Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Mino não se engana: essa é a CPI da mídia



A Globo vai insistir na CPIdaG, mas ao Mino ela não engana.

Extraído do site da Carta Capital:

CPI da mídia?


Recheada de anúncios, a última edição da Veja esmera-se em representar à perfeição a mídia nativa. A publicidade premia o mau jornalismo. Mais do que qualquer órgão da imprensa, a semanal da Editora Abril exprime os humores do patronato midiático em relação à CPI do Cachoeira e se entrega à sumária condenação de um réu ainda não julgado, o chamado mensalão, apresentado como “o maior escândalo de corrupção da história do País”.


A ligação entre o inquérito parlamentar e o julgamento no Supremo Tribunal Federal é arbitrária, a partir das sedes diferentes dos dois eventos. Mas a arbitrariedade é hábito tão arraigado dos herdeiros da casa-grande a ponto de formar tradição. Segundo a mídia, a CPI destina-se a desviar a atenção da opinião pública do derradeiro e decisivo capítulo do processo chamado mensalão. Com isso, a CPI pretenderia esconder a gravidade do escândalo a ser julgado pelo Supremo.


O caso revelado pelo vazamento dos inquéritos policiais que levaram à prisão do bicheiro Cachoeira existe. Pode-se questionar o fato de que o vazamento se tenha dado neste exato instante, mas nada ali é invenção. Inclusive, a peculiar, profunda ligação do jornalista Policarpo Junior, diretor da sucursal de Veja em Brasília, com o infrator enfim preso. Não é o que se espera de um qualificado integrante do expediente de uma revista pronta a se apresentar como filiada ao clube das mais importantes do mundo. Pois é, o Brasil ainda é capaz de dar guarida a grandes humoristas.


Não faltam, nesta área, os alquimistas, treinados com requinte para cumprir a vontade do patrão. Jograis inventores. Um deles sustenta impávido que a presidenta Dilma despenca em São Paulo para recomendar a Lula toda a cautela em apoiar a CPI do Cachoeira, caldeirão ao fogo, do qual respingos candentes poderão atingir o PT. É possível. E daí? Certo é que a recomendação não houve. E que o Partido dos Trabalhadores escala, no topo da pirâmide, um presidente, Rui Falcão, tão pateticamente desastrado ao rolar a bola na boca da pequena área para o chute midiático. Disse ele que a CPI vinha para “expor a farsa do mensalão”. De graça, ofertou a deixa preciosa aos inimigos. Só faltava essa…


De todo modo, o mensalão. Se o inquérito policial falou claro a respeito de Cachoeira e companhia, o mensalão ainda não foi provado. É este um velho argumento de CartaCapital, pisado e repisado. É inaceitável, em tese, antecipar-se ao julgamento, mesmo que no caso haja razoável clareza para admitir outros crimes, como uso de caixa 2 e lavagem de dinheiro. Não há provas, contudo, de um pagamento mensal, mesada pontual a irrigar o Congresso. A sentença compete ao Supremo, e a presença de Ayres Brito na presidência do tribunal representa uma garantia. O mesmo Ayres Brito que não aceita declarar mensalão enquanto carece de provas.


Sobra a CPI do Cachoeira. Veremos o que veremos. Resta, de minha parte, a convicção de que poderia tornar-se o inquérito da mídia nativa. Outros são os jornalistas (jornalistas?) envolvidos, além de Policarpo Junior, de sorte a configurar a chance de naufrágio corporativo. Entendam bem, evito ilusões. Não creio, infelizmente, que o Brasil esteja maduro para certos exames de consciência entre o fígado e a alma.


Casa-grande e senzala continuam de pé e, por ora, falta quem se atire à demolição. No fundo, os graúdos sempre anseiam aparecer no Jornal Nacional e nas páginas amarelas de Veja. Um convescote promovido por João Dória Jr., de próxima realização, conta com a presença de 14 governadores. Nem ouso me referir ao ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, advogado de Cachoeira. O qual, obviamente, está em ótimas mãos. Igual a Daniel Dantas.


Resta algo mais, merecedor de destaque e, suponho em vão, da atenção da mídia nativa. Passou oito anos a agredir o presidente Lula e o agredido contumaz deixou o governo com quase 90% de aprovação. A presidenta Dilma, embora ex-guerrilheira não é ex-metalúrgica, e tem merecido alguma condescendente compreensão. Mesmo assim, se houver oportunidade, não será poupada. Por enquanto, cuida-se, de quando em quando, de colocar pedras em seu caminho. Não são o bastante, ela cresce inexoravelmente em popularidade. Não me arrisco a crer que os alicerces da senzala comecem a ser abalados, já me enganei demais ao longo da vida. Por parte da mídia, não valeria, porém, analisar os fatos com um mínimo de realismo?

Veja une-se a banqueiros para convencer leitor burro a pagar juros de agiotagem


A revista Veja, sabuja de banqueiros, apronta mais uma:

Esse "em alguns casos" citado acima, é esclarecido em outro texto: trata-se do HSBC

Ora, ninguém vai "perceber efeitos da redução de juros" se não for na agência exigir refinanciar sua dívida, ou se não trocar de banco.

Vocês acham que bancos privados vão ser "bonzinhos" a ponto de baixar juros automaticamente para quem já tem dívidas contratadas e ficar acomodado sem reclamar? É claro que não.

Mas a Veja tem seus papagaios que ainda pensam que os banqueiros seriam "bonzinhos" e baixariam juros no piloto automático:


Esses leitores a revista se merecem.

Além disso, há na "reporcagem" acima, o merchandising descarado do banco privado Santander.

Em outro texto, na mesma data, no site da revista chega a surtar em matéria de lamber as botas dos banqueiros. Escreve coisas para fazer propaganda negativa de bancos públicos, explorando viés ideológico:
O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) agiam a soldo do Palácio do Planalto, que, preocupado em estimular a economia, não pensou duas vezes em intimar os “seus” a serem indutores da redução dos chamados spreads (diferença entre o custo de captação e de empréstimo no setor).
Mas como mentira tem perna curta, a Veja acaba entregando o jogo, sem querer, já no título da "reporcagem":


Ou seja, de fato existe uma tentativa dos bancos PRIVADOS de falarem que baixam juros, mas não estão cumprindo na prática para a maioria dos clientes.

A catimba é dos bancos PRIVADOS, como o corpo do texto acaba entregando:
...Em alguns casos, como no Santander, gerentes do segmento pessoa física nem estavam a par das reduções. “Tenho recebido seguidos e-mails de clientes perguntando sobre as novas taxas, mas nada mudou internamente. Continuamos fechando operações com os juros de sempre”, afirma uma gerente...
No HSBC, por exemplo, não basta ter conta salário no banco e ser adimplente. Para ter acesso a um crédito mais barato, os clientes devem investir em produtos do banco, tais como fundos ou seguros; não podem ter nenhum contrato de financiamento ativo na instituição; e ainda precisam de um avalista que seja correntista – alguém com renda suficiente para eventualmente arcar, em caso de atraso, com as parcelas do empréstimo que o tomador inicial almeja.
Se dependesse da Veja, o Brasil continuaria na roda presa dos juros escorchantes, e os brasileiros extorquidos pela agiotagem dos banqueiros privados.

E se depender dos bancos privados, continuará financiando revistas como a Veja e telejornais como os da TV Globo, para "convencer" brasileiros a se acomodarem à agiotagem.

Leia também:
- Que tal você mesmo reestatizar o BANESPA? Ou o BEMGE, BANERJ, BANEB, MERIDIONAL?

CPI, A GUERRA: NOVOS E VELHOS ESCÂNDALOS E PERSONAGENS



A CPI do Cachoeira ainda nem começou, mas a guerra, já. Com batalhas políticas. E batalhas midiáticas, que serão ferozes. Vamos a algumas previsões, já que a mãe Dinah previu o Corinthians campeão. Esse, um exercício de futurologia baseado no que já vaza ou está embutido nas manchetes: a empreiteira Delta dará tanto ibope quanto a novela das 9 e a final da Taça Libertadores. Vai se ouvir falar muito em Cabral. Mas não o Pedro Alvarez, o Sérgio, governador do Rio, do PMDB. Outros governadores entrarão na dança. O baile, como estamos vendo, já foi aberto por Marconi Perillo, do PSDB de Goiás.

Ao final da CPI, a oposição, insatisfeita com o rumo das apurações, fará um relatório em separado. Esse relatório terá tanto destaque na mídia, ou até mais, do que o relatório oficial. A CPI vazará documentos ilegalmente. Quem não obtiver e não publicar os documentos vazados ilegalmente fará duras críticas aos vazamentos.

Em alguns momentos será intensa a troca de acusações entre partidos da oposição e partidos aliados ao governo. As acusações serão muitas e muito graves. Serão tantas que, em vários episódios, as amigas e os amigos ai em casa não conseguirão entender direito quem recebeu e quem pagou. E quem pegou o quê e de quem.

Uma pequena memória, uma ajuda para lembrarmos personagens e temas que ressurgirão: Fernando Collor, ex-Presidente da República que renunciou para não ser derrubado por um impeachment. Atual senador, indicado para a CPI pelo PTB. Anotem: Collor irá com muuuuita sede ao pote. Terá a chance da desforra. E, de voltar para a 1ª Divisão.

Renan Calheiros, senador, do PMDB. Renan renunciou à presidência do senado para não ser cassado num escândalo. Renan não fará barulho. Mas será implacável.

ACM Neto, líder do Dem. Fará muito barulho. Sem citar, claro, o mensalão do DEM – aquele com o governador Arruda de Brasília – e sem citar também a Cachoeira do Demóstenes, fonte dessa CPI.

A oposição, com grande reverberação na mídia, citará o mensalão do PT diariamente. Mensalão que entrará em cartaz em julgamento no Supremo Tribunal Federal. A oposição, é possível prever, lembrará ainda que 10 ministros do governo Dilma caíram por malfeitos.

Os governistas, por seu lado, puxarão o passivo tucano: o caso Sivam, de US$ 1,4 bilhão, no começo do governo Fernando Henrique Cardoso; a compra de votos para reeleição de FHC; os Grampos do BNDES, aquele escândalo na privatização do Sistema Telebras -um meganegócio de R$ 22 bilhões que derrubou um ministro e o presidente do BNDES e que, depois, agora no final do ano, terminou dando em um livro. Escândalos esses que abalaram o governo de então, mas não tiveram CPIs.

Na apuração do chamado mensalão a investigação foi profunda, mas apenas vertical. Nunca foi horizontal. Por isso, permitiu o surgimento de heróis como Demóstenes, Efraim de Morais, e outros ainda menores. A CPI do Cachoeira é enorme chance para uma investigação horizontal. Geral. Que pegue todo mundo. Chance, como se diz, de "Passar o Brasil a Limpo".

Ou, de se seguir fazendo de conta que a corrupção frequenta apenas o partido do outro.


Santayana, Cristina Kirchner e Evita. Pobre Urubóloga


Evita a Franco: e por que não fazem pão ?



Todos nós somos argentinos

Mauro Santayana


O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul,  têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner,  depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol. Quando um governo entrega, de forma aviltante, os  bens nacionais ao estrangeiro, como também ocorreu no Brasil,  procede como quem oferece seu corpo no mercado da prostituição. Assim, as medidas de Cristina buscam reparar a abjeção de Menem.

Será um equívoco discutir o conflito de Buenos Aires com Madri dentro dos estreitos limites das relações  econômicas. A economia de qualquer país é um meio para assegurar sua soberania e dignidade – não  um fim em si mesma.

As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela idéia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos e durante a ditadura de quase 40 anos. Já durante o governo de Adolfo Suárez, imaginaram que poderiam, pouco a pouco, readquirir a confiança dos latino-americanos, ofendidos pela intervenção descarada dos Estados Unidos no continente. De certa forma, procediam com inteligência estratégica: a nossa América necessitava de aliados, mesmo frágeis, como era a Península Ibérica, na reconstrução de sua soberania, mutilada pelos governos militares alinhados a Washington.

Mas faltou aos governantes e homens de negócios espanhóis a habilidade diplomática, que se dissimula na modéstia, e lhes sobrou arrogância. Essa arrogância cresceu quando a Espanha foi admitida na União Européia, e passou a receber fartos recursos dos países ricos do Norte, a fim de acertar o passo continental. A sua estratégia foi a de, com parte dos recursos disponíveis, “comprar” empresas e constituir outras em nossos países. Isso os levou a imaginar que poderiam ditar a nossa política externa, como serviçais que foram, e continuam a ser, dos Estados Unidos. A idéia era a de que, em espanhol, os ditados de Washington seriam mais bem ouvidos.

O paroxismo dessa paranóia ocorreu quando José Maria Aznar telefonou ao presidente Duhalde, da Argentina, determinando-lhe que aceitasse as imposições do FMI, sob a ameaça de represálias. E a insolência maior ocorreu, e sob o governo socialista de Zapatero, quando esse heróico matador de paquidermes indefesos, Juan Carlos, mandou que o presidente Chávez (eleito livremente pelo seu povo, sob a fiscalização de observadores internacionais, entre eles o ex-presidente Carter) se calasse, no encontro iberoamericano de Santiago. Um rei matador de elefantes indefesos e sogro de um acusado de peculato – o bem apessoado serviçal da Telefónica de Espanha, Iñaki Urdangarin, pago com lucros obtidos pela empresa na América Latina, principalmente no Brasil.

Os espanhóis parecem não se dar conta de que as suas antigas colônias se tornaram independentes, umas mais cedo – como é o caso da Argentina – e outras mais tarde, embora muitas passassem ao domínio ianque. Imaginaram que podiam fazer o que faziam antes disso no continente – e incluíram o Brasil na geografia de sua presunção.

O Brasil pode e deve, ser solidário com a Argentina, no caso da recuperação, para seu povo, das jazidas petrolíferas da YPF. E manter a nossa posição histórica de reconhecimento da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago das Malvinas.

Que querem os espanhóis em sua gritaria por solidariedade contra a Argentina,  pelo mundo afora? Eles saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata. Usaram esses recursos imensos – assim como os portugueses fizeram com o nosso ouro – a fim de construir castelos e armar exércitos que só se revelaram eficazes na repressão contra o seu próprio povo – como ocorreu na guerra civil.

Durante o seu período de arrogância subsidiada, trataram com desdém os mal chamados iberoamericanos, humilhando e ofendendo brasileiros e hispanoamericanos, aviltando-os ao máximo. Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo. Antes que Cristina Kirchner determinasse a recompra das ações da YPF em poder da Repsol, patrimônio muito maior dos argentinos e de todos os latinoamericanos,  sua dignidade, havia sido aviltada, de forma abjeta e continuada, pelas autoridades espanholas no aeroporto de Barajas e em seu território.

Que se queixem agora aos  patrões, como seu chanceler, Garcia-Margallo fez, ao chorar nos ombros da senhora Clinton, e busquem a solidariedade de uma Europa em frangalhos. Ou que rearmem a sua Invencível Armada em Cádiz, e desembarquem no Rio da Prata . Isso, se antes, os milhões de jovens desempregados – a melhor parcela de um povo maravilhoso, como é o da Espanha – não resolvam destituir suas elites políticas, corruptas, incompetentes e opressoras, e seu rei tão ocioso quanto descartável.

E, ao final, vale lembrar a viagem histórica que Eva Perón fez à Europa, no auge de sua popularidade. Em Madri, diante da miséria em que se encontrava o povo, ofereceu a Franco, em nome do povo argentino, alguns navios cheios de trigo. O general respondeu que não era necessário, que os celeiros espanhóis estavam cheios de farinha. E Evita replicou, de pronto: ¿entonces, por qué no hacen pan?

Dilma respeita a CPI. A Globo respeita ?


CPI é assunto do Congresso. CPIdaG é da Globo

Governo terá ‘posição de respeito’ sobre CPI do Cachoeira, diz Dilma

Presidente afirmou que ‘todas as coisas têm que ser apuradas’.

CPI mista vai apurar elo entre bicheiro e agentes públicos e privados.


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo terá “uma posição absolutamente de respeito ao Congresso” em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) para investigar as relações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados. Na primeira vez em que a presidente falou publicamente sobre o tema, ela disse que “todas as coisas têm que ser apuradas”, mas disse que não se manifesta “sobre outro poder”.


“Vou insistir nesse aspecto. Não me manifesto sobre esse assunto. A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito ao Congresso. [...] Vocês acreditam mesmo que eu irei me manifestar, além das minhas múltiplas atividades que eu tenho que lidar todo dia, eu vou me manifestar na questão de outro poder? Acho que todas as coisas têm que ser apuradas, mas não me manifesto sobre a CPI”, disse a presidente.


Ela falou sobre o assunto após cerimônia de formatura da turma de diplomatas de 2010-2012 do Instituto Rio Branco e da cerimônia de Condecoração da Ordem de Rio Branco, em Brasília. Em discurso no evento, ela afirmou que não deixará a indústria brasileira ser “sucateada” pela guerra cambial.


(…)

EBC desmonta a Folha - a mídia venal

Já não cabe mais que se dê respostas à mídia venal mas que ela seja convocada e publicamente dê esclarecimentos sobre a matéria veiculada e punida no ato quando as manchetes e conteúdos são tendenciosos.
Diretor-presidente da EBC Nelson Breve:
  • "Eu sou jornalista e sei como funciona uma redação..."
  • "Estou aqui dando uma satisfação à sociedade brasileira..."
  • "Não estou aqui para favorecer ninguém, nem partidos, nem pessoas, nem amigos, nem parentes".
  • "Estou imbuído de uma missão, vou levar essa missão adiante...a missão é nesta segunda fase do projeto de consolidação da comunicação pública fazer esse projeto avançar, reunir os amigos e combater os inimigos do projeto porque ele é muito importante para democracia do país."



  

As sete quedas da imprensa

O noticiário do Distrito Federal acrescenta, a cada dia, novas evidências de que o senador Demóstenes Torres, de Goiás, não atuava simplesmente como um parlamentar, mas como sócio do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlos Cachoeira. Em sua expressão “legal”, a associação teria como face institucional a construtora Delta e o laboratório Vitapan, apontada como a maior indústria de medicamentos genéricos do país.
Em torno desse esquema, dizem os jornais, funcionaria uma extensa rede de outras empresas, algumas legais, outras apenas de fachada, cuja atividade principal seria dar um aspecto de normalidade a operações financeiras destinadas a “lavar” o dinheiro do jogo e da corrupção.
O ponto de partida dos negócios, ao que tudo indica, é a indústria da jogatina ilegal, tolerada em Goiás à base de propinas e estendida até o Tocantins com o apoio de políticos cujas campanhas eleitorais têm sido financiadas pelo dinheiro de máquinas de apostas. Suspeita-se agora que o senador Demóstenes Torres pode ter se associado ao contraventor ainda antes de abraçar a carreira parlamentar, quando atuava como procurador de Justiça e secretário de Segurança no estado de Goiás.
Manifestações antirrepublicanas
Se o caso é verdadeiro, temos aqui o modelo exemplar para uma investigação jornalística que pode desvendar um dos mais típicos esquemas de corrupção em prática no país – e quem sabe inspirar políticas de prevenção e contenção. Mas, a julgar pelo que disseram os jornais de quarta-feira (18/4), não é isso que está ocorrendo.
Como se tornou prática desde a eclosão do chamado escândalo do “mensalão”, a imprensa brasileira não parece interessada em investigar coisa alguma. A amostra de declarações colhidas sobre o caso Cachoeira-Demóstenes e sua hierarquização nas páginas dos diários revela que a imprensa já começou a dirigir o noticiário com o propósito claro de manipular as evidências.
O núcleo do escândalo começa a se deslocar lentamente da dupla principal para protagonistas secundários, com a proliferação de acusações que, dando a impressão de alcançar um número indefinido e muito amplo de suspeitos, acaba por instalar a ideia de que tudo estaria contaminado pela ação do grupo criminoso.
Ao dar curso a qualquer denúncia de relacionamento com um dos acusados, sem avaliar a frequência e o teor de conversas gravadas pela polícia e confrontar esse conteúdo com fatos reais, como a concessão de obras ou transferências de dinheiro, a imprensa dilui o efeito da investigação e reforça a sensação geral de descrença na democracia representativa. Assim, começam a pulular nas redes sociais digitais manifestações condenando genericamente as instituições republicanas.
Evidentemente, o comportamento de muitos parlamentares e representantes do poder Executivo e do Judiciário não tem contribuído para erigir em nome dos três poderes da República as estátuas de integridade que se espera deles.
Os paladinos da Justiça
A manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, que deixou a presidência da Corte Suprema nesta quinta-feira (19), é uma dessas oportunidades em que o estadista se retira do recinto e deixa atrás de si um rastro em que se podem identificar claramente os sinais de despeito, onipotência, ciúmes e outros sentimentos humanamente rasteiros.
Por trás dos destempero do ministro ressoam seus desentendimentos com a corregedora Eliana Calmon e sua frustração por não ter conseguido, em dois anos no cargo, concretizar o aumento de vencimentos do poder Judiciário.
Mas o conjunto de notícias também induz o leitor atento a notar que há uma disputa de bastidores no Supremo Tribunal Federal em torno do julgamento do caso intitulado “mensalão”.
Depois de muito barulho, período em que a corte se manteve no centro das atenções do país, com a construção de verdadeiros “pais da pátria”, a imprensa revela que os ministros provavelmente não serão capazes de dar um esclarecimento à nação sobre o que foi tudo aquilo.
Os jornais levantam a hipótese de que alguns dos supostos crimes apontados pela acusação poderão prescrever antes de vir uma sentença. Algumas notas publicadas aqui e ali dão a entender que certos personagens demonizados pela imprensa simplesmente vão passar incólumes pelo julgamento, pela falta absoluta de provas para incriminá-los.
No meio do noticiário, há evidências de ligações entre o pensarocesso inicial do caso “mensalão” e o caso Cachoeira. Mais um pouco e vamos descobrir que Demóstenes Torres, o antigo paladino da Justiça, tinha outros sócios nesse processo, que a imprensa se verá obrigada a manter no anonimato.
Luciano Martins Costa
No Observatório da Imprensa
Direto na fonte: Serra foi buscar  na redação de Veja seu chefe de comunicação para a campanha municipal. **Fabio Portela, o escolhido, é o homem certo no lugar certo, capaz de disparar pérolas do seguinte calibre: "censurar a imprensa e impedir o fluxo de idéias no Brasil é a única bandeira genuinamente comunista que sobrou aos petistas"** " Nos últimos meses foram feitas mais duas tentativas. Uma delas na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). A outra com o PNDH-3, o Programa Nacional de Direitos Humanos" **"O maior ideólogo da censura à imprensa, cujo nome sai com a facilidade dos perdigotos da boca dos esquerdistas brasileiros, é o italiano Antonio Gramsci (1891-1937). Como a revolução pelas armas se tornou inviável, Gramsci sugeriu a via do lento envenenamento ideológico " (Fabio Portela; Veja, 27-02-2010)



Protógenes pendura Sérgio Guerra no Conselho de ética por Vandalismo


 


O deputado Protógenes Queiróz (PCdoB/SP) discursou na Câmara dizendo que denunciará ao Conselho de Ética da casa os deputados Sérgio Guerra (presidente do PSDB) e Rogério Marinho (PSDB/RN), por falta de decora ao praticarem ato de vandalismo, quando arrancaram um cartaz da "Privataria Tucana" da porta do gabinete de Protógenes.

Os vídeos de segurança da Câmara comprovaram o vandalismo, e Rogério Marinho já admitiu o feito.

O tucano Sérgio Guerra, enfurecido com a CPI da Privataria Tucana articulada por Protógenes, pediu sua cassação com base em "reporcagens" de má fé nos jornais, querendo envolvê-lo com Cachoeira. Ora, Protógenes foi o primeiro a pedir CPI do Cachoeira na Câmara, arregimentar assinaturas suficientes e protocolar na mesa, trabalho este que depois foi refeito para incluir o Senado e transformar em CPI mista. É má fé querer envolver seu nome com Cachoeira, inclusive porque nenhum diálogo indica sequer ilação sobre isso.

Sérgio Guerra está sendo mais do que hipócrita, cínico. Porque ele persegue o deputado Protógenes e não toma nenhuma providência contra o deputado de seu partido, Antônio Carlos Leréia (PSDB/GO)? É Leréia quem assume publicamente em alto e bom som relacionamento político com Cachoeira, e o defende, relativizando seus atos.

Leréia, Sérgio Guerra, Marconi Perillo, Eduardo Azeredo, "José Privataria Tucana Serra" são a nova cara do PSDB. Querem cassar deputados honestos como Protógenes, porque trabalham para fazer uma faxina levantando os tapetes felpudos do congresso, onde os tucanos escondem sua sujeirada da corrupção.

Aprovação a Dilma deve disparar nas próximas pesquisas

O conclave oposicionista formado por partidos políticos e meios de comunicação continua apostando no moralismo contra o governo do PT, estratégia na qual vem insistindo há quase uma década e que já lhe gerou três derrotas eleitorais consecutivas.
Chega a ser incompreensível que um grupo político cheio de corruptos como esse formado por PSDB, DEM e PPS aposte em denúncias de corrupção para criminalizar o governo, seu partido e seus aliados.
Não que inexista corrupção nas fileiras governistas, pois são compostas por homens e não por anjos. Todavia, essa aposta da oposição midiática a expõe a situações como a atual, em que os acusadores se tornam acusados justamente daquilo que denunciam nos adversários.
Ainda assim, não é esse o principal fator que mantém o PT no poder. Apesar de a oposição correr o risco que agora se materializa, de o moralista ser flagrado em imoralidades, o que a atrapalha é a sua completa ausência de um projeto alternativo para o país.
Apesar da derrota na eleição presidencial de 2010, PSDB, DEM, PPS e mídia se animaram por terem perdido por uma margem não tão grande. Foi um erro de leitura do quadro político. Faltou enxergar que José Serra disputou com alguém que jamais se candidatara a nada.
A leitura da oposição midiática por certo foi a de que estava chegando perto da vitória, de que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. No entanto, a diferença de “apenas” 12 pontos percentuais entre Serra e Dilma na eleição de 2010 só foi possível porque ela era uma incógnita. Fosse Lula o candidato, teria vencido no primeiro turno.
Dilma, até muito recentemente, continuava uma incógnita. Não é por outra razão que sua popularidade, apesar de boa, ainda não chega nem perto daquela de que desfrutava Lula ao deixar o poder.
A maioria esmagadora dos analistas políticos vinha fazendo outra leitura equivocada do quadro político ao comparar a popularidade da presidente, hoje, com a de Lula nos primórdios do seu primeiro mandato. Afinal, Dilma continuou um governo altamente popular.
As pesquisas sobre a popularidade dela e de seu governo vêm mostrando que grande parte dos que aprovavam Lula entusiasticamente não têm visto em sua sucessora as mesmas qualidades que via nele. Do contrário, a presidente deveria manter a sua aprovação.
Esses analistas não têm levado em conta que Lula pegou um país arrasado pela inflação, pelo desemprego, desmoralizado internacionalmente, estagnado, enfim, ele teve que provar seu valor, enquanto que Dilma herdou um país diametralmente melhor.
A aprovação da presidente ainda é muito inferior à de Lula. Pesquisas mostram que isso se deve ao fato de que muitos têm saudade dele. Até por ela ser avessa ao contato com o povo e à própria atividade política, na qual o antecessor nadava de braçadas com seu carisma insuperável.
Porém, isso deve começar a mudar a partir deste abril histórico.
Para entender por que, voltemos a 1994 – ano em que o Brasil venceu o primeiro grande problema que infernizava a vida do brasileiro. Fernando Henrique Cardoso se tornou imbatível porque derrotou a inflação, ainda que ela tenha saído de controle em seu segundo mandato.
Lula também se tornou imbatível porque venceu outros problemas paradigmáticos. Seus programas sociais, as políticas que fizeram pobres chegarem à universidade, tudo isso ajudou muito. Mas o que o imortalizou foi vencer o desemprego que fustigava o país.
Agora, a terceira e última perna do tripé de anomalias econômicas que flagelavam o Brasil acaba de ser quebrada por Dilma. Os juros astronômicos que atrasam o país, que lhe furtam competitividade no mercado internacional, que desorganizam a atividade econômica, estão despencando.
Não é por outra razão que a mídia e a oposição, assustadas com a dimensão da medida, desandaram a desqualificá-la. Imaginemos quantas pessoas, neste exato momento, estão sendo beneficiadas pela queda nos juros que Dilma pôs os bancos públicos para liderarem.
Essas pessoas estão em quase todas as classes sociais. Até na classe B, ainda que o maior contingente certamente esteja na classe social que é hoje maioria esmagadora, a classe média-média, ou classe C.
Inicialmente, ainda havia quem concordasse com discurso dos banqueiros de que a medida do governo de liderar a queda dos juros em seus bancos oficiais seria “artificial, demagógica e de curta duração”. Entretanto, com os grandes bancos privados cedendo, esse discurso virou pó.
A medida genial do governo Dilma desmoralizou banqueiros, imprensa e oposição, que acharam que poderiam convencer a sociedade de que bom mesmo seria continuar pagando juros astronômicos aos pobres banqueiros.
Provavelmente, a maioria dos leitores desta página já deve ter encontrado algum antipetista fanático, provavelmente um empresário, que disse ter que reconhecer que “Dilma deu uma dentro”.
É possível, portanto, concluir que o efeito estrondoso que essa medida deverá ter na economia irá catapultar a aprovação de Dilma conforme for sendo sentida. Imagine aquele classe média pendurado no cartão de crédito ou no cheque especial.
Eu mesmo conheço um caso de um sujeito que anda de carrão importado, que tem uma filha e uma esposa que torram dinheiro e que deve cerca de vinte mil entre cartão e cheque especial. Estava pagando quase 2 mil de juros ao mês. Agora, pagará cerca de 600 reais.
Será, então, que o distinto leitor concorda com este blogueiro sujo, primário e diferenciado quando afirma que a popularidade de Dilma, por todo o exposto, deve disparar nas próximas pesquisas?

Quem é esse Brasil?

Os apelidos dados por Cachoeira para sua turma eram Chico (Dadá, araponga); Amendoim (senador Demóstenes Torres) e Caneta (o repórter Policarpo Júnior, de Veja).
enviado pelo leitor Rubens Costa, em comentário
Mal o cachoeira desliga, o telefone toca novamente. É o Cláudio.
- Cachoeira: Que cê manda, PHD?
- Cláudio: Pô, professor, o carinha do DNIT continua emperrando a máquina
- Cachoeira. Fica calmo, uai, que o Chico já passou a matéria pro Amendoim repassar pro Caneta.
- Boa! Vamos festejar juntos a queda de mais um.
- Claro, uai. Rapaz, tamo fazeno um bem do caralho pro Brasil. Tudo via Caneta
- Porra, professor, eu sei quem é o “Chico”, o “Amendoim” e o “Caneta”. Mas quem é essa porra de “Brasil”?
- Tá falando com o próprio, uai.
Leia também:
Na telefonia, brasileiro paga o dobro da média mundial

Serra usa Policarpo para tentar condenar Amaury

por Luiz Carlos Azenha

A ação ordinária de indenização movida pelo candidato a prefeito José Serra contra o repórter Amaury Ribeiro Jr. traz como provas iniciais o indiciamento do jornalista pela PF e artigos de jornais e revistas.
“O primeiro réu, o jornalista Amaury Ribeiro Junior, ganhou especial destaque no noticiário policial em razão de suas atividades ilícitas durante a campanha para a Presidência da República em 2010″, diz a ação. “No episódio divulgado pela imprensa, conhecido como o “escândalo da quebra de sigilos”, segue, Amaury “foi indiciado na Polícia Federal por vários crimes e como o principal responsável pela violação do sigilo fiscal de diversas pessoas, dentre as quais a filha do requerente (Veronica Allende Serra), o genro do requerente (Alexandre Bourgeois) e o vice-presidente executivo do PSDB (Eduardo Jorge Caldas Pereira)”, continua.
Diz a ação que Serra ficou surpreso com as descobertas da imprensa. Uma reportagem da revista Veja foi juntada como prova. É a reportagem da edição 2167, assinada por Policarpo Junior e Daniel Pereira, intitulada Ordem na casa do Lago Sul. O texto foi recentemente citado pelo jornalista Luís Nassif como um dos que foram plantados na revista pela arapongagem financiada por Carlinhos Cachoeira. Sintomaticamente, diz Nassif, o artigo nunca menciona o nome de Idalberto Matias, o Dadá, embora nomeie todos os outros personagens da história. Dadá era o elo entre Cachoeira e a revista.
Quando entrevistei Amaury sobre a ação, ele disse não saber na época da campanha que Dadá tinha relações com Cachoeira e a revista.
Os advogados que representam José Serra também mencionam na ação, a título de prova, a entrevista dada pelo ex-delegado da PF Onézimo Sousa à Veja, em que ele diz que o “grupo de inteligência” da campanha de Dilma Rousseff  — do qual, na versão da revista, fazia parte Amaury — queria que ele espionasse a vida pessoal de José Serra. O repórter nega que tenha se formado um grupo de inteligência na casa do Lago Sul e afirma que o contato com os arapongas tinha o objetivo de descobrir quem estava vazando informações da campanha.
O problema de citar Onézimo é que ele, em depoimento dado à Polícia Federal, negou ter ouvido de Amaury pedido para espionar Serra.
“Aprofundadas as investigações pela Polícia Federal, o nome do jornalista contratado para integrar ‘a equipe de inteligência’ da campanha petista, Amaury Ribeiro Junior, foi fortemente ligado às quebras de sigilo” de pessoas ligadas a Serra, diz o texto.
Além do indiciamento de Amaury pela PF, os advogados de Serra juntaram como prova artigos da Folha de S. Paulo, um dos quais diz que Amaury “confirmou em depoimento à Polícia Federal que encomendou dados de dirigentes tucanos e familiares de José Serra”. Amaury diz que nunca confirmou isso — e será fácil tirar a dúvida, basta apresentar o depoimento dado pelo repórter à PF.
Antes de tratar do livro, especificamente, os advogados de Serra concluem que “sua pena [a de Amaury] estava contratada para um serviço e seu interesse no ataque à pessoa de José Serra era por paga”, ou seja, com dinheiro de gente ligada à campanha da então candidata Dilma Rousseff.
A versão sempre sustentada por Amaury é de que ele vinha escrevendo o livro Privataria Tucana há dez anos, obtendo documentos a partir de pedido de exceção de verdade feito em ação movida contra ele pelo tucano Ricardo Sergio de Oliveira.
“Os dossiês que preparara, com as invenções e ataques que articulara com base num acervo desconexo de documentos (alguns sigilosos, outros inócuos e muitos falsos), transformou-se no livro ao qual batizou com o nome de ‘Privataria Tucana’”, diz a ação.
Os advogados tentam provar que se trata não de um livro — mas de uma coletânea de dossiês — se apegando a dois detalhes.
Apesar do livro ter sido lançado em dezembro de 2011, na página 170 há a frase “o primo do hoje candidato tucano a Presidência da República”; Amaury escreve “Gregório Marim Preciado. Guarde esse nome” depois de ter dedicado um capítulo inteiro ao personagem.
“As duas passagens acima, longe de denunciarem a dislexia intelectual do réu Amaury, constituem indícios claros de que os textos respectivos, separados em capítulos que aparentemente não “conversam”, constituem peças separadas de dossiês preparados para a campanha eleitoral e fabricados para uso em momentos diversos e num cronograma inverso ao apresentado no livro”, diz a petição.
[Ou isso, ou o revisor da Geração Editorial é ruim, diria um estudante de Direito].
Finalmente, os advogados de Serra usam trechos de dois artigos publicados em O Globo para desqualificar o livro. Um deles, de Merval Pereira, A ficção de Amaury, diz que “o livro, portanto, continua sendo parte de sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem”. O outro, do historiador Marco Antonio Villa, diz que o livro teve como objetivo “triturar reputações”.
“Usou 130 páginas para transcrever documentos sem nenhuma relação com o texto, como uma tentativa de apresentar seriedade, pesquisa, na elaboração das calúnias. Na verdade, não tinha como ocupar as páginas do panfleto com outras reportagens requentadas (a maioria publicada na revista “IstoÉ”)”, diz trecho do artigo de Villa reproduzido na ação.
O problema de Serra usar gente ligada a O Globo contra Amaury é que o repórter ganhou um prêmio Esso quando trabalhava no jornal. E Merval Pereira, em discurso na Academia Brasileira de Letras, disse textualmente:
Dezoito anos depois, em 1999, O GLOBO deu outro “furo”, que provocou a reabertura do caso. A série de reportagens de Ascânio Seleme, Chico Otavio e Amaury Ribeiro Jr. ganhou o Prêmio Esso de Reportagem daquele ano e reabriu o caso, transformando o Capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário de vítimas em réus. O crime prescrevera, mas a verdade estava restabelecida. Eu era o diretor de redação do Globo naquela ocasião, e senti como se um ciclo histórico tivesse sido fechado, com a minha participação.
Na ação, o candidato a prefeito de São Paulo alega que Amaury o acusa de receber propinas e de ter criado uma rede de espionagem para investigar Aécio Neves. O repórter diz que pretende provar esta segunda acusação, mas nega que tenha feito a primeira.
Os advogados de Serra, no entanto, juntaram à petição inicial um artigo da Folha. O título diz: Jornalista acusa tucanos de receber propinas. O texto que aparece sublinhado:
Um livro que chegou à praça no fim de semana acusa o ex-governador José Serra de receber propinas de empresários que participaram das privatizações conduzidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
Em outras palavras, neste caso os advogados de Serra não vão usar o que está no livro para tentar condenar o autor, mas o que a mídia diz que está no livro.
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STF: Barbosa acusa Peluso de manipular resultados




Saiu no Globo:

‘Peluso manipulou resultados de julgamentos’, diz Joaquim Barbosa


BRASÍLIA – Dois dias depois de ser chamado de inseguro e dono de “temperamento difícil” pelo ministro Cezar Peluso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa respondeu em tom duro. Em entrevista ao GLOBO, Barbosa chamou o agora ex-presidente do STF de “ridículo”, “brega”, “caipira”, “corporativo”, “desleal”, “tirano” e “pequeno”. Acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com seus interesses, e de praticar “supreme bullying” contra ele por conta dos problemas de saúde que o levaram a se afastar para tratamento. Barbosa é relator do mensalão e assumirá em sete meses a presidência do STF, sucedendo a Ayres Britto, empossado nesta quinta-feira. Para Barbosa, Peluso não deixa legado ao STF: “As pessoas guardarão a imagem de um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade.”


- O GLOBO: Ao deixar o cargo, o ex-presidente do STF, ministro Cezar Peluso, deu entrevista na qual citou o senhor. Em um dos momentos, diz que o senhor não recusará a presidência do tribunal em circunstância alguma. É verdade?

JOAQUIM BARBOSA: Para mim, assumir a presidência do STF é uma obrigação. Tenho feito o possível e o impossível para me recuperar consistentemente e chegar bem em dezembro para assumir a presidência da Corte. Mas, para ser sincero, devo dizer que os obstáculos que tive até agora na busca desse objetivo, lamentavelmente, foram quase todos criados pelo senhor… Cezar Peluso. Foi ele quem, em 2010, quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente. Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não.


O senhor tomou alguma providência?

BARBOSA: Um dia eu peguei os laudos descritivos dos meus problemas de saúde, assinados pelos médicos que então me assistiam, Dr. Lin Tse e Dr. Roberto Dantas, ambos de São Paulo, e os entreguei ao Peluso, abrindo mão assim do direito que tenho à confidencialidade no que diz respeito à questão de saúde. Desde então, aquilo que eu qualifiquei jocosamente com os meus assessores como “supreme bullying” vinha cessando. As fofocas sobre a minha condição de saúde desapareceram dos jornais.


Qual a opinião do senhor sobre a entrevista dada por Cezar Peluso?

BARBOSA: Eis que no penúltimo dia da sua desastrosa presidência, o senhor Peluso, numa demonstração de “désinvolture” brega, caipira, volta a expor a jornalistas detalhes constrangedores do meu problema de saúde, ainda por cima envolvendo o nome de médico de largo reconhecimento no campo da neurocirurgia que, infelizmente, não faz parte da equipe de médicos que me assistem. Meu Deus! Isto lá é postura de um presidente do Supremo Tribunal Federal?


O ministro Peluso disse na entrevista que o tribunal se apaziguou na gestão dele. O senhor concorda com essa avaliação?

BARBOSA: Peluso está equivocado. Ele não apaziguou o tribunal. Ao contrário, ele incendiou o Judiciário inteiro com a sua obsessão corporativista.


Na visão do senhor, qual o legado que o ministro Peluso deixa para o STF?

BARBOSA: Nenhum legado positivo. As pessoas guardarão na lembrança a imagem de um presidente do STF conservador, imperial, tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade. Dou exemplos: Peluso inúmeras vezes manipulou ou tentou manipular resultados de julgamentos, criando falsas questões processuais simplesmente para tumultuar e não proclamar o resultado que era contrário ao seu pensamento. Lembre-se do impasse nos primeiros julgamentos da Ficha Limpa, que levou o tribunal a horas de discussões inúteis; não hesitou em votar duas vezes num mesmo caso, o que é absolutamente inconstitucional, ilegal, inaceitável (o ministro se refere ao julgamento que livrou Jader Barbalho da Lei da Ficha Limpa e garantiu a volta dele ao Senado, no qual o duplo voto de Peluso, garantido no Regimento Interno do STF, foi decisivo. Joaquim discorda desse instrumento); cometeu a barbaridade e a deslealdade de, numa curta viagem que fiz aos Estados Unidos para consulta médica, “invadir” a minha seara (eu era relator do caso), surrupiar-me o processo para poder ceder facilmente a pressões…


(…)





Quem foi que teve a ideia de recomendar Peluso ao Presidente Lula ?
Clique aqui para ler “Britto abre a janela e deixa o sol entrar”.

Paulo Henrique Amorim

JUROS: A LIÇÃO QUE FICA

* MARIA INÊS NASSIF: "Não foi apenas a oposição que perdeu a credibilidade, mas a banda de música do DEM e do PSDB passou a ser menos crível numa mídia que acuou o governo passado, mas está acuada agora" (LEIA a coluna da Editora de Política de Carta Maior; nesta pág)** Sarkozy despenca: a 2 dias das eleições francesas de domingo, as pesquisas para o 2º turno mostram uma vantagem de 16 pontos do socialista Hollande sobre Sarkozy.
 
A rendição dos bancos ao novo ciclo de queda dos juros  marca um divisor na forma de se fazer política econômica no país. Quebrou-se um lacre político. Rompeu-se uma parede hegemônica ardilosamente defendida durante décadas com argumentos supostamente técnicos.  Em uma semana, o que era uma impossibilidade esférica, condicionada ao atendimento de uma soberba lista de 20 'contrapartidas'  comunicadas a Brasília  com rara deselegância pelo presidente do sindicato dos bancos (Febraban) , Murilo Portugal, reverteu-se em adesão maciça ao corte das taxas.  Como se deu a transumação da inflexibilidade em cordura? O governo e os partidos progressistas não devem temer a resposta que os fatos comunicam: o Estado brasileiro, apesar de tudo, ainda tem poder político e instrumental para reordenar a economia. A maior lição desse episódio é que ele vale também para outras esferas e desafios. (LEIA MAIS AQUI)

 

As eleições e a política redistributiva de Sarkozy

Nicolas Sarkozy seguiu uma política redistributiva de renda. Redistributiva? Sim, para os mais ricos. De 2007 a 2011, redistribuiu, sob a forma de cortes na arrecadação de impostos, 84 bilhões de euros. Destes, 50 bilhões foram para as empresas. 34 bi, para os proprietários de imóveis. Porém desses últimos 34 bi, 19 foram destinados a poupar impostos para os 10% de propriedades mais ricas; 15 bi destinaram-se aos 90 % de propriedades médias e menos valiosas. O artigo é de Flávio Aguiar, direto de Berlim.

Berlim - Tornou-se lugar comum atribuir a possibilidade de derrota de Nicolas Sarkozy nas eleições francesas – cujo primeiro turno se realiza neste domingo – ao cansaço do eleitorado com o estilo “pop star” do seu desempenho, inclusive na presente campanha. Nesta, Sarkozy lembra o título de uma comédia do dramaturgo gaúcho Jozè Joaqim de Qampos Leão Qorpo-Santo (sic), precursor oitocentista do Teatro do Absurdo: Hoje sou um; e amanhã, outro.

Derrotado nas prévias de intenções de voto, Sarkozy pula que nem boneco de mola, ontem criticando os bancos, hoje prometendo salválos da bancarrota, investindo à direita contra os imigrantes ante-ontem, depois de antes proclamar-se ‘o presidente de todos os franceses’, e assim por diante. Além disso o irrequieto presidente francês arroga-se um ar de Luís XV, apregoando algo parecido com a famosa frase atribuída ao monarca (segundo outras fontes à sua amante n* 1, Madame de Pompadour): après moi, le Déluge, depois de mim, o Dilúvio, referindo-se à possibilidade de seu rival François Hollande se eleger.

Esse cansaço existe de fato. Indício dele é até mesmo o conservador ex-presidente Jacques Chirac ter preferido apoiar Hollande a Sarzozy. Ele está presente também nas pesquisas que apontam estarem os eleitores do candidato de centro-direita François Bayrou divididos entre votar em Hollande ou em Sarkozy no segundo turno, com leve vantagem para o primeiro. Mesmo eleitores de Marine Le Pen (14% deles) anunciam preferir Hollande no turno decisivo.

Mas esse cansaço não explica tudo. Assombra a “mansão eleitoral” de Sarkozy o mesmo fantasma que derrubou governos à esquerda e à direita em outros países, mais à esquerda do que à direita: a decepção com as promessas não cumpridas, ou revertidas depois da eleição.

Exemplo: eleito, Sarkozy proclamou que a partir de seu governo os franceses “trabalhariam menos e ganhariam mais”. Sucedeu o contrário. Sarkozy aumentou o limite mínimo de idade para aposentadoria, o que penaliza os mais pobres, que começam a trabalhar mais cedo e têm condições de trabalho e vida mais insalubres. Sua política de contornar ou neutralizar o poder de barganha dos sindicatos contribuiu para abaixar os salários. Para completar esse quadro, o desemprego, que em 2007, quando assumiu o governo, era 7,9% e hoje é 10%: ou seja, quem trabalha menos, na verdade, são os desempregados.

Mas tem mais. Estudo conjunto do “
Think-Tank Terra Nova” e do jornal Libération mostra que Nicolas Sarkozy seguiu uma política redistributiva de renda. Redistributiva? Sim, para os mais ricos.

De 2007 a 2011 Sarkozy (e seu primeiro ministro François Fillon, é bom não esquecer) redistribuiu, sob a forma de cortes na arrecadação de impostos, 84 bilhões de euros. Destes, 50 bilhões foram para as empresas. 34 bi, para os proprietários de imóveis. Porém desses últimos 34 bi, 19 foram destinados a poupar impostos para os 10% de propriedades mais ricas; 15 bi destinaram-se aos 90 % de propriedades médias e menos valiosas.

Como Sarkozy congelou em 50% a alíquota máxima de Imposto de Renda, sua amiga e apoiadora Liliane Bettencourt, da empresa de cosméticos L’Oréal, recebeu uma devolução retroativa avaliada em 30 milhões de euros. Além disso, a dona da L’Oréal envolveu-se numa série de escândalos denunciados na mídia francesa, com membros do governo de Sarkozy. Agora, Hollande promete elevar aquela alíquota para 75%. De passagem, observe-se que esse jogo de alíquotas, em qualquer dos casos, deve causar profundo mal-estar em nossos permanentes críticos do chamado “custo Brasil”, e que apregoam ter nosso país os impostos mais altos do mundo, etc.

No mesmo estudo do Terra Nova/Libé, demonstra-se que a relação dívida pública/PIB da França, hoje em 85%, seria menor do que a alemã (83,5%), caso não houvesse aquele corte na arrecadação de impostos.

Enfim, um dos problemas para a reeleição de Sarkozy é a de que ele, traduzindo os adjetivos para o nosso universo austral, não conseguiu livrar-se da pecha de ser apenas “a mãe dos ricos”.

Até porque “pai dos pobres”, a gente sabe, só houve um.