Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 21 de março de 2012

Caça aos diferentes

Muçulmanos e judeus foram assassinados na França.
A morte dos judeus teve repercussão internacional.
A dos muçulmanos até a mídia publicada no Brasil boicotou.
Mostrando mais uma vez que o anti-semitismo continua em pleno vapor.
Seja no Brasil ou nos Estados Unidos e Europa.
Na Europa e Estados Unidos o boicote aos muçulmanos é coisa pensada.
No Brasil é por ignorância mesmo.
Dos que se autodenominam jornalistas, mas ignoram o significado do A,B,C.
E do Alef então, que os céus nos perdoem.
O jornalismo no Brasil sofre de esquizofrenia cultural.
Todo o saber provem dos programas de TV e filmes hollywoodianos.
Com as devidas ressalvas.
O que eu posso sugerir aos muçulmanos - aprendam a se defender.
E aos judeus, que procurem abrigo nos países árabes.
Onde sempre foram bem recebidos e também protegidos.
Quem sempre perseguiu os judeus foram os europeus e estadunidenses.
Quem queimou judeus na fogueira, durante a inquisição e mesmo depois dela, foram os europeus.
Quem colocou os judeus em campos de concentração foram os europeus.
Quem produziu o holocausto foram os europeus.
Por isso digo.
O melhor para os judeus é buscar abrigo em países árabes.
E muçulmanos.
Afinal, no Marrocos, um dos títulos do rei é “Protetor dos judeus”.
E no Iran vivem mais de 30 mil judeus.
Ha mais de dois mil anos e jamais foram perseguidos.
Mesmo agora, quando o sionismo barbariza os palestinos, os judeus iranianos vivem em completa harmonia.
Possuem suas sinagogas, hospitais, escolas e têm ate representantes no parlamento.
Mesmo no esquartejado Afeganistão, há uma Mesquita de Maria, em homenagem à mãe de Jesus Cristo.
Não sei se essa mesquita continua em pé porque os Estados Unidos não deixaram pedra sobre pedra.
Estados Unidos, nação cantada e louvada pela ignorância como exemplo de democracia.
Que o digam os que padecem nas câmaras de tortura no Afeganistão, no Iraque, na Líbia.
Que o digam os civis sírios massacrados pelos terroristas financiados pelos Estados Unidos e Europa.
O melhor exemplo da democracia estadunidense é a Ku Klux Klan.
O melhor para os judeus, se me permitem, é juntar-se aos palestinos.
Apesar do sofrimento, os palestinos sempre perdoaram seus algozes.
É só consultar a História.
No Blog do Bourdoukan

Demóstenes perde rede de proteção no Senado


Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado

Na linha de tiro desde a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) deve ser investigado pelos colegas; senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protocolou representação pedindo investigação da relação entre Demóstenes e Cachoeira
A relação entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira deve render investigação no Senado. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) protocolou nesta terça-feira (20) uma representação assinada também pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) pedindo a apuração das “denúncias divulgadas na imprensa contra o Senador Demóstenes Torres”. Como mostrou 247, Cachoeira teria trocado quase 300 ligações com Demóstenes e lhe presenteou com eletrodomésticos no valor total de R$ 47 mil. Além disso, o senador teria uma faculdade em sociedade oculta cujo parceiro fica apenas no ar.
Segundo a Revista Época, Cachoeira habilitou, nos Estados Unidos, 15 rádios Nextel, devidamente distribuídos entre pessoas de sua confiança. A habilitação em país estrangeiro teria a finalidade de impedir que os mesmos fossem alvo de monitoramento pela polícia. Entre os contemplados com os aparelhos estaria Demóstenes Torres.
Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro deste ano, acusado de chefiar uma quadrilha especializada em explorar máquinas caça-níqueis. A prisão foi resultado da Operação Monte Carlo, desencadeada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal e a Receita Federal.
Autor do pedido de investigação, Randolfe Rodrigues ressaltou que as acusações são graves e é necessário que o Senado tome as rédeas da apuração. Na representação, o senador amapaense solicita também que o Congresso Nacional requeira ao procurador-geral da República todas as informações e documentos que apontam o envolvimento de parlamentares nas ações investigadas pela Operação Monte Carlo, visando a adotar as providências cabíveis no caso.
No Brasil 247

SERRA ACHA QUE SP ESTÁ BOMBANDO




"Nunca se fez tanto na capital quanto nos últimos oito anos" (José Serra;Valor; 21-03-2012). Fatos: 1) 'O prefeito Gilberto Kassab (PSD) havia anunciado durante a campanha eleitoral, em 2008, corredores de ônibus tecnológicos e com área para ultrapassagem. Só agora, no entanto, em seu último ano de mandato, ele promete iniciar as primeiras obras' (Folha;21-03-2012); 2)  'SP anuncia plano contra enchentes para... 2040;obras mais simples, no entanto, devem ficar prontas em cinco anos' (Folha; 07-03-2012); 3)  '71% da população não daria um novo mandato a Kassab; 47% não votaria num candidato apoiado por ele; 36% consideram sua administração ruim' (Datafolha; 07-03-2012)

Hoje é o Dia contra o Racismo. O jn vai noticiar ?




Saiu na pág. 2 da Folha (*):

O assunto é racismo

Eliminar a discriminação contra negros


Eloi Ferreira de Araujo


Cotas, lei do ensino da história afro-brasileira nas escolas e o reconhecimento de quilombos foram vitórias, mas o racismo ainda impede a igualdade


Há 52 anos, em 21 de março de 1960, cerca de vinte mil negros protestavam contra a lei do passe na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Lutavam contra um sistema que os obrigava a portar cartões de identificação que especificava os locais por onde podiam circular. Era uma das lutas contra o apartheid.


No bairro negro de Shaperville, os manifestantes se defrontaram com tropas de segurança daquele sistema odioso. O que era para ser uma manifestação pacífica se transformou em uma tragédia. As forças de segurança atiraram sobre a multidão, deixando 186 feridos e 69 mortos. Esse episódio ficou conhecido como o massacre de Shaperville.


Em memória às vítimas do massacre, em 1976, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.


Destacar esse acontecimento é importante para que nunca esqueçamos dessa face cruel do racismo, que não hesita em atirar em pessoas indefesas. Assim, há 36 anos, o dia 21 de março é um marco para a comunidade negra na luta contra o racismo e as discriminações. Ainda hoje, a influência do racismo impede que negros vivam em condições de igualdade com os não negros.


As ações afirmativas de cotas na universidade para os jovens negros, o Prouni, o programa de saúde para a população negra, o reconhecimento das terras dos remanescentes de quilombos, o combate à intolerância religiosa em face das religiões de matriz africana, entre outras ações, trazem para ordem do dia um pouco dos desafios que ainda temos de enfrentar para construir uma sociedade mais igualitária.


Contudo, podemos nos orgulhar pelos avanços dados nos últimos anos. Um deles foi a lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio das escolas pública e particular de todo o país.


Outro foi a lei 12.288, que dispõe sobre o Estatuto da Igualdade Racial. Essa é a primeira lei desde a abolição da escravidão que reúne inúmeras possibilidades para que o Estado brasileiro repare, de uma vez por todas, as desigualdades que são resquícios da escravidão.


A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2011 como o ano internacional dos povos afrodescendentes. Buscou com isso que os Estados independentes concentrassem ações para reparar as desigualdades raciais.


Visto que foi insuficiente aquele período de tempo, instituiu a década dos afrodescendentes, que será lançada em dezembro de 2012.


É a hora do fortalecimento das ações pela igualdade em todos os países que tenham tido mão de obra escrava como base de seu desenvolvimento capitalista, algo que originou desigualdades raciais de natureza histórica.


O mundo é melhor com as diferenças e diversidades. Vamos continuar avançando na construção da cidadania e do acesso igualitário aos bens econômicos e culturais para negros, indígenas, ciganos e todos os segmentos minoritários da sociedade.


O massacre dos jovens negros de Shaperville será lembrado para sempre. A luta deles nos inspira a caminhar pela igualdade de oportunidades e por sociedades livres do racismo e do preconceito.


ELOI FERREIRA ARAÚJO, 52, é presidente da Fundação Cultural Palmares, órgão vinculado ao ministério da Cultura



A reprodução deste artigo é uma singela homenagem a Ali Kamel, poderoso diretor de jornalismo da Globo, autor de um best seller “Não somos racistas”, e seu subordinado, Heraldo Pereira, que processa este ansioso blogueiro por … era só o que faltava ! … por … racismo !
Clique aqui para ler “Gilmar, Kamel e Heraldo, como PHA se defendeu”.
Este ansioso blog publica uma Antologia da Treva.
É uma seleta de artigos de Ali Kamel que se contrapõe à intenção da Globo de aproximar-se da Classe C. Porque Kamel, além de explicar por que não somos racistas, nem negros nem brancos, é contra o Bolsa Família, gostaria de fechar o SUS e o invejado sistema de saúde pública do Canadá, diz que o FHC fez o Apagão da energia para salvar criancinhas, é a favor da remoção de favelas, ou seja, 1, 2 3 mil Pinheirinhos, e chega a defender a Globo do que a Globo não se defende: a omissão diante da Campanha das Diretas Já.
Como se sabe, Ali Kamel, inimigo das cotas, é o mais poderoso diretor de jornalismo da História da Globo.
Este ansioso sabe o que diz, porque trabalhou com os outros três.
A Globo é o Kamel !

Quem financia Cerra no Acre e FHC contra Chávez ?

Um Cessna e R$ 80 mil


O ansioso blogueiro recebeu este e-mail de amigo navegante que nutre especial admiração pelos tucanos de São Paulo:


PHA,

01) em anexo a foto do Serra desembarcando em Rio Branco (AC), dia 17, sábado, de um Cessna Sovereign, táxi aéreo, cujo fretamento no trecho São Paulo/Rio Branco/São Paulo custa a bagatela de R$ 80 mil. Pergunta cabível: quem pagou ?


02) Fernando Henrique na Venezuela, fazendo campanha contra Chávez, pelo candidato da extrema-direita (mais de 30 pontos atrás de chaves), em evento financiado pelo banco Banesco, de um militante da direita venezuelana, o furibundo banqueiro Juan Carlos Scotet, cujos negócios não vão muito bem…


FHC, que não faz campanha p/ o PSDB, foi à Venezuela apoiar direita e é chamado de “vende-pátria, traidor e hipócrita” http://bit.ly/xDlGRp

E, a seguir, o post do Miro referente às atividades do “vende-pátria”:

FHC faz campanha na Venezuela

Por Altamiro Borges

No final da semana passada, o ex-presidente FHC participou de um seminário em Caracas promovido pela chamada Internacional Socialista – a mesma que traiu suas origens, abraçou o receituário neoliberal e é uma das responsáveis pela grave crise econômica que afunda a Europa. Ele estava acompanhado dos ex-presidentes “sociais-democratas” Ricardo Lagos, do Chile, e Felipe González, da Espanha.


A mídia golpista da Venezuela saudou a presença dos três políticos derrotados e desmoralizados em seus países, apresentando-os como representantes da “esquerda moderada e moderna”, distantes do “radicalismo” de Hugo Chávez. Já a mídia mais próxima ao governo criticou duramente os visitantes, acusando-os de fazer campanha disfarçada do empresário direitista Capriles Radonski.

“Vende-pátria e traidores”

O jornal “Vea”, em editorial, chamou os três ex-presidentes de “hipócritas”. Lembrou que FHC, Lagos e González foram “culpados pelos males das suas respectivas nações” e agora tentam se passar por “gestores competentes”. Já na Venezolana de Televisión, o sociólogo Miguel Ángel Pirela afirmou que o seminário internacional reuniu famosos “vende-pátria e traidores”.

Tirando a retórica, é evidente que a visita não se deu por acaso. A Venezuela está em plena campanha para a eleição presidencial, marcada para outubro. O clima já é de tensão. Os três visitantes nunca esconderam a sua oposição ao presidente Hugo Chávez. No caso de Felipe González, ele deu apoio explícito aos direitistas que promoveram uma tentativa frustrada de golpe de estado em abril de 2002.

Economia com rosto humano?

FHC, Lagos e González representam a ala da Internacional Socialista que pregou e aplicou o receituário neoliberal de desmonte do estado, da nação e do trabalho. Na maior caradura, eles deram palestras sobre o tema “visões de uma economia com rosto humano” – logo eles que foram responsáveis por recordes de desemprego, arrocho salarial e precarização do trabalho.

Na propaganda do evento, os três foram apresentados como “estadistas progressistas, que mudaram a história de seus países”. O seminário teve ampla cobertura da emissora golpista Globovisión, que está totalmente engajada na campanha de Capriles Radonski, e foi financiado pelo banco “privado” Banesco, presidido por Juan Carlos Escotet, um ativo integrante da oposição venezuelana.

O banqueiro que financia a oposição

Conforme apontou Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), “o dono do Banesco banca a oposição e sempre jogou na desestabilização do atual governo”. Sobre o seminário, ele advertiu: “É preciso analisar o que estes presidentes fizeram em seus países para que venham meter o seu nariz na Venezuela”. O recado tem todo sentido!

Esta foi a quarta edição do seminário “visões de uma economia com rosto humano”. A primeira ocorreu em 2002, no mesmo ano do golpe frustrado, e contou com a presença de Lech Walesa, o notório anticomunista da Polônia. Já em 2004, ano do referendo revogatório que confirmou Hugo Chávez, a estrela foi Mikhail Gorbatchov, o responsável pelo desmonte da União Soviética.

Um marco esquecido na história

Nos 50 anos da UnB, para o prof. José Salomão David Amorim.
No ainda inédito e valioso depoimento que escreveu sob o título Anos setenta: a UnB e a definição das políticas de comunicação no Brasil (a ser publicado pela Editora da UnB), o professor Marco Antonio Rodrigues Dias – ex-professor, chefe do antigo Departamento de Comunicação (COM), decano de Extensão e vice-reitor – lembra:
“[a posição do Ministro das Comunicações, Euclides Quandt de Oliveira] começou a despertar o interesse dos cursos de comunicação pelo país afora e teve um impacto espetacular quando o ministro, em agosto de 1975, abriu, na UnB, um seminário latino-americano de comunicação, na presença dos maiores especialistas e estudiosos da comunicação naquela época em vários países da América Latina” (grifo nosso).
Embora muito mais seja dito sobre a importância histórica do ministro Quandt de Oliveira e do grupo de professores-pesquisadores em comunicação da UnB, à época, o professor Marco Antonio nada mais acrescenta sobre o “seminário latino americano de comunicação”.
No portal da UnB, a página da Faculdade de Comunicação faz apenas um breve registro do referido seminário:
Aos poucos o Departamento começa a dar os primeiros passos fora do campus. O primeiro foi o inicio, em julho de 1974, do Programa de Mestrado (...). O outro acontecimento importante foi a realização, em 1975, na UnB, do I Seminário Latino-Americano de Comunicação, sobre “Comunicação e Desenvolvimento”, do qual participaram especialistas de renome nacional e internacional (ver aqui).
Este artigo pretende registrar o significado singular que o referido seminário teve (1) como referência para o debate sobre políticas públicas de comunicações; e (2) na pesquisa da comunicação, tanto no Brasil como na América Latina.
O contexto dos anos 1970
Primeiro é preciso lembrar que vivíamos tempos sombrios. Era o início do governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) com promessas de abertura política, resistência dos militares da chamada “linha-dura” e violenta repressão aos movimentos de oposição à ditadura. O clima de insegurança se refletia, por óbvio, na atividade acadêmica, sobretudo, na Arquitetura e na Comunicação, historicamente vistas pelos órgãos de segurança – internos e externos – como áreas “problemáticas” na UnB.
Em artigo anterior, relatei um encontro acontecido, por iniciativa da Globo, na UnB (1975), entre professores do COM e altos dirigentes do poderoso grupo de mídia, entre eles Walter Clark (diretor geral), Luiz Eduardo Borgerth (diretor), Otto Lara Resende (assessor da presidência), infelizmente já falecidos. O encontro tinha por objetivo “trocar idéias sobre as comunicações no Brasil”.Lembrei, então, o contexto em que o encontro ocorreu, pontuando, dentre outros:
** O Ministro das Comunicações (Quandt de Oliveira) vinha fazendo uma série de críticas públicas à televisão brasileira, todas de grande repercussão. Uma delas, a aula inaugural no curso de comunicação do CEUB, Centro de Ensino Unificado de Brasília, sobre “A televisão no Brasil” (17/2/1975). Na sua fala ele destacava os “perigos do monopólio” tanto de canais, quanto de audiência, quanto na programação “alienígena”.
** Estava em andamento a criação da Radiobras [Lei n. 6301 de 15/12/1975] que era vista com desconfiança pela Globo temerosa de que se transformasse em destinação preferencial de verbas publicitárias do governo.
** Estava em discussão, dentro do governo, um pré-projeto de regulação da radiodifusão que deveria substituir o [já àquela época] superado Código Brasileiro de Telecomunicações [Lei 4. 117/1962].
** O Departamento de Comunicação da UnB era uma unidade acadêmica que produzia pesquisa crítica sobre a radiodifusão brasileira e acabara de elaborar um pioneiro projeto de unificação das televisões públicas que recebeu o nome de SINTIS, Sistema Nacional de Televisão de Interesse Social. Além disso, circulava que alguns de seus professores tinham acesso ao ministro das Comunicações e o abasteciam com dados nos quais ele fundamentava sua posição, direta e/ou indiretamente, contrária à hegemonia da Globo.
No campo das comunicações, este foi também o período em que começava a ganhar corpo internacionalmente o debate sobre as políticas nacionais de comunicação e a Nova Ordem Mundial da Informação e da Comunicação (Nomic), que provocou a crise que resultou na saída dos EUA (1984) e da Inglaterra (1985) da Unesco (ver “Ideia é relançada 30 anos depois“).
O COM havia iniciado no ano anterior (2º semestre de 1974) o seu programa de mestrado em Comunicação, apenas o quarto a funcionar no país – depois da USP, da PUC-SP e da UFRJ. Apesar de conter um componente de desenvolvimento rural ligado à presença de pesquisadores externos que colaboraram no seu planejamento, o convite a professores visitantes de diferentes orientações teóricas – e o fato de estar em Brasília – fez com que o viés das políticas públicas de comunicação também se vinculasse ao programa. Ademais, já existia um forte conteúdo crítico no COM, expresso na posição antioligopolista e de defesa do conteúdo nacional na radiodifusão brasileira sustentada publicamente por vários de seus professores.
O Seminário Latino Americano de Comunicação
A idéia de se realizar um grande evento acadêmico na área de comunicação havia surgido originalmente para marcar o início do funcionamento do programa de mestrado. Como isso não fora possível, quando o programa completava seu primeiro ano de funcionamento, organizou-se o Seminário Latino Americano de Comunicação (SLAC)que aconteceu na semana entre 24 a 29 de agosto de 1975, no Auditório Dois Candangos.
O pouco tempo de funcionamento do mestrado tinha deixado clara a quase inexistência de reflexões locais e regionais sobre as questões de comunicação. Naquela época, por exemplo, o trabalho pioneiro de crítica ao extensionismo rural e de teorização sobre a comunicação dialógica que Paulo Freire havia começado a desenvolver no Chile era praticamente desconhecido entre nós. Tornava-se imperativo, portanto, valorizar as experiências latino-americanas e criar um referencial prático e teórico que expressasse a realidade social e cultural da região.
Um dos objetivos do SLAC era exatamente reunir os principais pesquisadores da comunicação na América Latina e refletir criticamente sobre a pesquisa e o ensino da comunicação, sobretudo, em nível de pós-graduação. Foram convidados e estiveram no SLAC Antonio Pasquali (Venezuela), Juan Dias Bordenave (Paraguai), Luiz Ramiro Beltrán (Colômbia), Manoel Calvelo Rios (Peru) e Marco Ordoñez (Equador). Veio também Alberto Obligado Nasar, argentino, à época subdiretor geral de informação da Unesco. Entre os brasileiros, além dos professores do COM, estiveram presentes Gabriel Cohn (USP), Muniz Sodré (UFRJ), Eduardo Diatay (UFCE) e representantes do CNPq e da Embrapa que discutiram os desafios da pós-graduação nas ciências humanas em países como o Brasil.
Estiveram também presentes o ministro das Comunicações e um representante da Secretaria de Planejamento da Presidência da República para discutir o II Plano Nacional de Desenvolvimento.
O discurso de abertura do SLAC, pronunciado pelo ministro das Comunicações, teve grande repercussão pública. Quandt de Oliveira era o símbolo de importantes contradições que, àquela altura, existiam no interior do regime autoritário. Ao contrário de seus antecessores, questionava diretamente o controle da mídia, sobretudo da radiodifusão, por uns poucos grupos privados. Em sintonia com questões que estavam sendo levantadas, à época, na Unesco, perguntou:
“Possuímos meios de comunicação de massa em quantidade suficiente para atender as nossas necessidades? De que maneira estão distribuídos os meios de comunicação de massa? Essa distribuição é homogênea em todo o país ou revela desequilíbrios que devem ser corrigidos? Finalmente, qual é a natureza do conteúdo dos meios de comunicação? Este conteúdo é relevante para o desenvolvimento do país ou é composto de material predominantemente trivial, banal?”
A resposta às questões levantadas pelo ministro, por óbvio, era negativa e foi oferecida no próprio seminário. O professor Marco Antonio, por exemplo, que falou dois dias depois, sugeriu:
“A definição de uma política nacional de comunicação é crucial, pois, de acordo com sua motivação, os veículos de massa poderão servir, prioritariamente, a uma finalidade social e cultural ou poderão ter objetivos meramente comerciais, servindo apenas de instrumentos de marketing para melhorar as vendas de determinados produtos. E, neste caso, falar de produção nacional ou estrangeira deixa de ter sentido. (...) O estudo sobre o novo Código Postal e de Telecomunicações é também de fundamental importância. Espera-se que a nova legislação a ser proposta pelo Executivo e discutida pelo Legislativo dê força de lei a princípios e medidas que garantam o uso social dos meios de comunicação. Entre estas, destacam-se: (1) consolidação da adoção do sistema misto de radiodifusão, devendo colaborar todos, governo e grupos privados, no esforço para atingir o desenvolvimento social; (2) medidas que visam a enfraquecer a tendência da concentração da propriedade e da produção e (3) defesa dos valores da cultura nacional, através da obrigatoriedade de porcentagem significativa de produção nacional na programação.”
Inexplicavelmente, a coletânea dos textos apresentados ao longo do SLAC, que deveria ter sido publicada em livro, se perdeu no COM. Hoje, salvo uns poucos originais, não há registro da riqueza das contribuições oferecidas.
A criação de uma associação de pesquisadores
Outro resultado do SLAC foi o nascimento do embrião da Associação Latino Americana de Pesquisadores da Comunicação (Alaic), que viria a ser criada três anos depois em Caracas, na Venezuela.
No último dia do SLAC, 29 de agosto, reuniram-se os pesquisadores Antonio Pasquali (Ininco, Venezuela), José Salomão David Amorim (Abepec, Brasil), Juan Dias Bordenave (Iica), Luiz Ramiro Beltrán (Cida, Colombia), Lytton Guimarães (UnB), Manoel Calvelo Rios (FAO, Peru), Marco Ordoñez (Ciespal, Equador), Ubirajara da Silva (UnB), Venício A. de Lima (UnB) e Vicente Alba (IICA e Embrapa, Brasil) e decidiram criar o “Comitê Latino Americano de Pesquisadores em Comunicação Social”. A secretaria executiva seria na sede do Ciespal, o presidente o professor Salomão Amorim e o secretario executivo, Marco Ordoñez.
Na ocasião foi redigida uma ata, subscrita tanto pelo professor Salomão quanto por Marco Ordoñez, que diagnosticava a situação da pesquisa em comunicação na América Latina pela “falta de planificação, de coordenação e de intercâmbio”. Essa situação, portanto, “configura a necessidade de se criar uma entidade destinada a sanar estes inconvenientes”. Além disso, a Ata registrava, dentre outros, os seguintes propósitos do Comitê:
** racionalizar e tornar congruentes os trabalhos de investigação que, neste setor, se realizam na América Latina;
** planificar, na medida do possível, a pesquisa regional em comunicação social;
** favorecer o intercâmbio de experiências e determinar, de comum acordo, sistemas de prioridades;
** favorecer, por todos os meios, a formulação, execução e avaliação das políticas nacionais de comunicação.
É interessante observar que, no portal da própria Alaic, não se encontra qualquer informação sobre a história de criação da entidade.
Por outro lado, em entrevista concedida em 1999, a ex-presidente da Alaic, professora. Margarida Kunsch, afirma:
“A Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación – Alaic – foi fundada em novembro de 1978, em Caracas, Venezuela. Ela surgiu graças à iniciativa de um grupo de pesquisadores (Antonio Pasquali, Luis Ramiro Beltrán, Jesus Martín-Barbero, Alejandro Alfonso, Marco Ordoñez, entre outros), que vislumbraram a importância e a necessidade da comunidade acadêmica de comunicação na América Latina se articular” (ver aqui).
Não há, portanto, qualquer menção ao Comitê ou ao encontro em Brasília, três anos antes, do qual participaram pelo menos três dos pesquisadores explicitamente mencionados como “pais” da iniciativa, isto é, Antonio Pasquali, Luis Ramiro Beltrán e Marco Ordoñez.
Lições para o presente
O SLAC foi pioneiro e ajudou a introduzir as políticas nacionais de comunicação como pauta de interesse público. Trinta e sete anos depois, elas continuam mais que necessárias e boicotadas na agenda da grande mídia. Questões e propostas colocadas na década de 1970, apesar das normas e princípios inseridos na Constituição de 1988, persistem sem solução. Na verdade, políticas nacionais de comunicação ainda constituem um tabu. Basta considerar que não temos, em 2012, um projeto de marco regulatório para o setor de comunicações.
Da mesma forma, os propósitos do Comitê Latino Americano de Pesquisadores continuam incrivelmente atuais. A regulação democrática da mídia que vem ocorrendo em vários países nossos vizinhos precisa ser estudada aqui e o intercâmbio e a integração da pesquisa nunca foram tão necessários.
Recorro ao que escrevi em relação a outra memória singular do COM-UnB (ver “Relato de uma experiência, 40 anos depois“): a experiência – assim como a memória, diria Pedro Nava – é um farol que ilumina para trás. Mesmo assim, o registro de ambas faz parte da reafirmação de nossa própria identidade e se torna necessário, pelo menos, para nós mesmos.
Chefe do COM à época da realização do Seminário Latino Americano de Comunicação,ex-professor e ex-coordenador do programa de mestrado em Comunicação, busco resgatar não só a memória de um importante evento esquecido, como, sobretudo, prestar uma homenagem aos colegas, funcionários e alunos que trabalharam duramente para que tudo isso acontecesse em tempos e circunstâncias adversas.
Essa é também, acredito, uma maneira de celebrar os primeiros cinquenta anos da Universidade de Brasília.
***
Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, entre outros livros, de Regulação das Comunicações – História, Poder e Direitos; Paulus, 2011

Globo e Folha têm medo da verdade


 
Por Altamiro Borges

Em editoriais ontem (19), que até parecem combinados, O Globo e Folha criticaram os setores de sociedade que pretendem, com a instalação da Comissão da Verdade, apurar os crimes da ditadura militar. Na avaliação dos dois jornais, que deram apoio ao golpe de 1964 e às barbáries do regime, não cabe analisar o passado – seja discutindo a Lei da Anistia ou a chacina no Araguaia.



O diário da família Marinho é mais descarado. No editorial “Sem vencidos e vencedores”, até suavizava os crimes da ditadura. “Os militares trataram de manter, mesmo que só formalmente, ritos da democracia representativa... Prendia-se por motivos políticos, cassavam-se vereadores, deputados, senadores, ministros do Supremo, mas procurava-se manter um lustro de ‘democracia’”.

Jornal compara algozes com vítimas

Essa singularidade, segundo o jornal, resultou no “perdão recíproco, dos agentes envolvidos na repressão e participantes da luta armada. Uma fieira de crimes foi cometida por ambos os lados naquela guerra suja e, muitas vezes, subterrânea”. O Globo, na maior caradura, compara os torturadores com os torturados e os golpistas com os democratas que resistiram à ditadura.

Com base nesta leitura histórica, o jornal conclui que “não se sustenta a campanha que volta a ganhar força, com a proximidade da indicação dos nomes da Comissão da Verdade, para a punição de militares, policiais, agentes de segurança em geral que atuaram nos porões da repressão... Do ponto de vista da Lei de Anistia, a verdade é que não houve vencidos nem vencedores”.

Frias decreta o fim da polêmica

Já Folha, que sempre posa de eclética para enganar os mais ingênuos, foi mais marota no editorial intitulado “Respeito à Anistia”. Ela não suaviza nas críticas à ditadura, evitando usar novamente o termo “ditabranda”. Mas, na prática, defende a mesma tese do jornal carioca e tenta se amparar na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento de 2010, sobre a lei da anistia.

“O Supremo encerrou de vez, para o bem da sociedade, toda polêmica sobre o alcance da anistia”. Portanto, decreta a Folha, não cabe à Comissão da Verdade reabrir este debate. O jornal também critica o Ministério Público Federal que pediu a reabertura do caso sobre o coronel da reserva Sebastião Curió, o carrasco acusado de vários assassinatos na Guerrilha do Araguaia.

O temor da Comissão da Verdade

Para o jornal, o pedido da Justiça Federal “tensiona o ambiente já dificultoso para instalação da Comissão da Verdade. O escopo da comissão é dar acesso a documentos do período de 1946 a 1988 para clarear o registro histórico. Não se deve sacrificar esse objetivo maior, ainda que a pretexto de repudiar crimes contra direitos humanos que a Lei da Anistia tornou página virada”.

Os editoriais dos jornais O Globo e Folha, além de patéticos, revelam o temor das famiglias Marinho e Frias com a reabertura dos debates sobre os crimes cometidos pela ditadura militar. Afinal, ambas as empresas jornalísticas apoiaram os golpistas. A Folha até cedeu seus veículos para o transporte de presos políticos para a tortura. Já Roberto Marinho costumava frequentar o Dops.

Rabo preso com a ditadura

No facebook, o dirigente petista Renato Simões foi rápido na resposta. “A Folha lança manifesto em legítima defesa de ré confessa de colaboração com os crimes da ditadura. O editorial é um libelo em causa própria, da Folha e de todos os meios de comunicação e outras empresas privadas que financiaram e defenderam a tortura e as violações de direitos humanos durante a ditadura”.

“Cláusula pétrea da impunidade, a ilegítima lei de anistia autoconcedida pelos militares no começo do declínio de seu regime é invocada pela Folha e pelos cúmplices dos Curiós da vida, frequentadores dos porões dos Doi-Codis e outros centros de repressão e tortura sempre que a verdade começa a vir à tona. Mais uma prova do rabo preso da Folha com o regime militar, e mais uma prova da urgência e necessidade históricas da instalação da Comissão da Verdade”.

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Leia também:

- A mídia e o golpe militar de 1964

- Mídia abana indisciplina militar

- O discurso da direita brasileira

- Brasil acoberta crimes da ditadura

Brasil passa a França e é o 7º maior mercado na internet

MARIANNA ARAGÃO 

O Brasil já é o sétimo maior mercado de internet no mundo, segundo um relatório da consultoria comScore divulgado ontem. O número de pessoas com mais de 15 anos que acessam a internet pelo computador de casa ou do trabalho chegou a 46,3 milhões em 2011, um crescimento de 16% em relação ao ano anterior. O país ultrapassou a França no ranking, mas ainda  está atrás de China, Estados Unidos, Japão, Rússia, Alemanha e Índia.

Os brasileiros também estão passando mais tempo conectados à rede. Em dezembro passado, os internautas passaram em média 26,7 horas online, duas horas a mais que no ano anterior. "O Brasil já é uma das maiores audiências online do mundo", diz Alex Banks, diretor da comScore no Brasil. "Para os anunciantes, isso demonstra que a internet deixou de ser um mercado alternativo e se tornou de massa."

Os portais foram a atividade que mais ocupou o período gasto pelos usuários na rede, com 39,2% do total de minutos em dezembro de 2011. Em seguida, estão as redes sociais, onde os usuários gastaram 23% do total de tempo conectado - um crescimento de 6,3 pontos percentuais no ano.

O Facebook, por sua vez, se tornou a mídia social mais acessada. Em dezembro, a rede de Mark Zuckerberg tomou a dianteira entre os destinos de redes sociais no Brasil, deixando para trás o Orkut, líder nos últimos anos.

Outra atividade que ganhou relevância no hábito do internauta foi a visualização de vídeos. Em dezembro, os brasileiros viram mais de 4,7 bilhões de vídeos online, um aumento de 74% em relação a 2010. A visitação de sites de comércio eletrônico cresceu 30% e o número de buscas feitas em portais de comparação de preços se expandiram 37% no mesmo período.

Ainda de acordo com o relatório, apenas 1,5% do tráfego digital no Brasil em dezembro foi feito via celulares e tablets. Desse universo, 42% foram originadas em tablets.

Apóstolo se torna homem bom pela força da fé

Hosana! Aleluia! Alvíssaras! Bendito são aqueles que entram na seara do homens bons pela força da fé pois as sendas do bem estão sempre abertas para os que creem em um novo porvir, sem obstáculos, porque a fé remove milhões daqueles que seguem a verdade cristalina de tão iluminado pastor.
Como não podia deixar de ser, já começou a perseguição comunista contra aqueles que obtêm prosperidade e sucesso pela livre empresa, mas não há de ser nada uma vez que os ímpios não deterão mais esse humilde servo da vinha do Senhor. Alvíssaras!
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Samuel Pinheiro Guimarães: O euro e o golpe de Estado comunitário


do Opera Mundi
Imagine um cenário em que países vitimados pelo desemprego são obrigados a realizar drásticos cortes de quadros públicos e aceitar normas draconianas para pagar juros de uma dívida pública que, na verdade, só virá a aumentar e se eternizar. Também que estão impedidos de investir, fornecer crédito e adotar políticas de crescimentos. E, no comando do país, políticos experientes são substituídos por economistas burocratas e sem qualquer visão de estadista. Tudo isso por determinação externa, vinda de um órgão supranacional que é comandado, de fato, pela nação mais poderosa.
Seria lugar comum cogitar alguma região subdesenvolvida, sem estabilidade política nem histórico democrático. Jamais na poderosa Europa Ocidental. Mas, na opinião do ex-embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, um dos principais artífices da política externa brasileira durante o governo Lula, países como Grécia ou Itália, em maior grau, foram vítimas recentes de um “golpe de Estado comunitário”.
Atual alto-representante geral do Mercosul, Guimarães esteve nesta segunda-feira (27/02) em São Paulo para participar de uma palestra da FGV (Faculdade Getúlio Vargas) sobre a atuação diplomática brasileira frente às transformações mundiais. Foi quando fez duras críticas à  Alemanha e  União Europeia na condução da crise do euro e da dívida soberana de seus países.
“Há novos primeiros-ministros na União Europeia que foram impostos aos seus povos. (O grego Lucas) Papademos, (o italiano Mario) Monti… Imaginem se isso ocorresse na América do Sul, como chamariam. De golpe de Estado, isso é um golpe de Estado comunitário. Como são as contrariedades da mídia!”, ironizou o diplomata.
Ex-secretário-geral de Relações Exteriores do Itamaraty durante boa parte do governo Lula (2003-2009), Guimarães afirmou que o Mercosul deve deixar de ser apenas um órgão facilitador do livre comércio para se tornar um instrumento de desenvolvimento regional. O atual estágio de união aduaneira imperfeita do bloco, por sua vez, deve ser mantido em razão das fortes assimetrias entre os quatro integrantes.
Para ele, dificilmente haverá progresso para um acordo comercial com a União Europeia, que já se arrasta há uma década – por falta de interesse dos próprios europeus, que seriam muito exigentes em seus pedidos.
Durante seu discurso, também lembrou que o grupo sul-americano é marcado por grandes assimetrias econômicas e sociais, portanto, defende que os países mais ricos tenham um grau maior de generosidade em relação aos menos favorecidos. “Um bloco só sobrevive se os integrantes estão razoavelmente satisfeitos. E é de nosso interesse que todos se desenvolvam”, lembrando que deve se evitar qualquer tentativa de hegemonia brasileira em um bloco que se entende como cooperativo.
Em contrapartida, o voto em conjunto dos países do Mercosul possibilita grande retorno político: “Cada vez mais se aumenta o número de temas decidido internacionalmente: meio-ambiente, finanças, comércio. O desafio (do Itamaraty) é garantir que as regras internacionais tornem mais fácil o desenvolvimento da sociedade brasileira e lembrar que o que é bom para um país nem sempre é bom para outro. Portanto, nessas negociações, cada país tem um voto.Portanto,fazer parte de um bloco é extremamente importante”.
Guimarães lembrou que, historicamente, o Mercosul foi concebido apenas como uma etapa preparatória de um projeto maior, a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). “Lembrem-se de quem eram os quatro presidentes na época do Tratado de Assunção: (do Brasil, Fernando) Collor, (da Argentina, Carlos) Menem, (do Uruguai, Luis Alberto) Lacalle e (do Paraguai, Andrés) Rodríguez. Tinham perspectivas diferentes. É como se estivessem preparando um casamento para depois pular para um relacionamento aberto”, brincou.
Democracia
Um dos pontos mais polêmicos do encontro foi quando Guimarães foi questionado pelo professor da FGV, Guilherme Casarões, se há coerência na diplomacia brasileira em manter relações com países que fogem à definição ocidental de liberdade e democracia. Guimarães defendeu a atuação do Itamaraty e lembrou que o país é contra a seletividade na defesa dos direitos humanos. “O Brasil obedece a dois princípios constitucionais: a autodeterminação e a não-intervenção, que constam também na Carta da ONU (Organização das Nações Unidas). Só que alguns países se esquecem disso. A interferência tende a fracassar, como no caso da Líbia (…) Não podemos interferir nos assuntos dos outros assim como não gostaríamos que interferissem nos nossos”, afirmou o embaixador.
O diplomata lembrou que ações de intervenção são muito seletivas para as grandes potências, que defendem muitas não-democracias. “Israel tem mais de cem ogivas nucleares. Enquanto a própria CIA, nesta semana, admitiu não ter certeza se o programa nuclear iraniano tem capacidade de produzir uma bomba nuclear. Quem representa mais perigo?”, indagou. “A pena de morte é o maior atentado aos direitos humanos. E nos EUA usam isso com extrema facilidade. Em geral, há uma pequena coincidência étnica entre os condenados”, ironizou.
Leia também:

Doações generosas a partidos podem dificultar CPI


A Locanty, uma das empresas denunciadas no esquema de propina que envolve a licitação de contratos públicos, doou R$ 3,420 mi para várias campanhas nas eleições de 2010. Só o PMDB recebeu mais de R$ 1,3 mi. O candidato à presidência José Serra (PSDB) também recebeu R$ 50 mil

21 de Março de 2012 às 05:28
247 - O pedido de CPI feito pelo deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) para apurar as fraudes nas licitações da saúde reveladas pelo Fantástico no último domingo tem um adversário de peso: o PMDB-RJ. O partido recebeu mais de R$ 1,3 milhão da Locanty, uma das empresas denunciadas no esquema de propina que envolve a licitação de contratos públicos.
No total, a Locanty doou R$ 3,420 milhões para vários partidos nas eleições de 2010. Entre eles, políticos do PMDB (R$ 1,3 milhão), o PT-RJ, e deputados estaduais Alcebíades Sabino, do PSC, e Bebeto, do PDT (R$ 50 mil cada). O candidato à presidência José Serra (PSDB) também recebeu uma contribuição de R$ 50 mil.
Leia mais na reportagem do Globo:

Empresa do Fantástico entrou em SP na gestão Serra


Denunciada pelo Fantástico por manipular licitações, a Toesa Services tem um website bem montado (clique aqui).
Na página "Quem Somos" fica-se sabendo que "em 2005, como consequência da expansão de todos os serviços operados pela empresa, a Toesa inaugurou sua filial São Paulo, atendendo já de início à Prefeitura da Cidade de São Paulo e diversos planos de saúde".
Sua chegada a São Paulo coincide com a entrada de José Serra na prefeitura, assim como sua expansão coincidiu com sua entrada no Ministério da Saúde, na gestão do mesmo Serra. Naquele mesmo ano de 2005 houve o problema com a empresa de Guarujá, a quem foi terceirizado todo o sistema de radiologia da prefeitura.
Clique aqui para acessar todas as menções à Toesa Service no Diário Oficial de São Paulo.
Como é um trabalho insano, solicito a ajuda para conferir os links.
Por Marco St