Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Bicheiro fez depósito para subprocurador

 
 

Engavetador Geral da República
de FHC de 1995/2003

Dados do contador de Cachoeira mostram que Geraldo Brindeiro recebeu R$ 161 mil em cinco parcelas de empresas fantasmas utilizadas pela quadrilha do contraventor
Quebra de sigilo do contador da quadrilha de Carlinhos Cachoeira mostra que o escritório do subprocurador-geral da República Geraldo Brindeiro recebeu R$ 161,2 mil das contas de Geovani Pereira da Silva, procurador de empresas fantasmas utilizadas para lavar dinheiro do esquema criminoso. De acordo com o senador Pedro Taques (PDT-MT), que analisou laudo de perícia financeira constante no inquérito que investiga o contraventor e seus comparsas, o escritório Morais, Castilho e Brindeiro Sociedade de Advogados recebeu o montante em cinco parcelas, a maior delas de R$ 76 mil. "Não é possível que um membro do MPF advogue para uma quadrilha criminosa enquanto homens da Polícia Federal se arriscam investigando os acusados", criticou Taques.
O senador, que trocou o MPF pelo parlamento, explicou que juristas ingressos na procuradoria antes de 1988 têm o direito de advogar, pois a limitação passou a constar apenas na nova Constituição. O parlamentar, no entanto, questiona o suposto conflito na prestação de serviços do escritório do subprocurador à quadrilha de Cachoeira. Ontem, Taques apresentou requerimento de informações à CPMI que investiga o contraventor para que o colegiado apure as circunstâncias dos repasses do contador de Cachoeira ao subprocurador.
Brindeiro foi procurador-geral da República durante o governo Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2003. Criticado por não dar sequência a investigações de grande repercussão, ganhou o apelido de "engavetador-geral da República".

Ação no CNMP

Dados da movimentação bancária em análise pela comissão mostram que a Delta Construções fez depósitos nas contas de duas empresas de fachada, a Alberto Pantoja Construções e Transportes e a Brava e essas firmas fantasmas repassaram os recursos para o contador de Cachoeira. O escritório em que Brindeiro tem sociedade foi pago com recursos da conta de Geovani.
O contador é considerado uma das principais testemunhas no inquérito contra Cachoeira. Ele era procurador de empresas de fachada usadas para lavar o dinheiro no esquema da quadrilha. A Polícia Federal monitorou pelo menos oito contas registradas no nome do comparsa de Cachoeira. Apesar de declarar renda anual de R$ 21,3 mil e patrimônio de R$ 197,5 mil, Geovani chegou a movimentar R$ 4,3 milhões nas contas em que tem titularidade.
Paralelamente às ações da CPI, Taques anunciou que entraria com ação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para apurar o serviço advocatício prestado pelo escritório de Brindeiro. O senador do PDT também entrou com ação solicitando a indisponibilidade de bens da Delta Construções. Taques decidiu lançar mão de instrumentos externos para ter resultados mais rápidos em relação às irregularidades apuradas pela PF e os trabalhos iniciais da comissão.
O Correio Braziliense entrou em contato com o escritório de advocacia do subprocurador, mas não recebeu resposta até a publicação desta edição.
"Não é possível que um membro do MPF advogue para uma quadrilha criminosa enquanto homens da Polícia Federal se arriscam investigando os acusados", Pedro Taques (PDT-MT), senador
"É algo que diz respeito à advocacia privada. Mas claro que qualquer fato com que a gente se depare, temos que examinar se há algo para se apurar em relação a isso", Roberto Gurgel, procurador-geral da República

Quem é o Doni da Globo que fala com o Dadá ?

Quem é o Doni da Globo ?


O Conversa Afiada reproduz os documentos coligidos pelo Stanley Burburinho, que faz pertinente pergunta: o Cachoeira também plantava no jornal nacional ?

Não havia um “monopólio” da Veja ?

Clique aqui para ler sobre a ligação do Vasco.

E o infatigável Burburinho:

1 – Resumo: Doni agradece a informação. Jornal Nacional vai falar sobre o grampo.


2 – Dadá diz que vai sair na Globo. Grampo da operação da Polícia Federal


Veja imagem do PDF localizado nos links abaixo:


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ob79_AZMX4_mav6v72i-iNskqR2ppjJ9IePNnE0X5YJiprxplBGGIe_P6wDiYv8JwGsHblZhB1GAzfcox5jZHOyj2yYlDle7uunyi5Bk4UM_egDfLstb6xdsYBqvhaKLdX_LrzZtLdsl/s1600/Fullscreen+capture+05032012+001119.bmp.jpg


Link:

INQ 3430 Apenso 01 Volume 06

ca.scribd.com/doc/91629993/INQ-3430-Apenso-01-Volume-06

28 abr. 2012 – RESUMO DONI AGRADECE A INFORMAÇÃO. JORNAL NACIONAL VAI FALAR SOBRE GRAMPO. TELEFONE 1623370420. NOME DO …


http://pt.scribd.com/doc/91629993/INQ-3430-Apenso-01-Volume-06

Como era a parceria Veja-Cachoeira

Hoje, que o araponga Jairo se apresentou como repórter, o capítulo "O araponga e o repórter", da série "O caso de Veja", onde mostro em detalhes a associação criminosa entre as duas organizações: a de Cachoeira e a Abril. Lembrando que a série foi escrita em 2008. De lá para cá aprofundaram-se as relações criminosas entre as duas organizações.

O araponga e o repórter

Depois de se aliar ao araponga, jornalista é promovido.
A matéria foi bombástica e ajudou a deflagrar a crise do “mensalão”. Uma reportagem de 18 de maio de 2005, de Policarpo Jr., da sucursal da Veja em Brasília, mostrava o flagrante de um funcionário dos Correios – Mauricio Marinho – recebendo R$ 3 mil de propina (clique aqui)
A abertura seguia o estilo didático-indagativo da revista:
(…) Por quê? Por que os políticos fazem tanta questão de ter cargos no governo? Para uns, o cargo é uma forma de ganhar visibilidade diante do eleitor e, assim, facilitar o caminho para as urnas. Para outros, é um instrumento eficaz para tirar do papel uma idéia, um projeto, uma determinada política pública. Esses são os políticos bem-intencionados. Há, porém, uma terceira categoria formada por políticos desonestos que querem cargos apenas para fazer negócios escusos – cobrar comissões, beneficiar amigos, embolsar propinas, fazer caixa dois, enriquecer ilicitamente.
A revista informava que tinha conseguido dar um flagrante em um desses casos na semana anterior:
Raro, mesmo, é flagrar um deles em pleno vôo. Foi o que VEJA conseguiu na semana passada.
Anotem a data que a revista menciona que recebeu a gravação: semana passada. Será importante para entender os lances que serão mostrados no decorrer deste capítulo.
A matéria, como um todo, não se limitava a descrever uma cena de pequena corrupção explícita, embora só esta pudesse ser comprovada pelo grampo. Tinha um alvo claro, que eram as pessoas indicadas pelo esquema PTB, especialmente na Eletronorte e na BR Distribuidora. O alvo era o esquema; Marinho, apenas o álibi.
O que a matéria não mostrava eram as intenções efetivas por trás do dossiê e do grampo. Os R$ 3 mil eram um álibi para desmontar o esquema do PTB no governo, decisão louvável, se em nome do interesse público; jogo de lobby, se para beneficiar outros grupos.
Antes de voltar à capa, uma pequena digressão sobre as alianças espúrias do jornalismo.

Os dossiês e os chantagistas

A partir da campanha do “impeachment” de Fernando Collor, jornalistas, grampeadores e chantagistas passaram a conviver intimamente em Brasília. Até então, havia uma espécie de barreira, que fazia com que chantagistas recorressem a publicações menores, a colunistas da periferia, para montar seus lobbies ou chantagens. Não à grande mídia.
Com o tempo, a necessidade de fabricar escândalo a qualquer preço provocou a aproximação, mais que isso, a cumplicidade entre alguns jornalistas, grampeadores e chantagistas. Paralelamente, houve o desmonte dos filtros de qualidade das redações, especialmente nas revistas semanais e em alguns diários.
Foi uma associação para o crime. Com um jornalista à sua disposição, o grampeador tem seu passe valorizado no mercado. A chantagem torna-se muito mais valiosa, eficiente, proporcional ao impacto que a notícia teria, se publicada. Isso na hipótese benigna.
É uma aliança espúria, porque o leitor toma contato com os grampos e dossiês divulgados. Mas, na outra ponta, a publicação fortalece o achacador em suas investidas futuras. Não se trata de melhorar o país, mas de desalojar esquemas barra-pesadas em benefício de outros esquemas, igualmente barra-pesadas, mas aliados ao repórter. E fica-se sem saber sobre as chantagens bem sucedidas, as que não precisaram chegar às páginas de jornais.
Por ser um terreno minado, publicações sérias precisam definir regras claras de convivência com esse mundo do crime. A principal é o jornalista assegurar que material recebido será publicado – e não utilizado como elemento de chantagem.
Nos anos 90 esses preceitos foram abandonados pelo chamado jornalismo de opinião. No caso da Veja a deterioração foi maior que nos demais veículos. O uso de matérias em benefício pessoal (caso dos livros de Mario Sabino), o envolvimento claro em disputas comerciais (a “guerra das cervejas” de Eurípedes Alcântara), o lobby escancarado (Diogo Mainardi com Daniel Dantas), a falta de escrúpulos em relação à reputação alheia, tudo contribuiu para que se perdessem os mecanismos de controle.
Submetida a um processo de deterioração corporativa poucas vezes visto, a Abril deixou de exercer seus controles internos. E a direção da revista abriu mão dos controles externos, ao abolir um dos pilares do moderno jornalismo – o direito de resposta – e ao intimidar jornalistas de outros veículos com seus ataques desqualificadores.
É nesse cenário de deterioração editorial que ocorre o episódio Maurício Marinho.

A parceria com o araponga

Nas alianças políticas do governo Lula, os Correios foram entregues ao esquema do deputado Roberto Jefferson. Marinho era figura menor, homem de propina de R$ 3 mil.
Em determinado momento, o esquema Jefferson passou a incomodar lobistas que atuavam em várias empresas. Dentre eles, o lobista Arthur Wascheck.
Este recorreu a dois laranjas – Joel dos Santos Filhos e João Carlos Mancuso Villela – para armar uma operação que permitisse desestabilizar o esquema Jefferson não apenas nos Correios. como na Eletrobrás e na BR Distribuidora. É importante saber desses objetivos para entender a razão da reportagem da propina dos R$ 3 mil ter derivado - sem nenhuma informação adicional - para os esquemas ultra-pesados em outras empresas. Fazia parte da estratégia da reportagem e de quem contratou o araponga.
A idéia seria Joel se apresentar a Marinho como representante de uma multinacional, negociar uma propina e filmar o flagrante. Como não tinham experiência com gravações mais sofisticadas, teriam decidido contratar o araponga Jairo Martins.
E, aí, tem-se um dos episódios mais polêmicos da história do jornalismo contemporâneo, um escândalo amplo, do qual Veja acabou se safando graças à entrevista de Roberto Jefferson à repórter Renata Lo Prete, da Folha, que acabou desviando o foco da atenção para o “mensalão”.
Havia um antecedente nesse episódio, que foi o caso Valdomiro Diniz, a primeira trinca grave na imagem do governo Lula. Naquele episódio consolidaram-se relações e alianças entre um conjunto de personagens suspeitos: o bicheiro Carlinhos Cachoeira (que bancou a operação de grampo de Valdomiro), o araponga Jairo Martins (autor do grampo) e o jornalista Policarpo Jr (autor da reportagem).
No caso Valdomiro, era um contraventor – Carlinhos Cachoeira – sendo achacado por um dos operadores do PT, enviado pelo partido ao Rio de Janeiro, assim como Rogério Buratti, despachado para assessorar Antonio Palocci quando prefeito de Ribeirão.
Jairo era um ex-funcionário da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), contratado pelo bicheiro para filmar o pagamento de propina a Valdomiro Diniz.
Tempos depois, Jairo foi convidado para um almoço pelo genro de Carlinhos Cachoeira, Casser Bittar.
Lá, foi apresentado a Wascheck, que o contratou para duas tarefas, segundo o próprio Jairo admitiu à CPI: providenciar material e treinamento para que dois laranjas grampeassem Marinho; e a possibilidade do material ser publicado em órgão de circulação nacional.
Imediatamente Jairo entrou em contato com Policarpo e acertou a operação. O jornalista não só aceitou a parceria, antes mesmo de conhecer a gravação, como avançou muito além de suas funções de repórter.
O grampo em Marinho foi gravado em um DVD. Jairo marcou, então, um encontro com Policarpo. Foi um encontro reservado - eles jamais se falavam por telefone, segundo o araponga -, no próprio carro de Policarpo, no Parque da Cidade. Policarpo levou um mini-DVD, analisou o material e atuou como conselheiro: considerou que a gravação ainda não estava no ponto, que havia a necessidade de mais. Recebeu a segunda, constatou que estava no ponto. E guardou o material na gaveta, aguardando a autorização do araponga, mesmo sabendo que estava se colocando como peça passiva de um ato de chantagem e achaque.
Wascheck tinha, agora, dois trunfos nas mãos: a gravação da propina de R$ 3 mil e um repórter, da maior revista do país, apenas aguardando a liberação para publicar a reportagem.
Quando saiu a reportagem, a versão do repórter de que havia recebido o material na semana anterior era falsa e foi desmentida pelos depoimentos dados por ele e por Jairo à Policia Federal e à CPI do Mensalão.
Pressionado pelo eficiente relator Osmar Serraglio, na CPI do Mensalão, Jairo negou ter recebido qualquer pagamento de Wascheck. Disse ter se contentado em ficar com o equipamento, provocando reações de zombaria em vários membros da CPI.
Depois, revelou outros trabalhos feitos em parceria com a Veja. Mencionou série de trabalhos que teria feito e garantiu que sua função não era de araponga, mas de jornalista. O único órgão onde seus trabalhos eram publicados era a Veja. Indagado pelos parlamentares se recebia alguma coisa da revista disse que não, que seu objetivo era apenas o de "melhorar o pais".
Segundo o depoimento de Jairo:
‘Aí fiquei esperando o OK do Artur Washeck pra divulgação do material na imprensa. Encontrei com ele pela última vez no restaurante, em Brasília, no setor hoteleiro sul, quando ele disse: ‘Eu vou divulgar o fato. Quero divulgar’. E decorreu um período que essa divulgação não saía. Aí foi quando eu fiz um contato com o jornalista e falei: ‘Pode divulgar a matéria’’.
Clique aqui para ler os principais trechos do depoimento do araponga Jairo à CPI.
E aqui para acessar o relatório final da CPMI.

Reações na mídia


A revelação do episódio provocou reações acerbas de analistas de mídia.
No Observatório da Imprensa, Alberto Dines publicou o artigo “A Chance da Grande Catarse do Jornalismo
O atual ciclo de denúncias não chega a ser uma antologia de jornalismo mas é uma preocupante coleção de mazelas jornalísticas. Busca-se a credibilidade mas poucos oferecem transparência, pretende-se a moralização da vida pública mas os bastidores da imprensa continuam imersos na sombra:
Tudo começou com uma matéria de capa da Veja sobre as propinas nos Correios, clássico do jornalismo fiteiro.
(...) Carece de (...) transparência a ouverture desta triste e ruidosa temporada através da Veja. Dois meses depois, a divulgação do vídeo da propina nos Correios continua envolta em sombras, rodeada de dúvidas e desconfianças.E, como não poderia deixar de acontecer com fatos mantidos no lusco-fusco da dubiedade, cada vez que a matéria é examinada ou discutida sob o ponto de vista estritamente profissional, mais interrogações levanta.
Caso da entrevista ao Jornal Nacional (Rede Globo, quinta-feira, 30/6) do ex-agente da ABIN, Jairo Martins de Souza, autor da gravação. O araponga — que, aliás, se diz jornalista [veja abaixo comentários de Ricardo Noblat] e faz negócios com jornalistas — revelou que ofereceu o vídeo ao repórter Policarpo Júnior, da sucursal da Veja em Brasília, e que este aceitou-o antes mesmo de examinar o seu teor [abaixo, a transcrição da matéria do JN].
Na hora da entrega, o jornalista teria usado um reprodutor portátil de DVD para avaliar a qualidade das imagens. De que maneira chegou ao jornalista e por que este aceitou o vídeo são questões que até hoje não foram esclarecidas.
Tanto o repórter como a revista recusam-se terminantemente a oferecer qualquer tipo satisfação ou esclarecimento aos leitores. Não se trata de proteger as fontes: elas seriam inevitavelmente nomeadas quando o funcionário flagrado, Maurício Marinho, começasse a depor. Foi exatamente o que aconteceu e hoje Veja carrega o ônus de ter se beneficiado de uma operação escusa – chantagem de um corrupto preterido ou ação formal da Abin para desmoralizar um aliado incômodo (o PTB, de Roberto Jefferson).
(...) Araponga não é jornalista, vídeo secreto ainda não é reconhecido como gênero de jornalismo. Talvez o seja num futuro próximo.
O episódio mereceu comentários do blogueiro Ricardo Noblat:
Ao ser contratado para filmar Marinho e grampear André Luiz, a primeira coisa que ele disse que fez foi procurar a Veja e oferecer o material. ‘Foi um trabalho puramente jornalístico’, garantiu.
A amigos, nas duas últimas semanas, Jairo confessou mais de uma vez que espera ganhar o próximo Prêmio Esso de Jornalismo. Ele se considera um sério candidato ao prêmio.
Não é brincadeira não, é serio! Porque ele está convencido de que filmou e grampeou como free-lancer da Veja – embora jamais tenha recebido um tostão dela por isso. Recebeu dos que encomendaram as gravações.
Jairo ganhava como araponga e pensava em brilhar como jornalista.
É, de certa forma faz sentido."
Tempos depois, a aliança com o araponga renderia a Policarpo a promoção para chefe de sucursal da Veja em Brasília. A revista já caíra de cabeça, sem nenhum escrúpulo, no mundo nebuloso dos dossiês e dos pactos com lobistas. E o grande pacto do silêncio que se seguiu na mídia, permitiu varrer para baixo do tapete as aventuras de Veja com o araponga repórter.

O final da história

Parte da história terminou em agosto de 2007. Sob o titulo “PF desmonta nova máfia nos Correios”, o Correio Braziliense noticiava o desbaratamento de uma nova quadrilha que tinha assumido o controle dos Correios (clique aqui).
No comando, Arthur Wascheck, que assumiu o comando da operação de corrupção dos Correios graças ao serviço encomendado a Jairo - grampo mais publicação do resultado na Veja.
Durante a Operação Selo, foram presas cinco pessoas, em dois estados mais o Distrito Federal.
Segundo o jornal:
Entre os presos estão Sérgio Dias e Luiz Carlos de Oliveira Garritano, funcionários dos Correios, além dos empresários Antônio Félix Teixeira, Marco Antônio Bulhões e Arthur Wascheck, considerado pela PF como líder do grupo e acusado de ter sido o responsável pela gravação feita no dia em que Marinho recebia a propina. Os investigadores não quantificaram o volume de recursos envolvidos nas fraudes, mas calculam que seja de dezenas de milhões de reais.
De acordo com os investigadores, “o grupo agia como traficantes nos morros".
“Havia uma quadrilha na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), que foi desbaratada e afastada. A outra organização tomou o lugar dela. Assim como os traficantes fazem, quando saem, morrem ou são presos, acontece a mesma coisa no serviço público. Quando uma quadrilha sai do local, entra outra e começa a praticar atos ilícitos no lugar da que saiu”, explica o delegado Daniel França, um dos integrantes do grupo de investigação.
A corrupção tinha apenas trocado de mãos:
Para o Ministério Público Federal, o entendimento era o mesmo.
“Não se pode dizer que a corrupção terminou ou se atenuou. O que houve foi uma substituição de pessoas, alijadas do esquema”, afirma o procurador da República Bruno Acioli.
Segundo ele, há pelo menos 20 empresas, muitas delas ligadas a Wascheck, estão envolvidas nas fraudes que podem atingir outros órgãos públicos, conforme investigações da PF.
A ficha de Wascheck era ampla e anterior ao episódio do qual Veja aceitou participar:
O empresário, conforme os investigadores, atuava na área de licitações desde 1994, sendo que um ano depois ele fora condenado por irregularidades em licitação para aquisição de bicicletas pelo Ministério da Saúde.
O valor das fraudes chegava a milhões de reais:
Segundo a polícia, o grupo de Wascheck vendia todo tipo de material para os Correios. De sapato a cofres, sendo que muitos integrantes do esquema eram também procuradores de outras empresas envolvidas nas concorrências. Com a análise dos documentos, que começou a ser feita ontem, os investigadores devem chegar aos valores das fraudes. “O que posso dizer é que esse prejuízo é de milhões de reais. Dezenas de milhões de reais”, diz o procurador da República, ressaltando que seu cálculo se baseia em alguns casos específicos. “Existem licitações na casa de bilhões de reais”, afirma o procurador.
No sistema de buscas da revista, as pesquisas indicam o seguinte:
Operação Selo Wascheck: 0 ocorrências
Operação Selo (frase exata) Período 2007: 0 ocorrências
Revista de 8 de agosto de 2007: nenhuma menção
Na edição de 15 de agosto, nenhuma menção. Mas uma das materias especiais atende pelo sugestivo título de“Porque os corruptos não vão presos”
"Frágil como papel
A Justiça brasileira é incapaz de manter presos assassinos
confessos e corruptos pegos em flagrante. Na origem da
impunidade está a própria lei".
A reportagem fala do mensalão, insinua que os implicados até melhoraram de vida, menciona símbolos midiáticos de corrupção (Quércia, Maluf, Collor etc). Nenhuma palavra sobre a Operação Selo e sobre o papel desempenhado pelas reportagens de escândalo da própria revista no jogo das quadrilhas dos Correios.
Seus aliados foram protegidos.
Luís Nassif

O araponga e o repórter

O senador Requião e a “quadrilha de desinformação”


“Tchutchucas” e “tigrões” vão ao enfrentamento na terça-feira

A TV Senado transmitiu a sessão da CPMI do Cachoeira da última quinta-feira. O que gritou aos ouvidos e saltou aos olhos não foram as recusas de colaboração dos membros da quadrilha do bicheiro, mas o comportamento da oposição, que, grandiloqüência à parte, parece uma fera acuada.
Qualquer um que assista a um desses “espetáculos” parlamentares e tiver capacidade mínima de julgamento reconhecerá na postura oposicionista o discurso que enlameia as colunas, editoriais e artigos da grande imprensa.
Oposicionistas desqualificam os trabalhos da Comissão, põem governistas sob suspeita de manipulação e falam em “despolitizar” os trabalhos enquanto agem como se o governo e o PT estivessem no banco dos réus a despeito de que, até agora, os principais envolvidos no escândalo são demos e tucanos.
Os governistas se portavam com uma fleuma britânica até que, sob uma saraivada de acusações oposicionistas, ensaiaram reação.
As tevês se aproveitaram ontem e os jornais se aproveitam hoje do showzinho do deputado Fernando Fracischini (PSDB-PR), que acusou o sóbrio relator petista, Odair Cunha (PT-MG), de ser “tchutchuca” para fazer perguntas aos depoentes sobre petistas e “tigrão” para fazê-las sobre tucanos, ao que o deputado Doutor Rosinha (PT-PR) reagiu pedindo comedimento nos termos e acusando o adversário e outros membros oposicionistas da Comissão de se portarem de uma forma diante das câmeras nas sessões abertas e de outra nas sessões fechadas.
Todavia, existiram vários outros momentos polêmicos.
O Deputado Paulo Teixeira disse, sem meias palavras, o que tem sido dito aqui, que querem desmoralizar a CPMI do Cachoeira.
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) desandou a falar em “mensalão”.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) veio falar em “pizza” e desmoralizar os trabalhos da CPMI.
Deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) falou em membros da CPMI que quereriam “aparecer” e afirmou que tentam desmoralizar a investigação dizendo que terminará em “pizza”.
Deputado Ronaldo Fonseca (PR-DF) insinuou que a oposição estaria tentando intimidar o relator, Odair Cunha (PT-MG), por ter feito perguntas aos depoentes silentes sobre o governador Marconi Perillo.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) encampou a parte do discurso da oposição que pedia  investigação das operações da empreiteira Delta em nível nacional apesar de o presidente da CPMI ter avisado que haveria votação para decidir a questão.
O deputado Paulo Teixeira, então, visivelmente irritado, requereu a convocação do governador Marconi Perillo, ao que a senadora katia Abreu (PSD-TO) propôs convocar os governadores Sergio Cabral e Agnelo Queiroz.
Quem será ou não convocado vai ser decidido na terça-feira no braço, ou seja, em votação.
Apesar de ser minoria – em tese –, a oposição deixa claro que nem sob uma confissão escrita do governador Marconi Perillo aceitará que este seja convocado sem que os governadores aliados do governo federal também sejam, pouco importando a robustez das evidências contra o tucano.
Todavia – sempre em tese –, os governistas têm maioria que lhes permitiria mandarem a oposição lamber sabão folgadamente e convocarem só o governador pelo PSDB de Goiás. As defecções no campo governista, porém, ainda não podem ser dimensionadas.
Essa que foi a sessão mais acalorada da CPMI, até agora, mostrou que um acordo para abafar tudo ficou mais difícil. As negativas de acordos para impedir convocações incômodas foram comuns a todos os parlamentares. Na semana que entra, veremos muito menos “tchutchucas” e muito mais “tigrões”.

A PIGARRA TUCANA

*700 milhões de barris de petróleo: Petrobrás  descobre poço no pré-sal com óleo leve suficiente para quase um ano de consumo brasileiro, além de imensa reserva de gás**
É um velho truque do conservadorismo brasileiro reiterado ao longo da história: quando a raiz dos problemas  repousa nas entranhas de seu aparelho administrativo  ou no descaso histórico com as prioridades da população, desfralde-se a bandeira udenista da sabotagem perpetrada por 'agitadores'. A lenga-lenga exala naftalina e remete ao linguajar pré-golpe de 64,  mas encontra em São Paulo 71 quilômetros de motivações para ser ressuscitada com regularidade suíça pela pigarra do PSDB. Nessa rede escandalosamente curta e saturada do metrô --inferior a da cidade do México, por exemplo, com 200 kms--  os registros de acidentes e interrupções exibem uma frequência preocupante: só este ano foram 143 ocorrências, média de uma por dia. Nesta 4ª feira, a metódica pigarra conservadora aproveitou a greve salarial dos metroviários para isentar a gestão temerária por trás dos transtornos renitentes. A narrativa é a de um 'jornal da tosse'.Gargantas raspando pastilhas Walda emitem denúncias de sabotagem e insinuam 'incêndios do Reichstag' de olho nas eleições municipais. Agitadores conturbam o ambiente da metrópole; não fosse isso, os serviços públicos tucanos deslizariam no azeite fino de oliva. (LEIA MAIS AQUI)