Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Violência explode nos protestos “mais do mesmo” na Argentina


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Aí no Brasil – escrevo em viagem de trabalho ao exterior –, os protestos contra o governo de Cristina Kirchner que eclodiram na Argentina na quinta-feira (8.9) foram apresentados sem que fossem informados detalhes que desautorizam o tom de “revolta popular” apocalíptica adotado pela imprensa corporativa brasileira, pelo que este Blog trata de oferecê-los.
Explico que a iniciativa de escrever este post se deveu a que estou no Peru, no âmbito de uma incursão comercial que já chega ao 11º dia após passar por Bolívia e Equador e que, neste sábado, retornará à Bolívia e lá permanecerá até meados da semana que entra, quando retorno ao Brasil.
O fato é que, na noite de quinta-feira, assistindo tevê a cabo no quarto de hotel, sintonizei a televisão argentina Telefé e deparei com uma cena impressionante que, inclusive, é o que dá título a este post – e sobre a qual discorrerei mais adiante.
Antes, porém, devo contextualizar o que aconteceu na Argentina, o que farei graças a ligações que fiz para fontes que tenho naquele país.
Em primeiro lugar, é bom que saibam que o tão propalado “8 N” (8 de novembro, dia do protesto) ocorreu pouco menos de dois meses após o “13 S” (13 de setembro), o protesto anterior que levou argentinos à rua com a mesma finalidade de atacar o governo pelos mais distintos motivos, que não se resumem só à tal “re-re”, a suposta intenção da presidente do país vizinho de se candidatar à re-reeleição, o que a lei argentina proíbe.
Muito menos, tais protestos ocorreram em favor do grupo de mídia Clarín, em razão de fato que ocorrerá em breve e que se representa por outra sigla oriunda do calendário, o “7 D” (7 de dezembro), data em que vence a liminar que permitiu à “Globo” argentina descumprir a lei que proíbe oligopólios na comunicação, apesar de certa mídia brasileira tenta fazer crer o contrário.
Outra conversa fiada é a de que não havia políticos nas manifestações. Havia, sim, e muitos. Só que estavam disfarçados. Ou seja: os partidos de oposição que ajudaram a insuflar as marchas em todo país apenas deixaram as suas bandeiras em casa, de forma a ajudarem a conferir “espontaneidade” a elas.
Nos arredores do Obelisco da Avenida 9 de julho, onde a manifestação foi mais massiva, havia uma variedade de políticos insuflando a massa, quase todos pertencentes ao “macrismo” e ao grupo Gapu, movimentos de direita que se opõem a Cristina Kirchner e que se inspiram no prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri.
Foram vistos nos protestos vários integrantes da coalizão PRO (Proposta Repúblicana), integrada pelo CPC (Compromisso Pela Mudança), partido de Macri.
Alguns políticos identificados foram Federico Pinedo, Paula Bertol, Sergio Bergman, Patricia Bullrich, Eduardo Amadeo. Havia, também, vários funcionários do PRO como Néstor Grindetti e Daniel Chain, ruralistas como Mario Llambías e Luciano Miguens, o ativista de oposição Raúl Castells e o ultradireitista Alejandro Biondini.
Outro fato que a mídia brasileira sonega é que a manifestação foi maciçamente composta pelas classes alta e média alta. Prova disso é que os manifestantes marcharam desde bairros como Santa Fé rumo à avenida Corrientes, que desemboca na 9 de Julho, onde fica o Obelisco. No Sul da cidade, região mais pobre, as manifestações foram escassas ou inexistentes.
Mais uma informação sonegada: durante as marchas, registraram-se simultâneos “apagões” em várias regiões, coisa que não costuma acontecer. Há relatos continuados de sabotagem das redes elétricas. Ou terá sido coincidência que esses apagões ocorreram justo no dia das manifestações?
Ainda que pareça espantosa a massa humana que foi às ruas – e para oferecer essa informação não precisei de fontes porque conheço muito bem a Argentina e, sobretudo, Buenos Aires, por conta de meu trabalho –, na Argentina e em vários outros países latino-americanos as manifestações de rua são comuns e para todos os gostos.
Este ano mesmo, durante viagem que fiz a Buenos Aires, a mesma avenida 9 de Julho fervilhava de apoiadores do governo – sindicatos, movimentos sociais etc. A Argentina é muito parecida com a Venezuela, nesse aspecto. Portanto, não se surpreendam se, em poucos dias, eclodir uma marcha de apoiadores do governo para se contrapor à de opositores.
Só haverá uma diferença: a mídia brasileira não irá cobrir como fez com a marcha antigovernista.
Por conta disso, as manifestações que se pretenderam apocalípticas para o governo de Cristina Kirchner – e que assim foram apresentadas pela mídia brasileira – não passam de mais do mesmo, de protestos que ocorrem naquele país contra o governo há bastante tempo, inclusive antes da última eleição presidencial, que a presidente venceu com folga. Eis porque ela não está nem dando bola.
O que surpreendeu, em alguma medida, foram atos de violência um tanto incomuns nessas manifestações. Atos que ocorreram sobretudo contra a imprensa.
Então você deve estar se perguntando como é possível que uma marcha contra o governo ataque a imprensa, pois deve estar supondo que, como no Brasil, ela também é contra o governo. Não é bem assim. Com a democratização das comunicações em curso na Argentina já a um bom tempo, o país tem hoje imprensa para todos os gostos.
As imagens que você verá abaixo, em matéria da rede argentina Telefé, portanto, mostram o viés truculento desses setores elitistas que saíram às ruas para protestar contra o governo. E note que, em nenhum momento, a matéria acusa kirchneristas pelos ataques. Os que agrediram o repórter da rede C5N e outros julgaram-nos como sendo da “imprensa governista”.

MINO: E O MENSALÃO TUCANO ? DANTAS E VALERIODANTAS, CADÊ ?


Ah, o Opportunity de Daniel Dantas, sempre ele, onipresente, generoso na disposição de financiar a todos. Como não observar o perene envolvimento desse monumental vilão tão premiado por inúmeros privilégios?


A privataria. Não adianta denunciar os graúdos: a mídia nativa cuida de acobertá-los

Conversa Afiada republica editorial Mino Carta, extraído da CartaCapital:

O “MENSALÃO” TUCANO



A mídia nativa entende que o processo do “mensalão” petista provou finalmente que a Justiça brasileira tarda, mas não falha. Tarda, sim, e a tal ponto que conseguiu antecipar o julgamento de José Dirceu e companhia a um escândalo bem anterior e de complexidade e gravidade bastante maiores. Falemos então daquilo que poderíamos definir genericamente como “mensalão” tucano. Trata-se de um compromisso de CartaCapital insistir para que, se for verdadeira a inauguração de um tempo novo e justo, também o pássaro incapaz de voar compareça ao banco dos réus.

Réu mais esperto, matreiro, duradouro. A tigrada atuou impune por uma temporada apinhada de oportunidades excelentes. Quem quiser puxar pela memória em uma sociedade deliberadamente desmemoriada, pode desatar o entrecho a partir do propósito exposto por Serjão Motta de assegurar o poder ao tucanato por 20 anos. Pelo menos. Cabem com folga no enredo desde a compra dos votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, até a fase das grandes privatizações na segunda metade da década de 90, bem como a fraude do Banestado, desenrolada entre 1996 e 2002.

Um best seller intitulado A Privataria Tucana expõe em detalhes, e com provas irrefutáveis, o processo criminoso da desestatização da telefonia e da energia elétrica. Letra morta o livro, publicado em 2011, e sem resultado a denúncia, feita muito antes, por CartaCapital, edição de 25 de novembro de 1998. Tivemos acesso então a grampos executados no BNDES, e logo nas capas estampávamos as frases de alguns envolvidos no episódio. Um exemplo apenas. Dizia Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente do banco, para André Lara Rezende: “Temos de fazer os italianos na marra, que estão com o Opportunity. Fala pro Pio (Borges) que vamos fechar daquele jeito que só nós sabemos fazer”.

Afirmavam os protagonistas do episódio que, caso fosse preciso para alcançar o resultado desejado, valeria usar “a bomba atômica”, ou seja, FHC, transformado em arma letal. Veja e Época foram o antídoto à nossa capa, divulgaram uma versão, editada no Planalto e bondosamente fornecida pelo ministro José Serra e pelo secretário da Presidência Eduardo Jorge. O arco-da-velha ficou rubro de vergonha, aposentadas as demais cores das quais costuma se servir.

Ah, o Opportunity de Daniel Dantas, sempre ele, onipresente, generoso na disposição de financiar a todos, sem contar a de enganar os tais italianos. Como não observar o perene envolvimento desse monumental vilão tão premiado por inúmeros privilégios? Várias perguntas temperam o guisado. Por que nunca foi aberto pelo mesmo Supremo que agora louvamos o disco rígido do Opportunity sequestrado pela PF por ocasião da Operação Chacal? Por que adernou miseravelmente a Operação Satiagraha? E por que Romeu Tuma Jr. saiu da Secretaria do Ministério da Justiça na gestão de  Tarso Genro? Tuma saberia demais? Nunca esquecerei uma frase que ouvi de Paulo Lacerda, quando diretor da PF, fim de 2005: “Se abrirem o disco rígido do Opportunity, a República acaba”. Qual República? A do Brasil, da nação brasileira? Ou de uma minoria dita impropriamente elite?

Daniel Dantas é poliédrico, polivalente, universal. E eis que está por trás de Marcos Valério, personagem central de dois “mensalões”. Nesta edição, Leandro Fortes tece a reportagem de capa em torno de Valério, figura que nem Hollywood conseguiria excogitar para um policial noir. Sua característica principal é a de se prestar a qualquer jogo desde que garanta retorno condizente. Vocação de sicário qualificado, servo de amos eventualmente díspares, Arlequim feroz pronto à pirueta mais sinistra. Não se surpreendam os leitores se a mídia nativa ainda lhe proporcionar um papel a favor da intriga falaciosa, da armação funesta, para o mal do País.

Pois é, hora do dilema. Ou há uma mudança positiva em andamento ou tudo não passa de palavras, palavras, palavras. Ao vento. É hora da Justiça? Prove-se, de direito e de fato. E me permito perguntar, in extremis: como vai acabar a CPI do Cachoeira? E qual será o destino de quem se mancomunou com o contraventor a fim de executar tarefas pretensamente jornalísticas, como a Veja e seu diretor da sucursal de Brasília, Policarpo Jr., uma revista e um profissional que desonram o jornalismo.



Não deixe de conhecer “Os juízes que absolvem Dantas”.

Dirceu reage: “Apreensão de passaportes é populismo jurídico”
















Brasil 09/11/12- GUARANI-KAIOWÁ


CAÇA AOS PASSAPORTES E MACARTISMO CABOCLO
A caça aos passaportes dos réus da Ação Penal 479 --e a sua inclusão na lista de 'procurados'-- sem que se tenha esboçado qualquer disposição de fuga, adiciona ao domínio de fato um acicate político explícito. Trata-se de uma aguilhoada nos  réus que formam o núcleo dirigente do PT, com o objetivo claro de joga-los à execração pública. A represália é admitida explicitamente. Os réus estariam "afrontando" a corte. O revide montado no galope da execração remete a um método do movimento que se notabilizou como um dos mais sombrios episódios da democracia norte-americana: o macartismo. (LEIA MAIS AQUI)