Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Povo chamado de bobo na Globo. O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo.

Através do colunista Ricardo Noblat, o povo foi chamado de bobo no jornal das Organizações Globo.


A única coisa que surpreende é a sinceridade explícita. O povo entende que é isso o que a Globo pensa, há tempos. Nas últimas eleições o Jornal Nacional tentou fazer o povo de bobo, noticiando uma bolinha de papel como se fosse um atentado ao candidato tucano José Serra (PSDB/SP).

Há anos, o povo grita nas ruas, quando vê um carro da emissora cobrindo manifestações populares:

"O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo"

Dilma, ProUni, SISU: educar é distribuir renda



Juntos, ProUni e Sisu vão oferecer 300 mil vagas no início de 2012, diz presidenta


O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (Prouni) irão ofertar 300 mil vagas no ensino superior no primeiro semestre de 2012, informou hoje (16) a presidenta Dilma Rousseff. Ao participar do programa semanal de rádio Café com a Presidenta, ela destacou que esses alunos entrarão em instituições de ensino superior a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). E lembrou que, neste mês, o governo federal atingirá a marca de 1 milhão de vagas no ProUni, cujas inscrições ficarão abertas até a próxima quinta-feira (19).


“Com o Enem, nós estamos democratizando o acesso ao Ensino Superior. Além de poder escolher entre as 95 instituições públicas do Sisu, com a nota do Enem, o candidato também pode pleitear uma bolsa de estudos do Prouni, o Programa Universidade para Todos, para estudar em uma faculdade particular. Essas bolsas são para estudantes que fizeram o Ensino Médio em escolas públicas, são bolsas integrais ou parciais em 1.321 instituições em todo o país.”


Dilma Rousseff lembrou ainda que no passado muitos estudantes não prestavam vestibular em universidades públicas por ausência de recursos para o deslocamento até outros municípios. “Com o Enem, este obstáculo deixa de existir”, garantiu a presidenta, ao lembrar que o exame foi aplicado em 1,6 mil cidades brasileiras, garantindo a participação de 1,7 milhão de candidatos e a aprovação de 108 mil estudantes.


“Eu quero começar dando os meus parabéns aos jovens que foram selecionados, na semana passada, pelo Sisu. Quero também dar os parabéns ao ministro Fernando Haddad, que é responsável por essa grande realização. São 108 mil estudantes que conquistaram suas vagas, em 95 instituições públicas de Ensino Superior.”


Para quem não conseguiu uma vaga no Sisu ou no Prouni, há também outras formas de acesso ao ensino superior, como o Financiamento Estudantil (Fies), que oferece crédito para custeio de até 100% da mensalidade, com juros de 3,4% ao ano. O estudante começa a pagar o empréstimo um ano e meio após o término do curso, com prazo para pagamento de três vezes a duração do curso, mais um ano.


A presidenta lembrou que os jovens que fizerem o curso de licenciatura ou medicina e que forem trabalhar dando aulas nas escolas públicas ou atendendo pacientes do Sistema Único de Saúde em locais em que há carência de médicos poderão ter o débito com o Fies reduzido.


“Eu quero dizer para os estudantes e também para os seus pais e suas mães, que batalham tanto pela formação de seus filhos, que nós vamos continuar trabalhando para educar bem os nossos jovens. Porque eu acredito que a educação é a principal ferramenta para a conquista dos sonhos de cada um e, também, para que o Brasil continue crescendo, distribuindo renda e que seja um país de oportunidade para todas as pessoas. Nada é mais importante que a educação quando se trata de distribuição de renda e de garantia de futuro.”

Clique aqui para ler sobre os “848 mil que já se inscreveram no ProUni”.

E aqui para ler sobre “o que o SISU fez por minha filha e por nós “.



Paulo Henrique Amorim

PIB cresce e Dilma acelera. Que horror !

Saiu no Valor, sobre o crescimento do PIB em novembro:

http://www.valor.com.br/brasil/1196774/ibc-br-avanca-em-novembro-mas-alta-para-2011-ainda-e-menor-que-3

Saiu no Valor entrevista com Arno Augustin, Secretário do Tesouro, do Ministério da Fazenda, em que fica claro: a JK de saias vai pisar no acelerador em 2012, para desespero dos neolibelês (*) do arrocho:

Valor: Qual é o principal desafio na área fiscal em 2012?

Augustin: Auxiliar o crescimento. Manter a estabilidade fiscal com um melhor auxílio ao crescimento. O fiscal, estrito senso, pode ajudar o crescimento com a solidez. Vamos continuar vendo qual é a melhor forma de encarar o fiscal para que o objetivo de crescimento equilibrado seja mantido. A solidez fiscal de 2011 foi importante para o país manter boas condições em meio à crise. O mercado externo vê o Brasil como um país seguro que cresce. Isso é o que a gente quer manter. Segurança e crescimento, as duas variáveis são importantes. Alguns países são seguros, mas tem dificuldades de crescimento. Temos que manter essa dualidade: um país seguro que cresce. Esse é o nosso objetivo.

“Temos que manter essa dualidade: um país seguro que cresce. Esse é o nosso objetivo”


Valor: Em 2011 houve redução dos investimentos públicos em relação a 2010, mesmo com a elevação dos gastos totais. Qual foi a razão?

Augustin: Nós avaliamos que 2011 foi um ano bem sucedido, do ponto de vista fiscal. Essa consolidação fiscal é uma das razões pelas quais o Brasil pode enfrentar a crise internacional em situação favorável. Reconheço, no entanto, que o ritmo de crescimento dos investimentos em 2011 foi abaixo do que gostaríamos. Mas foi um ritmo normal, considerando um primeiro ano de gestão, de equipes novas. Em 2012, o ritmo dos investimentos continuará forte e essa nossa expectativa é baseada no fato de que, no início do PAC 1, os desembolsos demoraram um pouco. No PAC 2 está ocorrendo a mesma coisa.


Valor: A ideia do governo era reduzir os gastos de custeio para abrir espaço para os investimentos. Isso não foi possível em 2011?

Augustin: Não enxergo dessa forma. É preciso observar que o ritmo de pagamento dos investimentos é muito específico, pois há um problema de tempo. Há um tempo entre o início do investimento e o pagamento. Nenhum investimento deixou de ser feito por um problema de contingenciamento. Não houve falta de espaço fiscal para os investimentos. Também não enxergo um problema de espaço para a manutenção da ampliação dos investimentos em 2012. O custeio em 2011, na nossa visão, teve um comportamento adequado, pois caiu em relação ao PIB. Em 2012, as principais contas, de pessoal e da Previdência, estão sob controle.


Valor: O que está claro é que o esforço fiscal, seja qual for feito, não afetará o investimento. É isso?

Augustin: Essa norma continua.



(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

"Privataria tucana" derrota a mídia




* Lista dos livros mais vendidos da revista Veja.


* Lista dos mais vendidos do jornal O Globo.


* Lista dos mais vendidos do jornal Folha de S.Paulo.


* Lista dos mais vendidos do jornal O Estado de S.Paulo.


* Lista dos mais vendidos do jornal Agora.

Por Altamiro Borges

O livro "A privataria tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr., é um fenômeno editorial. Lançado em 9 de dezembro, ele já alcançou o posto de mais vendido nas maiores listas deste fim de semana, como das revistas Veja, dos jornais Folha, O Globo, Estadão e nas redes Saraiva, Laselva, Cultura e Fnac.

Segundo a Geração Editorial, responsável pela publicação, "o fenômeno continua deixando vendedores de queixo caído". Afinal, o livro foi sabotado descaradamente pela maior parte da velha mídia. Não foi alvo de resenhas nos jornalões e revistonas e, até agora, não obteve qualquer destaque na TV Globo.

A força das redes sociais

A obra, que detalha os esquemas criminosos de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito do processo de privatização das estatais na era FHC, não agradou os barões da mídia. Eles preferiram o silêncio para ocultar o envolvimento de tucanos de alto plumagem, principalmente para blindar José Serra.

O sucesso de vendas, segundo a Geração Editorial, tem uma única explicação. "Esse resultado foi devido ao trabalho das redes sociais, blogs e afins, já que a chamada 'grande mídia' ignorou ou simplesmente criticou A Privataria Tucana. Nestes últimos 30 dias foram 120 mil exemplares impressos".

CPI da Privataria Tucana

Esse fenômeno fez com que o livro alcançasse rapidamente o topo dos mais vendidos e desbancou grandes best-sellers, como a biografia de Steve Jobs e o novo romance do Jô Soares. Ele também "provocou o pedido de abertura da CPI da Privataria, requerida pelo deputado federal Protógenes Queiroz".

Em tempos de internet, a mídia alternativa "conseguiu mostrar sua força e mobilizou em cadeia nacional milhares de pessoas que esperavam por um livro como este. Uma obra que exibe 140 páginas de documentos oficiais e 200 de textos que mostram a promíscua relação entre o público e o privado, especialmente durante as privatizações realizadas durante os governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e as relações dos familiares do ex-ministro José Serra".

Altamiro Borges

A EXTREMA DIREITA OCUPA O VÁCUO

Dilma confirma presença no Forum Social Mundial, em Porto Alegre, entre 24 e 29 de janeiro.





BC decide juro com 'inflações' conflitantes e PIB se recuperando.

Termômetro mensal do Banco Central sobre atividade econômica revela que novembro viu a primeira alta depois de três meses. Na indústria, setor que mais sente a crise econômica global, produção voltou a subir e emprego praticamente parou de cair. Índices prévios da inflação em janeiro apontam sinais diferentes. 'Mercado' aposta que, quarta-feira (18), BC cortará juro de novo em meio ponto, colocando-o no governo Dilma pela primeira vez abaixo de Lula.

BRASÍLIA – O Banco Central (BC) decide na próxima quarta-feira (18), pela primeira em 2012, se mantém ou altera o juro básico brasileiro, tendo à mão índices recentes contraditórios sobre o rumo dos preços e dados que sinalizam uma atividade econômica em recuperação. Ao mesmo tempo, defronta-se com um “mercado” que, se prevê que o BC cortará a taxa, continua dizendo que a inflação do ano ficará acima da meta do governo, o que pressiona próprio banco.

Nesta segunda-feira (16), o BC divulgou seu termômetro mensal sobre o crescimento econômico, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), sobre novembro, e se oberva uma alta de 1,15% em relação a outubro, o primeiro resultado positivo depois de três meses de queda. O IBC-Br se propõe a ser uma espécie de prévia sobre o produto interno bruto (PIB), a soma das riquezas do país.

Em novembro do ano passado, dois dados divulgados semana passada pelo Instituto Brasileiro de Grografia e Estatística (IBGE) revelaram, no setor mais prejudicado pela crise econômica global, a indústria, a situação tinha ficado um pouco melhor no emprego – caiu 0,1%, depois de declinar duas vezes seguidas 0,4% - e na produção (alta de 0,3%, depois de duas quedas consecutivas de 0,6%).

O emprego em geral no país, segundo dado divulgado há algumas semanas pelo mesmo IBGE, tinha recuado em novembro para 5,2%, a menor taxa da história, depois de ter passado de julho a setembro estacionado em 6% e tido um pequeno recuo para 5,8% em outubro.

No caso da inflação, o resultado final de 2011, também já divulgado dias atrás pelo IBGE, revelou um índice em cima do limite máximo autoimposto pelo governo (6,5%), e em queda na passagem de novembro (0,52%) para dezembro (0,5%). O patamar mensal de 0,5%, porém, é superior ao necessário para que o governo cumpra a meta de 4,5% (teria de ficar entre 0,35% e 0,4%).

Prévias recentes sobre o comportamento da inflação em janeiro mostraram sinais opostos. O índice que melhor capta o impacto da variação do dólar, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, tinha desacelerado de 0,04% em dezembro para praticamente zero em janeiro (0,01%). Já o IPC da Fipe avançou de 0,61%, em dezembro, para 0,75%, e um outro IPC, este da mesma FGV aponta alta de 0,95%.

Para o “mercado” que o BC consulta toda semana sobre uma série de indicadores, a inflação de 2012 ainda estaria rodando em níveis imcompatíveis com o cumprimento da meta de 4,5%, daí que o setor aposta, segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (16), em 5,3%. Apesar disso, o mesmo “mercado” acredita que o banco diminuirá a taxa em meio ponto percentual, colocando-se no governo Dilma pela primeira vez abaixo do que recebera do governo Lula.

No ano passado, em suas oito reuniões, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a chamada taxa Selic cinco vezes seguida, mas em agosto, outubro e novembro, reduziu-a três vezes na magnitude que agora o “mercado” aposta que se repetirá (meio ponto percentual). A taxa hoje está em 11%.

'O mundialismo não é apenas um sistema econômico selvagem (...) é também uma ideologia que vai além da simples globalização e que visa uniformizar as culturas, encorajar o nomadismos na circulação permanente de pessoas entre um continente e outro, tornando-as intercambiáveis, até transformá-las em anônimas; nesse sistema o indivíduo não conta mais; reduz-se a nada mais que uma unidade de produção ou de consumo num mundo sem fronteiras onde os territórios se equivalem" (Marine Le Pen, virtual candidata da extrema direita francesa nas eleições presidenciais de abril deste ano, em pronunciamento dia 15-01; seu partido, a Frente Nacional, xenófoba, anti-comunista e racista, já teria o apoio de 30% do eleitorado, segundo algumas pesquisas. A bandeira de Le Pen contra a desintegração de uma Europa corroída pela crise capitalista e a desastrosa hegemonia rentista-ortodoxa, é resgatar a única comunidade que conta ao extremismo conservador, 'a comunidade nacional'. Como na França, a extrema-direita avança a passos largos também na Hungria, onde magnetiza a classe média e os pobres com a proposta de abandonar o euro para salvar o país do ajuste ortodoxo que o esmaga. Na Espanha, a direita e a extrema direita estão de volta ao governo após o fiasco de uma social-democracia indistinguível do conservadorismo ortodoxo; o mesmo ocorre em Portugal, sempre com o beneplácito da esquerda dividida e colonizada pelo credo dos mercados autorreeguláveis.Tudo isso já aconteceu antes na história de modo muito semelhante. E não deu em boa coisa. A liçao serve também a governos progressistas de nações em desenvolvimento: a crise requer lideranças assertivas, dotadas de projetos claros e de respostas  encorajadoras, que alimentem a confiança e a esperança da sociedade no futuro da democracia, da igualdade e do crescimento. Ou ela buscará abrigo em outros valores. Mais que nunca, vale o ditado: em política não existe vácuo, nem cadeira cativa.
 

Situação na Cracolândia saiu de controle a partir de 2005

Pesquisa efetuada pelo blog nos arquivos do jornal Folha de São Paulo revela que a atual estratégia da polícia de São Paulo para a região da cidade conhecida como Cracolândia foi usada em 2000. Já naquela época, a tática de dispersão dos usuários de crack provocou o mesmo problema de sua “pulverização” pela cidade.
O arquivo que o jornal mantém sobre o assunto – e que pode ser acessado pela internet – também mostra que a situação fugiu ao controle do Estado a partir de 2005, primeiro ano da gestão de José Serra na prefeitura  da capital paulista.
O número de matérias que o jornal publicou sobre a Cracolândia desde 2000 mostra quando o problema começou a adquirir a proporção que se vê hoje. Busca da palavra “Cracolândia” no arquivo apresenta 559 resultados, sendo 143 matérias no período que vai de 2000 a 2005 (quase seis anos) e 416 matérias entre 2005 e hoje (quase sete anos).
O número de matérias sobre a Cracolândia aumentou quase 300% a partir de 2005 porque foi a partir de então que o problema se agravou até chegar ao ponto em que está hoje. E o teor dessas matérias, como se verá a seguir, permite inferir que a polícia paulista – e, obviamente, quem manda nela, ou seja, o governo do Estado – e a prefeitura são os grandes responsáveis pelo problema.
O noticiário sobre a Cracolândia acessível nos arquivos da Folha começa em 2000, em plena campanha eleitoral à prefeitura de São Paulo, quando Paulo Maluf e Marta Suplicy disputavam a sucessão de Celso Pitta.
Em 1º de agosto daquele ano, Maluf anunciou que levaria à Cracolândia o ex-comissário de polícia de Nova York Willian Bratton, que, segundo a assessoria do candidato, trabalhara no programa Tolerância Zero, que reduzira a criminalidade na cidade norte-americana, e de quem o candidato pretendia buscar “consultoria” para combater o problema.
Ocorreu, então, um fato um tanto quanto cômico. O medo da violência levou o candidato Maluf a desistir de apresentar a Cracolândia ao ex-comissário de Segurança de Nova York, que viera ao Brasil para isso, e a restringir a programação com ele a “eventos mais seguros”.
Um mês depois, ainda durante a campanha eleitoral em que Marta derrotaria Maluf e se tornaria prefeita de São Paulo, o governador Mario Covas desencadearia uma operação policial na Cracolândia que pretendia ser uma resposta às críticas do adversário de seu candidato, o então vice-governador Geraldo Alckmin, que substituiria Covas no ano seguinte, quando seu câncer se agravaria.
A matéria sobre a primeira “operação sufoco”, levada a cabo há quase 12 anos causa um déjà vu. Se tirarmos datas, nomes das autoridades e dos órgãos, parecerá que foi escrita hoje e que se refere à atual operação do governo do Estado que está sendo levada a cabo na Cracolândia.
Leia e julgue por si mesmo.
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FOLHA DE SÃO PAULO
03/09/2000
Repressão policial pulveriza a cracolândia
KARLA MONTEIRO
Na esquina escura da rua dos Protestantes com a rua dos Gusmões, centro de São Paulo, dois garotos conversam apressadamente, olhando para os lados. Um deles tira do bolso um pequeno embrulho em papel laminado e entrega ao outro. Feita a transação, o mais velho da dupla nem pestaneja: corre.
“A gente não pode mais dar bobeira. Os pauladas (policiais à paisana) estão por aí. Na semana passada, quebraram meus dentes”, diz o mais novo, mostrando o sorriso desfalcado enquanto caminha rapidamente na direção contrária à do companheiro.
A cena aconteceu na cracolândia, região onde comércio e consumo de crack eram práticas livres desde o início dos anos 90, quando a droga invadiu São Paulo. Ou, pelo menos, práticas toleradas pelas autoridades.
Nos últimos meses, o cenário mudou. Desde setembro do ano passado, o Denarc (Departamento de Narcóticos) vem promovendo repressão ostensiva no local a fim de “erradicar” a cracolândia, o que forçou a dispersão dos viciados e traficantes para outras regiões da cidade.
O resultado da investida do Denarc já pode ser medido em números: 38 hotéis e pensões usados como pontos de tráfico e de uso de crack foram fechados (e depois reabertos por decisões judiciais), 19 foragidos da Justiça voltaram para a cadeia e 176 suspeitos de tráfico, entre eles 12 menores, foram pegos em flagrante. A polícia ainda apreendeu 15 quilos de cocaína, 1.116 pedras de crack e 191 gramas de maconha.
“A ordem do secretário (estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi) foi erradicar a cracolândia. Era uma vergonha ter uma Amsterdã ao lado do prédio do Denarc”, explica o delegado Ubiracy Pires da Silva, diretor da Divisão de Investigação.
O prédio está incrustado no ex-território dos usuários de crack. Segundo ele, policiais à paisana mantêm vigília 24 horas na área limitada pelas avenidas Rio Branco, Duque de Caxias, Cásper Líbero, Ipiranga e rua Mauá.
O departamento de repressão ao uso de drogas está mantendo também a rotina de uma batida policial a cada 15 dias, e rondas policiais permanentes. Quando a repressão era mais leve, viciados sentavam-se nas calçadas para partilhar cachimbos com a pedra de crack -droga barata que, segundo especialistas, vicia quase imediatamente.
“A barra pesou. Agora a gente vem aqui, compra a pedra e vai fumar escondido em outro lugar”, afirmou um usuário, que disse ter 16 anos. A reportagem da Folha acompanhou uma ronda na noite de segunda-feira (29). As ruas imundas, malcheirosas e mal iluminadas, antes entulhadas de viciados, estavam limpas. É cada vez mais difícil encontrar um dependente com cachimbo em punho perambulando pela região.
Não existem pesquisas que quantifiquem o número de dependentes que circulavam pela cracolândia. De acordo com o Denarc, 20% dos usuários seriam menores. O SOS Criança estima que cerca de 2.000 crianças e adolescentes morem ou passem o dia no centro da cidade. Deste total, 70% usam ou já usaram crack. Isso corresponde a aproximadamente 1.400 crianças e adolescentes viciados só na região central.
Com a ação do Denarc, 15 menores em média são encaminhados diariamente ao SOS, que tem capacidade de abrigar apenas 400. “Mais de 50% desses adolescentes voltam para a rua”, diz Alda Pizzini Sanchez, coordenadora do projeto Farol Não É Casa, mantido pela entidade.
O delegado reconhece que a repressão na cracolândia tem efeito pulverizador e não soluciona o problema dos viciados. Os dependentes só estão migrando para áreas periféricas do centro e bairros de classe média. Não formam mais grandes aglomerações, mas continuam consumindo crack.
Em pequenos grupos, eles espalham-se pelo Brás, Baixada do Glicério, vale do Anhangabaú, praça da República, praça da Sé, alameda Nothmann e ruas adjacentes. “Vamos começar uma investigação para saber se os usuários estão se concentrando em outro lugar”, informa.
Nas imediações do Ceagesp, região conhecida como “nova cracolândia”, os viciados também desapareceram. Segundo um feirante que preferiu não se identificar, os viciados sumiram desde a retirada, de lá, da favela conhecida como Portão Seis. “A polícia andou dando umas batidas por aqui e a meninada caiu fora. Fica um ou outro por aí ainda.”
Em São Miguel Paulista, na zona leste, outro ponto de concentração de usuários, uma obra na linha do trem expulsou os que ficavam no muro que cerca o local. “Está todo mundo por aí, pulando de mocó em mocó. Quando a polícia for embora, todo mundo volta”, comenta R.S.S., 22, usuária de crack há seis anos.
Segundo ela, está mais difícil conseguir a pedra, mas os “nóias”, como se autodenominam os dependentes, sabem onde encontrar a droga. “A boca do lixo não acabou. Só está mais sossegada. Eu não saio daqui. É a minha casa. Vim para cá com 8 anos”, diz, escondendo entre as mãos um cachimbo e um isqueiro.
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Como o problema, à época, era infinitamente menor do que hoje, quatro meses após Marta assumir a prefeitura parecia que a região do Parque da Luz e entorno passariam a viver novos tempos.
Em 29 de abril de 2001, matéria do mesmo jornal dava conta de ações da prefeitura que vinham revitalizando o centro de São Paulo após uma ação do governo do Estado que, se não funcionara completamente, devido a um problema menos grave e à ação integrada entre a administração municipal e Estadual estavam devolvendo o bairro à população.
Este trecho da matéria ilustra bem isso:
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“(…) Depois dos viciados da Cracolândia, chegou a vez das “meninas” do quase bicentenário parque da Luz, o ponto de prostituição mais antigo da cidade. O parque vem passando por sucessivas mudanças desde o ano passado. As touceiras (moitas) que davam aspecto de mata fechada foram remanejadas, tornando-o mais limpo. Para completar, foi implantado no local um circuito fechado de TV.
A segurança atraiu outras iniciativas, como a da vizinha Pinacoteca do Estado, que abriu as portas dos fundos ao parque e distribuiu diversas esculturas importantes em seus canteiros. Ao mesmo tempo, a população começou a redescobrir o espaço, repleto de peças históricas, como o ponto do bonde, a casa de chá, o coreto, e o casarão da administração, construído em 1901 (…)”
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No fim de 2001, começou a ficar clara a razão de a região da Cracolândia ter chegado ao ponto que chegara no ano anterior, o que obrigara o governo do Estado a realizar operação análoga à que está em curso hoje. Matéria da mesma Folha mostrou que policiais integravam a rede que explorava o tráfico de drogas na região.
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FOLHA DE SÃO PAULO
13/12/2001
Policiais são flagrados com traficantes
O Ministério Público flagrou cinco policiais do Denarc em situações suspeitas na cracolândia, região no centro de São Paulo conhecida por concentrar dependentes e traficantes de crack.
Durante 20 dias, os promotores gravaram imagens de integrantes do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) na região. O material foi veiculado ontem à noite no “Jornal Nacional”, da Rede Globo.
O tráfico na cracolândia, segundo o Ministério Público, é dominado atualmente por dois grupos do Denarc, um liderado por Hélio Carlo Barba e outro pelo investigador José Carlos de Castilho.
Nas imagens, aparece Barba com outro policial, identificado apenas como Henrique, abordando um casal. O investigador Alessandro Ramos da Silva seria o terceiro integrante do grupo.
Em outra imagem, um homem algemado sai do carro da polícia, parado na cracolândia, é solto por Castilho, de quem recebe ainda um aperto de mãos.
Cena parecida se repete com outros dois criminosos. Castilho e o investigador Mauro César Bartolomeu soltam os homens e, depois, os cumprimentam. Um deles foi identificado na reportagem como Adilson Francisco Rocha, indiciado por tentativa de homicídio, tráfico de droga, formação de quadrilha e roubo.
Segundo depoimento de um ex-integrante do grupo de Castilho, para atuar na cracolândia é necessário pagar taxa de R$ 200, por semana, aos policiais, que cobram ainda entre R$ 1.200 e R$ 5.000 para libertar criminosos.
Segundo esse ex-integrante, o grupo de Barba vende crack embalado em plástico verde. O grupo de Castilho, em plástico branco.
Ontem à tarde, os promotores que fizeram as gravações -membros do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado)- pediram a prisão temporária dos policiais identificados a partir das imagens.
À noite, após a veiculação da reportagem do “Jornal Nacional”, eles não deram entrevistas aos outros órgãos de imprensa.
Corregedoria
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, as gravações foram mostradas ontem ao corregedor da Polícia Civil, Rui Estanislau Silveira Mello, pouco antes do pedido de prisão. O corregedor, que já investigava os policiais, segundo a secretaria, determinou que fossem imediatamente afastados.
O delegado Marco Antonio Ribeiro de Campos, que dirige o Denarc, disse ao “Jornal Nacional” que está “envergonhado”.
Os cinco policiais -todos investigadores, segundo a secretaria- devem ser acusados por tráfico de drogas, abuso de poder, extorsão e formação de quadrilha.
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Parece piada, um déjà vu macabro. O mesmo Geraldo Alckmin que anda elogiando a desastrada operação na região que seu governo destruiu, há mais de uma década já usava do seu bom e velho “embromation” ao negar a responsabilidade das desastrosas administrações tucanas que degradaram São Paulo ao ponto que se vê atualmente.
Matéria da Folha do dia seguinte à que mostrava o escândalo na polícia paulista informava que o governador “negava” a corrupção na polícia que comandava e que, tragicamente, continua comandando até hoje graças à mesma Folha e a outros veículos da imprensa paulista.
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FOLHA DE SÃO PAULO
14/12/2001
Alckmin nega existência de “banda podre” na polícia de SP
Mesmo dizendo sentir-se envergonhado por conta das denúncias envolvendo cinco investigadores do Denarc, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou ontem a existência de uma “banda podre” na polícia de São Paulo.
“Não tem “banda podre” em São Paulo. Essa expressão foi lá no Rio de Janeiro. Se tiver policial corrupto aqui, vai para a rua e para a cadeia”, afirmou.
Para ele, trata-se de um caso isolado. “Infelizmente, alguém erra, e não há nenhuma conivência com isso. Ao ser comprovado, é cadeia”, disse. Ele afirmou ainda que existe “gente séria” na polícia.
O secretário estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, também disse que estava decepcionado. Segundo ele, a secretaria está tomando medidas para identificar policiais envolvidos com o crime. “Essa é uma luta permanente. Eu acabo de dizer aqui que não é um sistema perfeito, não há nada que não possa ser melhorado ou aprimorado.”
O secretário afirmou ainda que, neste ano, quase 300 policiais “que praticaram atos mais ou menos graves” do que os da cracolândia foram afastados.
Segundo Petrelluzzi, a divulgação do caso mostra que o controle da polícia é eficaz. “A polícia é a instituição mais vigiada deste país, pelo menos a de São Paulo.”
Pela manhã, Alckmin disse que esperava que os cinco policiais fossem presos ainda ontem. “Se a Justiça conceder, serão imediatamente presos.”
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O escândalo de corrupção na polícia paulista não deu em nada. A oposição petista ao governo do Estado pediu uma CPI, mas, como vêm fazendo desde 1994, o governo tucano do Estado, com a maioria parlamentar que a desorientada população paulista lhe deu, engavetaria mais uma investigação.
Em 2002, mais escândalos abalariam a cúpula do Denarc, que deveria combater a Cracolândia. Era o terceiro escândalo em menos de seis meses. A prisão em flagrante do policial Francisco Marcondes Romeiro Neto por tráfico internacional de drogas provocou a queda do delegado divisionário Ubiracyr Pires da Silva, segundo homem na hierarquia do Denarc na área de repressão ao tráfico.
Nada abalava a corrupção policial que ia erigindo, em São Paulo, a situação que se vê hoje. O governo do Estado não permitia maiores investigações e a imprensa dava uma ou outra notinha, mas não pressionava. Dessa maneira, a cidade foi sendo tomada pelo tráfico.
Todavia, ao passo que o governo do Estado se ocupava de esconder o que acontecia na polícia, a prefeitura, com Marta à frente, fazia a sua parte e o centro de São Paulo começava a mudar. As ações sociais estavam funcionando, pouco se ouvia falar na Cracolândia, o arquivo da Folha mostra que o noticiário sobre o assunto era escasso.
Matéria do insuspeito colunista Gilberto Dimenstein publicada pela Folha ao fim do segundo ano da gestão Marta Suplicy comprova que se a prefeitura não tivesse sido entregue pela população zumbi de São Paulo a José Serra e depois a Gilberto Kassab, a situação não teria se agravado e talvez hoje a Cracolândia nem existisse.
Veja:
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FOLHA DE SÃO PAULO
01/12/2002
São Paulo vai ser refundada
GILBERTO DIMENSTEIN
Quase ninguém acredita -e, por muito tempo, não vai acreditar-, mas um dos principais laboratórios de recuperação social no Brasil está num dos mais visíveis focos de decadência do país: o centro da cidade de São Paulo.
Não se acredita porque, em primeiro lugar, uma das modas nacionais é afirmar que o país está metido em uma pasmaceira social e que nada acontece. Pouco se conhece das articulações comunitárias e das políticas públicas inovadoras.
Em segundo lugar, os moradores de São Paulo acham, no geral, que a cidade não tem mais jeito e está condenada à degradação.
Pela primeira vez, São Paulo está alterando a forma como se expandiu desde seu nascimento, em 1554, quando se limitava a uma escola de jesuítas que ensinava indígenas no topo de uma colina.
(…)
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As ações sociais e urbanísticas da prefeitura estavam revolucionando a cidade, mas a imprensa tucana dava duro combate a Marta ao criticar tudo e reconhecer nada. A matéria de Dimenstein foi uma das raras exceções.
As matérias sobre a Cracolândia iam escasseando, o problema estava sob controle, ainda que existisse. Havia, sim, um ou outro usuário na rua, mas não havia o consumo e tráfico ostensivo da droga que se fez hoje. A partir de meados de 2005, porém, o noticiário sobre a Cracolândia foi aumentando em progressão geométrica.
Ao fim da gestão Serra, em 2006, quando o tucano rompeu o compromisso que assumira com a população (por escrito) de permanecer à frente da prefeitura até o fim de seu mandato por pretender se candidatar ao governo do Estado, já não era possível ao cidadão atravessar a Cracolândia sem correr risco de vida.
Os arquivos dos jornais, com a história cotidiana que contam, são verdadeiras minas de ouro em termos de conteúdo capaz de mostrar como o povo de São Paulo cavou com as próprias mãos a situação de penúria em que mergulhou seu Estado e, sobretudo, a capital paulista. E o pior é que esse povo não melhorou nada, desde então.

A avaliação dos russos: “Já se vê no horizonte uma nova guerra dos EUA no Oriente Médio”

A situação no Oriente Médio aproxima-se rapidamente do ponto crítico e o início do conflito já aparece nas cartas. Isso, em resumo, foi o que disse Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança Nacional da Rússia (e ex-diretor do FSB, a organização que sucedeu a KGB) em entrevista à imprensa russa.
Patrushev é, sem dúvida, figura chave do establishment político e das relações internacionais russas. Ninguém duvida de que falou bem refletidamente, com o objetivo de enunciar a profunda ansiedade do Kremlin, ante a evidência de que o mundo está a poucos passos de uma conflagração no Oriente Médio, de consequências imprevisíveis no plano da segurança regional e internacional e da política mundial.
Patrushev, claro, tem acesso a inteligência de alto nível e falou baseado em dados que estão jorrando dos satélites e dos espiões e diplomatas russos. O Kremlin disparou um sinal de alerta.
As entrevistas foram dadas em idioma russo. Posso, portanto, reproduzir passagens. Patrushev disse:
“Há informações de que membros da OTAN e de alguns estados árabes do Golfo Persa, agindo pelo cenário que se viu na Líbia, trabalham para transformar a atual interferência nas questões internas da Síria em intervenção militar direta”.
Foi específico.
“As principais forças de ataque não serão francesas, nem britânicas nem italianas, mas, provavelmente, turcas”.
Disse que o primeiro passo será criar uma zona aérea de exclusão sobre a Síria, para criar um santuário em território sírio próximo da fronteira turca, para entrada de mercenários que possam ser apresentados como rebeldes sírios. Em resumo, é intervenção ocidental ao estilo “líbio”; e conduzida pela Turquia.
Patrushev disse que a escalada militar alcançará provavelmente também o Irã e há “real perigo” de ataque pelos EUA, destacando que tensões sobre a Síria, hoje, são, de fato, tensões relacionadas à questão iraniana. “Querem castigar Damasco, menos pela repressão à oposição e, mais, por a Síria ter-se recusado a romper relações com Teerã”.
Sobre a situação iraniana, Patrushev disse:
“Já se veem sinais de escalada militar no conflito, e Israel está empurrando os americanos para a guerra. Há perigo real de um ataque militar norte-americano contra o Irã. Nesse momento, os EUA veem o Irã como seu principal problema. Querem converter o Irã, de inimigo, em parceiro apoiador; e, para conseguir isso, o plano é mudar o atual regime, pelos meios necessários”.
E qual será a provável resposta dos iranianos? Patrushev avalia:
“Não se pode descartar que os iranianos sejam capazes de cumprir suas ameaças de suspender exportações do óleo saudita pelo Estreito de Ormuz [1], se sofrerem ataque militar direto”.
Patrushev também falou sobre as políticas dos EUA para Rússia, China e Índia.
Disse que os EUA estão “persistentemente buscando manter sua dominação econômica, política e militar no mundo”. Põe sob essa luz a instalação dos sistemas de mísseis antibalísticos dos EUA na Europa.
”Hoje, [a instalação dos mísseis antibalísticos] talvez não seja grave ameaça à Rússia, mas o objetivo daquela ação, no longo prazo, é reduzir nosso potencial estratégico. Pelo que sei, os planos para uma barreira global de mísseis de defesa norte-americanos também estão sendo negativamente avaliados em Pequim.”
“Apesar das mudanças radicais no alinhamento global de forças, como resultado da modernização, os EUA insistem em manter sua dominação econômica, política e militar em todo o mundo. No presente, é importante para os EUA eliminar o que veem como ameaças a essa dominação – e ameaças que vêm da China, como creem os EUA”. (...)
Como “amigo de muito tempo” da Índia, Patrushev, evidentemente, não falaria contra a abordagem dos indianos e as atitudes de “sedução” de Tio Sam. Em vez disso, falou da “vizinhança estendida” da Índia:
“Simultaneamente, os EUA buscam acesso direto aos recursos e às facilidades de transporte na vasta área do Cáucaso, do Cáspio e da Ásia Central. Há inúmeras declarações de políticos norte-americanos sobre a necessidade de pôr sob controle dos EUA a energia, a água e outros recursos da Rússia”.
Mas, apesar de tudo, Patrushev não ignorou a importância que Moscou dá às relações Rússia-EUA, porque “os EUA são líderes do mundo ocidental e, faça a OTAN o que fizer, as estratégias da OTAN são sempre modeladas em Washington”.
Além disso, “Nossos países [Rússia e EUA] têm vários e importantes interesses coincidentes em matéria de segurança. Por exemplo, estamos combatendo juntos contra o terrorismo, dentre outras coisas, ao tornar acessível a rota do norte, para atender as necessidades das forças dos EUA no Afeganistão; estamos enfrentando juntos o crime organizado e o comércio ilegal de armas, narcóticos e substâncias psicotrópicas, e cooperamos também na luta para manter a segurança das informações” – concluiu Patrushev, com boa dose do humor russo, ao acentuar o caráter profundíssimo da atual “parceria” entre Rússia e EUA.
Nota dos tradutores
[1] Sobre isso, ver 8/1/2012, “Geopolítica do Estreito de Ormuz: Marinha dos EUA pode ser derrotada pelo Irã no Golfo Persa?”, Mahdi Darius Nazemroaya, Global Research.
MK Bhadrakumar foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais The Hindu, Asia Online e Indian Punchline. É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista, tradutor e militante de Kerala.
Indian Punchline

A "REVISTA VEJA" SE SUPERA EM MATÉRIA DE IDIOTICE

A sutil diferença entre um Sábio e um Idiota

O sábio:

ZÉ GERALDO
Ei você que tem de oito a oitenta anos
não fique aí perdido,
como ave sem destino
pouco importa a ousadia dos seus planos
eles podem vir da vivência do ancião
ou da inocência de um menino
o importante é você crer
na juventude que existe dentro de você
Meu amigo, meu compadre, meu irmão,
escreva sua história
pelas suas próprias mãos
Nunca deixe se levar por falsos líderes
todos eles se intitulam
porta-vozes da razão
pouco importa o seu tráfico de influências
pois os compromissos assumidos
quase sempre ganham sub-dimensão
o importante é você ver
o grande líder que existe dentro de você
Não se deixe intimidar pela violência
o poder da sua mente é toda a sua fortaleza
Pouco importa este aparato bélico universal
toda a força bruta representa nada mais
do que um sintoma de fraqueza
O importante é você crer
nesta força incrível que existe dentro de você
O idiota:

MICHEL TELÓ
Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Sábado na balada
A galera começou a dançar
E passou a menina mais linda
Tomei coragem e comecei a falar
Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Sábado na balada
A galera começou a dançar
E passou a menina mais linda
Tomei coragem e comecei a falar
Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Agora que você consegue notar a diferença entre vitamina e veneno, tenha uma ótima semana.

AS PEDRAS ESTAVAM LÁ


Certos desastres e rupturas históricas renovam os riscos inerentes a um tipo de cegueira gerado pelo excesso de confiança na razão, como já alertaram Adorno e Horkenheim.  O comandante Francesco Schettini, do 'Costa da Concórdia', confiou cegamente em instrumentos náuticos, na 6ª feira, 13; levou um transatlântico com 4.200 passageiros rumo a rochas que, nas suas palavras,  'não deveriam estar lá', embora navegasse a 300 metros da costa. Seu companheiro de infortúnio em 1912, Edward Smith, comandante do Titanic, confiou expressamente no progresso da ciência e da tecnologia que prometia um titã  à salvo da natureza: uma embarcação esfericamente racional, incapaz de afundar. A soberba levou-o a menosprezar alertas sobre icebergs na rota. O gelo rasgou o aço do colosso que afundou em duas horas e 30 minutos: 1.500 pessoas morreram. A resposta de Ângela Merkel à perda do grau de confiança de nove países do euro, rebaixados por uma agência de risco também na 6ª feira 13,  é outro capítulo da blindagem da razão, neste caso, por  interesses que querem manter a sociedade na rota dos 'mercados autoreguláveis'.  Merkel reagiu ao solavanco da 6ª feira como uma discípula de Schettini e Edward Smith: mandou acelerar as hélices da UE rumo ao pedral  ortodoxo, endurecendo a defesa do arrocho fiscal numa Europa abalroada por desemprego crescente e receitas minguantes. No Brasil expoentes conservadores mostraram-se estupefatos em agosto passado, quando o BC alterou a rota dos juros para desviar o país da recessão mundial. Em nome da razão de mercado o coro exortava o BC pela mídia: 'toca em frente; toca em frente!'  Nesta 4ª feira acontece a 1ª reunião do Copom em pleno agravamento da crise européia. Mais que nunca, o governo tem legitimidade para proceder a um novo e significativo corte do juro. As pedras estavam lá. A ver.
 

Dilma é pop: vídeo-montagem com rock foi visto quase 3 milhões de vezes

Caiu na rede em outubro passado uma montagem em vídeo bem feita e bem humorada (mas respeitosa), misturando uma música da banda de rock "System of a Down" com discursos da campanha de 2010 da presidenta Dilma, e com Lula nos "backing vocals".

E não é que o vídeo já foi visto 2,7 milhões de vezes.

Há quem não goste da música banda, mas os dilmistas e lulistas não podem reclamar da letra.