Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A podridão da Globo




Globo se vinga com ações em massa na Justiça para fechar a blogosfera


A GLOBO TEM MEDO DA INTERNET




Por sugestão de amigo navegante dos tempos da Globo:

“REDE GLOBO TEM MEDO DA INTERNET”




Blogueiros sofrem implacável perseguição judicial do diretor de jornalismo da maior emissora do país

24/01/2013



Pedro Rafael,
 

de Brasília (DF)





Um dos espaços mais fortes de contraponto à hegemonia dos grandes meios de comunicação são os blogs de jornalistas e ativistas espalhados pela internet. A velocidade da rede e a capacidade de disseminação de informações têm provocado reações que revelam o verdadeiro compromisso dos empresários da mídia com a liberdade de expressã
 





Na mais recente investida contra blogueiros, na semana passada, o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, venceu em segunda instância o processo que move contra Rodrigo Vianna, repórter da TV Record e dono do blog Escrevinhador, que chega a ter mais de 30 mil acessos diretos por dia. O blogueiro, que foi repórter da Globo e saiu justamente por discordar da cobertura parcial da emissora nas eleições presidenciais de 2006 – em favorecimento à candidatura do PSDB – pode ser obrigado a pagar uma salgada indenização apenas porque exerceu o “sagrado” direito constitucional da livre opinião. O problema é que foi contra a Globo.
 

Vianna publicou em seu blog que o jornalismo da emissora comandada por Kamel era algo “pornográfico”, em alusão a uma infeliz coincidência: um ator pornô dos anos 1980 também usava o mesmo nome do manda chuva do jornalismo da Globo. Ao se apropriar da informação como metáfora, para produzir uma crítica, o jornalista atingiu o alvo.

“O que me interessava era a homonímia entre o ator pornô e o diretor da Globo, e não dizer que um era o outro, como afirma meu acusador. Tratou-se do exercício da liberdade de opinião, ou seja, usar uma metáfora para criticar o jornalismo pornográfico que a Globo pratica. Aí não pode, porque metáfora só quem pode fazer é o Arnaldo Jabor, que escreveu um livro chamado Pornopolítica. Eu recorri ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e perdi. O que eu vou fazer agora é recorrer aos tribunais em Brasília e seguir protestando, mostrando a hipocrisia dos caras que falam em liberdade de expressão, mas só para eles. É como os liberais do século XIX, que reivindicavam o liberalismo para serem donos de escravos porque abolir a escravidão, na visão de alguns desses liberais, atentava contra a propriedade privada, que eram os próprios escravos”, desfere o escrevinhador.

Rodrigo Vianna não é o único. Outros blogueiros bastante conhecidos como Luiz Carlos Azenha – também ex-repórter da TV Globo, Luiz Nassif, Cloaca News e Paulo Henrique Amorim colecionam no currículo ações criminais impetradas pelo diretor da vênus platinada. “Então, não pode fazer política, não pode brincar, criticar através do humor. Nem os militares fizeram isso com o Pasquim. É incrível como um sujeito como o Ali Kamel, que controla os noticiários da principal emissora de TV do país, que acaba influenciando outros veículos das Organizações Globo, quer processar um blogueiro como eu. É porque eles estão dando muita importância para a blogosfera”, desabafa Vianna.

“A mídia não aceita ser questionada. E as brincadeiras que a Globo faz com a Dilma no Zorra Total, por exemplo? Eles são ótimos para defender a liberdade deles, dos monopólios. Quando a brincadeira é com eles, não gostam e revelam um DNA fascista muito forte. Outro caso diz respeito ao jornal Folha de S. Paulo. Quando a turma fez uma crítica, como foi o blog Falha de S. Paulo, o jornal reagiu com ação judicial para tirar o site do ar”, aponta o jornalista Altamiro Borges, do Blog do Miro e presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé. Miro é um dos organizadores do Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que já teve três edições.



Desvendando o jogo
 

Já faz um tempo que a liberdade de expressão na internet tem incomodado os maiores conglomerados de mídia do país. Em 2006, durante as eleições presidenciais, o acirramento da disputa produziu um dos episódios mais constrangedores do jornalismo contemporâneo. Às vésperas do primeiro turno, com todas as indicações que o então presidente Lula confirmaria a vitória sem a necessidade de novas eleições, nasce um escândalo que daria sobrevida para a candidatura do PSDB, na figura de Geraldo Alckmin. Operação da Polícia Federal, duas semanas antes, tinha desbaratado a tentativa de duas pessoas ligadas ao PT em comprar, com R$ 1,7 milhão, um suposto dossiê contra José Serra e outros tucanos graúdos.

A denúncia não teve o efeito prático desejado. Faltava a bala de prata para sensibilizar o eleitorado. Foi aí que surgiu Edmílson Pereira Bruno, o delegado da PF que havia comandado a operação contra os “aloprados” – alcunha que teria sido dita por Lula ao se referir às figuras que tentaram adquirir o dossiê e acabaram prejudicando o próprio presidente. Bruno convidou quatro jornalistas para uma conversa reservada e repassou os CDs com as fotos do montante do dinheiro que havia sido flagrado nas mãos dos compradores do tal dossiê. A conversa foi inteiramente gravada e nela se pôde ouvir os apelos excitantes do delegado para que as imagens fossem parar na edição do Jornal Nacional (JN) do mesmo dia, 29 de setembro. Dito e feito. Os jornais do dia seguinte estamparam a manchete com as fotos e o JN dedicou quase toda sua edição para mostrar as imagens da montanha de dinheiro. O uso político das fotos ficou ainda mais evidenciado pelo fato das matérias, todas elas, omitirem a conversa com o delegado, em que ele claramente condiciona a divulgação dos fotos para atingir a candidatura petista. Os próprios jornais difundiram a informação mentirosa de que as fotos teriam sido roubadas, quando, na verdade, tinham sido repassadas a eles pelo mesmo delegado.

No caso do JN, o uso político pôde ser constatado porque, na mesma noite em que se exibiram as fotos sem a contextualização de como foram obtidas, ocorreu a tragédia com o avião da Gol, em que morreram 154 passageiros no impressionante choque aéreo com o jato executivo Legacy, comandado por dois pilotos norte-americanos. Nada sobre o acidente foi informado, mesmo com a notícia repercutindo no mundo inteiro ainda durante a edição ao vivo do jornal.

Toda a ação orquestrada pela mídia nesse fatídico dia 29 de setembro de 2006 foi depois denunciada em reportagem da revista Carta Capital, assinada pelo jornalista Raimundo Rodrigues Pereira. Ocorre que a matéria, por sua vez, foi incrivelmente espalhada através de sites e correntes de emails pela internet e gerou uma onda de indignação que ecoou na redação da TV Globo. “Foi naquele momento das eleições que eu percebi o papel da internet”, relata Rodrigo Vianna, à época repórter da Globo em São Paulo. “Primeiro, porque as informações que foram colocadas por um colega de TV Globo na época, o Luiz Carlos Azenha, serviram de base para uma matéria da revista Carta Capital”. Azenha havia transcrito para o seu blog, o Viomundo, a íntegra da conversa com o delegado da Polícia Federal que vazou fotos da apreensão do dinheiro no escândalo dos aloprados.

“Os jornalistas que participaram da conversa com o delegado fizeram de conta que o encontro nunca existiu. A matéria da Carta teve uma repercussão muito grande na internet, nos blogs, tanto que a Globo teve que responder. O Ali Kamel admitiu que teriam que responder. Nem tanto por causa da revista, mas principalmente pela repercussão na rede. Foi aí que eu percebi que a Globo tem medo da força internet”, calcula. Foi em decorrência desse episódio que Rodrigo Vianna se desligou da emissora. Meses mais tarde, o próprio Luiz Carlos Azenha também desembarcaria do grupo de comandados de Kamel. Atualmente, ambos são repórteres da TV Record e mantêm, de forma autônoma, alguns dos blogs mais prestigiados da internet quando o assunto é política, jornalismo e temas da conjuntura, batendo a casa dos milhões de acesso/mês.



Mídia que incomoda
 

De lá para cá, o debate público, especialmente nos períodos eleitorais, tem ficado um pouco menos desigual. “Quando há a centralidade do modelo eleitoral, como tem sido no Brasil, a luta de classes se exacerba e as contradições ficam mais visíveis, aí a mídia alternativa cumpre um papel mais relevante e incomoda”, avalia Miro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Três episódios recentes estão entre os mais emblemáticos: a história da bolinha de papel é o campeão de preferência na internet. “Não fosse a mídia alternativa, a bolinha de papel teria virado um míssil na cabeça do Serra”, brinca Miro, em referência a bolinha de papel que atingiu a cabeça do tucano durante uma atividade de campanha no Rio de Janeiro. Ele alegou que tinha sido atingido por um objeto pesado e duro e criou toda uma cena, comprada pela maioria dos meios de comunicação, inclusive e novamente, o Jornal Nacional. A história virou piada.

Outro episódio foi a guinada conservadora da campanha de José Serra durante o segundo turno das eleições. Começou-se a espalhar um boato de que Dilma Rousseff seria defensora do aborto. Uma das porta-vozes do discurso obscurantista foi a própria esposa do candidato, Mônica Serra. “Até que uma aluna dela, através do facebook, escreveu uma mensagem dizendo estranhar a postura da Mônica Serra porque ela já tinha confessado ter feito aborto para as alunas, durante uma aula de dança. Aí eles tiveram que calar a boca e encerrar esse assunto imediatamente porque ficava evidente que era pura hipocrisia eleitoreira”, conta Miro.

Não à toa, também nessa época, José Serra cunhou a expressão blogueiros sujos, ao discursar para militares de pijama durante uma reunião na sede do Clube Militar, no Rio. Uma historia menos conhecida foi o clipe que a Globo preparou, em 2010, para comemorar o seu aniversário de 45 anos. “Por pura coincidência, justamente nos seus 45 anos de fundação, a Globo usou o mesmo refrão da campanha do Serra, o tal do ‘Queremos Mais’, utilizando, claro, atores globais e nas mesmas cores da campanha tucano. O clipe terminava com um número 45 gigante na tela”, ironiza Miro Borges. No dia seguinte, a blogosfera não deu sossego e a Globo, após uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que confirmou se tratar de propaganda irregular, acabou tendo que tirar o clipe do ar em menos de 48 horas.


Em tempo: o ansioso blogueiro acima citado lembra aos amigos navegantes deste ansioso blog que se sente homenageado por ações judiciais desse que chama de Gilberto Freire com “i”(*); do Ataulfo Merval de Paiva (**); e de um ignoto reporter que tentou processá-lo por “crime de racismo” (???). Há outro também global que o processa, mas cujo nome, diminutivo, não lhe ocorre, agora, de pronto. Diz-me quem te processa e dir-te-ei quem és. Vá à aba “Não me calarão”PHA

(*) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

(**) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.

Direita ganha "lei da moral e bons costumes"




Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais de Míriam Rios




Na sequência :

Não somos racistas, né Kamel?


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Dilma reage com ‘bomba atômica’ ao catastrofismo midiático


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Não poderia ser melhor a reação do governo Dilma Rousseff a um processo que começou há meses e que, neste mês, chegou ao ápice com manchetes espalhafatosas dando conta de que o Brasil estaria na iminência de sofrer um “racionamento” de energia devido à baixa do nível dos reservatórios das hidrelétricas ocasionada por falta de chuva.
Além da boataria desencadeada pelos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo sobre possível “racionamento” – boataria que chegou aos telejornais –, os comentários da grande mídia sobre a economia vêm pintando um país à beira da ruína e da estagnação, com alusões catastrofistas sobre o crescimento modesto do PIB em 2012 e “perda de confiança dos investidores”.
Por razões que serão comentadas mais adiante, porém, vai ficando claro para o Brasil e o mundo que ninguém mais está dando bola para essa verdadeira cruzada da dita “grande imprensa” no sentido de convencer o país de que está indo muito mal, obrigado.
A edição deste ano do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, conta com uma pesquisa feita entre os 1.330 empresários que discutirão a economia mundial. Essa pesquisa mostra que Brasil fica em 4º lugar no otimismo dessas pessoas.
Brasil é citado por 15% dos “CEOs” convocados para o evento como sendo um dos três países mais importantes para o crescimento das empresas, mas não é só.
Quem assiste os “Jornais Nacionais” da vida ou lê os veículos impressos supracitados, entre outros, certamente ficará surpreso em saber que, entre os empresários brasileiros convocados para aquele evento, um expressivo contingente deposita muita confiança na economia do país.
Segundo o colunista da Folha de São Paulo Clóvis Rossi, em matéria na Folha de São Paulo da última quarta-feira (23.1), “Fatia substancial do empresariado brasileiro não compartilha o catastrofismo que, nos últimos meses, acompanha as análises sobre as perspectivas da economia no país. Ao contrário: 44% deles estão muito confiantes no crescimento das receitas de suas companhias, porcentagem de otimistas que só fica atrás da dos executivos russos (66% de otimistas), indianos (63%) e mexicanos (62%)”.
Como se vê, não é só o “povo ignorante” que confia no governo Dilma. Os mais importantes empresários brasileiros e estrangeiros estão dando uma banana para o que o colunista supracitado chamou de “catastrofismo”.
E essa perda de confiança nesses grandes meios de comunicação escritos e eletrônicos pode ser explicada por um episódio ocorrido na noite da última quarta-feira, com pronunciamento da presidente Dilma em rede nacional de rádio e televisão.
A presidente usou uma “bomba atômica” para provar que eram falsas as “análises”, “previsões”, editoriais e artigos que Globos, Folhas, Vejas e Estadões alardeiam a meses sobre supostas desgraças que estariam se abatendo sobre o país.
Em seu pronunciamento de quarta-feira, a mandatária provou que o “catastrofismo” a que se refere Clóvis Rossi decorreu de interesses políticos e econômicos contrariados com o bom momento que o Brasil atravessa justamente quando o mundo se debate em meio à maior crise econômica internacional da história.
Nesse contexto, foi sintomática a cadência do noticiário sobre desgraças econômicas no país. Primeiro, os veículos supracitados promoveram alarmismo com a iminência de um suposto “racionamento” de energia. Vendo que não viria, passaram a noticiar um suposto “apagão”. Descartada mais essa desgraça, começaram a falar em “apaguinhos”.
Devido à contundência e à insistência do noticiário alarmista, mesmo os mais desinformados foram “informados” sobre supostos problemas na geração de energia elétrica no país. Este blog, porém, desde o começo do ano vinha avisando que os que estavam apostando nessa nova desgraça colheriam frutos amargos.
Em 7 de janeiro, publicou-se, aqui, o post Imprensa tucana inventa apagão para tentar sabotar a economia.
O texto alertava para o fato de que a teoria sobre “racionamento” causaria problemas na economia porque empresários e investidores desinformados se assustariam. No dia seguinte, o noticiário foi tomado por notícias de quedas generalizadas dos preços das ações das empresas geradoras e distribuidoras de energia elétrica, com baixas de até 35%.
Em questão de dias, essas ações se recuperaram, quando ficou claro que não havia risco de racionamento.
Em 9 de janeiro, o Blog veiculou post intitulado Dilma acha que “bater boca” com a mídia é “perda de tempo”. Abaixo, trecho que, mais uma vez, avisou à mídia que estava enveredando por uma estratégia de guerra política que se revelaria infrutífera.
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(…) há muito que a presidente já decidiu que “não vale a pena bater boca com a mídia”. Foi-me dado exemplo dessa questão do setor elétrico. Dilma já desmentiu várias vezes o “racionamento” e a mídia, além de não dar o devido destaque às suas palavras, desmente o que diz.
A alternativa seria enveredar por um bate-boca inútil, pois os grandes veículos que tentam aterrorizar a população sempre ficam com a última palavra, já que quem formata o noticiário são eles. Assim como em outras questões, tais como o crescimento modesto do PIB em 2012, portanto, a presidente julga que é melhor deixar que os fatos desmintam a mídia.
Explico: em pouco tempo, os brasileiros receberão contas de luz mais baratas, com desconto médio de 20%, e não terá ocorrido racionamento algum. Dessa forma, quem está recebendo as tais informações de que além de racionamento haverá aumento na conta de luz, concluirá que recebeu informações falsas daqueles meios de comunicação.
Além disso, como o noticiário tem insistido no fato de que os reservatórios estão no mesmo nível de 2001 – quando o governo FHC impôs um duro racionamento ao país –, ao constatarem que, além de não haver racionamento, a energia ficou mais barata, as pessoas poderão mensurar a superioridade deste governo sobre aquele.
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Na última quarta-feira, as previsões – ou avisos – que foram veiculados aqui ganharam materialidade. A presidente da República, em cadeia nacional de rádio e televisão, anunciou que, contrariando o alarmismo que dizia que as contas de luz cairiam menos ou nem cairiam, estas irão cair mais do que o previsto. E antes.
A previsão de redução das contas de luz residenciais, que era de 14%, passou para 18%; a redução das contas das empresas, que deveria ficar em 28%, deve passar, em alguns casos, de 32%. E, por fim, o início da redução, que só viria em março, foi antecipado para janeiro.
As dezenas de milhões de brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país que foram alvo do alarmismo midiático verão se materializar, em questão de dias ou semanas, uma realidade que vai de encontro ao que Globos, Folhas, Vejas e Estadões alardearam.
Assim, a cada dia menos gente vai dando bola para o que esse setor partidarizado da imprensa nacional diz sobre os rumos do Brasil e sobre a forma como o país vem sendo governado. O pronunciamento recente de Dilma, nesse aspecto, constituiu-se em uma bomba atômica, que pode ter inserido o último prego na tampa do caixão da credibilidade midiática.
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Para quem não viu, vale a pena assistir ao último pronunciamento da presidente Dilma Rousseff.

OS CORVOS, DO CONTRA, GRITAM. FICARÃO PARA TRÁS?


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De todos, o mais explícito Reinaldo Azevedo, que fala em "populismo elétrico" e "campanha eleitoral na tomada", mas o time inclui também o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, que reclama que as pessoas possam consumir mais, agora que as tarifas vão cair, e a direção dos três principais jornais brasileiros, que noticiaram com uma pitada de ironia e dor de cotovelo a redução da conta de luz
247 - Durante anos, décadas até, os grandes jornais brasileiros vocalizaram uma das maiores demandas empresariais no País: a redução do Custo Brasil. Nele, um dos principais componentes de custo é a tarifa de energia, historicamente uma das mais caras do mundo – especialmente após o processo de privatização. Dezenas de eventos foram organizados em vários pontos do País e muito pouco, ou quase nada, se fez.
Até que uma mulher, a presidente Dilma Rousseff, decidiu enfrentar essa questão. E não de maneira intervencionista. Valendo-se de uma oportunidade, que era a renovação das concessões de várias usinas do setor elétrico, o governo obteve preços menores pela energia já amortizada pelas concessionárias públicas ou privadas. Resultado: a conta de luz cairá em 18% para as residências e até 32% no setor industrial.
Uma notícia, certamente, de forte impacto popular, para um governo que já desfruta de altos índices de popularidade. No seu discurso de ontem, Dilma falou que a redução valerá até nos estados onde os governantes se recusaram a renovar as concessões – ela mencionava São Paulo, Minas e Paraná, governados pelo PSDB, mas não citou os nomes. E disse que a turma "do contra" estaria ficando para trás.
Pois os corvos, na manhã desta quinta-feira, vestiram a carapuça. Quem gralhou mais alto foi Reinaldo Azevedo, que falou em "populismo elétrico" e "campanha eleitoral" na tomada. "Quem falava era a candidata à reeleição em 2014. Até aí, vá lá. É a sina dos políticos nas democracias; disputar eleições é parte do jogo. O que incomodou foi outra coisa: por que o tom de desafio e, às vezes, de certo rancor? Porque, no petismo — seja o lulista ou o dilmista —, mais importante do que vencer, é a sensação de que o adversário perdeu", escreveu Reinaldo, que – efetivamente – perdeu. Se dependesse da sua vontade, não haveria o pacote para a redução das tarifas.
Outro corvo que se posicionou, em artigo no Globo, foi o jornalista Carlos Alberto Sardenberg. "Pode ser que o governo não tenha uma política, mas apenas alvos. E cada vez que atira em um, acerta no que não devia. Um exemplo da hora: a redução das tarifas de energia vai estimular famílias e empresas a consumir mais, lógico. Isso em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas, a energia mais barata, estão em ponto crítico, exigindo o apoio das usinas termoelétricas, mais caras. O processo ainda retira recursos das companhias hidrelétricas, diminuindo sua capacidade de investimento em novas fontes. O pior de tudo é que o Brasil já viu isso nos anos 70 e 80".
Não, na verdade o Brasil nunca viu esse filme: tarifas públicas sendo reduzidas, nessa intensidade, numa negociação aberta, mas liderada pelo governo. Talvez por isso mesmo, mas não sem uma ponta de ironia, o Globo tenha noticiado o caso com um "nunca antes na história deste País". E avisado, como bom corvo, que a queda de luz será compensada pela alta, ainda não confirmada, da gasolina.

DILMA EM CADEIA NACIONAL: "ELES ERRARAM FEIO"





**A Krupp quer vender um elefante branco ao Brasil e pressiona o BNDES a financiar a operação. A pioneira da siderurgia alemã  não sobreviveria por dois séculos  se não  encarnasse a própria essência do capitalismo: escrúpulo não é um ingrediente da receita.


" Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único kilowatt que precisava(...). Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anuciado. Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance --e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país (...)Todos, sem exceção, vão sair ganhando(...) Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que eu estou dizendo.Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades.Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros". (Presidenta Dilma; 23-01-2013) 

O Nafta espalha a fome no México


Um anos antes de se completarem 20 anos de existência do Nafta, o tratado de livre-comércio da América do Norte, o México possui 51% de sua população de 110 milhões na pobreza, e vê ampliar sua dependência de alimentos produzidos do outro lado da fronteira, nos EUA. É uma situação diferente de outros países latino-americanos, como o Brasil, que felizmente ajudaram a barrar a Alca. O artigo é do jornalista cubano Hedelberto López Blanch




O tempo deu a razão aos presidentes latino-americanos que em 2005, na Cúpula das Américas de Mar del Plata, na Argentina, recusaram integrar a Área de Livre Comércio (Alca) promovida pelos Estados Unidos. Hoje, seus países estariam nas mesmas condições que o México.

O Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (Coneval), informou que de uma população próxima aos 110 milhões, 51,3% vive na pobreza, ou seja, 55 milhões de mexicanos carecem dos recursos básicos para cobrir as necessidades básicas.

Segundo Coneval, o número resulta aterrorizante ao aumentar o espiral de pobreza ano após ano sem que existam soluções. Em 2008, o número de pessoas nessas condições era de 50,6 milhões, primcipalmente em Chiapas, Veracruz, Tabasco, Baixa Califórnia, Puebla, Jalisco, Guanajuato, Oaxaca, Guerrero, Morelos, Chihuahua e no Distrito Federal.

Desde que o então presidente Carlos Salinas de Gortari aprovou em dezembro de 1992 o Tratado de Livre Comércio para a América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), que entrou em vigor em janeiro de 1994, a fome e a pobreza se tornaram os maiores males dos aztecas, unido à enorme violência dos cartéis de drogas na luta por transportar essa mercadoria ao maior consumidor de entorpecentes no mundo: os Estados Unidos.

Uma das piores consequências do Nafta é a de ter obrigado mais de 2 milhões de camponeses, com seus familiares, a abandonar as terras que arrendavam pelos baixos preços dos produtos e o abandono governamental.

Ao negociar a livre exploração de mercadorias, as empresas transnacionais e os agricultores estadunidenses (com enormes subsídios governamentais e modernas tecnologias de produção) inundaram os mercados mexicanos em detrimento de comerciantes e agricultores nacionais.

Os camponeses emigram em massa para as grandes cidades onde é muito difícil conseguir trabalho e passam a aumentar as filas dos vagos, ou os mais jovens tentam cruzar as custodiadas fronteiras norte-americanas em uma via crucis de imigrantes clandestinos.

As transnacionais de alimentos que operam dentro do país se tornaram as principais produtoras, importadoras, exportadoras e praticamente se dominaram a economia azteca.

Várias fontes de trabalho desaparecem pela compra e concentração de terras por essas companhias, e pela utilização de novas técnicas industriais na agricultura.

Pequenas fazendas foram eliminadas por enormes empórios como Tyson, Smithfield, Pilgrims Pride que se apoderaram da produção de gado ao mesmo tempo que provocam a poluição da água e da terra pelo afã de aumentar as produções sem cuidar do meio ambiente. Como afirmam os empresários, afinal, o país não é deles.

O milho, alimento básico ancestral mexicano cuja produção nacional abastecia toda a população e ficavam excedentes para a exportação, foi praticamente eliminado dos campos desde a entrada em vigor do Nafta, ao quadruplicar as importações desse grão oriundo dos Estados Unidos.

Com o aumento dos preços internacionais dos alimentos, provocado muitas vezes pelas companhias intermediárias (entre as quais se destacam Maseca /Archers, Daniel Midland e Cargill) que brincam com a fome dos pobres para se enriquecer, os preços das tortilhas de milho são quase inalcançáveis para os mexicanos.

Os números não mentem. Se antes do Nafta o país gastava 1,8 bilhões de dólares com importação de alimentos, agora investe em 24 bilhões com a alta dependência de soja, 95%; arroz, 80%; milho, 70 %; trigo, 56 % e feijão, 33 %.

Graças ao Nafta, funcionários do Departamento de Agricultura em Washington afirmam que nos próximos anos o México deverá adquirir 80% dos alimentos em outros países, principalmente nos Estados Unidos.

Sob as rédeas do Tratado de Livre Comércio, muitos analistas consideram a nação azteca uma dependência de Washington, devido às leis neoliberais que permitem às companhias estrangeiras utilizar mão de obra barata para suas produções, explorar os recursos naturais, extrair petróleo a preços preferenciais e exportar os excessos de mercadorias norte-americanas para esse país.

Enquanto esta situação ocorre no México, um recente relatório da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) afirmou que esse flagelo diminuiu na região e atualmente atinge 168 milhões de pessoas, equivalente a 30% da população, embora seja a mais baixa nas últimas três décadas.

Para a Cepal, os níveis de pobreza continuarão diminuindo, a um ritmo menor, até terminar o ano em uma taxa de 28,8%, equivalente a 167 milhões de pessoas, graças ao crescimento econômico e à moderada inflação.

Nos últimos anos, várias nações, entre as que se destacam Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina, Nicarágua e Brasil possibilitaram que os índices de pobreza se reduzissem ao realizar políticas sociais a favor dos seus habitantes e tomar medidas para que as transnacionais não roubem suas economias.

O aumento da desigualdade é outro aspecto que afeta a nação azteca já que, enquanto a metade da população não pode ter acesso às necessidades alimentares, educacionais ou de saúde, só oito magnatas nacionais possuem uma fortuna de mais de 90 bilhões de dólares que equivale a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O tratado permitiu o enriquecimento de uma minoria nativa, e ao mesmo tempo possibilitou Washington manter um maior controle sobre a economia azteca em detrimento do seu povo.

*Tradução divulgada pela rede Telesur