Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Privataria é a diferença entre aeroportos e Dantas



Redação Conversa Afiada


Saiu no Globo:

Especialistas se dizem surpresos com o elevado ágio nos leilões. Avaliação final, no entanto, é que o preço pago por aeroportos foi justo

Daniel Haidar

RIO — O ágio médio de 347% pago pelos investidores pela concessão dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas surpreendeu especialistas em privatização, mas (sic) foi considerado justo. O governo federal esperava arrecadar R$ 5,477 bilhões com os lances mínimos, mas conseguiu R$ 24,5 bilhões, quase cinco vezes mais. Para a economista Elena Landau, ex-diretora do programa de desestatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), o valor mínimo de cada aeroporto estipulado pelo governo federal pode ter sido subestimado. Por isso, o ágio chegou a ser 673,39% superior ao preço mínimo, com o pagamento de R$ 4,51 bilhões pelo consórcio formado pela Engevix e pela Corporación América para a exploração do aeroporto de Brasília.

— A precificação  (sic) pode ter sido equivocada, mas a forma como o leilão foi produzido mostrou que o modelo acabou funcionando, porque tiveram (sic) lances bastante elevados — avalia Elena, hoje consultora em regulação do setor elétrico do escritório de advocacia Sérgio Bermudes.

(…)

“Acabou o ‘Fla x Flu’ ideológico sobre privatização”, diz Elena Landau

Insatisfeita com as críticas que sofreu pela privatização do setor elétrico e de telecomunicações no governo tucano, Elena considera um “marco histórico” o fato de o governo petista de Dilma Rousseff ter repetido o modelo de privatização, com forte participação de fundos de pensão e do BNDES.

(…)






A diferença entre a privatização dos aeroportos e da Cemig, a Elena Landau e seu patrão, na época, Daniel Dantas conhecem muito bem.
(O atual patrão de Landau, Sergio Bermudes, é amigo de fé e irmão camarada do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*), aquele que deu dois HCs do tipo Canguru em 48h a … quem ? A Daniel Dantas !)
A diferença entre a privatização dos aeroportos e a da Light, a Elena Landau, que bateu o martelo com o então Privatizador-Mor, Padim Pade Cerra, a Elena Landau conhece muito bem.
A diferença entre a privatização dos aeroportos e a da telefonia, Elena Landau conhece como a palma da mão.
Na Cemig, ela e Daniel dantas, com meia duzia de tostões controlavam a empresa vendida por Eduardo Azeredo, aquele governador do Mensalão Tucano de Minas.
(Azeredo, hoje, dedica-se a aprovar na Câmara um AI-5 Digital. Que biografia !)
Foi preciso o presidente Itamar Franco eleger-se governador de Minas e tomar a CEMIg de volta.
(Aparentemete, Aécio Never vendeu a Cemig de novo.)
Na telefonia, a diferença entre a privatizaçao do Cerra e do Farol de Alexandria e a dos aeroportos da Dilma é … o livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Junior.
É o clã do Cerra: sua filha, seu genro, seu cunhado e seu sócio.
Breve, o livro do Amaury será tema de palpitante CPI.
Quando Elena Landau poderá dar precioso testemunho à História do Brasil.
E do Fla-Flu.
Em tempo: os colonistas (**) do PiG (***) não conseguem esconder que a privatização da Dilma foi um sucesso es-pe-ta-cu-lar.
Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Governo Dilma CONCEDE aeroporto, por 20 anos, por valor três vezes maior do que o PSDB VENDEU a Vale

Governo concede aeroportos com ágio de até 673%

VAGNER MAGALHÃES

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou nesta segunda-feira um leilão para transferir ao setor privado a exploração de três terminais aéreos internacionais: o de Cumbica, em Guarulhos, o de Viracopos, em Campinas e o Juscelino Kubitschek, em Brasília. O aeroporto de Brasília foi o que teve o maior valor acima da oferta mínima exigida pelo governo. O consórcio Inframerica Aeroportos levou a concessão na capital federal com a oferta de R$ 4,5 bilhões, ante preço mínimo de R$ 582 milhões - um ágio de 673%.
O consórcio formado por Invepar, OAS e a sul-africana ACSA, apresentou a melhor oferta econômica pela concessão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), no valor de R$ 16,2 bilhões, com ágio de 375% sobre o preço mínimo de R$ 3,4 bilhões. Já o consórcio que inclui a Triunfo Participações e a francesa Egis Airport Operation fez a proposta financeira mais elevada pelo aeroporto de Viracopos (SP), de R$ 3,8 bilhões. O preço mínimo era de R$ 1,47 bilhão - um ágio de 159%. Os três aeroportos respondem, conjuntamente, pela movimentação de 30% dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro.

Após a abertura das propostas na sede da Bovespa em São Paulo, os consórcios que fizeram as melhores propostas iniciais continuaram a disputa em um leilão viva-voz. Encerrado o tempo de lances, as ofertas totalizaram R$ 24,53 bilhões a serem pagos ao governo - um ágio médio de 347%. O grupo Inframérica Aeroportos, que ficou com o aeroporto de Brasília, conta com a Engevix e a argentina Corporación América, que no ano passado venceu a disputa pelo aeroporto São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.

A partir do contrato, haverá um período de transição de seis meses no qual a concessionária administrará o aeroporto em conjunto com a Infraero. Após esse período, que pode ser prorrogado por mais seis meses, o novo controlador assume o controle das operações do aeroporto. A Infraero, empresa pública federal, continuará operando 63 aeroportos no País, responsáveis pela movimentação de cerca de 67% do total de passageiros. Até o final da concessão de cada aeroporto estão previstos investimentos da ordem de R$ 4,6 bilhões em Guarulhos, R$ 8,7 bilhões em Viracopos e R$ 2,8 bilhões em Brasília. Além disso, os contratos assinados determinam o estabelecimento de padrões internacionais de qualidade de serviço.

Entenda

De olho na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016, a administração da presidente Dilma Rousseff conta com os recursos e a gestão de empresas privadas brasileiras e operadoras internacionais de aeroportos para realizar os necessários investimentos nos terminais. A presença de companhias de fora do Brasil foi uma exigência do edital, ao estabelecer que cada consórcio tivesse um operador que tenha transportado ao menos 5 milhões de passageiros no ano passado. 

A estatal Infraero, atualmente responsável pelos aeroportos no Brasil, será sócia dos concessionários privados, com participação de 49% nos terminais. Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos. Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. O prazo do empréstimos será de até 15 anos para os terminais de Guarulhos e de Brasília e de até 20 anos no caso de Viracopos.

Folha deixa Kamel nu em Pinheirinho

O Conversa Afiada reproduz crítica da Folha à cobertura parcial e partidária do Ali Kamel à obra filantrópica do grande financista Naji Nahas em Pinheirinho:

Jornalismo de guerra


VANESSA BARBARA


Pode não parecer, mas o Código Brasileiro de Trânsito determina que os pedestres têm preferência, já que são o elo mais fraco do sistema -em comparação a carros, motos, caminhões. A imprensa deveria seguir lógica parecida: quando há um megaespeculador de um lado e 6.000 sem-teto de outro, a prioridade de entrevista seria dos últimos, que não têm tanto poder para se fazer ouvir.


Mas não é o que está havendo na cobertura televisiva da desocupação do Pinheirinho, uma área em São José dos Campos habitada há oito anos por 1.600 famílias. O terreno pertence à massa falida do grupo Selecta, do empresário Naji Nahas. É avaliado em R$ 180 milhões e foi objeto de desavenças em diferentes esferas do Judiciário, até que, há cerca de duas semanas, a Justiça estadual decretou a reintegração de posse.


No dia 22, o “Fantástico” dedicou pouco mais de dois minutos à cobertura. Abriu a reportagem com cenas dos policiais escancarando um portão e adentrando o terreno. Voz em off: “Seis e meia da manhã, a tropa de choque invade o Pinheirinho”. Deu para imaginar os policiais combinando com a equipe da Globo: um-dois- três-e-já.


A ação contou com um efetivo de 2.000 homens, dois helicópteros, 220 carros, 40 cães e cem cavalos. “A situação ficou fora de controle”, explicou a locutora, e a cena era de um sujeito jogando pedra contra policiais.


“Os moradores atearam fogo em prédios públicos e em oito carros, entre eles o da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo.”


Aparece a repórter, com um colete a prova de balas: “Segundo policiais que entraram aqui nesta área, esses barracos todos estão abandonados porque eles serviam para o tráfico de drogas. Aqui era uma espécie de cracolândia, onde se vendia e consumia droga”.


Outra coisa que ficamos sabendo pelo “show da vida”: em protesto, os sem-teto bloquearam por meia hora uma das pistas da via Dutra. Um homem foi atingido por um tiro de arma de fogo durante a operação, mas a polícia diz que só utilizou balas de borracha. Final da reportagem.


Nada foi dito sobre a presença de tanques de guerra e de soldados da cavalaria com suas espadas. Nada foi dito sobre o uso de força contra idosos e crianças e nem sobre o destino dos desalojados. Alguns receberam da Prefeitura de São José dos Campos passagens rodoviárias para seus “Estados de origem”.


Só que muitos são paulistas.

O “custo Brasil” pego em flagrante

Durante muitos anos, lemos e ouvimos as entidades empresariais reclamarem que o custo previdenciário de seus trabalhadores era exagerado e tornava-se um ônus pesadíssimo para a criação de empregos formais.
Sim, e isso é verdade para muitos, sobretudo os pequenos e microempreendedores, que empregam muito em relação a seus ganhos, proporcionalmente.
Mas não o é para as grandes empresas, que apelam para a terceirização mais aguda e que têm na administração financeira boa parte de suas receitas, desconectada do valor do trabalho.
A matéria de hoje, no Estadão, confirma o que já se falou aqui:
“Anunciada como um benefício para elevar a baixa competitividade dos produtos brasileiros, a desoneração da folha de pagamentos pode prejudicar boa parte das empresas incluídas no novo regime.
A lei determina que elas substituam a contribuição de 20% sobre a folha, destinada à Previdência Social, pelo recolhimento de 1,5% a 2,5% sobre o faturamento bruto. Na prática, porém, só são beneficiadas empresas cujo valor destinado a salários e encargos ultrapasse 10% da receita bruta.
A informação é do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP). Uma empresa que fature R$ 10 milhões e gaste 4% com a folha de pagamentos, por exemplo, recolheria R$ 80 mil de contribuição previdenciária. Com a desoneração da folha, no entanto, o desembolso seria 87% maior. Aplicando-se a alíquota de 1,5% sobre o faturamento, a contribuição aumenta para R$ 150 mil.
Caso essa mesma empresa destinasse 10% da receita bruta para cobrir os gastos com funcionários, a situação seria diferente. Em lugar de contribuir com R$ 200 mil, ela recolheria apenas R$ 150 mil, o que representa uma economia de 25%.”
Veja o distinto leitor e leitora: se o trabalho – sim, o trabalho, aquela coisa preocupante, inflacionária (ah, o reajuste do salário mínimo) representar DEZ por cento do que a empresa recebe, é vantajoso, e elas não querem…Como o senhor e a senhora se sentiriam se tivesse de recolher, em cima de tudo o que recebe, apenas 1,5% de Previdência?
Ora, a previdência pública tem finalidade social e sua contribuição assemelha-se a um tributo, como todos. E, para qualquer tributo, a lógica da justiça é quem ganha mais, paga mais. E não menos. O dono da pequena papelaria tem de poder contratar mais um rapaz para atendente sem inviabilizar-se com o custo previdênciário; o grande banco não pode ter lucros gigantes e pagar, proporcionalmente, muito, muitíssimo menos para a manutenção da despesa – social – de manter o equilíbrio que a previdência assegura à sociedade.
Claro que há situações especiais, que devem ser analisadas e corrigidas – um dos caminhos poderia ser de usar como base o faturamento pós-impostos ou umorma de equilibrar a situação de empresas extremamente intensivas no uso de determinado insumo – mas o regime previdenciário sobre o faturamento, para um país que procura elevar a quantidade de empregos e o valor dos salários mais baixos – para os altos, a contribuição tem teto – não pode abrir mão deste caminho de equilíbrio.
De qualquer forma, isso já mostra que o trabalhador, em muitos casos, tem sido usado como bode expiatório nesta história de “custo Brasil”, que só querem diminuir pela via da supressão de direitos de quem trabalha ou daqueles que, já retirados, viviam do trabalho.

Por: Fernando Brito

Coimbra: quem nasceu para FHC não chega a Lula


Saiu na Carta Capital, pág 15, excelente artigo de Marcos Coimbra sobre o elogio fúnebre de Fernando Henrique para o Padim Pade Cerra, na revista Economist.

Foi quando o Farol de Alexandria detonou o Cerra: por causa da Privataria, nem ele aguenta mais o Cerra.

(Dizem que, neste domingo, num artigo obscuro, FHC voltou atrás, mais ou menos, não é bem assim, esqueçam o que eu escrevi, disse ou pensei, mudei de ideias, por enquanto, assinei sem ler etc e tal.)

Coimbra faz uma preciosa comparação entre o papel que o Farol e o Nunca Dantes ocuparão na História:

O fascinante na formulação é que ele (FHC) nunca se considera responsável pelo que faz o partido que preside. O presidente da República era ele em 2002, mas, como estava “cansado de exercer a liderança política” – e “não apenas por generosidade”-, resolveu lavar as mãos. Em 2010, achava que Serra não era a melhor opção, mas ficou quieto (ou não conseguiu fazer nada para impedi-lo de, outra vez, se arrogar o direito de ser candidato).


Essa liderança que não lidera conflita com a autoimagem que tem. Sem qualquer modéstia – e pouca visão da realidade-, FHC acha que ele e Lula são “os dois únicos líderes” brasileiros dos “últimos 20 anos” (o que entende ser pouco para “um país tão grande’).


Como se houvesse qualquer semelhança entre as trajetórias de ambos: sem três ou quatro acidentes (a morte de Tancredo, o fracasso de Sarney, o impeachment de Collor, o desaparecimento de Covas), FHC não existiria (ou seria muito menor do que é), enquanto Lula continuaria a ser Lula, pois não precisou do acaso – e nem de um Plano Real – para chegar aonde chegou. Fernando Henrique diz que o PSDB tem de “reorganizar a hierarquia da liderança” (o que, em tucanês, quer dizer definir quem manda no partido), pois ninguém surgiu para ocupar o lugar que tinha. Quanto a si mesmo, explica que “tomou a decisão (…) de abrir espaço”, pois, na altura da vida em que está, “perdeu a vontade” de liderar.


A entrevista reflete o clima em que vive o PSDB. Seu presidente de honra divide, em vez de somar. É magnânimo na repartição das responsabilidades pelas derrotas, mas avaro na reivindicação dos sucessos. Acredita que cabem (somente) a Serra as culpas pelas decepções recentes.



Não fosse o PiG (*), esses tucanos de São Paulo não passavam de Pinheirinho, na via Dutra.
Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

PM que fugiu de hospital em SJC tinha ido prender Adriano Diogo


Ao fim da noite do último sábado (4/2), este blog divulga notícia da qual tomei conhecimento no meio da tarde do mesmo dia, enquanto investigava, junto a outros dois voluntários da força-tarefa do Condepe (Cido Lima e Meire Cavalcante), denúncia gravíssima que não pode ser divulgada porque está sendo apurada. Ressalto, ainda, que existem 619 denúncias de abusos de todos os tipos, assinadas pelos denunciantes, geradas pela atuação da Polícia Militar durante a desocupação do Bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, no dia 22 de janeiro deste ano.
O deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), presidente da comissão de direitos humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, ligou para nós a fim de repercutir dificuldades que ele e membros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Comissão de direitos humanos da OAB-SP e os parlamentares Vereador Tonhão Dutra (PT-SJC), Vereadora Amélia Naomi (PT-SJC) e Vereador Vagner Balieiro (PT-SJC) estavam encontrando para obter informações sobre o idoso Ivo Silva Teles, de 70 anos, que, segundo informações do jornal O Vale veiculadas em 23 de janeiro, fora espancado severamente por policiais militares no dia anterior, durante a operação de reintegração de posse do Pinheirinho. Desde aquele dia, Santos estava desaparecido.
Ainda no sábado (4), membros da força-tarefa do Condepe foram avisados pela ex-esposa de Santos de que ele estaria internado no Hospital Municipal de São José dos Campos, que é administrado pela SPDM – Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina, uma OSS (Organização Social de Saúde). O deputado Adriano Diogo e os outros supracitados, então, deslocaram-se rapidamente para aquele hospital para obter maiores informações, pois Santos era dado como uma das possíveis vítimas fatais da desocupação do Pinheirinho.
Ao fim da tarde, a vereadora Amélia Naomi me telefona e pergunta se eu teria interesse em repercutir o caso. Contudo, estava na estrada e só consegui fazer a matéria ao fim da noite de sábado. Quando chego à minha residência, encontro e-mail dela informando que o administrador do Hospital Municipal de São José dos Campos, Marcelo Guerra, recusou-se a entregar à força-tarefa do Condepe o Boletim de Atendimento de Urgência (BAU) referente ao aposentado, que dera entrada no pronto-atendimento daquele hospital no dia 22 de janeiro e que até aquele momento permanecia por lá, na UTI, em estado de coma.
Na manhã deste domingo (5/2), em conversa telefônica com o deputado Adriano Diogo, sou informado de que além de parlamentares, membros do Ministério Público, da Defensoria Pública, da OAB e de jornalistas e ativistas não receberem informações e documentos que são públicos, o administrador do hospital, Marcelo Guerra, chamou a Polícia Militar para PRENDER o deputado Adriano Diogo por estar pedindo informações e documentos. E o que impressiona mais: uma viatura com dois policiais militares se deslocou até o local para atendê-lo.
Segundo o deputado, ele, como parlamentar e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Poder Legislativo paulista, esteve para ser preso enquanto cumpria as suas obrigações constitucionais de investigar uma grave violação desses direitos. A ordem só não se cumpriu por interferência do presidente da SPDM, Rubens Belfort, que parece ter mais ascendência sobre a polícia do que um representante do Poder Legislativo. Após a intervenção do presidente da SPDM, o policial militar deixou o hospital por uma porta lateral. Quando três defensores públicos tentaram saber dele o que tinha ido fazer lá, ele saiu correndo e sumiu.