Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lula estranha Globo não fazer debate

“Eles não querem que o Haddad mostre a competência que tem. Essa é a verdade”, disse Lula.


Saiu na Rede Brasil Atual:

Lula ‘estranha’ ausência de debate na Globo e chama cancelamento de ‘vergonha’



Ex-presidente afirma que não querem que Fernando Haddad mostre a competência que tem; para o candidato petista, Celso Russomanno já fugiu de quatro embates e está ‘meio perdido’

Por: Tadeu Breda, da Rede Brasil Atual

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “vergonha” a decisão da Rede Globo de cancelar o debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, que seria realizado amanhã (4). “Fernando Haddad é o único candidato que apresentou o programa de governo. E veja que engraçado: em todas as campanhas que o PT estava à frente das pesquisas, tinha debate na Globo e na Record. Agora não tem mais debate”, comparou durante comício ao lado do ex-ministro da Educação em São Mateus, na zona leste da capital.

“Quando fui candidato, em 2006, colocaram uma cadeira vazia porque não fui ao debate, estão lembrados? Agora que o Haddad está louco por um debatezinho na Globo, está doido por um debatezinho na Record, nenhuma delas está fazendo debate”, continuou o ex-presidente, fazendo referência ao bordão do apresentador televisivo Boris Casoy. “É uma vergonha que a cidade mais importante do Brasil, a mais rica deste país, a que tem mais população, não tenha debate na TV.”

Os dois principais debates entre os candidatos à prefeitura paulistana deveriam ter ocorrido ao longo desta semana, mas foram cancelados por diferentes motivos. No caso da Record, a emissora argumentou que Celso Russomanno (PRB), até agora líder nas pesquisas, não poderia comparecer devido ao nascimento da filha, e que José Serra havia rejeitado o convite, versão desmentida pelo tucano.

Já a Globo anunciou a decisão depois que o candidato do PRTB, Levy Fidelix, obteve liminar garantindo a presença dele e do postulante do PSOL, Carlos Giannazi, pois ambos partidos possuem representação na Câmara Municipal. A emissora manifestou que com oito candidatos ficaria inviável encaixar um debate com duração máxima de duas horas em sua programação.

Lula estranhou a linha de argumentação da empresa da família Marinho. “O pretexto é que tem partido nanico, mas ninguém neste país pode ser condenado por ser pequeno. As pessoas precisam de TV para ficarem grandes”, contestou enquanto segurava a mão de Fernando Haddad. “O dado concreto é que eles não querem que essa pessoa aqui mostre a competência que tem. Essa é a verdade. E isso tem de ficar registrado porque fará parte da história do Brasil.”

Um pouco mais cedo, em conversa com jornalistas, o candidato petista voltou a cobrar de Celso Russomanno a realização de um debate transmitido pela internet. Para o ex-ministro da Educação, o o representante do PRB está mal informado ao afirmar que a legislação eleitoral não permite o embate virtual e que o PT está querendo mudar as regras do jogo. “Eu convidei ele para um debate e ele não aceitou. Pela quarta vez”, disse o petista, lembrando que seu adversário faltou aos encontros promovidos pelo UOL e pela Igreja Católica, além de ter dado “um jeito” de cancelar o debate da Record.

“Temos de nos encontrar para esclarecer as dúvidas. Ele não conhece o sistema de transporte de São Paulo. Não é por mal: ele não tem familiaridade com o assunto”, afirmou Haddad, novamente em referência à proposta do adversário de cobrar a tarifa de transporte público de acordo com a distância percorrida, o que, diz, acabaria por penalizar os moradores da periferia. “Estou sempre aberto a debater, sobretudo quando alguém está em dúvida, como ele. Está um pouco perdido, o que é natural para uma pessoa que está sem equipe”, provocou. “Quem sabe no segundo turno, quando estiver mais bem assessorado, ele desista da proposta de cobrar mais de quem mora longe e menos de quem mora perto.”



Clique aqui para ler “Globo cancela debate e beneficia Cerra”.

Janio quer deduzir as deduções do STF

Pelo visto, a proliferação de deduções vai continuar. Ou aumentar

Saiu na Folha (*) artigo de Janio de Freitas que trata da falta de provas do ministro relator contra José Dirceu:

Deduzir as deduções



JANIO DE FREITAS

O que se pode esperar é que os ministros debatam mais as deduções, a que nem todos aderiram

CARANDIRU, ANIVERSÁRIO de 20 anos: sem julgamento. Mensalão do PSDB em Minas: 14 anos, sem julgamento. Não é preciso seguir com exemplos para perguntar: isso é Justiça? A instituição que assim se comporta deve mesmo ser chamada de Judiciário?

E não bastam os sete anos para enfim ocorrer o atual julgamento no Supremo Tribunal Federal, ou quantos anos ainda serão necessários para o encerramento dessa história?

A decisão do deputado Valdemar Costa Neto de reclamar em corte internacional o direito de recurso contra sua condenação, já que o STF o condena como primeira e como última instância, abre uma fila que apenas não está anunciada por outros réus e seus advogados.

Talvez por haver mais de uma possibilidade e faltar escolha definida entre elas. Não por falta da deliberação de buscar outro exame para vários dos já condenados.

E, pode-se presumir, também para futuros.

O caso de Valdemar Costa Neto é bastante ilustrativo. Está condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Práticas implícitas no recebimento de dinheiro para o que a maioria do Supremo considerou compra, pelo PT, de apoio na Câmara para o governo Lula.

O deputado reconhece não ser inocente, mas atribui a condenação a motivo errado.

Tem um argumento que o Supremo, de fato, desconheceu: votou contra o governo e até apresentou emenda contrária ao projeto originário do Planalto para modificações na Previdência.

Votação e emenda comprováveis, uma e outra contradizendo a venda de voto ou apoio em que se fundou a condenação.

O recebimento de R$ 8,8 milhões, cujo destino Valdemar Costa Neto jamais esclareceu, não comporta dúvida. Está configurado no processo.

Mas a finalidade de compra de apoio, do próprio deputado ou de todo o seu partido (PL à época, hoje PR), foi estabelecida por dedução do procurador-geral da República, depois adotada pelo ministro relator Joaquim Barbosa e, por fim, aceita pela maioria do tribunal.

O recurso a deduções foi tão numeroso, em relação a tantos réus e acusações, que os ministros Luiz Fux, Ayres Britto e Celso de Mello fizeram frequentes explanações com o propósito de legitimá-lo judicialmente.

Com isso deixaram, porém, o que parece ser a via principal em exame por parte de defensores, para a busca de recursos ao STF mesmo ou uma corte internacional.

A julgar pelo visto ontem, na iniciada acusação do relator Joaquim Barbosa aos que considere corruptores, a proliferação de deduções vai continuar. Ou aumentar.

Margem mais farta, portanto, para a busca de recursos, a cada um correspondendo a suspensão dos respectivos julgamento e sentença.

A esta altura, a impressionante tecitura feita pelo relator Joaquim Barbosa não tem como apresentar mais provas do que as reunidas.

O que se pode esperar é que os ministros debatam mais as deduções, a que nem todos aderiram. Até porque o eventual êxito de recurso atingiria o conceito do julgamento e do tribunal.



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.