mesmo sobre por que mais uma medida tão popular seria ruim para o país.
Li uma versão dessas explicações do inexplicável que é hilariante. Como não podia deixar de ser, a matéria saiu na Folha de São Paulo eletrônica de ontem. O título da tal cretinice é “Luz mais barata ‘corroi’ verbas sociais”.
Segundo três repórteres malucos que assinam a matéria, “A conta de luz ainda não está mais barata, mas a medida (…) já tem efeitos colaterais. Para compensar a perda de receita com a diminuição das tarifas, as estatais elétricas estão cortando investimentos em patrocínio social, esportivo e institucional”.
Quem, aí, topa pagar mais caro pela energia para que essas abnegadas “estatais elétricas”, que de “estatais” não têm nada, continuem financiando times de futebol como o Avaí e o Figueirense?
Se algum infeliz industrial que não consegue competir porque o preço da energia elétrica no Brasil é um dos mais caros do mundo vier a ler essa matéria, terá uma síncope. Aquela mãe de família que conta os centavos todo mês para alimentar seus filhos e que terá alívio na conta de luz, idem.
A burrice é tão gritante que chega a dar vergonha alheia.
Com tanto dinheiro e poder, será que não tem ninguém no PIG com competência para informar a Marinho, Frias, Civita e Mesquita que a estratégia de criticar tudo o que o governo faz de bom e que o povo apoia, é fria?
Pelo visto, não tem.
Mas, agora, vemos o PSDB e a mídia se superarem ao investirem contra o direito da presidente da República de expressar publicamente a sua opinião sobre as críticas públicas que esses seus adversários vêm fazendo e de anunciar medida que revolucionará a economia do país.
Parênteses para explicar essa revolução econômica: o ganho de competitividade da indústria e o alívio nos orçamentos familiares dos setores mais pobres da sociedade tornarão os produtos brasileiros mais competitivos e injetarão quantidade gigantesca de recursos na economia.
Voltando à pretensão destro-midiática de calar Dilma para que não comprove que quem previu desgraças se deu mal, tal conduta só mostra que a oposição assumida e a enrustida não têm como travar debate público, restando-lhes, assim, a “ideia” de tentarem calar a adversária.
Se todas as “idéias” anteriores dessa gente se revelaram uma pior do que a outra, pois tudo que a oposição-midiática combateu deu tanto certo que teve que parar de criticar, essa última “ideia” em nada difere daquelas. E talvez seja até pior…
O que o cidadão irá pensar ao descobrir que tentaram impedir a presidente da República de dizer ao povo que a elegeu que discorda das críticas ao seu governo e por que discorda, além de anunciar medida que fortalece tal discordância? Não irá concluir que tentam impedir a presidente de melhorar a sua vida?
Depois, na próxima eleição, os tucanos farão como Serra em 2010, quando pôs Lula em sua propaganda e jurou ao eleitorado que, eleito, continuaria a obra dele. Em 2014, quando o tucano da vez fizer isso com Dilma, estará muito bem documentado tudo o que o PSDB disse sobre medidas que o povo vem apoiando com tanto entusiasmo.
*
PS: seria democrático da parte do governo Dilma abrir a quem não curtiu a energia elétrica mais barata a opção de continuar pagando mais caro por ela, não acham?