Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

*Kit-contagioso: Serra isola Malafaia da mídia; pastor embarca para a Inglaterra e só volta após o 2º turno.


Furo MTV - Serra quer salvar jovens com "propensão ao crime"


A derrota das oposições

A derrota, nestas eleições de 2012, fica com as oposições. Em primeiro lugar, há uma derrota moral. Sem alternativas a propor, desossada do ponto de vista programático, em sua retórica nacional, capitaneada pela mídia conservadora e pelo candidato pessedebista à prefeitura de S. Paulo, tudo o que as oposições apresentaram foi a consigna de “remember Mensalão”.

Reykjavik

Ainda não se sabe qual será o resultado do segundo turno. Vamos aguardar. Mas uma coisa já se sabe: a derrota, nestas eleições de 2012, fica com as oposições.

Em primeiro lugar, há uma derrota moral. Sem alternativas a propor, desossada do ponto de vista programático, em sua retórica nacional, capitaneada pela mídia conservadora e pelo candidato pessedebista à prefeitura de S. Paulo, tudo o que as oposições apresentaram foi a consigna de “remember Mensalão”.

Requentaram o prato inventado, nunca provado. Inventaram seu “herói alternativo”, o ministro Joaquim Barbosa, também de origem humilde, como Lula, o arqui-inimigo daquela direita. Ele, de bom, de mau ou de nenhum grado, acabou entrando no papel. Sobretudo, ao enfrentar de modo irado seu rival – o dr. Silvana para a mídia esclerosada – o ministro Lewandovski, que, sendo revisor, teimava em revisar.

Enquanto isso, em S. Paulo, o candidato excelso (pelo menos para ele) do conservadorismo promovia o pastor Silas Malafaia e seu obscurantismo a cabo eleitoral. Para o opositor, o candidato petista, meu colega de FFLCH/USP e amigo Fernando Haddad, a resultante não podia ser melhor. Contra ele pesava, por exemplo, o apoio do ex-menino dos olhos da direita brasileira, Paulo Maluf. Pois Serra veio lembrar que quem tem Malafaia no próprio telhado não joga Maluf no dos outros.

Em segundo lugar, há uma derrota temporal e espacial. Mais uma vez a direita brasileira demonstra seu anacronismo irreversível. No momento, a pensar nas pesquisas (vamos ver, ainda assim, o que sai das urnas no domingo), a sua melhor cartada é o renascimento de um carlismo defasado em Salvador. E, como em S. Paulo, estribado na diferença de classes. Bom, pelo menos isso está mais claro: rico reacionário vota na direita, e quem com isso se identifica também. Pobre, remediado, povo, povão, vota na esquerda. A direita rifou o povão. Este só entra em suas preocupações se for abençoado pelo pastor Malafaia.

Finalmente, em terceiro lugar, há uma derrota política insofismável e intragável para as nossas direitas. Talvez até para alguns setores da esquerda também. Porque a presidenta Dilma sai reforçada da eleição. E o ex-presidente Lula deu um show de bola. Lula sacou, avaliou, compreendeu que o PT, sobretudo em seu setor paulista, precisava de uma renovação. E apostou nisso. E deu certo. Aliás, a renovação deu certo até onde ela não foi planejada, como em Osasco.

Mesmo que não ganhem, Pochmann e Haddad entrarão para a história do partido, de S. Paulo e do Brasil. Dilma já entrou. Agora é a vez deles. Aliás, de Edmilson, em Belém do Pará, PSOL, agora apoiado por Lula e Dilma também. Aos golpes por vezes no fígado de algumas lideranças do PSOL, Lula e Dilma respondem com a generosidade da visão política avançada.

A direita não agüenta. Talvez um dia ela se reerga das próprias cinzas. Então deixará de fazer campanha para derrotar Lula em 2002.

Ou Vargas em 1950 e 1954, ainda quem sabe.


Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

DIRCEU VAI SER ALGEMADO. EM SALÉM


Que o Procurador Geral, esse símbolo da Retidão Moral da nossa Magistratura, o implacável investigador do Demóstenes e do Cachoeira, ele mesmo algeme o Dirceu. Vá a Vinhedo, num helicóptero da Globo, e algeme o Dirceu, diante do Ataulfo de Paiva Merval.

Na foto, cena da TV Justiça de Salém, Mass.


O PiG (*) parece aqueles fanáticos das feiticeiras de Salém.

Cento e cinquenta endemoniados que tentavam instalar práticas excepcionais no ambiente medieval da Massachusetts do século XVII foram implacavelmente condenados por juízes isentos e apartidários.

Mestres da temperança e da sensatez.

Os fanáticos se rejubilavam com o sacrifício dos ímpios.

Como os pigânicos mervais de hoje.

A condenação de Marcos Valério à suave pena de 40 anos faz imaginar a reação do Daniel Dantas e do Dr Roger Abedelmassih: quá, quá, quá !!!

Na verdade, é pouco.

Marcos Valério deveria ser condenado a contar o que sabe.

Contar tudo.

Não essa balela de que o Lula era o chefe da quadrilha.

Contar quem pagava ele na Brasil Telecom.

Contar quem pagava ele na Telemig Celular.

Perdido por 40, perdido por mil.

Fala, Valério !

O Conversa Afiada sugere que o Supremo Tribunal de Salém condene o Dirceu à prisão perpétua.

E que seja imediatamente algemado, a despeito da Súmula Vinculante do Ministro (Color de) Mello, que, logo após as duas prisões do Daniel Dantas, determinou que as algemas, na prática, só fossem empregadas, como hoje, em pobres, pretos e p…

Com o julgamento de Salém, os petistas passaram a fazer  companhia aos pobres, aos pretos e às p…

Sendo assim, sugiro que o Procurador Geral, esse símbolo da retidão Moral da nossa Magistratura, o implacável investigador do Demóstenes e do Cachoeira, ele mesmo algeme o Dirceu.

Vá a Vinhedo, num helicóptero da Globo, e algeme o Dirceu, diante do Ataulfo de Paiva Merval.

Será uma cena mais chocante do que todas as que Arthur Miller concebeu.

De preferência, leve uma fogueira.

O Projac pode ir buscar no lixão.

E, se o Conversa Afiada pudesse sugerir, que o Dirceu levante as algemas nos pulsos e mostre, em close-up, para a câmera da Globo.

E deixe os pulsos parados no ar, imóveis, por trinta segundos.

Será a melhor pena aos fanáticos de Salém.

O mundo gira e a Lusitana roda.

Os juízes de Salém entraram para a História.

Arthur Miller também.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Desmascarando a falsa imparcialidade da rede globo.


A ÚLTIMA ELEIÇÃO SOB A TUTELA DA GLOBO



A sólida dianteira de Haddad em SP, reafirmada pelo Ibope e o Datafolha desta 5ª feira, deixa ao conservadorismo pouca margem para reverter  uma vitória histórica do PT e -- talvez--  a derradeira  derrota na biografia política de José Serra. Ainda assim há riscos. E não são pequenos. Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país em que, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, nos estertores de uma campanha como agora, não seja propriamente com o embate de idéias, mas com a 'emboscada da véspera''. Não se argui se ela virá; apenas como e quando a maior emissora de televisão agirá na tentativa de raptar o discernimento soberano da população, sobrepondo-lhe suas preferências, seus candidatos e seus interditos.Tornou-se uma aflita tradição nacional acompanhar a contagem regressiva dessa fatalidade que desgraçadamente instalou-se no calendário eleitoral para corroê-lo por dentro. Após 10 anos no governo, as forças progressistas não tem mais o direito de contemporizar com uma doença maligna que pode invalidar a democracia e desfibrar a sociedade. Que a votação deste domingo seja a última tendo as urnas como refém da Globo,seus anexos e aliados.

Ato na USP: "Haddad é resposta da civilização à barbárie"