Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bom Dia Brasil, Alexandre Garcia e a máquina de produzir falsidades



Que os noticiários da Tv Globo são uma máquina de produzir deturpações – não sem muito nisso diferenciarem dos demais das outras emissoras de televisão – todos sabem. Mas há dias em que a coisa fica mais engraçada, por que completamente ridícula.
Parece mesmo, por vezes, que aqueles jornalistas esquecem que atualmente existe a internet e que aquilo que eles espalham vai ser engolido como verdade objetiva, que ninguém questionará nada como, inclusive, até bem pouco tempo atrás acontecia: não por que as pessoas não sabiam o que havia, mas por que não possuíam meio para contradizer.
Pode-se argumentar que eles ainda possuem audiência e que a internet no geral possui uma audiência muito diluída, o que atrapalha o conjunto da informação. Mas há quem lembre, por exemplo, que mesmo ausente completamente da grande mídia, o livro A Privataria Tucana, somente divulgado pela internet e por uma grande revista, caminha celeremente para se tornar o sucesso editorial desse verão.
Enfim, voltando ao assunto: hoje, a título de criticar aumento de salário e de gastos com custeio da Câmara dos Deputados em Brasília, o ex assessor de imprensa dos governos militares, Alexandre Garcia, argumentava que essa proposta ocorre justamente com o mundo em crise, salientando que essa crise se dá, na Europa, justamente pelo colapso do Estado de Bem Estar Social, que gasta muito com o bem estar do cidadão e não de seus políticos.

Alexandre Garcia, no início dos anos 1980, na foto da revista de pornografia que motivou sua demissão de assessor de imprensa do general da ditadura, João Batista Figueiredo

Somente alguém muito mal intencionado (ou completamente ignorante) afirmaria que os problemas econômicos do mundo desenvolvido são decorrentes do Welfare State. Isso é facilmente comprovável se pensarmos nos EUA, que também balançam atualmente e romperam por completo qualquer agenda de bem estar social há, pelo menos, 30 anos! Além disso, sabe-se, com clareza, que a crise é do neoliberalismo e sua agenda eminentemente financista – muito embora os remédios utilizados atualmente inclusive na Europa seja mais ortodoxia neoliberal e, assim como já vimos no Brasil outras vezes, está fadado a dar errado!
Eles são assim: mentem, falseiam, escondem e dissimulam. Se não ficamos atentos às sutilezas de seus discursos, somos engrupidos pelas carinhas sorridentes e pelo simulado bom senso.

Alexandre Garcia hoje em dia, com sorriso de bom velhinho para nos convencer de sua opinião

Para ver o vídeo, clique AQUI

A posição correta do MPF no caso BBB.MPF e BBB: problema não é o estupro. É a Constituicão

O MPF acaba de divulgar entrevista com o procurador incumbido do caso BBB.


Ele não irá analisar o fato em si, o presumível estupro, no qual se tem um suspeito e uma vítima. O episódio em si é consequência, não causa. A ação está levando em conta a Constituição brasileira e o Código Brasileiro de Radiodifusão e analisa o papel da emissora em um programa em que ocorre a degradação da mulher, o estímulo à bebedeira.


Saiu do pontual para focar o que interessa, de fato: os limites para o sensacionalismo em emissoras abertas.

Prouni deve ter 1,1 milhão de inscrições, diz ministro Fernando Haddad





Saiu no Blog do Planalto noticia para irritar a elite de São Paulo – a mais atrasada do Brasil, segundo o Mino Carta -, o PiG (*) e a Justiça do Ceará:

O Programa Universidade para Todos (Prouni) deve receber 1,1 milhão de inscrições, informou hoje (19) o ministro da Educação, Fernando Haddad, acrescentando que há 195 mil bolsas de estudo disponíveis nas universidades particulares. Com isso, o Prouni atingirá, em janeiro, a marca de 1 milhão de bolsas concedidas a estudantes de baixa renda. No programa Bom Dia Ministro, Haddad disse ainda que o Enem é o “passaporte de ingresso à educação superior” no Brasil e anunciou a ampliação do Fies para a pós-graduação.

“É meu papel também dizer a revolução que o Enem promoveu no país, do ponto de vista do acesso à universidade pública e particular, por meio do programa de bolsas que nós criamos, e que vai conceder, agora, em janeiro, a milionésima bolsa de estudos para a população de baixa renda, egressa de escola pública. O Enem era uma prova de autoavaliação, se transformou numa prova respeitada, do ponto de vista pedagógico, que vem alterando a realidade do Ensino Médio”, disse Haddad.

O ministro da Educação, que deixará o cargo na próxima semana, lembrou os investimentos feitos pelo governo federal da creche à pós-graduação. Segundo ele, descontada a inflação, o orçamento do Ministério dobrou nos últimos nove anos. Além disso, nesse período, o MEC reduziu à metade a relação entre os investimentos feitos no aluno da educação básica em comparação com o estudante do ensino médio.

“Quando nós chegamos ao governo, se investia dez vezes mais num aluno da educação superior do que da educação básica. Hoje, esse número é de cinco vezes, sendo que a nossa meta é continuar progredindo, não pelo corte de investimentos na educação superior, mas pelo incremento dos investimentos na educação básica, que é o que nós estamos fazendo. Então, é um movimento virtuoso que nós pretendemos continuar. Esse número deve chegar na casa de quatro, três vezes, porque o custo do aluno na educação superior é sempre maior porque envolve pesquisa, extensão e uma série de outras atividades, mas ele não podia permanecer naquele patamar escandaloso que foi herdado pelo nosso governo.”

Para Fernando Haddad, o desafio de seu sucessor é a educação no campo, onde o índice de analfabetismo ainda é elevado.

“Nós temos pronto um plano chamado Pronacampo, que está sendo entregue para o ministro Mercadante e para a presidenta Dilma, que eu penso que vai ajudar a resolver os problemas ainda existentes. O campo é um nó a ser desatado, é um problema, e a população do campo tem uma grande expectativa de que nós possamos avançar mais. Melhoramos o transporte escolar, melhoramos a informatização das escolas do campo, levamos o Licenciatura para o campo. Algumas coisas foram feitas, providências foram tomadas, mas nós não conseguimos entrar na sala de aula, nós não conseguimos melhorar as condições, pelo menos na dimensão necessária, para resgatar essa dívida com a população do campo”, defendeu.

Fernando Haddad será substituído no Ministério da Educação pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.



Os candidatos a prefeito do PSDB de São Paulo pretendem se eleger com a “dor e o sofrimento”.Dos pobres.

Paulo Henrique Amorim

Internet, o novo “front” da resistência palestina.As páginas da bolsa de valores e do governo de Israel foram os alvos

18/01/2012
Baby Siqueira Abrão - Correspondente no Oriente Médio
Eram 10 horas da manhã de segunda-feira, 16 de janeiro, quando dois portais importantes de Israel saíram do ar: o da bolsa de valores de Tel Aviv (Tel Aviv Stock Exchange, TASE) funcionava apenas parcialmente, antes de fechar de vez, e o da companhia aérea El Al, israelense, estava inacessível. Não foi por falta de aviso. No domingo, um grupo de hackers autodenominado “Pesadelo” ameaçou atacar ambos os portais. Dito e feito.
Um porta-voz da bolsa de valores israelense declarou que as operações financeiras não foram afetadas, uma vez que não estão conectadas ao portal. Já a El Al disse que esse tipo de ataque “já era esperado” e anunciou a tomada de medidas de segurança nas operações do site, segundo informou o jornalista Oded Yaron, do diário israelense Haaretz.
O ataque ocorre um dia depois de o Hamas, partido palestino que governa Gaza, parabenizar os piratas que andam invadindo sites israelenses e incentivar a prática. Em comunicado oficial, o porta-voz Sami Abu Zuhri declarou, numa coletiva de imprensa na faixa costeira palestina, que as invasões são “a abertura de um novo campo de resistência, a eletrônica, e o início de uma guerra virtual contra a ocupação que Israel impõe à Palestina”.
Zuhri fez um apelo “aos povos palestino e árabe para que continuem com a guerra eletrônica, buscando maneiras de estimulá-la e desenvolvê-la”.
O comunicado foi feito três dias depois de um grupo de ativistas de Gaza ter conseguido entrar no sistema eletrônico do serviço de resgate e combate ao fogo de Israel. Eles substituíram a página oficial por uma foto de Danny Ayalon, vice-ministro israelense das Relações Exteriores, cobriram seu rosto com pegadas e acrescentaram a frase “Morte a Israel”.
Depois que o grupo Anonymous invadiu o site do exército israelense, no final de 2011 – notícia pouco divulgada e não confirmada por fontes oficiais, que alegaram “problemas técnicos” para justificar o fato de o portal ter saído do ar – outros hackers parecem ter se animado com a ideia. Desde o início de 2012, sites de bancos e instituições financeiras de Israel vêm sendo visitados por piratas eletrônicos que se identificam como moradores de países árabes.
No início do ano, hackers autodenominados Group XP invadiram um portal israelense de venda de produtos esportivos, capturando e divulgando os dados dos cartões de crédito de milhares de clientes. Nome, endereço, telefone e número da carteira de identidade dos titulares dos cartões foram publicados na internet, em dias intercalados, por dois hackers, que usam o codinome “Ox-Omar” e “X”, declaram-se sauditas e garantem ter informações pessoais de 1 milhão de usuários de cartões de crédito em Israel.
Enquanto bancos e operadoras procuravam minimizar o problema e suspender as operações com os cartões pirateados, o vice-ministro Danny Ayalon vinha a público dizer que os ataques constituíam “uma violação à soberania israelense”, que eram comparáveis a “atos terroristas” e que seriam tratados como tais.
A resposta veio de imediato: o Group XP tirou do ar a página eletrônica do vice-ministro e prometeu intensificar a ciberguerra contra Israel, “pelos crimes cometidos contra o povo palestino”. Os hackers X e Ox-Omar desafiaram Ayalon em público: “Vocês nunca vão nos encontrar”.
Danny Ayalon é o segundo homem do ministério comandado por Avigdor Lieberman, um dos líderes da extrema-direita israelense e fundador do partido ultranacionalista Yisrael Beitenu. Lieberman, cuja posição contra a constituição do Estado da Palestina é bem conhecida, mora numa colônia ilegal construída por Israel em terras confiscadas ao povo palestino.
E a força-tarefa?
Os ataques tornam patente uma verdade que o governo israelense não quer assumir: a força-tarefa contra ciberataques, anunciada em maio de 2011 pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e que devia ter começado a operar na primeira semana de 2012, não existe. Oficialmente, o governo declara que cuidar de cartões de crédito e de interesses privados não é o objetivo do grupo, e que Eviatar Matanya, o diretor de operações, já iniciou o trabalho de “criar e estruturar” a força-tarefa. Mas recusa-se, “por razões de segurança”, a revelar a verba destinada a estruturá-la.
Na verdade, de acordo com uma fonte não oficial ligada às forças de segurança israelenses, essa verba também não existe. A força-tarefa não conta com “verba, pessoal, jurisdição nem com seu diretor de operações predileto [o general da reserva Yair Cohen, ex-chefe da central militar de inteligência], que se recusou a aceitar o posto ao saber que não teria recursos para o trabalho”, escreveu Anshel Pfeffer, jornalista do Haaretz, em 4 de janeiro, dia em que o grupo deveria ter iniciado suas atividades.
No lançamento do programa, há oito meses, Netanyhau declarou, numa entrevista coletiva à mídia, que aceitara as recomendações de uma equipe de oito especialistas, capitaneados pelo general da reserva Isaac Ben-Israel, para formar um grupo de defesa contra ciberataques “que podem paralisar os sistemas que mantêm o país em funcionamento. Eletricidade, cartões de crédito, água, transportes, semáforos, tudo é computadorizado e, portanto, suscetível a ataques”. Repare o leitor que o primeiro-ministro incluiu os cartões de crédito na relação de sistemas a receber atenção da força-tarefa.
A mesma fonte não oficial afirma que, embora a necessidade da criação do cibergrupo exista, “há órgãos que não desejam ajudá-lo, e ninguém realmente apoiou o projeto ou se esforçou para viabilizá-lo”.
O pessoal do exército treinado para lidar com o cibermundo dedica-se somente à inteligência militar. “A segurança das redes de infraestrutura vital, como eletricidade e água, está nas mãos da Autoridade Nacional de Informação em Segurança [NISA], uma unidade do Shin Bet”, informa Pfeffer. “O Conselho Nacional de Segurança decide quais sistemas de companhias civis devem ser protegidos pela NISA, mas como algumas delas, incluindo bancos, operadoras de telefone celular e de internet se opõem a isso, a legislação concernente à segurança dessas empresas foi posta de lado.”
Enviado por Baby Siqueira Abrão - direto de Ramallah (Palestina roubada)

No Golfo, a China pesa para o ‘lado certo da história’

 
 
18/1/2012, M K Bhadrakumar, Asia Times Onlinehttp://www.atimes.com/atimes/China/NA18Ad02.html
Ignorou as ameaças dos EUA nas sanções contra o Irã; superou, numa passada, a divisão entre sunitas e xiitas no Golfo Persa; não deu à Primavera Árabe mais atenção que a mínima necessária; e, simultaneamente, saudou elegantemente os islâmicos. E, tudo isso, em concerto solo. A diplomacia chinesa nada de braçada no Oriente Médio.

O premiê Wen Jiabao está em visita de seis dias à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar, em movimento de diplomacia de primeiríssima qualidade. A China é provavelmente a única grande potência, dentre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que se pode declarar parceira firme de Síria e Irã, por um lado; e também de Arábia Saudita e Qatar, pelo outro lado.

A China está conduzindo seu festim político e diplomático sem desperdiçar recursos e sem se comprometer em atos ou retórica espetaculosos.

Prática e político-ideológica

Mesmo assim, a China está incrivelmente ativa na região, expandindo sua presença de modo consistente e orientado, de olhos postos no futuro distante.

No “sombrio pano de fundo político e econômico da paisagem internacional” hoje – com os EUA em declínio e a Europa em crise – a China viu uma janela de oportunidades particularmente convidativa para apresentar-se como parceira ideal para o Oriente Médio na “tarefa comum de contornar o impacto negativo do mal-estar econômico global”, de tal modo que os dois lados “possam extrair todas as vantagens de suas respectivas potencialidades e, juntas, trabalhar objetivamente para o desenvolvimento comum” – nas palavras da agência de notícias Xinhua, falando da “enorme importância” do tour de Wen pela região.

Os fatos falam por si mesmos. A China comprou um combinado de 1,15 milhões de barris/dia de petróleo dos três países de maioria sunita agora incluídos no roteiro de Wen. Nos primeiros 11 meses de 2011, o fornecimento saudita à China permaneceu no patamar de 45,5 milhões de toneladas de cru – aumento de cerca de 13% em relação ao mesmo período de 2010.

O Qatar é o maior fornecedor de gás natural liquefeito para a China e, nos primeiros 11 meses de 2011 embarcou 1,8 milhões de toneladas, aumento de 76%. O comércio com os Emirados Árabes Unidos ultrapassa $36 bilhões e o reino está surgindo como o principal porto de transbordo para as exportações chinesas que viajam para África e Europa.

Os investimentos chineses em países árabes chegam a $15 bilhões e o relacionamento econômico se está diversificando, agora que a China estimula fortemente seus projetos de exportação. Em troca, o Golfo Persa é hoje o principal investidor estrangeiro da economia chinesa.

Mas a China também está comprando muito petróleo do Irã. Cerca de 22% de todo o petróleo que a China importa é petróleo iraniano. O comércio com o Irã chegou a 30 bilhões em 2010 e deve chegar a $50 bilhões em 2015. A China dá conta de 10% das importações iranianas e é o principal parceiro comercial do Irã.

O número-alvo que China e países árabes haviam definido para o comércio entre eles, para 2015, é $200 bilhões. Mas ao final de 2011 as trocas comerciais já chegavam aos $190 bilhões.

Wen testemunhou na Arábia Saudita a assinatura de um contrato entre a China Petrochemical Corporation (Sinopec) e a saudita Aramco, para construírem, até 2014, uma refinaria que custará $8,5 bilhões, com capacidade para refinar 400 mil barris por dia, em Yanbu, no litoral do Mar Vermelho, ações distribuídas na proporção de 35,5%-62,5% respectivamente. E um memorando de entendimento foi assinado entre a gigante petroquímica saudita SABIC e a Sinopec para construir polo petroquímico em Tianjin.

Os dois países assinaram também acordo de cooperação nuclear, durante a visita de Wen. A Arábia Saudita tem planos para construir 16 reatores nucleares até 2030; e a China investe num plano ambicioso de converter-se em exportadora de usinas nucleares.

Mas a China não está confiando só nos estreitos laços que a ligam ao Irã. Semana passada assinaram-se em Pequim várias declarações que reafirmam a importância do relacionamento Sino-Iraniano. Na prática, ignoraram-se todas as ‘exigências’ dos EUA com vistas a diminuir as vendas de petróleo iraniano e todas as ‘sanções’ recentemente ‘impostas’.

Washington retaliou contra Pequim na 5ª-feira, com sanções contra a chinesa Zhuhai Zhenrong Corp, acusada de estar vendendo petróleo refinado ao Irã. A China imediatamente manifestou “forte insatisfação e firme oposição” ao gesto dos americanos e declarou a decisão de manter “cooperação normal com o Irã em energia, economia e comércio”.
Um fator de estabilidade
Evidentemente, o movimento de Washington foi simbólico, feito às pressas e manifesta algum desespero – a empresa Zhuhai Zhenrong ‘punida’ não tem propriedades nos EUA que possam ser ‘congeladas’ – e visou, de fato, a marcar a chegada de Wen em Riad, chamando a atenção para os laços entre Pequim e Teerã, com quem Riad compete por influência na região.

A questão é que os sauditas estariam supostamente trabalhando ‘a mando’ de Washington, para estreitar laços com a China e arrancar Pequim dos braços de Teerã. Até que Riad e Pequim apareceram com agenda própria, na qual se preservou bom espaço para relações dos dois lados com o Irã.

A projetada refinaria Yanbu será construída na província leste da Arábia Saudita dominada pelos xiitas. A Arábia Saudita está muito preocupada com crescentes agitações nas províncias do leste (que teme que Teerã esteja estimulando) e, mesmo assim, a China está investindo num grande negócio conjunto exatamente ali.

O que ninguém deixará de observar é que os sauditas convidaram os chineses para visitá-los, apesar de todos os fortes laços que unem chineses e iranianos. Obviamente, os sauditas já estão tratando os chineses como fator de estabilidade na região.

Pode-se supor, inclusive, que a China venha a desempenhar algum papel na rivalidade sauditas-iranianos, num cenário futuro. Seja como for, durante sua estadia na Arábia Saudita, Wen bateu sempre na estabilidade regional como fator imperativo. Soou como música aos ouvidos sauditas.

Interessante, também, o que se leu num comentário sobre a viagem de Wen ao Golfo Persa, no China Daily, jornal oficial:

Ao contrário dos países ocidentais, que tendem a tentar impor seus próprios valores e seus sistemas políticos ao resto do mundo, a China interage com o mundo árabe sob os princípios da igualdade, respeito mútuo e busca de mútuas vantagens.

Os EUA, na grande maioria das situações, tende a favor de Israel no conflito com os palestinos, o que enfurece muitos, no mundo árabe. Bem diferente disso, a China sempre apoiou as justas demandas dos palestinos nos fóruns mundiais, o que valeu aos chineses o respeito do mundo árabe. Ao longo da história da amizade sino-árabe, que remonta à antiguidade da ancestral Rota da Seda, a China jamais tentou impor qualquer agenda política exclusiva, à custa do Oriente Médio ou de qualquer outro povo.

A posição da China tem sido cada vez mais bem acolhida no mundo árabe e muitos estados árabes optaram por “Olhar Rumo Leste” em busca de cooperação e apoio na negociação das grandes questões regionais e mundiais.
[1]

Um futuro ‘verde’

Wen disse ao rei Abdullah que a China respeita o sistema político da Arábia Saudita, seu modo de desenvolvimento, sua cultura e suas tradições. Em resposta, o rei Abdullah propôs que se instalasse uma comissão de alto nível para acompanhar a cooperação entre os dois países, nos campos político, econômico, cultural e de segurança. O rei Abdullah disse, pensando cada palavra: “O objetivo da política exterior da Arábia Saudita é manter a paz e a estabilidade regional.”

O rei acrescentou: “Arábia Saudita e China gozam de alto nível de confiança mútua e partilham noções similares sobre várias questões. Os sauditas desejam ampliar as consultas e a coordenação com a China.”

Em resumo, o tour de Wen deu grande destaque à noção de que a China considera-se “parceira” no Golfo Persa. E deve-se prestar atenta atenção, também, ao fato de que a China não está em conflito com o Islã político no Oriente Médio. Em comentário no People’s Daily, semana passada, lia-se:

A Primavera Árabe mudou a cor principal da situação política no mundo árabe e formou um esplêndido cenário “verde” que preocupa – e assusta – o ocidente. Mas não há aí nenhum tipo de “atraso” [desenvolvimento regressivo] no curso da modernização e secularização dos árabes. O que aí se vê é uma retração da excessiva secularização de longo prazo e da secularização dos regimes agora derrubados; e o retorno de culturas tradicionais. Essa aspiração parece ser aspiração de vários povos. Evidentemente, o mundo deveria buscar mentalidade mais compreensiva e mais inclusiva, e dar boas vindas a todos os povos. Afinal de contas, é direito dos povos árabes elegerem os governos que desejem eleger.

A inclusão do Qatar no itinerário de Wen é ao mesmo tempo intrigante e reveladora de algumas das sutilezas do pensamento chinês. Sabe-se que o Qatar é fonte principal do gás natural liquefeito que a China consome. Mas o Qatar também teve papel central na mudança de regime na Líbia e, ao que se sabe, está dedicado a derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad na Síria.

A China opõe-se à intervenção ocidental na Líbia e na Síria. Mesmo assim, apesar de Rússia e China terem coordenado seus movimentos no Conselho de Segurança da ONU nos casos de Líbia e Síria, nem por isso Pequim vê-se impedida de buscar parceria energética com o Qatar.

É atitude que contrasta fortemente com as relações entre Rússia e Qatar (hoje em frangalhos) – desde que o embaixador russo foi detido e revistado há algumas semanas no aeroporto de Doha, por agentes de segurança, em movimento que parece ter sido ato deliberado de provocação ou ofensa a Moscou. Em resumo, a China está avançando. Conta com posicionar-se do “lado certo da história” no Golfo Persa.

O Qatar teria gostado de outro comentário publicado no People’s Daily no sábado, que zomba levemente da recente visita do porta-aviões russo “Admiral Kuznetsov” ao porto sírio de Tartus.

O comentário deslocou a impressão predominante sobre o apoio russo à Síria e insistiu que, ao contrário, os russos nunca agem movidos por sentimentos de ‘amizade’ com outros países; que os russos sempre agem exclusivamente em nome de seus interesses estratégicos; e que a atual “postura diplomática” dos russos em relação à Síria visaria essencialmente a “alertar todas as forças políticas, para que não agredissem interesses russos.”

O mesmo comentário dizia que o “Admiral Kuznetsov” poderia ter ganho experiência local, no caso de a Rússia precisar evacuar da Síria cidadãos russos, ou caso tenha de “proteger patrimônio russo”. Em resumo, o comentário (publicado na véspera da viagem de Wen) parece ter sido plantado para sugerir que a coordenação entre russos e chineses no caso da Síria é coordenação limitada; e que os dois países, cada um a seu modo, continuam a trabalhar a favor de seus respectivos interesses.

Comunistas atacam Duque espanhol por ajudar o Brasil

18/01/2012
By
INki
Estamos de olho na perseguição à família real
O jornal espanhol “El Pais”, em sua edição do último domingo, dia 15 de janeiro, mostrou que o cruel e sanguinário comunismo búlgaro-moscovita finalmente chegou à mídia internacional, dominando até mesmo jornais do porte daquele que um dia foi o maior matutino de Madrid.
Em matéria assinada pelos neocomunistas repórteres Andreu Manres e Jesús Garcia, comentada no Brasil por um vermelhusco abrigado no nosso antigo e valoroso Jornal do Brasil, um tal de Mauro Santayana (http://www.maurosantayana.com/ ), o antes digno diário madrileño critica o genro do Rey Juan Carlos “Franco”  I, de Espanha por haver investido seus euros no Brasil.
O coitado do genro do Rey, Iñaki Urdangarin, Duque de Parma, vem sendo questionado por desvios de recursos da Casa Real espanhola e do Erário Público daquele vibrante e generoso país europeu, em mais uma ação destinada a desmoralizar as casas reinantes aqui e por toda a Europa.
Todo esse escândalo por que o jovem e a Duquesa Cristina, sua mulher, filha do pupilo do democrático Francisco Franco – El Caudilho de España –  se aproveitaram da privatização feita no Brasil por Dom Fernando I, O Procriador, e investiram pesado em uma companhia telefónica na qual o governo espanhol tem grande aplicação.
¡Abajo el mal gobierno e viva el Rey!
¡Abajo el mal gobierno e viva el Rey!
Generosamente, eles participaram daquele processo no qual, segundo nossos sapientes líderes no processo de transferência do patrimônio público aos homens de bens, eram as empresas brasileiras que deveriam ser “desestatizadas” ainda que fossem vendidas a governos lá de fora, bem mais sérios que os governos daqui.
Ora, prezados confrades, é uma honra para nós brazileiros contar com a confiança da Casa real Espanhola e do governo da Nação que cristianizou os selvagens incas, aztecas e maias sob o tacão regenerador de Cortez, Pizzarro e tantos outros santos homens. É de nos orgulhar a todos saber que o Duque de Parma, o inatacável Iñaki Urdangarin, não é um dos parasitas que usavam os “cabides de emprego” impostos pela teoria lulodilmocomunista a ocupara direção e os Conselhos de nossas empresas estatais.
Quantas vezes assistimos ao jovem Duque de Parma, dar seu suor, trabalho e lágrimas em prol do desenvolvimento do Brasil? Quantas vezes foi o mesmo obrigado a andar de metrô em São Paulo e descer na avenida Paulista apenas para gerir os negócios desta gentalha avacalhada deste nosso moreno bananal?
Iñaki (pronuncia-se inhaqui) é mais um dos generosos compradores que se valeram das linhas de crédito do BNDES nos anos que vão de 1994 a 1998 para nos livrar desse entulho comunista de empresas públicas que para nada serviam a não ser para enriquecer autores comunistas como o tal de Amaury Ribeiro Júnior.
Pena é que alguns de nossos mais democráticos jornalista e até militares agora se juntem a essa corja comunista e reclamem também que vendemos nossas telecomunicações, deixando o País estrategicamente desguarnecido. Ora, que teoria mais besta quando todos sabemos que as comunicações em campos de guerra se fazem por aqueles telefones de manivela que meu avô adorava tanto!!! E quem mais pode nos proteger a não ser o genro do Rey, o Duque e aquele multibilionário em dólares lá do grande progressista México???
Para quem duvida desse absurdo, as matérias do neocomunista Santayana e do El País estão nos links:
http://www.maurosantayana.com/ e~
http://www.elpais.com/articulo/espana/Urdangarin/hizo/negocios/Brasil/pese/aviso/Rey/elpepiesp/20120115elpepinac_11/Tes
Era só o que nos faltava!!!

Serra vai para o Canadá!


Serra lamentou a falta de reconhecimento por trabalhar muito, competir 
honestamente, orgulhar-se de gerar empregos e não ter vergonha da riqueza
HIGIENÓPOLIS - Após anunciar que não vai disputar a prefeitura de São Paulo, José Serra declinou de participar da minissérie Brado Retumbante. "Cansei de atuar. Vou para o Canadá", limitou-se a dizer a assessores próximos.

Fontes da TV Globo chegaram a afirmar que o político ensaiava um tom didático e professoral para o personagem presidencial quando Ricardo Waddington anunciou que as pesquisas com o público apontavam para outro perfil - precisava ter sotaque mineiro.

Sérgio Guerra, presidente do PSDB, afirmou que José Serra ficará em Vancouver "até o PSDB se reerguer ou a próxima Era Glacial chegar. O que acontecer primeiro".

O sociopata mora ao lado


Sabe aquele internauta que o deixou horrorizado com o comentário desumano que fez sobre aquele assunto triste? Lembra-se de como se chocou com comemoração que o viu fazer quando foi divulgada a doença ou a morte de alguma figura pública? Você já refletiu se aquela pessoa – provavelmente anônima – não pode ser seu vizinho, parente ou colega de trabalho?
Ainda está sendo avaliada a interminável revelação que a internet vai fazendo sobre a natureza humana, para o bem ou para o mal. Estudiosos vêm se surpreendendo com a quantidade de sociopatas clássicos que existe por aí. Estão descobrindo que essa é uma ameaça maior do que se imaginava.
Essa é a tese, por exemplo, de um membro da Associação Brasileira de Psiquiatra, o doutor Helio Laudar, que afirma que “A internet favorece o engano em qualquer situação” por ser “Um mundo paralelo, distorcido da realidade, no qual o sujeito está livre para assumir qualquer identidade e escolher as suas vítimas”.
Isso, porém, não significa que a tecnologia crie psicopatas – ela apenas os faz sair das sombras.
Estimativas sobre a incidência de sociopatia, assim, vêm sendo revistas, por mais que seja difícil mensurar que percentual da humanidade tende ao comportamento sociopata, que nada mais é do que um estágio do comportamento psicótico clássico, ainda que o psicopata em potencial nem sempre acabe sendo tomado pela doença.
Vai ganhando força, pois, a teoria de que todos devem ter algum sociopata fazendo parte de suas vidas, independentemente do grau de relação social. Pode ser um colega de trabalho, seu chefe, seu subordinado, um cunhado, um primo, um vizinho e até um irmão, pai ou mãe. Você pode ter relação próxima com ele sem imaginar que aquele comportamento reprovável que exibe de vez em quando é mais do que mera falha de caráter.
O que isso muda nas relações sociais? Elas mudam para pior porque as pessoas estão sendo obrigadas a refletir cada vez mais sobre os cuidados que se deve ter não só com estranhos, mas com seu próprio entorno social.
Todavia, outra tese que vai ganhando força serve de alento. A internet pode estar funcionando como uma válvula de escape para a necessidade do sociopata de praticar o mal contra aqueles que lhe despertam a fúria pelas próprias idéias, pela aparência física, pela etnia ou até pela sexualidade. Fartando-se na internet, portanto, pode diminuir a pressão para agir no mundo real.
Recentemente, com a exposição da doença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os comentários de leitores sobre as matérias que trataram do assunto nos portais de internet, em blogs, sites ou nas redes sociais deixaram ver um nível de ódio inexplicável por ser dirigido a quem a quase totalidade de tais comentaristas jamais viu de perto.
O nível de ódio que o ex-presidente desperta, assim, não se deve exatamente ao indivíduo Lula. É ódio a uma classe social ou até a pessoas específicas do entorno social do sociopata. Há uma transferência de ódios reais, portanto.
Contudo, sempre é bom esclarecer que sociopatia não tem ideologia, religião, preferência sexual ou política. Eventual doença ou o sofrimento da antítese de Lula, que hoje é José Serra, possivelmente despertaria reações análogas. A compulsão do sociopata é a de tripudiar contra aquele objeto de ódio imaginário em um momento em que imagina que pode lhe infligir maior sofrimento ao demonstrar insensibilidade.
Por que, então, é importante abordar a sociopatia latente da sociedade? Não porque esteja crescendo, mas por ir se mostrando mais comum do que se supunha e pelo efetivo potencial que tem de provocar tragédias ou dramas sociais terríveis.
É assustador imaginar que exista tanta gente por aí que extrai prazer de provocar sofrimento, e que essa ânsia por fazer sofrer muitas vezes não se contenta com o sofrimento emocional.
Mas o aspecto mais aterrador do sociopata pode nem ser esse. O que o torna perigoso é o seu egoísmo psicótico e a total ignorância da própria doença. Essas pessoas nem sonham que estão doentes e estão convencidas de que buscar o próprio bem-estar e prazer em detrimento de qualquer valor humanista, é perfeitamente justificável.
E é nesse ponto que a internet vem contribuindo para desnudar o comportamento sociopata devido ao seu poder de unir os que pensam da mesma forma. Estimulados por assistirem congêneres dando vazão aos mais baixos sentimentos, outros sociopatas perdem os últimos freios e se entregam ao vício na maldade.
Vai passando da hora, pois, de o Estado se aprofundar na questão criando grupos de trabalho para planejarem políticas públicas que estimulem o sociopata a buscar tratamento. Poderiam ser feitas campanhas de conscientização daquele que está doente, campanhas que demonstrassem que extrair prazer ao agir das formas aqui descritas, não é normal.
Assim, os crimes de ódio e intolerância que vêm ocorrendo mais amiúde, com agressões a homossexuais e a nordestinos, entre outras minorias, decorrem da banalização do comportamento sociopata que a internet vem expondo e que estimula os mentalmente enfermos a “sair do armário”, por assim dizer.
Seria impróprio, no entanto, afirmar que a sociedade brasileira está doente. Mas é mais do que apropriado dizer que a doença que aflige qualquer sociedade ameaça sair do controle no Brasil. Não só pela banalização desses comportamentos semipsicóticos que se vê na internet cada vez mais amiúde, mas por não haver uma  ampla reprovação pública a eles.
Nesse aspecto, meios de comunicação e classe política só colaboram para o agravamento do surto de sociopatia que vem ocorrendo, pois, no calor das disputas políticas e ideológicas, aquele que agride inimigos políticos e ideológicos torna-se aliado dos que não odeiam e que apenas têm objetivos que se vêem favorecidos pelo fanatismo.
Fanatismo político, ideológico, sexual, étnico ou de classe social, portanto, é apenas um pretexto para aqueles que têm necessidade de agredir os semelhantes de uma ou de todas as formas possíveis e imagináveis. Dessa maneira, enquanto não surge uma política pública para enfrentar esse problema é bom que você se cuide, pois o sociopata mora ao lado.

AUDIÊNCIAS, EDREDONS E AIATOLÁS

* a mesma mídia que engasga de gula ao saborear a posição do Brasil no ranking mundial de desigualdade (o país só perde para a África do Sul no G-20) omite modestamente a sua contribuição para o feito** apenas duas participações mais recentes --a demonização do reajuste de 14% para o salário mínimo e a cruzada contra a taxação das finanças em benefício da saúde pública-- mostram que ela tem créditos a receber. Não são pequenos, nem noviços. E,  sobretudo na última década, tem se acumulado em rota de colisão com esforços em contrário do governo. 

 
O filme iraniano 'A separação', do diretor Asghar Farhadi,  venceu o Globo de Ouro e é sério candidato ao Oscar. Também assinado por Farhadi, o roteiro  disseca as contradições afloradas a partir de um caso de divórcio --sim, tem divórcio no Irã-- que expõe desencontros e colisões entre Estado, justiça,classes, poder religioso ubíquo e uma sociedade de nível  intelectual  e científico sabidamente diferenciado.  O cinema extraído desse ambiente caleidoscópico  reflete um  braço de ferro existencial e político de tensão contemporânea e universal.  Farhadi não é uma estrela solitária a esmiuçar  essa nebulosa que inclui também olhares como os de Abbas Kiarostami e de seu antigo assistente, Jafar Panahi, detido recentemente pelo regime. A arte que eles produzem  não tem nada de subserviente, embora roteiros e recursos percorram a via crucis das aprovações estatais, o que sugere  a existência de vida inteligente e ecumênica ao lado de obscurantismo e opressão.  Tampouco engrossa a servidão  ética e estética que assalta o grosso da cinematografia contemporânea em nome da audiência. O mais interessante é que o saldo não fica nada a dever em termos de receptividade.  'A separação' foi visto por um milhão de pessoas no exterior . E  teve público de 3 milhões no Irã, coincidentemente,  o mesmo número que marcou o 'recorde'  de Ibope do Big Brother Brasil, após o polemico caso do 'estupro-esquenta-audiência' . A partir dele fomos apresentados ao rico repertório conceitua do sr. 'Boninho', o aiatolá que comanda o espetáculo. Sobre privacidade diz ele: 'Não temos câmeras debaixo dos edredons'.Ainda.

Gilson Caroni Filho: Por que o ódio da imprensa a José Dirceu?

por Gilson Caroni Filho
Em raras ocasiões, na conturbada história política brasileira, houve tamanha unanimidade em torno de qual deve ser o destino de um ator político relevante.  Diariamente, em colunas e editorias dos jornalões, em solenidades com acadêmicos e políticos de extração conservadora, em convescotes de fim-de-semana da burguesia “cansada”, todos os que chegam aos holofotes da  mídia proferem a mesmíssima sentença: é preciso banir de uma vez por todas da vida pública o ex-ministro José Dirceu.
O comando dessa unanimidade  é pautado por um curioso senso de urgência. Não há pressa para atenuar os problemas estruturais do país e suas estruturas arcaicas. Só se fala em ação imediata quando o assunto é condenar o  “chefe da quadrilha”, montada a partir do Palácio do Planalto para comprar apoio político no Congresso. Poucas vezes, em um lance da política, tantos conseguem perder ao mesmo tempo e na mesma dimensão. Na sua sanha inquisitorial, a grande imprensa dá mostras de pusilanimidade, de um espetáculo de fraqueza para dentro de si mesma e de leviandade para fora. Sai em frangalhos, mas persevera no que considera  uma questão de honra.
Pouco importa que falte materialidade e provas, é preciso requentar o noticiário para criar condições políticas que permitam ir adiante. Mas afinal o que move o ódio a José Dirceu? O que o torna inimigo público de um esquema de forças que, em passado recente, foi impecável em sua trajetória de encurralar o país, em nome do desvairado fundamentalismo de mercado?
Desde 2002, paira sobre Dirceu o estigma de maquiavelismo. Seria apenas um homem de poder,  basicamente orientado para sua conservação, um homem do contingente, que não faz  política para a história? Os fatos e o decurso do tempo respondem à acusação.  O que torna impossível à grande imprensa aceitar um retrato favorável do ex-ministro é a sua originalidade como operador político de esquerda.
Todos sabemos que  um fato notável da política brasileira é que, apesar de sucessivos deslocamentos políticos, desde a redemocratização do país, a hegemonia dos processos de transição encontra-se com a mesma burguesia, condutora  do golpe de 1964. Hábil nas transações com o capital estrangeiro, das quais auferiu vantagens para fortalecimento próprio, a burguesia brasileira não foi menos sagaz no manejo do jogo político.
Comprova-o a obra-prima que foi a eleição de Tancredo Neves (por mecanismo antidemocrático imposto pelo regime militar), os anos Collor e os dois mandatos de FHC. Para termos noção do que isso representou, até o PT, oposto à coligação tancredista, não deixou de sentir a sua pressão, que lhe provocou rachaduras parlamentares e perda de apoio em setores expressivos da classe média.
Desde a política de alianças que levou Lula à presidência, em 2002, às articulações na Casa Civil, Dirceu frustrou expectativas que alimentavam os cálculos das elites desde sempre encasteladas nas estruturas do Estado. O PT que chegava ao poder seria um partido atordoado por suas divisões internas e mergulhado em indefinições estratégicas. Um desvio de curso que não teria vida longa.
A direita apostava na incapacidade do PT em administrar o pragmatismo de um estado corrupto e patrimonialista, como o nosso. Lembram-se do Bornhausen e do Delfim? Previam, no máximo, dois anos de governo para o PT em meio a crises institucionais. Coube ao Zé Dirceu, o “mensaleiro”, a função de viabilizar a governabilidade de Lula e não permitir que esse governo fosse vítima de crises agudas e sucessivas.
Quando Dilma Vana Rousseff, oito anos depois, foi eleita a primeira mulher presidente da República do Brasil, com mais de dez pontos de vantagem sobre seu adversário, José Serra, muitos exaltaram a força  do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do alto de seu capital político, Lula teria passado por cima do PT, escolhido sua candidata e conseguido eleger como sucessora uma ex-assessora de perfil técnico, estabelecendo um fato inédito: o terceiro mandato presidencial consecutivo para um mesmo partido eleito democraticamente.
Nada disso está incorreto, mas peca pela incompletude.  Ferido, contundido nos seus direitos, o operador político José Dirceu teve um papel fundamental para o aprofundamento da democracia brasileira. Talvez, quando o então presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, confirmou oficialmente a vitória de Dilma, Dirceu tenha cantarolado os versos de Aldir Blanc: “Mas sei / que uma dor assim pungente / não há de ser inutilmente”.
Questões de justiça são questões de princípio. Ao contrário do que pensam a imprensa golpista, seus intelectuais orgânicos e acadêmicos subservientes.
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Mini-série 'do Aécio-2014' foi vetada em 2009. Será que Serra brigou para o ator ser Ítalo Rossi?



A TV Globo apronta mais uma. A mini-série que está no ar, "O brado retumbante", com trama política de um presidente da República, colocou um ator para representar um político que chega à Presidência da República, que é a cara de ... Aécio Neves!

O personagem lembra muito o senador mineiro em outro quesito: é mulherengo.

A semelhança pára por aí. Na trama, o político é honesto, paladino da ética contra a corrupção (a plataforma política única que a Globo e o PSDB querem pautar) e, pelo menos até agora, nada de mostrar cenas recusando a soprar o bafômetro.

Dá para pensar que a Globo quer preparar o telespectador-eleitor para assimilar os deslizes na vida pessoal de Aécio-2014, como se fossem só esses os seus defeitos, e apresentá-lo como se fosse um bastião da ética, semelhante ao que a emissora fez com Fernando Collor em 1989.

Segundo os autores, a mini-série foi escrita em 2009 e só agora a emissora resolveu levar ao ar, com receio de ser acusada de fazer campanha tucana em época eleitoral. 

Porém, lembrando do clima de guerra entre José Serra e Aécio que reinava na época... um amigo gaiato saiu com essa: 

"O veto só pode ter partido de Serra! Quem sabe ele não brigou com a Globo exigindo que o ator fosse Ítalo Rossi? ...Mais parecido com ele.

O último trem do Cerra. E ele não pegou !


Saiu na pág. A4 do Estadão:

“Serra comunica ao PSDB que está fora da disputa pela Prefeitura de São Paulo”


“Em reunião domingo com seus interlocutores mais próximos, tucano deixou claro que perseguirá plano de concorrer à Presidência em 2014; decisão foi repassada a Alckmin, mas dirgentes nacionais do PSDB ainda vão insistir em candidatura”.

“… o ex-governador acha que se entrar na disputa, passará a campanha dizendo que não renunciará para alcançar outro cargo …”




E assinou um documento com o timbre da Folha (*) para jurar a mesma coisa.
Cerra diz qualquer coisa.
Portanto, essa recusa, de hoje, não significa nada.
Se for preciso, ele assina outro documento com timbre da Folha (*).
Apenas uma ponderação: se ele passaria a campanha de Prefeito a justificar o compromisso quebrado, o que aconteceria numa campanha a Presidente ?
Passaria a campanha a justificar a Privataria.
Ou ele acha que ninguém leu o livro do Amaury ?
O livro do Amaury circunscreveu o destino político de Cerra a ser deputado federal.
Nem Senador consegue ser mais.
Como ele não tem mandato, corre o risco de ir para uma cela comum, já que diploma também não tem.
E ele corre um risco muito sério: esperar até 2014 para conseguir foro privilegiado.
O noticiário do PiG (**) da Província de São Paulo se enreda num minueto de fantasia: porque Cerra naufragou em Cayman.




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

FMI vem com pires na mão.Urubóloga não responde ao Chico

 
Como se sabe, o Farol de Alexandria foi três vezes ao FMI, de pires na mão.

Como se sabe, as taxas de juros do Farol de Alexandria navegavam acima dos 40%.

Um jenio !

(Da Privataria !)

Nesta quinta-feira se lê que o FMI precisa de US$ 500 bilhões para aliviar a Europa.

E já pediu dinheiro ao Brasil.

Como se sabe, o Nunca Dantes não só pagou o que o Farol pegou no FMI, como passou a emprestar dinheiro ao FMI.

Uma questão de estilo …

O Brasil já mandou dizer que só vai pingar dinheiro se tiver mais votos no FMI e se os países beneficiados fizeram um acordo com aquelas famigeradas “cartas de compromisso”com o FMI.

Quem pode, pode …

Como, por exemplo, o Tombini.

Ele reduziu a taxa de juros em meio ponto percentual.

E a taxa Selic vai para 10,5% ao ano.

Quer dizer, daqui a pouco chega a um dígito.

No Bom (?) Dia Brasil, o Chico Pinheiro, depois de ver a Urubóloga se embaralhar com a explicação de por que a inflação e os juros caem de forma consistente, perguntou se as notícias do dia podiam prever um “futuro tranquilo” para o Brasil.

A Urubóloga não conseguiu responder.

Se embaralhou nela própria.


Paulo Henrique Amorim