Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MAIS UMA DA MÍDIA GOLPISTA.

 
 
Aos colegas Cirurgiões Plásticos, membros da SBCP-RS.
Esclarecimento:
     Em relação à reportagem no programa Vida e Saúde que foi ao ar sábado (03/09/11), temos o seguinte a esclarecer:
     A RBS TV procurou a SBCP-RS para entrevista a respeito de Cirurgia Plástica da face. Recebi a equipe para gravação em meu consultório e pautei a entrevista por informações gerais, alguns detalhes técnicos e segurança em Cirurgia Plástica. Neste último item citado ilustrei com a figura do quadrilátero (diamante) de segurança: paciente/ procedimento/ estabelecimento/ e o Cirurgião Plástico – chamando a atenção para a formação do Cirurgião Plástico e necessidade do Título de Especialista pela SBCP e registro da especialidade no CRM. Ainda enfatizando com o slogan nacional da SBCP: “Cirurgia Plástica é com Cirurgião Plástico.” Ao final da entrevista a repórter pediu indicação de pacientes operadas para relatar seus casos, bem como fotos de pré e pós operatório. Fui categórico em minha resposta: eu como Presidente da SBCP-RS NÃO posso exercer estas práticas: a indicação de pacientes como “cases” (quebrando sigilo médico), bem como a exibição de fotos de pré e pós são condenadas tanto pelo Estatuto da SBCP quanto pelo Código de Ética Médica do CRM.
     Posto isto, qual não foi a minha surpresa (e a de todos) ao ver a reportagem exibida:
     Com uma capciosa mistura editorial de imagens, a reportagem da RBS TV colocou intercaladamente imagens e dados fornecidos por nossa entrevista como Presidente da SBCP, mesclados com informação de outro médico não especialista pela SBCP/sem registro de Especialista como Cirurgião Plástico no CREMERS – incluindo depoimento e fotos de pré e pós de pacientes operadas por este colega médico não Especialista.
     Concluo lamentando o ocorrido, peço desculpas aos colegas membros da SBCP pelo mau uso do nome da nossa entidade em reportagem que incluiu transgressões às nossas regras internas, bem como do Código de Ética Médica, numa situação estranha em que a imprensa agiu de má-fé, excluindo na edição informações primordiais no eixo do que foi questionado, ludibriando o telespectador e prestando um desserviço ao mal utilizar o nome de nossa Sociedade.

“Para você ver a TV que você vê, a gente faz muita coisa que você não vê.”

Pedro Bins Ely.
Presidente SBCP-RS

Protesto chique em SP lembra fracasso do “Cansei”

protestos paulista g 20110907 Protesto chique em SP lembra fracasso do Cansei

Eles não aprendem e não desistem. Derrotados três vezes nas eleições presidenciais, os valentes da fina flor paulistana foram de novo às ruas para protestar "contra tudo o que está aí". Desta vez, o álibi foi a Marcha Contra a Corrupção organizada nas redes sociais em várias regiões do país.
Em São Paulo, apesar dos esforços de alguns blogueiros histéricos, o protesto fracassou: segundo  a Policia Militar, apenas 500 pessoas se animaram a sair de casa neste belo feriado de 7 de setembro com muito sol para ir à avenida Paulista levantar cartazes contra a corrupção.
A personalidade mais conhecida identificada pela imprensa foi a socialite Rosangela Lyra, sogra do jogador Kaká e representante da Dior no Brasil.
Era a mesma turma chique do "Cansei", um "movimento cívico" criado em julho de 2007, para protestar contra o "caos aéreo", pelo presidente da OAB paulista, Luís Flávio Borges D´Urso, agora pré-candidato do PTB de Roberto Jefferson a prefeito de São Paulo, mas nem ele foi visto hoje na avenida Paulista.
De outro líder do "Cansei", o executivo Paulo Zotollo, ex-presidente da Phillips, não se ouviu mais falar. Na época, ele causou um enorme dano para a imagem da empresa ao declarar em entrevista ao jornal "Valor":
"Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz como tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado".
O Piauí ainda existe, virou até nome de revista, vai bem, cresce e seu povo está melhorando de vida, ao contrário do infeliz executivo que apenas vocalizou o que pensava boa parte da elite paulistana sobre os nordestinos, quando o presidente do país era o  pernambucano Lula.
A direção nacional OAB nacional na época, que ainda não era dominada por tipos como Ophir Cavalcante (quem?), o novo Álvaro Dias predileto da mídia, decidiu não participar do movimento e criticou a sessão paulista da entidade.
O então presidente da OAB-RJ, Wadih Dammus, resumiu do que se tratava. "O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas de São Paulo".
Foi o que se viu no 7 de setembro de protestos na avenida Paulista. São os mesmos. Só mudou o mote.
Em tempo (atualizado às 19h12):
No final da tarde desta quarta-feira, 7 de setembro de 2011, os números sobre o tamanho das manifestações em São Paulo variavam nos portais da grande mídia, que ajudaram a promover os protestos na avenida Paulista.
Segundo a "Veja", em nova manifestação promovida à tarde, no mesmo local, havia entre 2 e 4 mil pessoas no protesto, dependendo do informante e do blogueiro.
No portal da  "Folha", o maior jornal do país, a multidão de protestantes chegou ao máximo de 700 manifestantes, em seus diferentes informes ao longo do dia.
Até o final da tarde, segundo o portal do "Estadão", um dos mais empenhados promotores das manifestações na avenida Paulista, em nenhum momento, até as 19 horas,  o protesto passou de 500 participantes.
Seja como for, foi bem menos gente do que o registrado na maior manifestação do fracassado "Cansei", promovida no dia 17 de agosto de 2007, na praça da Sé, em São Paulo, com o apoio da Febraban (a federação dos bancos) e da Abert ( a associação das grandes emissoras de televisão), entre outras mais de 60 entidades da "sociedade civil organizada".
Segundo a Polícia Militar, havia 5 mil pessoas naquele dia em São Paulo protestando contra o "caos aéreo" do governo Lula e outras mazelas nacionais.
A grande imprensa brasileira, que se uniu para promover o golpe militar de 1964 e eleger Fernando Collor em 1989, parece ter perdido seu poder de mobilização. E seus blogueiros, colunistas e editores amestrados continuam latindo para cada vez menos gente.

Ato contra corrupção da mídia


A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” foi o nome comum de uma série de manifestações públicas organizadas por setores conservadores da sociedade brasileira em março de 1964, durante o governo João Goulart. Ocorreu logo após o anúncio dos programas de reformas de base daquele governo. Supostamente, naquele ano, congregou entre quinhentas mil e um milhão de pessoas em repúdio à mesma “corrupção” ora em pauta.
Como se formou aquele movimento que sustentou e justificou o golpe que implantou no Brasil uma ditadura de vinte anos sem ter Facebook e Twitter, sem a blogosfera e sem que muitos lares tivessem televisão? Foi pelos jornais e pelo rádio. E juntou muito mais gente do que os cansados que se reuniram ontem em várias capitais, tendo conseguido algum resultado expressivo só em Brasília, coincidentemente ao lado do evento pelo 7 de setembro em que ocorriam várias atrações que juntaram dezenas de milhares de pessoas.
Os métodos utilizados para convocar manifestações em 1964 eram análogos ao uso das redes sociais. Foram convocadas esposas de empresários e dos empregados das empresas e ensinadas em reuniões com fins “filantrópicos e religiosos” sobre como o comunismo seria nefasto. Simultaneamente, eram distribuídos panfletos a fazendeiros e agricultores dando ênfase a palavras-chave como democracia, liberdade e, sobretudo, “corrupção”.
A sociedade foi mobilizada para a primeira Marcha da Família com Deus Pela Liberdade. Dela participaram quinhentas mil pessoas no dia 19 de Março de 1964 em São Paulo. A massa humana saiu da Praça da República, seguindo pela Rua Barão de Itapetininga, atravessando o Viaduto do Chá, para, chegando à Praça da Sé, assistir a uma missa. Em 2 de abril de 1964, um milhão de pessoas participou da Marcha da Família com Deus pela Liberdade no Estado da Guanabara. Era o dia seguinte à consumação do golpe que durou 20 anos.
Estadão, Folha e Globo foram o Twitter, o Facebook e a Blogosfera da época. Agora, vitaminados pelo dinheiro do povo com o qual foram irrigados de lá para cá, sobretudo na época da ditadura (ao prestarem favores a ela), no Dia da Pátria de 2011 conseguiram colocar de novo o povo na rua, ainda que uma fração do que lograram há quase cinqüenta anos.
A corrupção da mídia foi muito rentável e esteve sempre aliada à corrupção dos políticos e dos corruptores, muitos dos quais seguramente estão entre os que gastaram milhões de reais para veicular os atos públicos que ocorreram ontem em capitais como São Paulo e Brasília. Por isso não caio na conversa dessa gente e, se é para discutir corrupção, penso que se deve discutir TODA ela.
Para tanto, já que os manifestantes de ontem, ombreados ao que de pior há na política brasileira – como o partido campeão de cassações na Justiça Eleitoral, o DEM –, não tocaram na corrupção dos que pagam os corruptos ou na da mídia, há que ir à rua bradar contra corruptores e a corrupção da mídia que censura aqueles que pensam diferente enquanto suga dinheiro público.
Além dos leitores que já confirmaram neste blog que irão ao Ato Contra a Corrupção da Mídia Golpista que o Movimento dos Sem Mídia convocou ontem para o próximo dia 17, quase 400 pessoas, até agora (manhã de quinta-feira), já confirmaram no mesmo no Facebook. Essa convocação se somará a outras já feitas para o mesmo dia e local.
Quem mais achar que deve tomar posição neste momento estranho que está gerando um déjà Vu em muita gente experiente nos meandros políticos deste país, a hora é agora. Compareça ao vão livre do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp) às 14 horas de 17 de setembro próximo e venha dizer tudo o que está entalado em sua garganta porque a mídia golpista censura enquanto alardeia sua “indignação” igualzinho como fazia há 47 anos.
—–
Para aderir ao evento no Facebook, clique aqui

PiG (*) faz o jogo do tráfico no Alemão

O noticiário deste Sete de Setembro no jornal nacional se concentrou no Alemão.

Clique aqui para ler “Globo invade o Alemão”.

Parece solarmente claro que o maior inimigo da ocupação do Alemão pela UPP é o tráfico.

Foi quem perdeu o território.

E as armas.

E, em segundo lugar, os moradores que dependem ou dependiam do tráfico também não simpatizam com a UPP (enquanto não encontrarem outro emprego).

Esses é que são açulados pelo tráfico.

(O tráfico inventou e o jn noticiou que uma menina tinha morrido com bala perdida. Não era verdade.)

Como não cai a demanda por droga do lado de fora do Alemão,  o que restou do tráfico ali dentro (ou que para lá quer voltar) tenta desconstruir a ocupação.

Usa a meia dúzia de armas furrecas que ainda detém.

E se apóia numa minoria de moradores.

Parte dos moradores se incomoda também com as novas regras para realizar bailes funks.

Quando o PiG (*) transforma a reação dos traficantes no Alemão numa Pearl Harbor, faz exatamente o que o tráfico mais quer.

Mobilizar a população contra a Lei e a Ordem e reforçar o “partido do tráfico”.

E restabelecer o velho negócio do trafico nos antigos termos.

O PiG (*) e especialmente a Globo (com exceção da excelente – como sempre – reportagem da Sandra Moreyra no jn desta quarta feira) não têm compromisso com a pacificação das favelas.

Os filhos do Roberto Marinho preferem o “método Lacerda”.

Mandar “essa gente” para longe.

Em tempo: a manchete da primeira página do jornal Globo desta quinta-feira descreve algo como a combinação de Pearl Harbor com Hirsohima e Nagasaki (juntas): “Polícia ocupa outros dois morros vizinhos ao Alemão. Exécito convoca mais cem homens e amplia contingente no Complexo”. O PiG (*) é incorrigivel. Além de derrubar a Dilma, eles querem incendiar a cabine das UPPs. O PiG (*), a Globo e o tráfico, unidos: quanto pior melhor ! Fogo ! Fogo !


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Marcha contra corrupção acerta Globo, CBF, Sarney, Roriz, Justiça...



No dia da Independência, ato em Brasília convocado pelo Facebook para se queixar da falta de ética faz mais vítimas do que plano original, motivado por escândalos federais. Público recorde presente à Esplanada dos Ministérios para ver desfile militar do 7 de setembro ajuda a encorpar passeata, que nas contas da PM começou com duas mil pessoas. Confirmações eram 26 mil.

BRASÍLIA – A capital brasileira vive dias de baixíssima umidade e altas temperaturas, e não é diferente neste 7 de setembro. Às 13h05, registram-se 34° em termômetro perto da Esplanada dos Ministérios. A grande e central avenida, sede dos Poderes da República, esvazia-se aos poucos. Por duas horas, duas horas e meia, acolhera uma marcha inédita. Mobilizadas por uma das redes sociais mais populares da internet, o Facebook, pessoas comuns toparam botar roupa preta sob sol escaldante e protestar no feriadão.

Batizada de “Marcha contra a Corrupção”, dispara no atacado contra a falta de ética, indignação alimentada por escândalos envolvendo autoridades federais e pela não cassação de uma deputada local. No varejo, acerta alvos como a TV Globo e os presidentes da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e do Senado, José Sarney. Ali, há quem flerte com a ideia de alvejar o Congresso não só metaforicamente. Queixas contra indignação seletiva. E uma espécie de quebra de decoro ambiental a ser varrida pela “marcha dos garis” que se seguirá.

Passa das 10h, quando a passeata começa a deixar para trás o Museu da República, local combinado para a concentração. Até voltar ao ponto de partida, os manifestantes vão percorrer 3,5 km, ou 32 campos de futebol. A exemplo de uma escola de samba, são liderados por uma comissão de frente, com pessoas perfiladas a segurar, na altura do peito, uma faixa preta com as palavras “corrupção não” em branco. Na aglomeração, muitos portam vassouras, em referência à faxina da presidenta Dilma Rousseff na área dos Transportes.

Mais atrás, numa das primeiras alas, um jovem empunha sobre a cabeça, preso a um bastão, cartaz que diz “Sorria, você está sendo manipulado”. A inscrição encima desenho que reproduz, em preto e branco, o logotipo da TV Globo. Seu portador recusa-se a revelar o nome. Conta apenas que tem 20 anos e estuda arquitetura. Mas qual a razão dessa crítica dirigida? “A Globo manipula tudo. Não basta vir na marcha. A TV vai manipular muita coisa aqui”, diz.

Do início ao fim do ato, vão se ouvir, algumas vezes, manifestantes ressuscitarem antigo grito de protesto contra a maior emissora do país: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”. “Vou ter de fingir que não vi...”, diz uma jornalista das Organizações Globo que está cobrir a marcha.

Ricardo Teixeira, da CBF, que considera a emissora uma aliada, também é alvo do protesto. Junto com três ou quatro amigos, Felipe Guedes, de 22 anos, anda pela Esplanada carregando uma grande bandeira contra o cartola. “Ele é tão corrupto quanto o Congresso, é o mais corrupto do Brasil”, afirma Felipe, que diz ter anulado o voto para presidente nos dois turnos da eleição de 2010.

Conspiração inspiradora
Felipe faz cursinho e trabalha como roadie, ajudante de ordens de conjuntos musicais em cima ou fora dos palcos. Um roadie auxilia gente como Caio Zenon, músico de 18 anos que também foi à marcha. Está caracterizado, dos pés à cabeça, como Guy Fawkes – ou, ao menos, como o soldado britânico aparece caracterizado em páginas de um romance em quadrinhos e nas telas do cinema, em obras homônimas (V de Vingança).

Fawkes foi enforcado no início do século XVII, depois de capturado e torturado até confessar participação em plano para explodir o parlamento britânico num dia em que o rei da época, Jaime I, estaria lá.

No ato brasiliense do século XXI, Caio não é o único a buscar inspiração em Fawkes, mas é um dos mais entusiasmados. Enquanto outros têm só uma máscara, usa peruca e fantasia preta. “Explodir o Congresso seria uma boa ideia”, comenta, seriamente. “A gente elegeu alguém [Dilma] que não está cumprindo o que prometeu. Essa marcha é um esforço para mudar isso.”

Na eleição do ano passado, Caio já tinha idade para tentar mudar o país por meio do voto. Mas preferiu não votar.

Na iminência de chegar à idade em que o voto torna-se facultativo como foi para Caio em 2010, o aposentado José Roberto Loureiro, de 69 anos, participa da marcha paramentado como pediam os organizadores: de preto. No ano passado, cravou Dilma Rousseff nos dois turnos. E diz não estar arrependido. “Para mim, é principalmente um protesto contra o Congresso e essa Justiça que não pune ninguém.”

O aposentado marcha de mãos dadas com a esposa. Para Zuleika Loureiro, de 64, o ato serve para reclamar de dois dos sobrenomes mais famosos da política nacional. “Esse caso da Jaqueline Roriz é uma vergonha. O Sarney também é uma vergonha, ele é dono do Maranhão."

“Sarney, ladrão, devolve o Maranhão” é um dos hits da manifestação. Alguns dos cantos são puxados pelo estudante Igor Tinto Janix, de 23 anos. Megafone à mão, tenta controlar a velocidade da passeata, como um diretor de harmonia em desfile de carnaval. “Estamos cansados de tanta corrupção e safadeza explícitas. Já são 500 anos de corrupção mas antes tinham preocupação de esconder, agora está tudo explítico”, afirma Igor, que diz ter votado em Marina Silva (ex-PV) no primeiro turno do ano passado e nulo no segundo.

É Igor quem aponta Walter Magalhães, empresário de 28 anos, à reportagem. Walter é o principal organizador da marcha, ideia que ele atribui a duas amigas, as irmãs Daniella e Lucianna Kalil. O trio criou uma página para o ato no Facebook, e agora Walter está junto à comissão de frente do ato. “É um protesto para o povo se conscientizar que ele é o culpado por quem está aí. É preciso votar com consciência”, diz Walter. Em quem ele votou para presidente em 2010? “Isso não é relevante.”

Roriz: combustível
A recente vitória da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) contra um pedido de cassação, conta Walter, foi o principal combustível da marcha, planejada de início por causa de denúncias de corrupção no governo Dilma Rousseff. Até Jaqueline escapar, dia 30 de agosto, 10 mil pessoas haviam confirmado, via Facebook, presença na marcha. Dali até a véspera do ato, outras 16 mil resolveram aderir.

Jaqueline foi a julgamento pelos colegas por ter sido flagrada, em vídeo, recebendo dinheiro de um esquema celebrizado como “mensalão do DEM”, escândalo tornado público em 2009 e que levou à cassação do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. A filmagem é de 2006, mas só apareceu no início do ano.

Entre os parlamentares, prevaleceu a tese de que a colega não poderia ser cassada por algo feito antes do mandato. Resultado: 265 votos secretos a favor da ré e 166 votos secretos, contra. “Voto secreto, não, eu quero ver a cara do ladrão”, grita-se na marcha.

O “mensalão do DEM” pregado à memória recente pelo julgamento de Jaqueline contribui para a irritação do estudante de pedagogia Thiago Magalhães, quando ele vê um jovem sacar máscara com a foto do deputado cassado José Dirceu (PT) e reunir em torno de si um grupo a bradar contra o “mensalão do PT”. “E o mensalão do DEM? E o mensalão do DEM?”, grita Thiago.

“A marcha contra a corrupção é uma reivindicação legítima e importante”, diz o estudante, que usa um boné vermelho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). “Mas, para além disso, precisamos discutir mais questões que são estruturais, como a reforma política e a reforma agrária. A corrupção incomoda muito a classe média, mas há outros males que atingem toda a sociedade”, completa Thiago, que diz ter votado em Dilma nos dois turnos no ano passado.

Parada militar: reforço
Apesar de 26 mil pessoas terem dito no Facebook que iriam à marcha, quando o ato começa, a Polícia Militar (PM) conta duas mil, informa a major Ana Luíza Azevedo. A massa vai encorpar a partir das 11h, quando terminar o desfile militar que acontece na mesma Esplanada, mas nas faixas de rolamento que levam ao sentido oposto, separadas das outras por um gramado de mais ou menos 100 metros.

A parada militar foi vista por algo entre 30 mil e 40 mil pessoas, nas contas da PM. E é com este número que a polícia trabalhará oficialmente, no fim do dia, ao informar o tamanho do ato contra a corrupção.

Dilma Rousseff assiste ao desfile de 7 de setembro pela primeira vez como presidenta, ladeada por ministros. A presença do presidente da República é uma tradição no evento, mas não deixa de ser outro gesto simpático de Dilma na direção da caserna, ao optar por seguir o costume.

Uma semana antes, mandara ao Congresso proposta de orçamento 2012 com um orçamento militar quase 50% maior, um dos aumentos mais generosos. Prova também do prestígio do ministro da Defesa, Celso Amorim, que assumiu prometendo reforçar as finanças das forças armadas para deixá-las mais adequadas ao peso geopolítico que o Brasil conquistou.

No último domingo, Dilma estivera pela primeira vez na solenidade mensal em que se troca a bandeira brasileira hasteada na praça dos três poderes, onde ficam as sedes do governo federal, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Quando a marcha contra a corrupção chega à Praça, uma parte dos manifestantes vai para a frente do Palácio do Planalto, local de trabalho da presidenta, e grita: “Oh Dilma, cadê você?, eu vim aqui só para ter ver”. Não foi a única menção à presidenta no ato. Um dos cantos recorre a palavrões, para garantir rima e sonoridade. “Oh Dilma, como é que pode? Eles que roubam e a gente é que se fode.”

Na noite da véspera, Dilma pôde ser vista por todos os brasileiros, em pronuncimamento à nação feito pela TV, o que também é praxe para presidentes nas comemorações da Independência. No finzinho do discurso de 10 minutos, dá um recado sobre corrupção. Diz a presidenta que o Brasil é "um país que, com o malfeito, não se acumplicia jamais. E que tem na defesa da moralidade, no combate à corrupção, uma ação permanente e inquebrantável”.

Marcha derradeira
Quando os protestantes contra a corrupção voltam para a casa, começa a última marcha do dia na Esplanada dos Ministérios. Seus participantes também estão uniformizados, como os militares que primeiro haviam marchado. Todos carregam vassoura, como alguns na passeata do Facebook.

É uma manifestação silenciosa e remunerada, para quem “faxina” não é retórica, mas realidade. A marcha dos garis varre o produto de uma espécie de quebra do decoro ambiental e urbanístico de alguns dos que ocuparam a Esplanada para atacar a falta de decoro ético na política. Garrafas de água, latas de refrigerante e cerveja, abanadores de papel, sacolas plásticas, palitos de sorvete... Tudo forma o rastro de uma manifestação em que se via uma faixa condenar mudanças no Código Florestal brasileiro que o Congresso está a discutir.

Vestido de laranja, vassoura em punho, Bras Costa, de 42 anos, cata três embalagens de salgadinhos no gramado em frente ao Palácio do Itamaraty, a sede do ministério das Relações Exteriores. Está a recolher lixo desde o meio dia. Não sabe o que acaba de acontecer na Esplanada, quem protestava e por quê. Mas lamenta a sujeira que o obriga a trabalhar no feriado. “Acho que cada um poderia fazer melhor a sua parte e não deixar tanto lixo”, diz Costa, que declara ter votado em Marina Silva (ex-PV) no primeiro turno, depois em José Serra (PSDB).


Fotos: Cerca de 25 mil pessoas participam da Marcha Contra a Corrupção, pedindo o fim do voto secreto na Câmara e no Senado e punição de corruptos (Marcello Casal - ABr)

A SAÚDE E OS 'GUARDA-COFRES' DA PLUTOCRACIA


"Defendo que a Saúde, como prioridade de Estado, tem que ter um financiamento específico e completamente diferenciado. No entanto, isso não pode representar, de forma alguma, o aumento da carga tributária, que já está num nível insuportável. Então, não podemos cogitar a criação de novos tributos fora do contexto de uma ampla reforma tributária" (Antonio Anastasia; governador tucano de MG; Globo, 07-09). O que o governador tucano de Minas Gerais está dizendo, afinal? O de sempre. Ou seja, aquilo que é prioridade de interesse público tem que ser resolvido por alguma fórmula mágica que não afete a ganancia privada do dinheiro que ele representa e o serve.  O caixa do governo brasileiro foi expropriado em R$ 40 bi por ano com a extinção da CPMF em dezembro de 2007, em meio a uma intensa campanha nesse mesmo tom pastoso. Sim, nem todo o valor arrecadado ía  para a saúde pública: uma parte era desviada criminosamente ao bolso dos endinheirados, na forma de superávit para pagar juros da dívida pública. Mas a perda afetou gravemente um arcabouço que já era precário: o investimento per capita em saúde pública no Brasil é entre sete a 10 vezes inferior ao dos países desenvolvidos. O que isso significa na vida de pessoas que esperam na fila, anos, por uma cirurgia, ou meses, por uma mamografia que pode representar a diferença entre um câncer ou a sua prevenção? Significa a morte.  Os bancos brasileiros tiveram um lucro de R$ 55 bilhões em 2010 (lucro declarado, bem entendido). É quase o dobro do valor adicional que o SUS precisa para ampliar e qualificar um atendimento heroico que hoje inclui 11 milhões de internações por ano, 3 milhões de partos, 400 milhões de consultas, ademais de cirurgias de hérnia a transplante de fígado. Mas não. O Brasil não pode ‘de forma alguma', veta o tucano mineiro, elevar 'a carga insuportável'. Os assalariados brasileiros pagam uma carga 4,5 vezes maior que a dos bancos à Receita. A proposta do governo de se criar  uma Contribuição Social para a Saúde, discutida  desde 2008 --mas hoje defendida com coragem apenas pelo governador Jacques Wagner, da  Bahia--  tem o mérito de suprir o buraco da CPMF com vantagens que evitam desvios e fragilidades: a CSS será permanente, eliminando-se o risco periódico de um ataque conservador; sua receita será exclusiva da saúde e a alíquota menor; em vez de 0,38% , algo como 0,27% com isenção para quem possui renda mensal inferior a R$ 3.000,00. O que é melhor para a saúde pública, isso ou a pastosa lógica dos guarda-cofres da plutocracia?

**PAC anti-crise de Obama faz bolsas subirem nos EUA ** plano será lançado nesta 5ª  com US$ 300 bi para investir em 2012** no Brasil, PAC 2, desdenhado pela mídia, reúne US$ 590 bi até 2014**Merkel: futuro do euro depende do  êxito no 'arrocho  à Grécia

(Carta Maior; 5ª feira, 08/09/ 2011

Minas Sem Censura quer apuração e punição de “arapongagem” de Anastasia

por Conceição Lemes
Os diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) notaram há, pelo menos, uns dez dias que a sede da entidade e professores estavam sendo vigiados por policiais à paisana. A categoria, em greve há 95 dias, reivindica o piso salarial, que o governador Antonio Anastasia (PSDB) se recusa a pagar.
Nessa terça-feira, 6 de setembro, o deputado estadual Rogério Correia (PT), líder do Movimento Minas Sem Censura, esteve na sede do Sindicato, em Belo Horizonte, para averiguar o que estava acontecendo. Lá, ele e Beatriz Cerqueira, coordenadora do SindUTE, flagraram, na porta da instituição, um carro parado. A placa foi checada. Informalmente, Correia obteve a informação de que ela seria de acesso restrito e de uso do serviço reservado da Polícia Militar mineira. O motorista não quis se identificar nem responder as perguntas de Correia.
O vídeo mostra abordagem do motorista pelo parlamentar.

À noite, no twitter, @rogeriocorreia em resposta @gersoncarneiro antecipou o que pretende fazer.


Rogério Correia denuncia ao Viomundo: “Trata-se de um flagrante de espionagem e intimidação envolvendo prováveis ‘arapongas’ do governo Anastasia”.
Em função disso, o Movimento Minas Sem Censura, por iniciativa dos deputados Rogério Correia e Durval Ângelo, ambos do PT, adotarão as seguintes medidas:
1) Nesta quinta-feira, 8 de setembro, representante da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, estará em Belo Horizonte para acompanhamento do caso. O que  inclui a discussão de medidas de proteção individual aos dirigentes sindicais, vítimas da operação clandestina denunciada.
2) Na segunda-feira, 12, os deputados e sindicalistas também representarão na Ouvidoria de Polícia do estado e no Ministério Público estadual, solicitando a apuração dos fatos, a identificação do suspeito, se o veículo é do patrimônio estadual ou se é tão “frio” quanto sua placa. Se o suspeito de espionagem e intimidação for dos quadros da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deveria ter se identificado ao deputado Rogério Correia, quando solicitado. A recusa em se identificar perante a autoridade e falsear informação constituem faltas disciplinares graves.
3) Caso a PMMG e seu comandante Renato Vieira de Souza  não adotem as medidas funcionais exigidas para um evento desse tipo (registrar a ocorrência e iniciar a correta investigação dos fatos), o Movimento Minas Sem Censura solicitará a apuração das responsabilidades e, de pronto, o afastamento do comandante da corporação.
4) Somando-se ao flagrante ocorrido, há ainda que se apurar possível violação de sigilo telefônico dos sindicalistas e deputados que apóiam o movimento grevista. Prevaricação, condescendência criminosa, violência arbitrária, são alguns dos crimes que podem ter ocorrido nesse processo de espionagem e intimidação. Confirmada a ilegalidade da ação, os custos das mesmas devem ser ressarcidos aos cofres públicos. Isso, sem prejuízo de outras ações, como por danos morais, por exemplo.
Leia também:
A proposta completa do PT para o setor de comunicações
Flagrado suspeito rondando o Sindicato dos Professores de MG
A greve dos professores do Ceará
Minas Sem Censura: Cumpra a lei, Anastasia!
Professores provam que Minas é PSDB
Débora Vaz: As escolas de photoshop do Ceará
Beatriz Lugão: No Rio, Cabral produz uma ilha da Fantasia
Ken Robinson: É preciso repensar a educação
Professores federais: Sem diálogo, Dilma cassa direitos
Na Coreia do Sul, a era da educação digital
A Frente Parlamentar pela Educação no Campo

Como os tucanos quebram sigilo: A Fence dos grampos do TSE e Roseana Sarney, trabalha para o PSDB em SP


A fabrica de dossiê do PSDB contra os adversários políticos começam assim;  A  Fence que quebrou o sigilo de Roseana  Sarney, a pedido de José Serra, sempre trabalhou e tem contrato milionario com o PSDB  de São Paulo, conforme mostra uma matéria de hoje no Estadão.

Coincidentemente, o contrato feito entre o Ministro da Saúde José Serra e a Fense , também previa "a verificação de intrusões eletrônicas". Igualzinho ao da PRODESP. O serviço para José Serra, por R$1.872.576,00, foi rompido no começo de 2003 pelo Ministro Humberto Costa, já no governo Lula. Só que antes disso, em 2002, estraçalhou com  Roseana Sarney  e Serra saiu candidato. Leia aqui nosso blog

No blog da Ana Maria há fartas documentação da ligação dos tucanos. Veja aqui  E ela diz, a mesma Fence Consultoria Empresarial, do coronel e ex-SNI Enio Gomes Fontenelle, que atuou no Ministério da Saúde, nos grampos do TSE, entre outros recantos paradisíacos do poder, está trabalhando em SP, precisamente contratada pela PRODESP. Como está lá, há dois contratos assinados em poucos dias, com início em 2008. Leia mais

Recorde



Hoje no jornal O Estado de São Paulo: Alckmin mantém contrato com empresa de varreduras de ligações telefônicas


O governo paulista mantém há três anos contrato com uma empresa que, segundo seu proprietário, trabalha com "contrainformação" e faz "varreduras" em escutas telefônicas na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), empresa de economia mista – e sociedade anônima fechada – que gerencia toda a rede de dados do Executivo estadual.A Fence Consultoria Empresarial Ltda. foi contratada em julho de 2008, durante a gestão do ex-governador José Serra (PSDB), e continua trabalhando para a administração do também tucano Geraldo Alckmin.

A Prodesp diz que a Fence presta "serviços técnicos especializados em segurança de comunicações em sistemas de telefonia fixa" nos "ambientes internos e externos" da estatal. Ainda conforme a Prodesp, somente as suas linhas são monitoradas, pois ela não tem acesso a linhas ou troncos telefônicos de outros órgãos.

A contratação se deu sem licitação porque a Prodesp avaliou tratar-se da única empresa no mercado que atendia a todas as suas necessidades. No dia 19 de agosto, o Diário Oficial do Estado publicou a segunda prorrogação do contrato. O valor a ser pago nos próximos 12 meses, de acordo com o documento, é exatamente igual ao do primeiro contrato – que teve duração de dois anos – e da outra prorrogação: R$ 858,6 mil por ano. Significa que ele nunca foi corrigido, nem pela inflação. E que, com esse preço como referência, o governo já pagou um total de R$ 2,6 milhões à Fence.

O contrato prevê a realização de "serviços emergenciais", pelos quais o governo pagaria R$ 2 mil por visita. Questionada pela reportagem, a Prodesp afirmou que nunca foi necessário nenhum serviço de emergência nem fora da sede da Prodesp. Sobre valores, a Prodesp informou que, desde julho de 2008, paga mensalmente à Fence R$ 69.120, o que totaliza R$ 829.440. A Prodesp não explicou a diferença desse valor para os R$ 858,6 mil.

A Secretaria da Fazenda informou que os pagamentos feitos à empresa não aparecem no Prestando Contas, site do governo que mostra a execução orçamentária estadual, porque a Prodesp é uma empresa não dependente – e, como tal, não está incluída no sistema de informações orçamentárias.Matéria do Estadão

O relevantes erviços prestados pela referida empresa devem ser fiscalizados pelo MP. Cheira espionagem e escutas ilegais.Semelhante a sistema de Arapongas.

O blog da NaMaria divulgou 

O NaMaria News foi o primeiro que mostrou os contratos do candidato José Serra, ainda governador de São Paulo, entre a PRODESP e a empresa Fence Consultoria Empresarial LTDA, de propriedade do ex-dirigente do SNI, o coronel reformado do Exército Sr. Ênio Gomes Fontenelle, em dois textos (Coincidências do Dossiê 2002 nos Negócios de SP, e Os contratos da Fence com o Governo de SP). A assinatura do maior contrato, sem licitação, foi em 27 de maio de 2008 (o tal 014/2008), por R$ 858.640,00, fora os extras. Nele está previsto que se buscará por "intrusões eletrônicas" dentro das áreas da PRODESP, em 113 ramais de PABX e 7 linhas diretas, além de 60 salas. Mas também prevê que pode-se procurar em áreas fora de sua sede – ou em outras localizações de seu interesse. A PRODESP cuida de toda, eu disse toda a rede de dados do Estado de São Paulo, com o tal INTRAGOV (a internet governamental).