Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O declínio do sonho americano

Só 4% da última geração nascida depois dos anos 1970 subiram um degrau na escala social; assim, nos Estados Unidos, esfumou-se a esperança de uma vida melhor

Vittorio Zucconi
(tradução de Moisés Sbardelotto)
do IHU
O grande rio do "sonho americano", aquela corrente forte e tumultuosa que transportou gerações de pessoas rumo à esperança de uma vida melhor, está se tornando um pântano de água estagnada. A sociedade norte-americana perdeu sua própria mobilidade formidável e começa a se assemelhar cada vez mais às cansadas sociedades do Velho Mundo, onde já é muito mais fácil deslizar para baixo, do que subir rumo ao topo.
Apenas 4% dos norte-americanos da última geração pós-anos 1970, que hoje se tornou adulta, conseguiu subir alguns degraus na escala de renda e melhorar a sua própria situação em termos absolutos, de receita e de segurança, e em termos relativos, em comparação com as outras classes do censo. O instituto de pesquisas sociais Pew, que é o mais sério e equilibrado em matéria de demografia e de sociologia, concluiu com evidente amargura que o "sonho americano está vivo e goza de ótima saúde, mas apenas em Hollywood".

Na realidade cotidiana, já é um sucesso se as famílias e os indivíduos conseguem se manter na renda média nacional, que é hoje de 49.900 dólares anuais brutos, ou 40 mil euros. Um número que poderia parecer invejável a um assalariado italiano, mas que se torna muito mais pálido se depurado, além dos impostos, dos custo do seguro de saúde privado, dos impostos locais e imobiliários calculados sobre o valor de mercado das casas, dos transportes privados, indispensáveis na transumância cotidiana dos trabalhadores pendulares sem meios públicos.

Internet e segurança falham em Londres; imagina se fosse… no Brasil!

POR BOB FERNANDES, DIRETO DE LONDRES

Manchetes do Terra nessa terça-feira, 17:

"Massacrada, organização admite falhas na segurança da Olimpíada”

"Empresa britânica desiste de fazer segurança na Copa de 2014”

Integrantes da Metropolitan Police Service fazem segurança no aeroporto de 
Heathrow (Crédito: Bruno Santos/Terra)
É ler as manchetes e pensar na frase tão cheia de significados, inclusive os patéticos, que se tornou um bordão, que rola de boca em boca no Brasil:

- Imagina na Copa!

Estar em Londres, conviver com a infraestrutura e a organização das Olimpíadas e as quase sempre inevitáveis falhas humanas, técnicas e operacionais, é lembrar Nelson Rodrigues e uma de suas máximas:

- O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na sua própria imagem. Nossa tragédia é que não temos o mínimo de auto-estima.

Sexta-feira, 13… (será que foi isso?) desembarque no Novo Hotel London Tower Bridge. Hotel legal, pertinho daquela torre medieval onde a tortura rolava solta (será que…?). Funcionários do hotel eficientes e corteses. Check-in, um deles oferece um pacote de wi-fi, 19 euros e 90 por um mês. Muita estrada depois, sabe-se que, por segurança, nunca é demais uma outra conexão.

O simpático Valentin, francês, oferece o "Orange". Salvo na África do Sul, onde "Orange" lembra o colonizador, um produto francês com esse nome, "Orange", não tem como o freguês não se render.

Mas, na dúvida, jornalistas investigam. Dois cliques e está lá:

- Orange Business Services, negócios de serviços, é o braço da France Telecom, um integrador global de soluções de comunicação para corporações multinacionais…

Não há como uma potência dessa fazer algo errado, pensamos vários de nós. Mas, por que não pesquisar mais um pouco?

- A Orange opera em mais de 220 países e territórios e emprega mais de 30.000 funcionários em 166 países.

Isso escrito em francês e inglês! Embarcamos, vários. Um chegou a comentar:

- Imagina na Copa! Imagine a Olimpíada no Brasil! Imagina se a gente vai ter algum como esse!

O Orange funcionou que foi uma beleza. Por dois dias. No domingo, a primeira derrapada. Casa de Fernand F., lá em Chiswick a caminho de Richmond via Green Line, meia hora do centro de Londres. Meio da tarde, a conexão cai. Inglês, portanto fleumático, Fernand F. sobe e desce as escadas. Uma, duas, três vezes, a repetir:

- Problema no roteador, vou ligar e desligar o Orange, acho que ele está quente…

(Vai que é a distância? Meia hora do centro da cidade…)

Segunda cedo, no hotel. O Orange dá tilt. Tá fora do ar. Nada a ver com o hotel. É o Orange. Colegas confirmam:

-… o meu também… pensei que era só o meu… ih, o meu também…

Ninguém disse nada antes porque, sabem como é, né?… Orange! Um negócio com esse nome, e francês, não tem como falhar.

Simpática, constrangida, a mocinha da portaria tenta ajudar. Não consegue, e entrega:

- Olha, não é o hotel, é o Orange.

Outro simpatico atendente, um português, informa:

- A semana passada o Orange ficou dois dias fora do ar aqui em Londres…

Impossível! O Orange? Se ainda fosse no Brasil… (imagina na Copa!)

Pesquisa mais extensa. Jornalismo investigativo. Informa a Reuters, não sobre o tilt em Londres, mas na França, a casa da Orange:

- A Orange, da France Telecom, pediu desculpas aos usuários neste sábado (7 de julho) e disse que iria indenizá-los depois de um blecaute nos celulares e na Internet que durou mais de nove horas e deixou milhões incapazes de se comunicar. (…)

(…) O serviço de celulares ficou mudo no início da tarde de sexta-feira, deixando os 26 milhões de usuários da Orange na França incapazes de fazer e de receber chamadas, de consultar seus emails e de enviar ou receber textos de mensagens. (…)

(…) Em uma coletiva de imprensa em Paris, o executivo-chefe da Orange, Stephane Richard, disse que os clientes de sua malha ganhariam um dia gratuito de comunicação, enquanto os que tivessem contratos ilimitados obteriam capacidade extra de download gratuito. (…)

Um dia gratuito? Bah, os caras são legais. Batuta.

Ainda nem chegaram todos aqueles quase trinta mil jornalistas, atletas, Vips e penduricalhos do COI, e já tá dando tilt na França e em Londres… mas é seguro que um "Integrador global de soluções" tira essa de letra.  

Mesmo porque, reza outro verbete:

- (Orange) oferece comunicações integradas, soluções e serviços para empresas globais em computação em nuvem e comunicações unificadas, comunicação para gerenciar e integrar a complexidade das comunicações internacionais e permitir que corporações multinacionais se concentrem nas iniciativas estratégicas que conduzem seus negócios…

Ufa!

Lido isso, relaxamos todos. Mas tranquilidade total, só quando soubemos do resto:

- Orange Business Services foi fundada em 1 de Junho de 2006, através de rebranding e consolidação das empresas já existentes da France Telecom, da Equant e Wanadoo…

Rebranding da France Telecom, Equant e Wanadoo? Pronto. Zerou a pedra. É correr pro abraço.

Esta terça-feira, 17. O simpático pessoal do hotel informa aos hóspedes: a Orange comunica a todos que a conexão será gratuita durante as Olimpíadas e já a partir do dia 19.

E a Orange voltou a funcionar nessa parte de Londres e no hotel. Problema, outro, segue dando no aeroporto de Heathrow.

A natação, o Cielo, o judô, a vela… 50 atletas e técnicos do Brasil chegaram na segunda. Um amigo jornalista que lá estava, resumiu:

- Banzé total. Uma hora e meia de fila, os voluntários diziam pra os credenciados irem em frente e a polícia mandava voltar atrás… um circo! E uma atleta nossa disse: "Imagine o que diriam se fosse no Brasil!!!".

Diriam:

- Imagina na Copa!

PERILLO: DISPOSITIVO MIDIÁTICO JOGA A TOALHA


Tucanos e demos ainda esperneiam e se agarram à estaca fixada por José Serra, em abril: "Sinceramente, eu dou meu voto de confiança ao Marconi Perillo', disse então o ex-governador de SP ao 'Estadão'  (14-04-2012).  Os fatos diluvianos despejados esta semana na CPI do Cachoeira romperam o dique político demarcado pelo tucano. Seu objetivo era impedir que a água caudalosa vertida de Goiás dissolvesse o plano de usar o julgamento do 'mensalão', em plena campanha municipal de 2012, como alicerce aglutinador do udenismo anti-petista,  já de olho na disputa de 2014. Inútil. As evidências contra Perillo parecem incontroláveis. Um relatório da PF enviado ao Procurador Geral da República, mas só conhecido agora graças à divulgação pela revista Época, elucida as etapas da triangulação --até então tortuosa-  da venda de imóvel do governador de Goiás ao contraventor Cachoeira. Fica claro que dinheiro saído dos cofres do Estado serviu a três senhores simultaneamente --e nenhum deles era o interesse público do povo goiano.  Sintomático da gravidade desse petardo, nesta 4ª feira, dois pilares do dispositivo conservador  --jornais o ''Globo' e o 'Estado De São Paulo'--  jogaram a toalha em notas editoriais nas quais entregam Marconi Perillo à própria sorte. Os textos utilizam termos idênticos, como se fossem reciclagens de uma mesma matriz: a coordenação midiática dos interesses conservadores no país. 
(LEIA MAIS AQUI) 

PEDRO CARDOSO DETONA GLOBO E CIA LTDA......


Globo não transmite último amistoso da seleção olímpica de futebol

AFP PHOTO/Will Oliver
O atacante Neymar é assediado pela imprensa no desembarque da seleção olímpica em Londres
O atacante Neymar é assediado pela imprensa no desembarque da seleção olímpica em Londres
Fato raríssimo, a Rede Globo não vai transmitir um amistoso da seleção brasileira de futebol. Marcado para sexta-feira, às 15h45 (horário de Brasília), o jogo contra a seleção da Grã-Bretanha é preparatório para os Jogos Olímpicos de Londres, que começam no próximo dia 27.
A partida será disputada em Middlesbrough, na Inglaterra, e terá transmissão exclusiva do canal pago SporTV. No horário do jogo, a Globo programa exibir um capítulo de "Chocolate com Pimenta" e o filme "Lilo & Stitch".
A última vez que a Globo não exibiu um amistoso da seleção foi no dia 10 de agosto de 2010, na estreia de Mano Menezes como técnico da equipe. Marcado para às 21h, mesmo horário em que a emissora exibia então a novela “Passione”, o jogo contra os Estados Unidos foi vencido pela seleção por 2 a 0.
A Globo detém os direitos de transmissão para TV aberta de todos os amistosos da seleção brasileira. Os direitos de mostrar a equipe em ação durante os Jogos de Londres, porém, pertencem à Record, o que pode explicar o desinteresse em exibir esta última partida antes da competição.


Santayana: Já é hora de acabar com o suplente de senador

A legitimidade do voto, a República e o voto

por Mauro Santayana,

Os escândalos políticos envolvendo o Senado têm conduzido a uma reação equivocada de alguns setores da opinião pública, que o consideram desnecessário e inútil, e propõem o sistema unicameral. Um dos problemas mais graves de nossa vida política é o desconhecimento quase geral do que seja o estado republicano. O mais grave é que ele resulta de uma decisão histórica das oligarquias dirigentes, que sempre consideraram o poder como uma coisa dos ricos proprietários rurais, dos comerciantes abastados das grandes cidades e, logo depois, dos industriais, que transferiram para o pátio das fábricas a mentalidade de senhores feudais. E hoje, sobre todos esses interesses, paira o poder financeiro mundial.
Em razão disso, quando muito, concede-se às crianças do povo que aprendam a ler mal e a escrever também mal. Não se ensina o que é Estado, o que é Nação, o que é Política. Desse desconhecimento padecem muitos senadores e deputados. Isso quando não se elegem exatamente para agir contra o povo. Assim, são capazes de elaborar leis que contrariam a razão lógica, sem falar na ética, que, para eles não passa de uma palavra boa para discurso.
O parlamento devia ser a reunião dos delegados eleitos, a fim de elaborar as leis que assegurassem, mediante normas justas, o direito individual e coletivo dos cidadãos, e contrapor-se ao poder executivo. Essa contraposição necessária se realiza, nos estados realmente republicanos, na elaboração do orçamento impositivo – e na fiscalização do respeito da administração ao texto constitucional. Os cidadãos sustentam as instituições do Estado com os tributos, ou seja, com parcelas de seu trabalho. Em razão disso, devem dizer em quê e como esse dinheiro será usado. O orçamento teria que ser o ponto de gravidade dos parlamentos. Mas não é assim, como todos sabemos, e da distorção do processo orçamentário surgem algumas das grandes mazelas de nosso sistema.
O sistema presidencialista de governo, nas repúblicas federativas modernas, como é o caso do Brasil, se calcam no modelo norte-americano. Os norte-americanos deram à instituição senatorial – que foram buscar entre os romanos – dupla função: a de câmara legislativa e revisora, no exercício da representação dos estados federados. Partiam da idéia de que a Câmara dos Representantes, na base natural de one man, one vote, significaria a ditadura dos estados mais populosos sobre os de menor população. Era preciso, portanto, criar o Senado, não na base da representação proporcional, mas sim, paritária, de forma a que os estados menores moderassem o poder dos mais populosos. Esse foi também o entendimento dos constituintes brasileiros de 91. No sistema norte-americano não existem suplentes de senadores. No caso de vacância de uma cadeira, cada estado, com sua autonomia legislativa, atua de forma particular para suprir o mandato.
Entre outros equívocos de nossa Constituição se encontra a figura do suplente de senador. No passado, durante a vigência da Constituição de 1946, e mesmo na primeira legislatura depois de 88, muitos dos suplentes eram políticos conhecidos, que tinham vida partidária ativa, e eram selecionados nas convenções, juntamente com os aspirantes à posição como titulares.
Longe estamos de um tempo em que o suplente de senador tinha todas as condições, políticas, intelectuais e, quase sempre, morais, para substituir o titular. Entre os muitos exemplos, cito um, o de Edgard de Godói da Matta Machado, que foi suplente do Senador Itamar Franco.
Atualmente, eles são escolhidos entre os financiadores dos candidatos principais, como é notório no caso do suplente do Senador Demóstenes Torres. Sem um só voto, cavalgando na garupa do candidato goiano, o empresário Wilder Morais chega ao Senado. Como se informa, o ex-marido da atual senhora Carlos Cachoeira financiou a candidatura de Demóstenes Torres com 700.000 reais. Não será exagero afirmar que ele adquiriu a legenda com esse dinheiro e, provavelmente com mais algum obtido entre seus amigos, amigos muito íntimos, como o próprio Cachoeira.
A opinião pública, em sua nova atitude diante do poder, que não é bem a dos rebanhos bem comportados, está chamando os senadores ao brio. Já é hora de emenda constitucional que acabe com a figura do suplente – esse legislador sem voto – e estabeleça a convocação de novas eleições regionais, no caso de morte ou impedimento do titular, que nunca poderá ser deslocado para o poder executivo, sem perda de seu mandato.
Sem discutir os méritos dos suplentes, o que devemos ter em conta é a legitimidade do mandato. Ninguém com um só voto – o do candidato a titular – pode decidir em nome do povo de um estado, mesmo que seja o mais capaz e o mais honrado.

População não está dando bola à urubologia econômica da mídia


Foi divulgado índice do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que mensura o otimismo das famílias brasileiras com o presente e o futuro da economia. Os números divulgados não podem passar batidos pelo que revelam até de surpreendente, ainda que nem tanto: o brasileiro está dando mais uma banana para o PIG.
A divulgação “seca” da notícia de que em junho subiu o otimismo das famílias com a economia (de 67 pontos para 68,5) está sendo a tônica na mídia. Todavia, faltam análises sobre como é possível que os brasileiros estejam otimistas em relação à economia em um momento em que a essa mesma mídia despeja sua urubologia sobre eles dia e noite.
A presidente Dilma Rousseff até que tentou explicar, recentemente, que não se mede a administração de um país apenas pelo PIB, mas foi em vão. A mídia caiu em cima dela, acusando-a de dizer isso só porque o PIB deverá ser “fraco” neste ano – estima-se que o Brasil crescerá cerca de 2% em 2012.
A mídia ainda não aprendeu a respeitar a inteligência e a capacidade administrativa da presidente da República. Em certos momentos, aliás, Dilma dá um banho de estratégia em Lula, que, ao estilo de que gosta este blogueiro, metia a boca no PIG quando este praticava a sua urubologia em 2008.
O “poste” que a mídia criou em 2010 – e no qual ainda acredita – sabia, por óbvio, do estudo do Ipea que mostra, aliás, que as famílias brasileiras estão sabendo analisar muito bem o contexto conjuntural da economia e as perspectivas do país. E – repito – que estão dando mais crédito ao governo do que à urubologia midiática.
O seguinte trecho de matéria da Agência Brasil sobre o estudo em questão corrobora o que está sendo dito acima:
—–
A pesquisa [ do Ipea] mostra, entretanto, que as famílias estão um pouco menos otimistas quanto à situação econômica para os próximos 12 meses. O índice passou de 66,8% em maio para 65% em junho. (…) Contudo, para os próximos cinco anos, as famílias aumentaram o grau de otimismo: o índice ficou em 63% no mês passado, contra 62% em maio.
—–
Sim, as famílias estão entendendo que o país passa por um momento de transição após um freio de arrumação em um crescimento desordenado da economia que estava gerando aumentos de preços que poderiam solapar o ganho de renda proporcionado pela forte atividade econômica de 2010, quando o PIB subiu quase 8%.
O resultado do crescimento desordenado desencadeado após a estagnação em 2008/2009, então gerada pelo primeiro arreganho da crise, fez a boa e velha lei da oferta e da procura colocar nos píncaros do absurdo os aluguéis, o preço dos imóveis, os alimentos e tudo mais.
O recrudescimento no Brasil neste ano de uma crise internacional que nos países ricos se mantém desde 2008 vem sendo apontado pela mídia como um problema particular do país e não como o que é: mera conseqüência de uma situação na economia mundial que, soube-se há pouco, deprimiu, fortemente, o crescimento até da China, que deve crescer “só” 7%.
Para a China, explica-se, o patamar de 7% é baixíssimo, acostumada que esteve, durante décadas, a crescer acima de dois dígitos.
A urubóloga mor da República, a jornalista econômica global Miriam Leitão, porém, vem atribuindo o crescimento modesto que o Brasil deve experimentar em 2012 a problemas internos. Ela e o resto do PIG vêm dizendo que estaria “esgotado” o modelo de crescimento da economia baseado no consumo das famílias.
Colocam o endividamento das famílias e a inadimplência (que, de fato, subiu um pouco) como sinais sérios de que o país está na rota errada. O país não está na rota errada. Medidas foram tomadas para mitigar o endividamento e a inadimplência: os juros estão caindo para os novos negócios, ainda que estejam tentando mantê-los altos.
O crescimento do endividamento e da inadimplência se deve não à atividade econômica mais lenta, mas aos juros altos. As medidas do governo para combater os juros, para estimular a indústria, para melhorar a taxa de câmbio para os exportadores, tudo isso deve reativar a indústria e alavancar o nível de investimento no médio prazo, daí a visão das famílias de que os próximos 12 meses serão difíceis, mas que os próximos cinco anos serão melhores.
O brasileiro está aprendendo que não é preciso adotar medidas recessivas e penosas para a população, que os neoliberais demo-tucano-midiáticos chamam de medidas de “austeridade” para enfrentar crises – no tempo em que o PSDB e a mídia governavam o Brasil, adotavam-se fórmulas recessivas e diminuição de gastos públicos. Todos se lembram do resultado disso.
As políticas públicas de contrapeso à baixa atividade econômica estão gerando recordes na criação de empregos, apesar de a economia estar crescendo devagar. E cresce devagar até porque o PIB cresceu muito.
Há uma chuva de análises críticas relativas ao “baixo” crescimento do Brasil no ano passado. O país cresceu 2,7% sobre 2010, chegando o PIB a impressionantes 2,4 trilhões de dólares. Para que se possa mensurar com serenidade e de forma realista o salto que a economia brasileira experimentou na última década, portanto, há que fazer algumas comparações.
Em 2002, o PIB do Brasil somava R$ 1,4 trilhões. No primeiro semestre daquele ano, a cotação média do dólar foi de R$ 2,44. Com o início do processo eleitoral, a cotação disparou até alcançar R$ 3,81 no segundo semestre. Se considerarmos uma taxa média de R$ 3,12 por dólar, portanto, o PIB brasileiro, há dez anos, foi de US$ 448 bilhões.
Enquanto o PIB brasileiro triplicou (em reais) em nove anos (2002-2011), o dos Estados Unidos passou de US$ 11, 2 trilhões em 2002 para US$ 13,3 trilhões em 2011. O PIB nacional, que em 2002 equivalia a 4% do PIB americano, hoje equivale a 18%.
Nada disso é relevado pela mídia. Diz o absurdo de que estaria “esgotado” o modelo de crescimento da economia baseado no consumo das famílias. Isso em um país em que ainda metade da população nem tem acesso ao crédito.
Na última segunda-feira, aliás, participei de programa da revista Fórum veiculado via streaming no qual fui um dos entrevistadores do ex-presidente do Ipea e candidato do PT a prefeito de Campinas, Marcio Pochmann.   O economista deu um dado que poucos conhecem: há apenas 170 bancos no país enquanto que, nos EUA, esse número pode chegar a 4 mil (!).
Esse fenômeno decorre de que, ainda, resta uma parcela imensa, descomunal dos brasileiros que consome só o básico e que nem mesmo tem conta em banco – crédito, então, nem pensar.
Ainda assim, o crédito cresceu muito. A renda do trabalhador, idem. Dessa forma, o consumo não poderia deixar de crescer. Crescendo o consumo, obviamente que cresce o endividamento e, claro, a inadimplência acaba sofrendo algum aumento. Contudo, ainda é baixíssima em um país em que a principal fonte de inadimplência são, justamente, os juros altos.
As medidas do governo Dilma para baixar os juros certamente surtirão efeitos no endividamento e na inadimplência, mas isso demora um pouco. Dívidas antigas serão repactuadas e as novas terão custo financeiro menor…
Sim, a queda nos juros não está ocorrendo tão rapidamente, mas está ocorrendo. Dizem que não, mas está e todos verão isso. É nisso, ao menos, que acreditam as famílias brasileiras, o povão, segundo o Ipea. E essa é uma má, uma péssima, uma tenebrosa notícia para a direita demo-tucano-midiática, pois mostra que sua urubologia não cola mais.

Extra: Guardião mostra como Cachoeira acompanhava Gurgel


Cachoeira pede a Demóstenes para dar uma “gelada” no brindeiro Gurgel. “Gelada”?


Em "Multimídia" você verá que a Globo põe a mão no fogo por ele

A partir das “73 gravações de e sobre Policarpo”, o Conversa Afiada recebeu sete transcrições de gravações do sistema “Guardião”, da Polícia Federal.

O alvo é Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, na Operação Monte Carlo.

Como nas gravações de e sobre o Policarpo, o Conversa Afiada não editou, cortou ou acrescentou nada ao que recebeu de fonte confiável.

Considera importante divulgar os documentos porque:

- demonstram que o PiG (*) não tem o monopólio dos documentos das Operações Vegas e Monte Carlo;
- mais está por vir, quando a CPI analisar o conjunto da obra de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes, que o relator Odair Cunha encontrou na casa do Carlinhos (ou do Perillo ?) em Goiania;
- logo, será muito mais difícil manipular a CPI do Robert(o) Civita e impedir, por exemplo, que o Padim Pade Cerra suba ao podium;

Sobre as gravações em si, aqui abaixo exibidas:

Mostram, em primeiro lugar, que o Cachoeira e sua turma tinham uma impressionante capacidade de acompanhar e antecipar os passos do brindeiro Gurgel – aquele que o Senador Fernando Collor chama de prevaricador.

Collor acusou Policarpo de ser o “mastermind” que coordenava a troca de informações entre o crime organizado, o Ministério Público e a Polícia – com o poder de publicar na Veja que fosse melhor para o crime organizado e para o Robert(o) Civita.

Cachoeira antecipa minucias do que o brindeiro Gurgel poderá fazer.

Cachoeira pede a Demóstenes para dar uma “gelada” no brindeiro Gurgel.

“Gelada”?

O que fez o Cachoeira imaginar que o Demóstenes pudesse ter esse poder sobre o Procurador Geral da República – frigorificá-lo ?

A equipe republicana do Cachoeira se organiza partir dos passos daquele que chama de “Jô Soares”: o brindeiro Gurgel.

Mostra que eles estavam muito interessados na Anvisa.

Que queriam destruir o Agnello Queiroz, governador do DF – objetivo compartilhado (e frustrado) pelos tucanos da CPI do Robert(o) Civita.

E se referem a um “trem lá de São Paulo”.

O que será o “trem” lá de São Paulo, amigo navegante ?

Será que na marginal (sic) também passa trem ?

E que o Paulo Preto é o maquinista ?

Aos documentos:


















(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

O assassinato do agente da PF da Operação Monte Carlo-Agente que investigou Cachoeira é assassinado



Por volta das 15h da tarde desta terça-feira 17, o Agente da Polícia Federal que trabalhou nas investigações da operação Monte Carlo foi assassinado no cemitério Campo de Esperança, em Brasília. Wilton Tapajós Macedo o 'agente Tapajós' levou dois tiros na cabeça e morreu na hora.

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal investigam o assassinato.
Uma das linhas de investigação considera que Tapajós tenha marcado um encontro com um informante dentro do cemitério.
O policial levou dois tiros na nuca e, mesmo armado, não conseguiu reagir.  Wilton foi encontrado próximo ao túmulo de seus pais.  Um jardineiro do cemitério testemunhou o crime e acionou a polícia. Os assassinos fugiram no carro de Wilton, um Volkswagen Gol. Um coveiro presenciou o crime e avisou a polícia. Até o início da noite, peritos da PF estavam no local. Os policiais que investigam o caso não sabem ainda se ele estava visitando o túmulo ou se foi morto em uma emboscada, ao ter marcado o encontro nesse local.  A administração do cemitério informou que tem quatro equipes de segurança trabalhando no local e que já entregou as imagens das câmeras de segurança.
Wilton Tapajós era natural de Manaus (AM) e tem 54 anos. Ele trabalhava há 24 anos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília e foi conselheiro fiscal do Sindicato da Polícia Federal, entre 2007 e 2010. Ele trabalhou também, na Polícia Federal no serviço de proteção a testemunhas , atuou na CPI da pedofilia e também em investigações sobre tráfico de drogas. Deixa três filhos e esposa.
A operação Monte Carlo revelou as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Pessoas ligadas à Monte Carlo já foram alvo de ameaças. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava o inquérito da operação na 11ª Vara de Justiça Federal de Goiás, deixou o comando do inquérito em junho, depois de comunicar ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que sua família estava correndo risco e sofrendo ameaças veladas.
A procuradora da República Léa Batista de Souza, que também atuou na Monte Carlo, igualmente recebeu ameaças.
O policial federal Wilton Tapajós Macedo foi dirigente do Sindicato da Polícia Federal e já foi candidato a deputado distrital em 2010. Tapajós da Polícia Federal, como era conhecido, se candidatou pela Frente Trabalhista Democrata Cristã (PSDC e PT do B).

HOJE. MANDELA DAY -- MAMA ÁFRICA

"Brasil forjado na ditadura representa Estado de exceção permanente"



Para professores, filósofos e defensores de direitos humanos, o golpe de 64 moldou um país de estruturas autoritárias, que garante direitos apenas para as classes proprietárias e que transformou a exceção em consenso. Em seminário realizado em São Paulo, eles afirmaram que a exceção é o novo modo de governo do capital e que o povo brasileiro vive um momento perigosíssimo de letargia. A reportagem é de Bia Barbosa.

SÃO PAULO - Qual a idéia de "Estado de exceção"? Na interpretação tradicional do termo, trata-se de um momento de suspensão temporária de direitos e garantias constitucionais, decretado pelas autoridades em situações de emergência nacional, ou mediante a instituição de regimes autoritários. Seu oposto seria o Estado de Direito, conduzido por um regime democrático. Na avaliação de professores, filósofos e defensores de direitos humanos, no entanto, a existência de um Estado de exceção dentro do Estado de Direito seria exatamente a característica do Brasil atual, forjada no período da ditadura militar e que, mesmo após a redemocratização do país, não se alterou. Esta foi uma das conclusões do seminário sobre a herança da ditura brasileira nos dias de hoje, promovido pela Cooperativa Paulista de Teatro e pela Kiwi Companhia de Teatro realizado esta semana, em São Paulo.

Para o filósofo Paulo Arantes, professor aposentado do Departamento de Filosofia da USP, há um país que morreu e renasceu de outra maneira depois da ditadura, e que hoje é indiferente ao abismo que se abriu depois do golpe militar e que nunca mais se fechou.

"Que tipo de Estado e sociedade temos depois do corte feito em 64, do limiar sistêmico construído por coisas que parecem normais numa sociedade de classes, mas que não são? O fato da classe dominante brasileira poder se permitir tudo a partir da ditadura militar é algo análogo à explosão de Hiroshima. Depois que a guerra nuclear começa ela não pode mais ser desinventada. Quando, a partir de 64, a elite brasileira branca se permite molhar a mão de sangue, frequentar e financiar uma câmara de tortura, por mais bárbara que tenha sido a história do Brasil, há uma mudança de qualidade neste momento", avalia Arantes.

Para o filósofo, o país foi forjado pela ditadura a ponto de hoje nossa sociedade negligenciar tudo aquilo que foi consenso durante o autoritarismo dos militares. "A ditadura não foi imposta. Ela foi desejada. Leiam os jornais publicados logo após 31 de março de 1964. Todos lançaram manifestos de apoio ao golpe, era algo arrebatador. CNBB, ABI, OAB, todo mundo que hoje é advogado do Estado de Direito apoiou. Se criou um mito de que a sociedade foi vítima de um ato de violência, mas a imensa maioria apoiou o golpe", disse Arantes. "E a ditadura se retirou não porque foi derrotada, mas porque conquistou seus objetivos. A abertura de Geisel foi planejada, já tinha dado certo com o milagre econômico. Tanto que seus ideólogos estão aí, como principais conselheiros econômicos da era Lula-Dilma, e que a ordem militar está toda consolidada na Constituição de 88", criticou.

Na avaliação de Edson Teles, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos do Brasil e professor de filosofia da Unifesp, a Constituição de 1988 foi apenas uma das formas de lançar o Brasil num Estado de exceção permanente, definido por ele quando a própria norma é usada para suspender a ordem; ou quando aquilo que deveria ser a exceção acaba se tornando ou reafirmando a própria norma.

Para Teles, além de manter a estrutura autoritária militar, o novo ordenamento democrático foi construído sobre o silenciamento dos familiares de vítimas e de movimentos de defesa dos direitos humanos, que queriam justiça para os crimes da ditadura. O problema, no entanto, vinha de antes.

"Em um Congresso controlado pela ditadura, a Lei de Anistia adotou a suspensão da possibilidade de punição de qualquer crime. Um momento ilícito foi tornado lícito, com o silenciamento dos movimentos sociais e pela anistia, que exigiam esclarecimentos sobre os crimes. O que o Estado montou foi algo que manteve a ideia de impunidade. Depois veio o Colégio Eleitoral, que fez uma opção por uma saída negociada entre as oligarquias que saíam e as novas que chegavam, decidindo manter a anista ao crimes da ditadura. Foi o grande acordo do não-esclarecimento", relatou.

O julgamento no Supremo Tribunal Federal em 2010 sobre a interpretação da Lei de Anistia foi, segundo Teles, o coroamento desse silêncio e a instauração de um Estado de exceçãono país. "Baseada em ideias fantasmagóricas de que novos golpes que poderiam ser dados, nossa transição foi a criação de um discurso hegemônico de legitimação deste Estado de exceção. Faz-se este discurso como forma de legitimar essa memória do consenso, mas se mantem o Estado de exceção permanente, reconhecendo as vítimas sem nomear os crimes", acrescentou.

Exceção e consenso hoje
O consenso acerca daquilo que deveria ser visto como exceção não se restringe hoje, no entanto, àquilo que pode ser considerado a herança mais direta da ditadura militar. Foi construído também em torno de uma série de acontecimentos e práticas que deveriam mas não mais despertam reações da população brasileira.

"A exceção se torna perigosíssima quando deixamos de reconhecê-la como tal e ela se torna consenso", alertou o escritor e professor de jornalismo da PUC-SP, José Arbex Jr. "Ninguém achou um escândalo, por exemplo, no lançamento da Comissão da Verdade, ver os últimos Presidentes do país juntos, sendo que um deles foi presidente da Arena, o partido da ditadura, responsável pela tortura da própria Dilma; e o outros era Collor! Da mesma forma, está em curso em Osasco uma operação chamada Comboio da Morte, que matou nas últimas horas 16 pessoas. Isso não causa um escândalo nacional, é normal, natural, porque estamos "na democracia". Os jornais falam da Síria, mas a média de mortes diária no auge do conflito da Síria não chega ao que temos aqui cotidianamente. Lá é 60 aqui é 120! Então não estamos discutindo algo que aconteceu em 64 e que hoje se apresenta de forma mitigada, atenuada", disse Arbex.

Para o jornalista, o país vive um estado de letargia hipnótica coletiva, fabricado de maneira competente e eficiente pelo aparato midiático, que produz um consenso em torno de uma imagem de país na qual todos acabamos acreditando. "É muito grave quando olhamos para o Brasil e não percebemos essa realidade de consenso: de nenhuma garantia de direito para quem esteja fora da Casa Grande, e uma situação de guerra permanente", acrescentou.

É o que Paulo Arantes chamou de Estado oligárquico de Direito, um Estado dual, com uma face garantista patrimonial, que funciona para o topo da pirâmide, e uma face punitivista para a base. "Esse Estado bifurcado é uma das "n" consequências da remodelagem do país a partir dos 21 anos de ditadura. Basta pensar no que acontece todos os dias no país. Trata-se de um outro consenso, também sinistro e indiferente, senão hostil, a tudo que nos reúne aqui. Um Estado de exceção que não é o velho golpe de Estado, mas um novo modo de governo do capital na presente conjuntura mundial, que já dura 30 anos", afirmou Arantes.

Ninguém cavalga a história
O que permitiria dizer da possibilidade de se encontrar uma saída deste Estado de exceção permanente é o caráter imprevisível e incontrolável da história. Arbex lembrou que, em setembro de 1989, quando estava em Berlim, ninguém dizia que o Muro cairia menos de dois meses depois. "O fato é que, felizmente, ninguém cavalga a história. Ainda não encontraram uma maneira de domesticá-la. Há um processo latente de explosão social no Brasil, que se combina com processos semelhantes na América Latina, e que pode produzir uma situação totalmente nova. Ninguém previu a Primavera Árabe. Quando um jovem na Tunísia atirou fogo no próprio corpo, ninguém imaginava que, um mês depois, cairia Mubarak no Egito. Estão, não estamos condenamos para sempre a esta situação. Só posso dizer que estamos vivendo numa época que, em alguns aspectos, é mais trágica, mais cruel e mortífera que a ditadura militar", acredita.

"Este Estado de exceção só terminará quando a ditadura terminar, quando o último algoz for processado e julgado. Se a Comissão da Verdade encontrar dois ou três bons casos e levantar material para ações cíveis, pode haver uma transmutação disso tudo. E o regime, a sociedade e a economia não vão cair se os perpetradores da ditadura forem processados, como não caíram na Argentina ou no Chile", acredita Paulo Arantes. "Mas devemos pensar no que significaria essa última reparação. Se o último torturador e os últimos desaparecidos forem localizados, em que estágio histórico vamos poder entrar?", questionou. Uma pergunta ainda sem resposta.

PSDB segura Perillo para blindar Cerra

Se o PSDB abre a porteira, não sobra ninguém.


Saiu no G1:

PSDB diz ‘confiar’ em Perillo e afirma que PT usa CPI para ‘intimidar’

Após novas denúncias de envolvimento entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o governador de Goiás, Marconi Perillo, o PSDB reafirmou nesta terça-feira (17) ter “total confiança” no tucano. Em entrevista na liderança do partido na Câmara, o presidente da sigla, deputado Sérgio Guerra (PE), disse que o PSDB “não tem dúvidas” acerca do governador e criticou o trabalho do PT no controle da CPI, que para ele, deixou de investigar Cachoeira e a Delta para atacar Perillo.

Neste fim de semana, reportagem da revista “Época” mostrou relatório da Policia Federal segundo o qual Perillo tinha um “acerto” para receber propina da Delta, através de Cachoeira, em troca da liberação de pagamentos por serviços da empreiteira prestados ao estado. A propina, de R$ 500 mil, teria sido embutida no pagamento a Perillo por meio da venda de sua casa, a mesma em que o bicheiro foi preso.

Em nota divulgada nesta terça, Perillo respondeu que a denúncia é “infame e desleal” e que os pagamentos, por serviços de locação de veículos da Delta, “são feitos de forma continuada, por se tratar de serviços regulares e pelo fato, também, de a atual administração cumprir rigorosa e pontualmente seus compromissos com fornecedores e prestadores de serviços”.

Guerra atribuiu a denúncia a setores da PF que, segundo ele, estão “sendo usados politicamente, com interpretações direcionadas”. “Isso é uma fraude publicitária de quem não tem nenhum método para investigar, que tira coisas da Policia Federal para uma campanha contra o PSDB”, disse, em relação ao PT.
Ele também associou as denúncias à campanha eleitoral e ao julgamento do mensalão. “Não têm coragem de enfrentar um julgamento do mensalão limpo”, completou Guerra. “Essa CPI obedece ao governo, ao ex-presidente Lula e ao José Dirceu, é claro”.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que o partido não é contra a investigação, mas que uma nova convocação do governador “seria repetição de perguntas e respostas”, para não ouvir outras pessoas. “Temos que trazer a CPI para ouvir o Cachoeira, o Pagot, o Cavendish”, disse. Nesta segunda, Álvaro havia dito em plenário que o partido precisaria “tomar providências” quanto às novas denúncias envolvendo Perillo.


Se o PSDB abre a porteira, não sobra ninguém.
O placar está 3 a 1.
Se contar o Demóstenes, está 4 a 1.
O primeiro, agora, a ir para a guilhotina vai ser o Padim Pade Cerra, que tem uma explicação a dar sobre o Gontijo, já que deixou de ser inimputável.
Agora, aqui pra nós, amigo navegante: o Cerra ser defendido pelo Sergio Guerra, notável especialista em Orçamento, e o Catão dos Pinhais é muito divertido.
É a Ética tucana na sua mais fina expressão.
Só faltou o Leréia.

Paulo Henrique Amorim