Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Imprensa é quem “endeusa” Lula com os ataques vis que lhe faz

Eles estão se dizendo “indignados” e “chocados” com os ataques vis que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a receber nas redes sociais da internet logo após o anúncio de que está sofrendo de câncer. Um após o outro, os colunistas da grande imprensa vêm recitando um discursinho pasteurizado de que do lado dos que atacam Lula estão os “trogloditas”, mas do outro estão os que tentam “endeusá-lo”, como se isso, mesmo se fosse verdade, justificasse os ataques desumanos, selvagens e psicóticos a que o país assiste estarrecido.
Nos últimos dias, li sucessivos textos de colunistas do Estadão, da Folha e das Globos dizendo isso. Clóvis Rossi, Dora Kramer, Eliane Cantanhêde, Gilberto Dimenstein… E por aí vai. Esse neo bom-mocismo desses colunistas até quebrou um pouco o consenso que todos eles, em uníssono, costumam ter sobre política – consenso que é formulado nos “aquários” e por eles “decretado”, como se sabe.
Esses colunistas bonzinhos e sensíveis estão se contrapondo a outros como Reinaldo Azevedo ou Elio Gaspari, que andaram “fundamentando” a cobrança a Lula para que se trate no SUS com o “argumento” de que o ex-presidente um dia elogiou o sistema ao inaugurar um hospital, ou à comentarista da CBN Lucia Hippolito, que voltou novamente à ribalta ao acusar Lula de ser alcoólatra depois de ela ter feito uma tentativa de comentário naquela rádio, um tempo atrás, estando visivelmente alcoolizada.
Todos os citados e muitos outros que alguém certamente leu por aí, porém, têm algo em comum: vêm com a mesma história de que os “trogloditas” se contrapõem aos “fundamentalistas” que quereriam “endeusar” ou “santificar” Lula, o que é apenas uma estratégia para “explicarem” a conduta animalesca dessa gente covarde que se aproveita de um momento em que seu alvo preferido há décadas não pode nem falar para se defender para lhe fazer acusações e cobranças sem qualquer traço de racionalidade, sensibilidade e decência.
Quero que achem aqui ou em qualquer um dos blogs autoproclamados progressistas, que são os mais simpáticos a Lula, qualquer tentativa de “endeusá-lo” ou “santificá-lo”. Muito pelo contrário: à diferença de blogs realmente fundamentalistas como o de um Reinaldo Azevedo, principal incentivador da “teoria” de que Lula deveria se tratar no SUS, blogs como este permitem ataques de todos os tipos ao ex-presidente e muitos lhe fazem críticas pontuais. Nos blogs fundamentalistas de direita, só pode comentar quem concorda com os blogueiros.
A simpatia por Lula se cristaliza justamente por isso: alvo de ataques injustos, repulsivos, chocantes e desumanos, e de mentiras absurdas e facilmente desmontáveis que a mídia pensa que impede que sejam desmontadas, esse político que a tudo sempre suportou com estoicismo e dignidade acaba sendo transformado em uma eterna vítima e alvo da solidariedade de qualquer um que seja contrário à injustiça e à covardia independentemente de quem for o alvo.
Esse discurso hipócrita desses colunistas “bonzinhos” contrapõe os que nunca tentaram “endeusar” Lula coisa nenhuma, mas apenas defender um homem contra quem jamais foi levantada uma única acusação que tenha se provado verdadeira em suas décadas sucessivas de atuação política, àqueles que, como chacais ou abutres, só atacam vítimas fragilizadas e que não podem se defender. Fazem isso porque a culpa por esses dementes estarem se reproduzindo em escala geométrica é da mesma imprensa que lhes fornece a semente do ódio.
As críticas incessantes que a grande imprensa faz a todos os aspectos da figura humana de Lula, com ilações sobre seu caráter, com mentiras e distorções sobre sua atuação política, com a negação quase completa de qualquer mérito na obra imensa que realizou no país em seu período de oito anos na Presidência se contrapõem a esses mesmos colunistas “chocados” com a selvageria com que o atacam. Agora lhe reconhecem algum mérito, sim, mas fazem isso para se eximir da culpa que têm e que o jornalista Kennedy Alencar vocalizou com perfeição anteontem na rádio CBN.
Alencar acusou até os próprios colegas na Folha de São Paulo que estão formulando essa teoria maluca de “endeusamento de Lula” ao dizer que a imprensa tem culpa pela onda de ódio que se levantou contra o ex-presidente, ainda que, estatisticamente, essa onda nada represente diante de um quadro em que oitenta por cento da sociedade o aprova com entusiasmo. Por isso é que vivo dizendo que a grande imprensa ainda irá canonizar Lula, pois ao atacá-lo da forma baixa que se vê quase todo dia minimiza defeitos que qualquer ser humano tem.
—–
A campanha Respeitem Lula, o Estadista que Ergueu o Brasil continua. Você pode deixar seu comentário de apoioaqui ou pode aderir a ela no Facebook clicando aqui. Será mantida e lembrada por muito tempo, ainda. Quando tiver um bom número de adesões, imprimirei todos os comentários e enviarei ao ex-presidente. Até agora, no Facebook, quase 2.000 pessoas já aderiram. Adira você também e divulgue essa campanha justa e necessária.
—–
Assista, abaixo, ao comentário cristalino do jornalista Bob Fernandes sobre o assunto.

VIDA E MÍDIA. O complexo do beija-mão

*PAPANDREU RECUA: sem sustentação no próprio partido 'socialista', acuado pelos líderes do euro, o premiê grego Yorgos Papandreu  recuou no propósito de consultar a população sobre o programa de arrocho embutido no 'desconto' de 50% da dívida grega** a rendição de Papandreu
 representa uma esmagadora vitória do diretório financeiro que reduziu a Grécia a um protetorado, sem direito a opinar sobre o seu futuro ** BC europeu corta a taxa de juro: decisão chega com atraso de dois anos e 16 milhões de desempregados.



A Venezuela de Chávez, como sabemos da leitura diária dos jornais e do martelar inclemente das tevês, é um dos piores lugares do mundo para se viver. Só pode ter sido um erro, assim, atribuir aos venezuelanos um nível de satisfação com a vida tão elevado, como o
 que consta  no Relatório de 2011 do Índice de Desenvolvimento
 Humano da ONU. Numa escala de 1 a zero, os mais felizes com a vida no planeta são os noruegueses: 7,6 ;o Brasil registra um grau de felicidade de 6,8; o dos venezuelanos é de 7,5. No mesmo relatório da ONU, a Argentina que conforme sabemos pela mesma mídia, cavou sua sepultura econômica e social após oito anos de populismo kirchnerista, emerge como o 45º país do mundo em desenvolvimento humano. Isso numa lista de 187 nações avaliadas e comparadas  com base em indicadores de expectativa de vida, escolaridade e renda per capita. Outra discrepância notável é o caso de Cuba. Literalmente  despencando, desprovida de qualquer mérito e legitimidade, a julgar pelos relatos jornalísticos, a ilha --há 50 anos sob o cerco do embargo comercial norte-americano-- resiste em 51º lugar, logo abaixo, quatro degraus, do grupo que inclui as nações com os melhores IDHs da terra. Deve haver algum equívoco. Assim também como parece um total  despropósito que o Iraque amargue ainda a 132ª posição, depois de oito anos de ocupação norte-americana, enquanto a Líbia, dominada até há pouco pelo inominável regime de Kadaffi, ostente o 64º melhor desenvolvimento humano -- 23 degraus  à frente, por exemplo, da bem comportada e moderna Colômbia, até há pouco dirigida pelo sempre agraciado com elogios midiáticos, o operoso e respeitado democrata, Álvaro Uribe.


O colunista da Folha Sergio Malbergier sugeriu que a presidenta Dilma estaria substituindo o “complexo de vira-lata” pelo de “poodle”, ao fazer exigências à União Européia na cúpula do G-20. Na verdade, a crítica do jornalista é um perfeito exemplar de outro complexo tipicamente brasileiro, o "do beija-mão", ideologicamente de direita e que assola a vida nacional desde os tempos coloniais.

Berlim - Muito se tem falado recentemente sobre o “complexo de vira-lata”, metáfora do sentimento brasileiro criada por Nelson Rodrigues, para se referir à política externa brasileira. Hoje, de maneira deselegante, o colunista da Folha Sergio Malbergier sugeriu que a presidenta Dilma Rousseff poderia estar substituindo este complexo pelo de “poodle”, ao fazer exigências à União Européia perante a cúpula do G-20.

A esquerda acusa a direita de “complexo de vira-lata” por esta querer que o Brasil se diminua perante as potências ocidentais. A direita acusa a esquerda do mesmo, e o governo brasileiro, por achar que ambos defendem um “terceiro-mundismo mofado”. Para mim, a razão nestas acusações fica com a esquerda, não com a direita, pelo fato de que, entre ambos os argumentos, coloca-se um outro complexo, que assola a direita em matéria de política externa, que é o "complexo do beija-mão".

O complexo do beija-mão é algo que assola a vida brasileira desde os tempos coloniais, e que consiste em pensar que o que se consegue na vida não se deve aos próprios méritos, mas sim ao favor dos poderosos. É um capítulo interessante da ideologia do favor, que tanto governou e nos governa ainda.

Para esse complexo, é um absurdo o Brasil se mostrar ostensivamente independente das potências ocidentais, a ponto de criticar algumas delas em público, como no caso do G-20, em que a presidenta Dilma vai cobrar medidas mais duradouras e anti-recessivas da bancada européia. É também absurdo o Brasil não se alinhar costumeiramente aos Estados Unidos. Por quê? Porque assim perderemos o beneplácito dos poderosos, e não teremos as vantagens comerciais que poderíamos ter. Como se o mundo comercial de hoje fosse regido por esses favores do beija cá dá lá.

Mas não só isso. Devemos adular também os pequenos emergentes. Para esse complexo, o Brasil errou redondamente ao não se alinhar ao neogoverno da Líbia, porque agora, nas prebendas que serão distribuídas como botim depois do bárbaro linchamento de Gadafi (que deveria ter sido julgado em Haia), não teremos parte alguma. Como se as potências bombardeiras deixassem algum espaço espontâneo para quem beijasse as mãos suas ou de seus apaniguados. A diplomacia brasileira – e nisso acerta – aposta em outra coisa, na multilateralidade de sua abordagem da cena internacional, tanto do ponto de vista comercial como do político.

Porque assim é o mundo contemporâneo: multilateral, não mais bi nem unipolar. É claro que existem considerações de natureza ética na política internacional. Apoiar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre uma “no-fly zone” na Líbia que vai servir na verdade para bombardear um dos lados da questão em detrimento de outro, inclusive para matar o líder desse lado em questão, não é ético. Além disso, não é pragmático: o Brasil perderia o perfil que vem laboriosamente construindo num mundo multi-lateral que inclui, além do Ocidente em crise monetária, fiscal, econômica e política, os BRICS, o G-20, a América Latina, a África subsaariana, o Oriente Médio, para dizer o mínimo e o máximo.

Tudo isso remonta a dizer que o mundo íntimo da nossa direita é completamente anacrônico. Ele não consegue visualizar a estatura que o Brasil atingiu na cena internacional. Também não consegue visualizar a própria cena internacional, que é bem mais complexa do que um jogo de mocinho e bandido ou de gato e rato.

Uma última observação. Toda a ironia tem dois gumes, a gente sabe. É bom lembrar que na época em que Nelson Rodrigues criou a metáfora do “complexo de vira-lata” o modelo ideal de cachorro era o pastor alemão, de triste memória (o modelo ideal, não o cachorro que, deixado a seu instinto, é de índole boa e pacífica).



Sarkozy deseja melhoras a Lula durante G20. "Nós o amamos",

Rogerio Wassermann
Dilma Rousseff e Sarkozy. Foto: AFP
Líder francês teria afirmado em almoço: "nós o amamos" em referência a ex-presidente

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez uma referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e desejou-lhe uma pronta recuperação durante a abertura da cúpula anual do G20, que acontece nesta quinta e sexta-feira no balneário de Cannes.

A citação foi feita durante o almoço entre os líderes das principais economias do mundo, incluindo a presidente Dilma Rousseff, que abriu oficialmente o encontro no início da tarde desta quinta-feira.
A reunião do G20 está tendo sua agenda oficial ofuscada pelas discussões a respeito da crise das dívidas europeias e, mais especificamente, sobre a Grécia e a indefinição em relação ao plano de resgate ao país após o anúncio de um referendo, que provocou pânico nos mercados financeiros na terça-feira.

Dilma

Em sua fala durante a abertura do encontro, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil é solidário com os países europeus em crise, mas disse que "é preciso liderança, visão clara e rapidez" para solucionar o problema.
Dilma afirmou ainda que o Brasil está pronto para contribuir, junto com o FMI (Fundo Monetário Internacional), para a busca de uma solução.
Após o anúncio do plano de resgate da Grécia e do aumento do capital do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), na semana passada, os líderes da zona do euro manifestaram o desejo de que os principais países emergentes, como o Brasil e a China, contribuíssem com o fundo.
Mas representantes dos países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que reúne os cinco grandes emergentes, manifestaram disposição de colaborar somente por meio do FMI, que poderia impor suas condições aos países receptores da ajuda.
Em sua fala no almoço desta quinta-feira, Dilma afirmou que o G20 deve buscar medidas para a solução da crise que promovam o crescimento e não tenham como consequência um aprofundamento ainda maior da crise econômica.
Para a presidente, a Europa é detentora de um patrimônio democrático que precisa ser preservado.

Desigualdade faz EUA caírem no IDH e Brasil ocupa 84o lugar

 
[
COPENHAGUE (Reuters) - Os Estados Unidos continuam sendo o quarto melhor país para se viver, mas um ajuste em função da desigualdade o derruba para o 23o lugar, segundo a nova edição do índice do desenvolvimento humano, feito anualmente pela Organização das Nações Unidas e divulgado nesta quarta-feira.
O índice, criado há 21 anos, combina dados da prosperidade econômica com os níveis de educação e expectativa de vida. O Brasil ocupa a 84a posição entre os 187 países avaliados pelo índice da ONU.
Esta é a segunda vez que o Programa de Desenvolvimento da ONU (Pnud) publica o índice ajustado pelo critério da desigualdade. O ajuste leva em conta as três áreas que compõem o IDH: expectativa de vida, educação e padrão de vida em termos de rendimentos disponível.
A exemplo dos EUA, vários outros países caíram no ranking quando a desigualdade é levada em conta. O Canadá, por exemplo, passou do 6o para o 12o lugar. A Coreia do Sul foi de 15o para 28o.
Por outro lado, países com pouca desigualdade não oscilam tanto. A Noruega, por exemplo, lidera as duas versões do ranking -- no caso do índice não-ajustado, o país petrolífero escandinavo conquista o topo pela nona vez em 11 anos.
A Austrália também não muda de colocação -- é segunda em ambos os rankings. A Holanda ficou em terceiro no índice não ajustado, e em quarto no ajustado.
Alguns países chegam a melhorar quando a desigualdade é levada em conta -- caso da Suécia, que de 10o passou para o 3o, e da Dinamarca, que saltou do 16o para o 8o.
No outro extremo da lista, a República Democrática do Congo, dilacerada por mais de uma década de guerra, ocupou o 187o e último lugar na lista geral, e o 134o no índice ajustado.
Níger, Moçambique e Chade são outros países que estão entre os piores do mundo em termos de IDH, mas melhoram um pouco no ranking ajustado.
O Relatório de Desenvolvimento Humano que acompanha o índice focou neste ano nas relações entre sustentabilidade ambiental e igualdade, um termo que a agência usa para descrever a justiça social e o acesso à boa qualidade de vida.
Em grande parte do mundo, a distribuição de renda se tornou mais desigual nas últimas décadas, enquanto as discrepâncias de saúde e educação diminuíram, diz o relatório.
Em texto no relatório, a administradora do Pnud, Helen Clark, alertou que "o continuado fracasso em reduzir os graves riscos ambientais e o aprofundamento das desigualdades sociais ameaça desacelerar décadas de progressos sustentados por parte da maioria pobre do mundo, e até mesmo reverter a convergência global no desenvolvimento humano."
(Reportagem de John Acher)

As mentiras que nos contam sobre a economia mundial

*PAPANDREU DEMISSIONÁRIO? ** acuado pelos credores e sem apoio do próprio partido, o primeiro ministro grego pode apresentar sua demissão amanhã, antes de se submeter ao voto de confiança no Parlamento ** reunião do G-20 em Canes nesta 5ª feira vira cerco contra consulta popular anunciada por Papandreu** lideranças do euro cortam crédito à Grécia e advertem que não aceitam nenhuma outra opção exceto a rendição ao arrocho imposto pela troika
 
**Franklin Martins, Paulo Henrique Amorim, Pascual Serrano e Venício Lima, entre outros, no seminário sobre Mídia e Democracia, que começa nesta 5ª feira, às 8:30, em Porto Alegre - iniciativa: Altercom, Intervozes e Associação dos Juízes do RS -local:  Escola Superior da Magistratura,rua Celeste Gobbato, nº 229 - Praia de Belas.  AVISO A GREGOS E TROIANOS: LIVRES MERCADOS
 PRESCINDEM DE LIVRES CIDADÃOS
A convivência nunca harmoniosa entre democracia e capitalismo avança para um estágio de antagonismo aberto na crise das finanças autoreguladas. As marcas se sucedem a desmentir os teórico da endogamia entre produção de mercadoria e de cidadania; entre livres mercados e liberdade humana. Coube ao vice-chanceler alemão, Guido Westerwelle,  verbalizar a extraordinária transparência dos dias que correm: "O plano de resgate europeu para a Grécia não admite discussão", sentenciou herr Westerwelle, nesta 4ª feira, sobre a consulta cogitada por Papandreu a uma população escalpelada pelos bancos e rentistas. (LEIA MAIS )
(Carta Maior; 5ª feira, 03/11/ 2011)