Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não adianta a Globo mentir e espernear: vai ter que encarar a CPI do Cachoeira




  • Entrevista de Walter Pinheiro de ontem desmente o Globo de hoje.

    A que ponto chega a manipulação do jornal "O Globo" em espalhar falsos boatos para tentar impedir a CPI do Cachoeira.

    O jornal de segunda-feira é impresso na noite de domingo (ou primeiras horas de segunda), logo se o jornalista  quiser colher declarações deveria entrevistar no domingo durante o dia, do contrário terá que inventar ou publicará matéria com declarações antigas, da semana passada.

    No domingo o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, concedeu entrevista em Salvador (BA) a outro veículo de imprensa, o Bahia Notícias, onde confirmou e defendeu a necessidade de CPI do Cachoeira. Eis alguns trechos da entrevista:
O Senado vai ter que tocar, de um lado, a quebra de decoro de Demóstenes, que representará a perda de mandato. Mas, por outro lado, não pode transformar toda essa rede de negócios montada por Carlinhos Cachoeira e que envolveu gente do Legislativo, do Executivo, do Judiciário e da iniciativa privada em um fato no qual a cassação de mandato resolveria o problema. É importante que o Senado julgue o decoro, mas dê uma contribuição grande para que todas as coisas levantadas sejam apuradas
... o que é que nós estamos pedindo? Que os dados venham à tona, exatamente para evitar proteção, seja lá para quem for. É por isso que, quando nós pedimos inicialmente que os dados chegassem à Corregedoria e ao Conselho de Ética, era para a gente ter os dados e não ficar conhecendo em dose homeopática pela imprensa, entendeu? Como o Supremo Tribunal Federal informou ao Senado que não enviaria os dados, a não ser que tivesse uma CPI, então está aí a CPI. 
No mesmo domingo, às 19hs, o presidente da Câmara Marco Maia, outro petista publicou em seu site o artigo "Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?", não deixando qualquer dúvida quanto ao apoio à CPI.

Mesmo com tudo o que aconteceu na semana passada e isso aí acima que aconteceu no domingo, na edição de segunda-feira do jornal O Globo sai essa falsa notícia:


Durante o dia da segunda-feira, novos desmentidos. O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP) desmentiu qualquer recuo, assim como o senador Walter Pinheiro também declarou que a CPI não tem volta.

Afinal por que a Globo tem tanto medo da CPI do Cachoeira? Talvez o começo da resposta esteja neste artigo abaixo do jornalista Marco Aurélio de Mello:

Teria a Globo (Ali Kamel) se Banhado nas Águas Lindas de Cachoeira?

ARGENTINA DIZ BASTA À ESPOLIAÇÃO DA REPSOL


A Argentina nacionalizou 51% das ações YPF pertencentes à espanhola Repsol. A decisão  soberana anunciada nesta 2ª feira pela presidenta Cristina Kirchner em rede nacional de rádio e televisão  é uma resposta ao vampirismo que tem pautado a atuação do capital espanhol no setor. A Repsol detinha 57% da petroleira argentina privatizada em 1993 no processo de desmonte neoliberal do Estado argentino promovido pelo então festajado governo Carlos Menen. Em 2010 os investidores espanhóis extraíram um lucro de 1,4 bilhão de euros do subsolo argentino. A produção nacional de petróleo, porém, recuou  quase 5,5%. A Repsol não furou um único poço de petróleo na Argentina desde 2009. Não são aleatórias as semelhanças entre o desdém da Repsol com as necessidades do desenvolvimento argentino e a indiferença solene com a qual reagia a Vale do Rio Doce, por exemplo, durante a gestão do tucano Roger Agnelli, aos apelos de Lula para investir mais no país. Ou, para ficar num exemplo mais recente, à desfaçatez da banca privada que rejeita qualquer recuo nos seus spreads, os mais altos do mundo.(LEIA MAIS AQUI)

*Cúpula das Americas:Dilma  passa um sabão no Tio Sam.(LEIA MAIS AQUI) 

A CPI do Cachoeira vem aí!

Conto com seu apoio: assine e compartilhe a petição abaixo e faça a sua parte. Vamos juntos lutar contra a corrupção!

Protógenes Queiroz

Maia reduz a Veja a pó. E a mídia inteira silencia


Há, até agora, um silêncio completo dos sites dos grandes jornais sobre a nota emitida ontem, às 19 horas, pelo presidente da Câmara dos Deputados – a terceira posição na hierarquia de poder deste país – sobre o comportamento da revista Veja, que lhe imputa atitudes conspiratórias (?) ao defender a instalação de uma CPI sobre o caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A nota não podia ser mais clara e lúcida, a partir de seu título: “Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?”.
Nela, Maia diz o óvio, que toda a grande imprensa nega-se a admitir: que a CPI sairá por agordo quase unânime de todas as forças políticas.
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;
Qual é o problema, é chamar Cachoeira de contraventou e não de “empresário do ramo de jogos”, como faz a Veja? Ou é dizer que suas ligações com a imprensa devam ser também investigadas? A imprensa (ou a Veja, claro) está acima da lei?
O presidente da Câmara dá um basta a essa indignidade de dizer que apurar notórias irregularidade seria “cortina de fumaça”:
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como “Mensalão”;
E não tergiversa, como é comum acontecer no mundo da política, nem entra na conversa fiada de que conhecer a verdade é ameaçar a imprensa. Ora, isso só seria ameaça se a imprensa mente, não é verdade?
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;
Maia manda o recado: ínvestigar isso é próprio de países civilizados e das democracias. E vai onde dói:
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;
O presidente da Câmara porta-se com uma altivez cada vez mais rara de encontrar-se nos homens públicos e brinda o país com um raríssimo momento em que se vê um deles indignar-se e reagir contra o abuso sistemático de uma publicação que se arvora em dona do país:
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco “todos”) os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.
O deputado Marco Maia vai ser jurado de morte por essa organização, como diz ele, autoritária e totalitária.  Mas abre, à custa de seu próprio pescoço, uma gigantesca esperança de que a verdade possa surgir e que este país seja, de verdade, libertado das máquinas de poder político que, derrotadas sucessivamente nas eleições, continuam a impingir, pela via da manipulação, a decisão sobre que é ou não é honesto.
E que não se acanha em fazer, sobre as instituições políticas e judiciais, o lobby do terror, do medo, da intimidação.
É escandaloso que o restante da imprensa mantenha este silêncio. Gostem ou não do que disse Marco Maia isso é notícia e notícia das mais importantes.
Se esse silêncio orquestrado não é golpismo, o que é?

Marco Maia rasgou o “Cortinão”


A nota do presidente da Câmara, Marco Maia, por mais que a imprensa a esteja escondendo, acaba de reduzir praticamente a zero a possibilidade de abafarem-se as ligações entre Carlinhos Cachoeira e as campanhas de mídia que se desenvolveram (ou se desenvolvem, melhor dizendo) contra os governos Lula e Dilma.
Aliás, não é outra a razão de terem mandado sua nota pública para “a Sibéria do esquecimento”. Não a publicam.
Porque é o primeiro e mais forte gesto de oposição a uma estratégia perversa que, com um roteiro fácil de adivinhar, vinha sendo seguido pelos jornalões.
Tão fácil que foi antecipado aqui, há dias:
“Anotem aí: falta pouco, muito pouco, quase nada, nada mesmo para que se atribua a Lula e a José Dirceu o escândalo Cachoeira.”
Cabe hoje a Ricardo Noblat assumir que a CPI do Cachoeira não é uma imposição da dimensão do escândalo, mas uma conspiração perversa para encobrir o caso do “mensalão” e, pasmem, desestabilizar o Governo Dilma.
Conspiração de Lula e de José Dirceu, claro.
Folha, Estadão e O Globo, no final de semana, tiveram a mesma ideia, claro que casualmente.
Imprensar o novo presidente do STF, Carlos Ayres Brito, contra a parede, para colocar o caso do “Mensalão” sumariamente em julgamento.
Aliás, de preferência, um julgamento também sumário.
Que independa de provas, de contraditório. Afinal, o STM – Supremo Tribunal da Mídia – já condenou aquele que quer condenar: José Dirceu. Os outros 37 acusados nenhuma importância tem.
Porque a estratégia é simples: se Dirceu era o homem de confiança de Lula, condená-lo é condenar seu chefe.
Mas, aos 45 minutos do segundo tempo, apareceu a ligação entre Cachoeira e o centro da campanha de acusações contra o governo Lula. Apareceu a cumplicidade entre o bicheiro e o centro do “Comando Marrom”, a Veja.
Num movimento de manada, foram todos correr atrás de uma improvável proteção: a da presidente Dilma.
Eles, que “adoram” a Presidenta – todos recordam como provaram isso na campanha, não é? – estão preocupadíssimos com os efeitos que a CPI possa causar a seu governo… Chegam a psicografar diálogos privados entre a Presidenta e Lula, onde ela suplicaria para que o “malvado” não deixasse a CPI sair.
Só um completo pateta pode acreditar nessa história. Claro que Lula e Dilma podem ter visões diversas sobre o timing político, mas é muito mais evidente que Dilma sabe que tudo que atinge o ex-presidente a atinge e vice-versa, porque ambos são protagonistas e alicerces de um único processo de transformação da vida brasileira.
Mas o “Comando Marrom” julga o caráter das pessoas pelas suas próprias deformidades. Vive num mundo de troca de vantagens e privilégios, onde o heroi de hoje é o lixo de amanhã. Não foram a Veja e a Globo que tiraram Fernando Collor do anonimato e fizeram dele presidente da República, para depois lançarem-no à vala, acusado dos mesmos esquemas que o envolviam antes, quando era um simples oligarca local?
Marco Maia furou este balão.
A CPI sai e não esconderá  as ligações entre Cachoeira e a Veja.
Não é uma cortina de fumaça, mas o fim de uma cortina de fumaça com que se encobria objetivos políticos inconfessáveis.
Se houve ou não o “mensalão”, cabe ao Supremo, livremente, julgar. Mas à CPI cabe, agora, revelar o submundo de promiscuidade entre a Veja e um bandido.
O Brasil está na iminência de tornar-se uma República.

Pesquisas seguem apontando vitória de socialista na França



Faltando apenas uma semana para o primeiro turno das eleições presidenciais francesas os dois principais candidatos mediram suas forças e sua capacidade de mobilização em duas gigantescas concentrações em Paris. As pesquisas parecem ter congelado em um mesmo marcador: a vitória de François Hollande. No sábado passado, os ponteiros das pesquisas voltaram a colocar Hollande acima de Sarkozy no primeiro turno e ampliaram a margem de vitória do socialista no segundo turno, em 6 de maio.

Paris - A confrontação eleitoral ocupou as ruas. Faltando apenas uma semana para o primeiro turno das eleições presidenciais francesas os dois principais candidatos mediram suas forças e sua capacidade de mobilização em duas gigantescas concentrações ao final das quais não há um ganhador, mas sim um imitador, o presidente candidato Nicolas Sarkozy. O chefe de Estado convocou seus partidários à Place de la Concorde depois que seu rival socialista François Hollande chamou os seus apoiadores para se concentrar em Vincennes. Sarkozy copiou o dia, a hora e até usou o truque de adiantar a hora oficial de seu discurso para ganhar de François Hollande. Estes truques revelam as dúvidas e as preocupações que atingem o campo conservador.

As pesquisas parecem ter congelado em um mesmo marcador: a vitória de François Hollande. No sábado passado, os ponteiros das pesquisas voltaram a colocar Hollande acima de Sarkozy no primeiro turno e ampliaram a margem de vitória do socialista no segundo turno marcado para o próximo 6 de maio. A confrontação filosófica é apaixonante: um candidato presidente que se apresenta como o salvador de uma “civilização” em perigo, que agita todos os espantalhos do medo, o medo do vermelho, dos estrangeiros, dos mercados; o outro, o socialista, que fez da raiva contra as injustiças concentradas nesta década de governos de direita o seu fio condutor, que fala de concórdia, que desarticula o medo com sua postura ponderada, com sua lentidão calculada. A oposição é total, até no silêncio. Nicolas Sarkozy funciona como uma sinfonia extravagante. François Hollande como uma delicada sonata.

Sarkozy na Place de la Concorde e Hollande em Vincennes, ambos promoveram uma concentração de aproximadamente cem mil pessoas. O objetivo dos dois comícios era distinto: para Sarkozy, tratava-se de mobilizar suas tropas e de oferecer uma demonstração de forças, enquanto que o candidato socialista buscava protagonizar um “momento festivo” para deixar claro que, digam o que digam as pesquisas, a disputa “não está ganha”. Os dois candidatos lutam no sentido contrário: Hollande adverte para que ninguém se iluda em acreditar que as pesquisas de opinião já garantiram a vitória, e Sarkozy para animar seu eleitorado diante dos prognósticos negativos das pesquisas.

Nicolas Sarkozy, com seu estilo autoritário e nervoso, dirigiu-se à “maioria silenciosa” dizendo: “povo da França, não tenham medo, eles não ganharão se vocês decidirem que vocês querem ganhar”. O discurso de Sarkozy foi tão confuso quanto sua campanha. Uma grande mistura em um ritmo tão trepidante e enredado que, por momentos, não se sabia se quem estava falando era um liberal, um social democrata, um político da extrema direita, um centrista ou um tecnocrata de Bruxelas. Sarkozy pediu emprestado a cada um desses setores um pouco de seus conteúdos. O presidente candidato permitiu-se até o luxo de roubar referências culturais do candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon.

Como um boxeador que luta contra vários espectros no ringue, Sarkozy acusou seus adversários de “dilapidar a herança da França eterna”, defendeu a urgência de controlar as fronteiras para frear a imigração, questionou a validade do livre comércio, atacou o Banco Central Europeu (BCE) e pediu ajuda para ganhar. Tudo num só programa! Os papeis se inverteram nesta campanha. Nicolas Sarkozy tirou o traje de presidente para ser candidato e deixar esquecido o balanço de sua gestão. Ao mesmo tempo, o candidato socialista adotou uma postura quase de chefe de Estado em exercício, sereno, sempre flutuando nas alturas.

No comício de Vincennes, François Hollande colocou o acento nas “falsas evidências das pesquisas “ e na “euforia”. O candidato da rosa socialista evocou essa “esperança calma, firme, lúcida” que se sente crescer no país. “Não tenham medo. Eles estão dispostos a tudo, mas nós estamos prontos para presidir a França”, disse Hollande á multidão. Respondendo diretamente à estratégia que a direita usou durante a semana com o discurso do medo e do caos que invadiriam a França em caso de vitória socialista,
Hollande declarou: “Eles dizem que depois virá o caos. Não. Depois deles virá a mudança”. Logo em seguida, o candidato socialista desqualificou a ideia segundo a qual existe uma maioria sem voz, a qual se dirigiu Sarkozy na Place de la Concorde: “não há uma minoria ruidosa e uma maioria calada”, rebateu.

O combate frontal entre Sarkozy e Hollande restaurou na França a esquecida e insuperável oposição entre a esquerda e a direita. Esse antagonismo reencarnado nestas eleições presidenciais deixou muito para trás os demais candidatos. Só a extrema-direita da Frente Nacional e a esquerda radical de Jean Luc Mélenchon tem um espaço de escuta consequente no eleitorado. É paradoxal que Nicolas Sarkozy tenha repetido em seu comício o esquema que seus próprios aliados e conselheiros questionam.

A imprensa francesa registrou esta semana da profunda incerteza que se apoderou do campo conservador. Não sabem se é o caso de guinar para a direita, de viajar mais uma vez pelos territórios da extrema-direita ou de dar uma volta para o centro. “Nossas ideias não estão colando”, reconheceu, sob anonimato, um conselheiro de Sarkozy citado pelo Le Monde. O comício do presidente candidato foi uma síntese dessa dúvida: um pouco de cada coisa, um giro do timão para a direita, outro para o centro, uma passagem pela socialdemocracia e assim por diante. O barco liberal-conservador navega para as urnas com um timão sem rumo e sem uma mensagem precisa.

Tradução: Katarina Peixoto

Maia: por que Murdoch é contra a CPI ?

O Conversa Afiada reproduz nota à imprensa do Presidente da Câmara, Marco Maia:

Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?


Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:


- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;


- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como “Mensalão”;


- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;


- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;


- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco “todos”) os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;


- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;


- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.


Dep. Marco Maia,


Presidente da Câmara dos Deputados


Em 15 de abril de 2012