Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mino e a CPI: a Veja, Dantas e a bandidagem

 

  •  
Momento épico. Um daqueles atingidos pela Veja. E onde ficam os porões, caras-pálidas?


Saiu na Carta Capital que chega nesta sexta-feira às bancas:

Trevas ao meio-dia


Por que a mídia nativa fecha-se em copas diante das relações entre Carlinhos Cachoeira e a revista Veja? O que a induz ao silêncio? O espírito de corpo? Não é o que acontece nos países onde o jornalismo não se confunde com o poder e em vez de servir a este serve ao seu público. Ali os órgãos midiáticos estão atentos aos deslizes deste ou daquele entre seus pares e não hesitam em denunciar a traição aos valores indispensáveis à prática do jornalismo. Trata-se de combater o mal para preservar a saúde de todos. Ou seja, a dignidade da profissão.


O Reino Unido é excelente e atualíssimo exemplo. Estabelecida com absoluta nitidez a diferença entre o sensacionalismo desvairado dos tabloides e o arraigado senso de responsabilidade da mídia tradicional, foi esta que precipitou a CPI habilitada a demolir o castelo britânico de Rupert Murdoch. Isto é, a revelar o comportamento da tropa murdoquiana com o mesmo empenho investigativo reservado à elucidação de qualquer gênero de crime. Não pode haver condão para figuras da laia do magnata midiático australiano e ele está sujeito à expulsão da ilha para o seu bunker nova-iorquino, declarado incapaz de gerir sua empresa.


O Brasil não é o Reino Unido, a gente sabe. A mídia britânica, aberta em leque, representa todas as correntes de pensamento. Aqui, terra dos herdeiros da casa-grande e da senzala, padecemos a presença maciça da mídia do pensamento único. Na hora em que vislumbram a chance, por mais remota, de algum risco, os senhores da casa-grande unem-se na mesma margem, de sorte a manter seu reduto intocado. Nada de mudanças, e que o deus da marcha da família nos abençoe. A corporação é o próprio poder, de sorte a entender liberdade de imprensa como a sua liberdade de divulgar o que bem lhe aprouver. A distorcer, a inventar, a omitir, a mentir. Neste enredo vale acentuar o desempenho da revista Veja. De puríssima marca murdoquiana.


Não que os demais não mandem às favas os princípios mais elementares do jornalismo quando lhes convém. Neste momento, haja vista, omitem a parceria Cachoeira-Policarpo Jr., diretor da sucursal de Veja em Brasília e autor de algumas das mais fantasmagóricas páginas da semanal da Editora Abril, inspiradas e adubadas pelo criminoso, quando não se entregam a alguma pena inspirada à tarefa de tomar-lhe as dores. Veja, entretanto, superou-se em uma série de situações que, em matéria de jornalismo onírico, bateram todos os recordes nacionais e levariam o espelho de Murdoch a murmurar a possibilidade da existência de alguém tão inclinado à mazela quanto ele. E até mais inclinado, quem sabe.


O jornalismo brasileiro sempre serviu à casa-grande, mesmo porque seus donos moravam e moram nela. Roberto Civita, patrão abriliano, é relativamente novo na corporação. Sua editora, fundada pelo pai Victor, nasceu em 1951 e Veja foi lançada em setembro de 1968. De todo modo, a se considerarem suas intermináveis certezas, trata-se de alguém que não se percebe como intruso, e sim como mestre desbravador, divisor de águas, pastor da grei. O sábio que ilumina o caminho. Roberto Civita não se permite dúvidas, mas um companheiro meu na Veja censurada pela ditadura o definia como inventor da lâmpada Skuromatic, aquela que produz a treva ao meio-dia.


Indiscutível é que a Veja tem assumido a dianteira na arte de ignorar princípios. A revista exibe um currículo excepcional neste campo e cabe perguntar qual seria seu momento mais torpe. Talvez aquele em que divulgou uma lista de figurões encabeçada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apontados como donos de contas em paraísos fiscais.


Lista fornecida pelo banqueiro Daniel Dantas, especialista no assunto, conforme informação divulgada pela própria Veja. O orelhudo logo desmentiu a revista, a qual, em revide, relatou seus contatos com DD, sem deixar de declinar-lhes hora e local. A questão, como era previsível, dissolveu-se no ar do trópico. Miúda observação: Dantas conta entre seus advogados, ou contou, com Luiz Eduardo Greenhalgh e Márcio Thomaz Bastos, e este é agora defensor de Cachoeira. É o caso de dizer que nenhuma bala seria perdida?


Sim, sim, mesmo os mais eminentes criminosos merecem defesa em juízo, assim como se admite que jornalistas conversem com contraventores. Tudo depende do uso das informações recebidas. Inaceitável é o conluio. A societas sceleris. A bandidagem em comum.

Rupert Civita debocha da democracia brasileira

 



  • A Carta Capital que chega nesta sexta-feira às bancas traz uma reportagem de capa que é como se fosse uma capa da Veja, esse detrito sólido de maré baixa (que a Globo transforma em Chanel # 5):

    “Nosso Murdoch – Veja e Cachoeira, jornalismo a pique”

    A reportagem de Cynara Menezes tem o título

    “Os desinformantes”

    “Escândalo – Gravações mostram que a relação entre a Veja e o grupo de Cachoeira pouco tinha a ver com jornalismo.”

    “Denúncias sem sustentação serviram para acuar os adversários do esquema criminoso”

    “A invasão ao hotel do Dirceu teve o dedo da turma. E a campanha para levar Demóstenes ao Supremo Tribunal. E aí, CPI ?”

    “Entra nesta até o falso grampo em Gilmar Mendes. A quem serviu a armação ? “

    (Resposta – serviu para tirar o pescoço do Daniel Dantas da forca, e impedir que os agentes da Privataria do Fernando Henrique fossem para a cadeia. Não adiantou nada, porque o Amaury escreveu o livro best-seller.- PHA)

    “Era preciso derrubar Pagot para beneficiar a Delta.”

    (Os arapongas) “Dadá e Marins produziam as “noticias”.

    A Carta reproduz “diálogos impertinentes” que mostram como Cachoeira e Demóstenes tramaram a invasão do apartamento de hotel do José Dirceu.

    Como Cachoeira pautava a Veja e escolhia o local da revista onde a “notícia” deveria ser publicada.

    Cachoeira e Claudio Abreu da Delta combinam como Policarpo Junior, “repórter” da Veja, ia detonar o “mensalão do PR” no Ministério dos Transportes.

    Comemoram até a entrevista na Pagina Marrom da Veja com o Demóstenes, para anabolizar a candidatura dele ao Supremo:

    Diz Claudio da Delta ao Cachoeira da Veja:

    “É show de bola aqui, viu, bicho, show de bola.”

    Diz a Carta: “No episódio, a Veja não é uma flor de lótus, que permanece limpa em meio ao pântano.”

    Segue-se um artigo sobre o Robert(o) Civita inglês:

    “Rupert Murdoch debochou da democracia britânica. É preciso evitar outros como ele.”

    Paulo Henrique Amorim

Santayana: CPI tem que fazer a devassa


O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana, no JB online:

O julgamento político como legítima defesa


por Mauro Santayana


Coube a Robespierre definir o julgamento político como legítima defesa das sociedades nacionais. Ao defender o julgamento de Luís 16, que condenaria o rei à morte, e lhe dar toda a legitimidade, o líder revolucionário explicou que o poder legislativo, a Convenção Nacional,  não atuava como um tribunal comum. Atuava como um corpo político da nação. Se o rei fosse inocente, culpados seriam os 387 deputados que haviam votado pela morte do soberano. Como constituíssem a maioria dos delegados do  povo, culpada seria a nação francesa. Sendo um julgamento político, a sentença condenatória era um ato de defesa da pátria contra aquele que ela identificara como inimigo.


Ao defender antes de se iniciar o julgamento, a atuação  dos convencionais, disse:  “não se trata de um processo, mas  medida de segurança pública,  ato de providência nacional a ser exercido. Luis deve morrer, para que a pátria viva”.


A Revolução Francesa foi um dos momentos mais fortes do homem. Nele houve de tudo, na grandeza e na traição, na força demolidora e construtora das idéias, no avanço republicano da liberdade, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – e na contra-revolução termidoriana, no surgimento de Napoleão, na Santa Aliança, na derrota de Waterloo, na restauração monárquica.


A direita sempre a desdenha. Em 1934, pouco antes que Hitler o matasse, a fim de eliminar um provável inimigo, Ernst Roehm diria que a nova ordem do nazismo  iria eliminar os efeitos da Revolução Francesa na História.


As grandes revoluções iludem os que dela são contemporâneos. Elas só são avaliadas muito depois. Uma tese histórica coerente é a de que estamos sempre em uma revolução, com momentos mais agudos e menos agudos e eventuais pausas de pasmaceira. Nem todos nos damos conta de que vivemos, nestes dias, no Brasil e no mundo,  uma situação revolucionária, mas desprovida de grandes líderes. Os estados nacionais minguam. O poder financeiro, astuto, passou a dirigi-los, mediante o controle dos parlamentos – mas como foi com muita sede ao pote, encontrou a resistência, ainda desorganizada, dos cidadãos. É nesse quadro que, no Brasil, se iniciam os trabalhos da CPI destinada a desemaranhar a teia enovelada do governo paralelo do empresário Carlos Cachoeira.


O Parlamento se encontra em situação parecida à da Convenção Nacional nos últimos meses de 1792. Para que a Revolução se salvasse, em seus efeitos históricos,  era necessário que o rei morresse. Para que a República se salve e, com ela, o povo brasileiro, é necessário que a CPI vá às últimas conseqüências. A nação está clamando por uma devassa, não para que se erga, em alguma praça, a máquina do doutor Guillotin. Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso que o sangue lave a honra das nações. Mas os ladrões do Erário, que roubam dos que trabalham e produzem, devem ser conhecidos e levados aos tribunais. Não se trata de conflito ideológico, mas de ato de legítima defesa nacional. Os que roubam, ao subtrair os bens comuns, contribuem para que o estado republicano desmorone e, com ele, a nação. Desmorone nos hospitais precários, que não salvam vidas e, frequentemente, apressam  a morte; desmorone nas escolas públicas em que as crianças não aprendem, mas se expõem aos perigos, que vão das humilhações à tortura, cometidas pelos fortes contra os fracos, quando não aos massacres; desmorone nos serviços de segurança, dos quais surgem esquadrões da morte e milicianos quadrilheiros.


Nesta visão, correta e ampla, dos efeitos da corrupção, os corruptos não são apenas larápios: são, da mesma forma, bandidos e assassinos. Uma coisa é o financiamento de campanhas políticas pelos empresários, outra o enriquecimento de agentes públicos, mediante as promíscuas relações, nas quais se superfaturam obras públicas e serviços, para a divisão do butim entre os parceiros. O que todos os cidadãos conscientes exigem é o financiamento público das campanhas, a fim de evitar essa poluição do sistema democrático.


O rigor nas investigações, atinja a quem atingir, é  ato de legítima defesa do sistema republicano e, particularmente, do poder legislativo. Há, crescente, na opinião pública – a partir das informações que recebe – o equivocado juízo de que os senadores e deputados são inúteis. Se essa CPI se frustrar, os cidadãos podem supor que os parlamentares não são apenas inúteis, mas também complacentes com os seus pares aquadrilhados, como os representantes de Goiás fisgados pela língua, entre eles esse comediante menor, o senador Demóstenes Torres, que fez, durante tanto tempo, o papel de catão.


Devemos entender que a maioria parlamentar não é feita de bandoleiros, embora possa ter sua parcela de incompetentes. Espera-se que, na CPI, os homens de bem sejam tão ousados como costumam ser os canalhas – e os vencer – para lembrar a constatação de Disraeli sobre a Inglaterra de seu tempo. Hoje, provavelmente, o grande conservador não teria o mesmo juízo dos homens de bem ingleses, acoelhados diante do atrevimento dos camerons e blaires contemporâneos.

Veja pode ser acusada de crime de “favorecimento real”

A edição de sexta-feira, 4 de maio de 2012, do jornal Folha de São Paulo traz a seguinte manchete de primeira página: “Relator da CPI do Cachoeira diz que poderá investigar mídia”. O relator é o deputado Federal Odair Cunha (PT-MG), que declarou que “se houve cooptação e corrupção de alguns atores da mídia, isso deve ser investigado”. Para ele, “não há tema proibido”.
Antes de prosseguir há que ler a matéria, que reproduzo abaixo. Se já leu, pule e vá à continuação do post. Caso contrário, leia.

- clique na imagem para ir à página original -
O fato é um só: há indícios mais do que concretos de que a publicação, através de um ou mais membros de sua equipe, publicou matérias do interesse do criminoso Carlos Cachoeira, que está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, tendo tido já habeas corpus negado pela Justiça.
Cachoeira, é bom dizer, não é apenas um contraventor. A exploração de jogos ilegais pode ser contravenção, mas o bicheiro não cometeu só esse tipo de infração da lei. Há crimes de associação criminosa, de corrupção de autoridades e de apropriação indébita de dinheiro público. No mínimo, é isso, mas podem aparecer muitos outros crimes.
Guarde esta informação, leitor, pois precisará dela mais adiante.
A revista Veja e o resto da grande imprensa omitem diálogos comprometedores do jornalista Policarpo Júnior, citado na matéria da Folha supra reproduzida, mas esses diálogos sugerem influência do criminoso Carlos Cachoeira na publicação da Editora Abril, a qual pode ter publicado matérias a pedido dele.
Revista e congêneres contra-argumentam que Cachoeira era apenas uma fonte da revista, mas há elementos mais do que suficientes para insinuar que pode ter ocorrido mais do que isso. O que se suspeita contra a Veja, suspeita-se contra outras pessoas que aparecem nas gravações da Polícia Federal e que estão alegando a mesma coisa que a Veja e o resto da grande imprensa.
Tome-se o exemplo de Carlos Cachoeira e o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Matéria da mesma Folha explica uma situação que pode, perfeitamente, aplicar-se à Veja. Leia matéria da versão eletrônica do jornal na internet que parece pretender aliviar a barra de Leréia, ma que não consegue por razões que explico logo em seguida ao que vem abaixo.

- clique na imagem para ir à página original -
A matéria é extremamente condescendente com Leréia, pois, como pedi para que o leitor se lembrasse, Cachoeira não é só um contraventor. Fosse assim, não teria sido criada uma CPI. A contravenção dele deu curso a crimes, crimes dos quais ele participou, e se participou de crimes torna-se um… criminoso. Ou não?
Ah, mas, então, a mídia e a própria Veja alegam que a imprensa tem garantia constitucional de sigilo da fonte, e diz de uma forma como se sigilo da fonte significasse inimputabilidade total inclusive para acobertar e favorecer crimes.
Não é bem assim. Outra matéria explica melhor do que este blogueiro “sujo” explicaria. É do site Legislação em Comunicação. Permite ao leitor entender que há limites muito claros a esse preceito constitucional sobre sigilo da fonte. Leia a matéria abaixo e, em seguida, a conclusão deste post.
—–
Legislação em Comunicação
http://legislacaoemcomunicacao.blogspot.com.br/2011/05/sigilo-das-fontes.html
TERÇA-FEIRA, 10 DE MAIO DE 2011
Anonimato de fontes na imprensa
Por Carolina Câmara
Estudos apontam que as primeiras práticas de anonimato tiveram origem na associação de credores do Estado, ainda na Idade Média. Mas foi em 1407, em Gênova, através do Banco São Jorge, que surgiram as primeiras sociedades anônimas, no qual o investidor, que emprestava o dinheiro, não se identificava.
O conceito mais comum sobre o termo é entendido como o ato de não querer se identificar. Hoje, no entanto, a ideia sobre anonimato possui um caráter diferente e é regido por leis. A Constituição Federal, no art. 5º inciso IV, proíbe o anonimato de forma ampla, abrangendo todos os meios de comunicação (cartas, matérias jornalísticas, informes publicitários, mensagens na Internet, notícias radiofônicas ou televisivas, etc.), ao deixar claro que “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.”.
No âmbito jornalístico, no entanto, ocorre uma prática que vai de encontro com a referida lei: é o caso do sigilo de fontes. O anonimato das mesmas ocorre com o intuito de proteção e segurança do indivíduo que forneceu determinada informação. Na maioria dos casos, são vítimas ou testemunhas de um crime ou casos de violência contra o patrimônio público e cidadania. Segundo Yara Vasku, jornalista do Jornal A Tarde, as editorias de política e polícia são as que reservam mais exemplos desses casos.
Legislação
Entrevista com Társis Lima – Juiz Federal
Com a não validação da Lei de Imprensa, como o jornalista e fonte são assegurados diante das matérias publicadas?
A extinta Lei de Imprensa assegurava a conduta: “No exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de informação, não é permitido o anonimato. Será, no entanto, assegurado e respeitado o sigilo quanto às fontes ou origem de informações recebidas ou recolhidas por jornalistas, rádio-repórteres ou comentaristas”. Mas, com a decisão do Supremo Tribunal Federal de declarar a inconstitucionalidade de diversos artigos da Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67), em 2007, as questões relativas a ilícitos e danos causados através da imprensa passaram a ser regidas pelo Código Penal e pelo Código Civil.
É preciso salientar que ambos devem ser interpretados a partir da Constituição Federal da República do Brasil, que fixa premissas básicas para as relações entre mídia e vida privada, mídia e sociedade, mídia e Estado (art. 5., IV, e art. 220 a 224).
Quais leis asseguram o sigilo de fontes na imprensa?
O sigilo da fonte é uma conseqüência lógica da liberdade de imprensa, já que o jornalismo ocupa o espaço institucional de veiculação de informações com objetividade, ou seja, assume-se como órgão voltado especificamente ao dever de informar (órgão de comunicação social, regulada pelos art. 220 a 224 da Constituição Federal).
(…)
—–
Quem tiver interesse, pode ler a matéria na íntegra. Sua parte final discorre sobre os direitos da fonte que tiver seu sigilo violado pela imprensa, mas aqui o que se discute é o fato de que a fonte que se diz proteger não era uma vítima, mas uma autora de crimes. E este blog acredita, com base em consulta a mais de uma fonte versadas em Direito, que todos os indícios desse tipo de relação da Veja com Carlos Cachoeira estão presentes.
Faz-se necessário que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga o esquema criminoso se debruce também sobre essa questão devido aos meios poderosos que a revista Veja dispõe para favorecer crimes e sobre sua responsabilidade aumentada em veicular só a verdade e de, inclusive, informar crimes, o que, aliás, tem sido a tônica do trabalho que alega fazer “pelo país” e “contra a corrupção”.
O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha, diz que “pode” ocorrer essa investigação. Este post ilustra com base em quê. Resta saber se a CPI cumprirá seu dever, se não se deixará pressionar pelo poder da mídia. Se tal omissão ocorrer, a sociedade civil não pode aceitar. Alguém terá que se levantar contra essa bofetada no povo brasileiro. E alguém se levantará, isso é certeza.

UM DIA DE DESAGRAVO A VARGAS, JANGO E BRIZOLA

*RÉQUIEM DO RENTISMO: DILMA TIRA O PISO DO DINHEIRO OCIOSO E A TAXA DE JUROS REAL JÁ RECUA NO MERCADO FINANCEIRO: **Governo empareda bancos com novas regras na poupança e mais cortes nos juros:  taxa fixa da caderneta era desculpa para a espiral rentista** investimento produtivo ganha espaço no horizonte do dinheiro graúdo**liquidez  terá que buscar lucros alternativos à queda da Selic e dos juros  nos bancos estatais**Banco do Brasil faz outra redução nos juros nesta 6ª feira**Dilma acelera; Fernando Henrique Cardoso protesta: 'Tem que ir devagar  com o sistema financeiro" ** AUSCHWITZ  TROPICAL': um símbolo do apoio privado à repressão. (Leia mais aqui)
    
Em seu discurso de despedida do Senado, em dezembro de 1994, o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso anunciou o fim da Era Vargas. Foi generosamente elogiado pelas corporações midiáticas, saudado pelos bancos, aplaudido pelo capital estrangeiro, incensado, enfim, pelo dinheiro grosso e seus áulicos de escrita fina. Era preciso sedimentar o estigma maniqueísta para legitimar o projeto conservador. Foi o que se fez e ainda se faz. Não escapa ao observador atento a entrevista 'oportuna' de FHC esta semana à Folha para advertir a Presidenta em corajosa ofensiva contra os bancos pela redução dos juros."Vá devagar, não se brinca (sic) com o mercado financeiro", protestou o tucano. É coerente. Pelos quase dez anos seguintes seu governo negociaria barato o patrimônio público construído, na verdade, por décadas de lutas de toda a sociedade brasileira. A nova referência autossuficiente da economia, da sociedade e da história seriam os livres mercados --sobretudo o capital especulativo que não presta contas a ninguém. Esse tempo acabou e Dilma,ontem, fez do seu réquiem um desagravo à história da luta pelo desenvolvimento brasileiro. (LEIA MAIS AQUI)

G1 paga mico histórico na posse de Brizola Neto


 


Cerra sobe ao altar e
joga Religião na campanha

Saiu no Estadão:

Serra defende atuação de igrejas na campanha


Tucano diz ser ‘legítimo’ que religiosos queiram discutir princípios em eleições; temas ligados a costumes causaram polêmica na disputa de 2010


BRUNO BOGHOSSIAN,

ESTADÃO.COM.BR


Em processo de aproximação com líderes religiosos de São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) afirmou que a manifestação das igrejas na campanha eleitoral é “legítima”. O pré-candidato tucano à Prefeitura disse que padres e pastores podem defender seus princípios, mas sem praticar uma “militância” formal.


Em entrevista exibida na madrugada de ontem pelo Programa Amaury Jr., da RedeTV!, Serra não citou nenhum tema presente na pauta de grupos religiosos, como aborto e homofobia, mas se disse “inteiramente aberto” a expor e dizer o que pensa.


“(Se) a pessoa tem uma religião e quer discutir princípios, é legítimo que o faça. Não são os candidatos que fazem a agenda. Quem faz a agenda são as pessoas”, disse. “Nós devemos respeitar e dar a elas o direito de se manifestar. Do contrário, seria autoritarismo.”


A entrada de igrejas em campanhas políticas ganhou peso após a eleição presidencial de 2010, quando grupos religiosos passaram a apoiar ou criticar candidatos. O PT acusa a equipe de Serra na época de instigar entre os evangélicos um voto contra Dilma Rousseff, eleita no 2.º turno.


O tucano afirma que sua campanha não desenvolverá “nenhuma batalha específica em relação às igrejas”, mas já começou a se aproximar de grupos católicos, evangélicos e judaicos.


(…)

 
No programa Entrevista Record Atualidade, este ansioso blogueiro entrevistou Celso Russomano, Fernando Haddad e Gabriel Chalita, os outros candidatos a Prefeito de São Paulo.
Os três disseram que não vão jogar a carta da Religião na campanha, nem aceitar que o Padim Pade Cerra os provoque com questões religiosas.
O problema, como em 2010, não é o Cerra.
É Baixo Cerra.
Os Brucutus que operam as redes sociais e que o Leandro Fortes denunciou na Carta Capital.
E a mulher do Cerra, que foi à Baixada Fluminense dizer que a Dilma era a favor do aborto, indiscriminadamente.
(Além de associar o Bolsa Familia à ociosidade.)
O Cerra é um santinho de pau oco.
O Amaury Ribeiro Junior que o diga: o problema não é ele, é o clã dele.
E a geografia.
Porque, no Chile, ele e a mulher acham que o aborto … pode.
É o Tartufo – II.
Tartufo I é aquele que extinguiu a Comissão de Ética que herdou do Itamar e agora se veste de vestal da Ética.
É o neo-demostenismo.


Paulo Henrique Amorim