Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sérgio Amadeu: Azeredo quer aprovar o AI-5 Digital nesta quarta-feira

por Sérgio Amadeu, no Trezentos
Na página 17 do Relatório que o ex-Senador Azeredo, agora deputado, escreveu e quer votar nesta quarta-feira está escrito:
“Conclui-se, portanto, que, ao direito de conectar-se a um sistema deve-se contrapor o dever social de identificação, sob pena de que o anonimato venha a permitir àqueles de má-fé praticarem diversas modalidades de crimes e infrações.”
Confirmando o que vários pesquisadores têm afirmado, a proposta de Azeredo é acabar com a navegação anônima e, assim, implantar o completo vigilantismo. Quem se beneficiará disto, as grandes corporações que rastreiam perfis dos cidadãos, que passarão a ter seu rastro digital completamente identificado. Quem mais? A indústria da intermediação que quer ameaçar os jovens que compartilham arquivos digitais; as agências de vigilância estatal e não-estatais; os governos de países autoritários e os criminosos que não terão mais nenhuma dificuldade para reunir os dados dos cidadãos.
Aplicando no Brasil a prática do cadastramento obrigatório os criminosos serão afetados? Obviamente que não. Criminosos usam sofisticados esquemas para se esconder nas redes.
Os únicos prejudicados pela navegação escancarada seremos nós internautas. Em uma rede cibernética, como a Internet, não podemos esquecer que nenhuma máquina pode se esconder por muito tempo, pois trata-se de uma rede de comunicação e controle.
Para se ter uma ideia da gravidade do vigilantismo absurdo da proposta de Azeredo, basta entrar agora no site  < http://panopticlick.eff.org/ > que a Eletronic Frontier Foundation criou para mostrar que quando acessamos um site qualquer nosso computador fica completamente vulnerável. No caso, o site remoto irá dizer que navegador você está usando e tudo que está instalado nele. Isto é possível porque trata-se de uma rede baseada em protocolos de controle.
Assim, ao vincularmos uma identidade civil a navegação de um número de IP estamos constuindo um controle inaceitável dos cidadãos.
Azeredo representa os segmentos da comunidade de vigilância que não aceita que as pessoas possam criar na rede conteúdos e tecnologias, sem ter que pedir autorização para Estados e para as grandes corporações.
MOMENTO HOBBESIANO E SENSACIONALISMO
Azeredo quer aprovar seu parecer que transforma situações de exceção que só poderiam ser autorizadas pelo Poder Judiciário em regra de funcionamento da Internet. Por isso, seu projeto foi chamado de AI-5 Digital.
É repudiado por todo o movimento democrático e pelos pesquisadores de cibercultura e pelos acadêmicos de diversas universidades do país. Na primeira tentativa de aprovar o AI-5 Digital, a sociedade civil conseguiu arregimentar mais de 162 mil assinaturas em um abaixo-assinado denominado “Pelo veto ao projeto de cibercrimes – Em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na Internet Brasileira” < http://www.petitiononline.com/mod_perl/signed.cgi?veto2008 >.
Para tentar aprovar o projeto aproveitando os exageros da mídia e o sensacionalismo da Rede Globo e da Revista Época, Azeredo quer transformar um ataque infantil a sites do governo em algo que justifique a aprovação urgente de suas medidas vigilantistas. Nenhuma delas por sinal alteraria o cenário dos ataques. Em um show de sensacionalismo desinformativo, a  Época afirma que os ataques da semana passada foram os maiores que o Brasil já sofreu. Completamente falso. No próprio Parecer que pretende aprovar, Azeredo coloca os dados que mostram que somente no ano de 2009 tivemos mais de 300 mil registro de diversos incidentes na rede no CERT.br.
2006     197.892
2007     160.080
2008     225.528
2009     358.343
2010     142.844
2011      90.759
Fonte:http://www.cert.br/stats/incidentes/
Também, em 2009, foram reportados ao CERT 896 notificações de ataques de negação de serviço, os DOS, que geram a elevação de acessos a um serviço para retirá-lo da rede.
Os ataques da semana passada foram menos lesivos para o governo e para os cidadãos do que os vazamentos “quase analógicos” de dados da Receita Federal, expondo as declarações de renda de inúmeros brasileiros.
Estranhamente um conjunto de ataques gera capa de uma revista importante, uma semana depois do Presidente da Febraban clamar pela aprovacão de uma lei de crimes digitais (leia AI-5 Digital do ex-Senador Azeredo).
Azeredo aprendeu com George W Bush. Espalhar o medo é um bom modo de aprovar medidas extremas que destroem direitos em função de uma pretensa segurança. No fundo, Azeredo quer atender os interesses da Febraban que sonha em responsabilizar provedores de acesso por ataques que venham a sofrer. Igualmente pretende abrir caminho para a indústria do copyright agir a partir da criminalização de práticas corriqueiras na rede, intimidando jovens, bloqueando redes P2P, fechando lan houses e acabando com redes wi-fi abertas.

AZEREDO RETIRA EXPRESSÃO INDEFENSÁVEL DO SEU PROJETO E ACHA QUE ENGANA

Muitos especialistas denunciaram a generalidade abusiva da criminalização pretendida pelo ex-senador. Em julho de 2008 escrevi no blog do samadeu:
“[O projeto Azeredo] abre espaço para intimidar os usuários das redes P2P, permite criminalizar jovens que copiam vídeos de TVs a cabo, músicas de dispositivos de comunicação (CDs, DVDs, i-pods, etc), ela torna a obtenção e transferência de informação em desconformidade com a autorização do titular da rede um ato criminoso. Em seguida, ela obriga os provedores que receberem denúncias de indicíos atos criminosos a entregarem seus usuários para as autoridades, leia-se polícia.
Isoladamente, o artigo 285-B é inaceitável.
“285-B. Obter ou transferir, sem autorização ou em desconformidade com autorização do legítimo titular da rede de computadores,dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso, dado ou informação neles disponível.”
Um filme que está em uma “rede de computadores” ou “dispositivo de comunicação”, por exemplo, um vídeo que passa pela TV a cabo (protegida por restrição de acesso) e que foi postado no Youtube, se for transferido para uma rede P2P, SERÁ CONSIDERADO CRIME PELA LEI DO SENADOR AZEREDO. Esta possibilidade é o que chamo de criminalização das redes P2P e de uma série de repositórios de vídeos, como Youtube.
Além disso, se você comprar um CD e passá-lo para o seu próprio computador, isto deixará de ser uma mera violação da sua licença (uma parte das gravadoras proibem em suas licenças as pessoas de colocarem músicas de seus CDs em pen drives e computadores) e passará a ser crime, pois seria enquadrado como violação de “dispositivo de comunicação” em “desconformidade com a autorização do legítimo titular”.
Azeredo disse que isto era uma inverdade.
Todavia, todos perceberam que o que Azeredo trazia a agenda oculta da Febraban e da Indústria de Copyright.
Agora, Azeredo coloca em seu parecer que é pela aprovação do substitutivo inclusive dos artigos 285-A e 285-B, “exceto as expressões “de rede de computadores, ou” e “dispositivos de comunicação ou”.
O que será que aconteceu? Por que Azeredo mudou de ideia?
Simples. Azeredo quer lançar a confusão e dizer que já resolveu o problema. Na verdade, o artigo continua praticamente igual simplesmente mantendo a expressão “sistema informatizado”. Pen drive é sistema informatizado. TV Digital, reprodutor de DVD, computador, laptop, tablet, também são.
O projeto do atual ex-senador Azeredo continua inócuo contra criminosos, abusivo contra criadores e inovadores; arbitrário diante de cidadãos. Projeto continua criminalizando práticas cotidianas na rede e coibindo a criação de novas tecnologias.
Azeredo sabe que não consegue aprovar o cadastrato obrigatório para acessar a Internet, por isso no artigo 22 joga mais “uma casca de banana”. Veja:
“o artigo 22 trata de obrigações para os provedores do serviço de acesso à Internet no Brasil:
- manter em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 3 (três) anos, com o objetivo de provimento de investigação pública formalizada, os dados de endereçamento eletrônico da origem, hora, data e a referência GMT da conexão efetuada por meio de rede de computadores e fornecê-los exclusivamente à autoridade investigatória mediante prévia requisição judicial. Estes dados, as condições de segurança de sua guarda e o processo de auditoria à qual serão submetidos serão definidos nos termos de regulamento.”
Repare que ele quer criar um novo mercado de segurança para os seus aliados ao dizer que a “condição de segurança” da “guarda” dos logs de acesso será definida em regulamento, ou seja, pelo Poder Executivo. Além disso, para saber se as lan houses, os telecentros, as prefeituras, as escolas, empresas que fornecem acesso à Internet estão guardando os dados conforme o regulamento, elas terão que ser submetidos a um “processo de auditoria”. Será pago ou gratuito, Azeredo? Ah! Não sabemos, pois isto será feito depois na regulamentação da lei.
Além disso, deveríamos exigir que as informações que os provedores guardam de nossos logs na rede e de nossa navegação sejam armazenadas pelo menor tempo possível, exceto suspeita e ordem judicial. Em uma rede cibernética, não podemos tornar vulneráveis nossa privacidade e direito de navegação sem sermos vigiados.
PARA AZEREDO É PIOR ACESSAR INDEVIDAMENTE UM SITE E COMPARTILHAR UM ARQUIVO EM REDES P2P DO QUE INVADIR UM APARTAMENTO…
Seguindo a linha de exgeros na criminalização, Azeredo exagera nas penas. Penas de acesso indevido vão de 1 a 3 anos enquanto a invasão de domicílio no código penal tem pena mais branda.
NÃO É POR MENOS QUE A PODEROSA ASSOCIAÇÃO DO COPYRIGHT NORTE-AMERICANA PEDIU A APROVAÇÃO DO AI-5 DIGITAL
Buscando ampliar a criminalização de práticas coletivas e cotidianas de milhões e milhões de internautas, a IIPA, Associação internacional de Propriedade Internacional que no relatório 2009 fazia referência a necessidade de aprovar o AI-5 Digital no Brasil, agora chegou aos limites da agressividade.
Leia meu post de fevereiro de 2010 e baixe o Relatório (em inglês).
EM DEFESA DA CIDADANIA NA REDE: PELA APROVAÇÃO DO MARCO CIVIL DA INTERNET.
A estratégia de exagero e de atemorizar a sociedade é antiga. Azeredo tentou dizer que seu projeto seria para proteger as crianças da pedofilia. Pedofilia já é crime. Depois de ver fracassar sua tentativa de enfiar sua agenda dos bancos e da indústria do copyright como proteção das crianças, agora vem dizer que seu projeto visa proteger-nos dos ataques “terroristas”. Quem seriam eles? “Os hackers”. Ocorre que os hackers constroem e desenvolvem coisas. Hackers, como demonstrou Manuel Castells, estão na origem e no desenvolvimento da rede mundial de computadores. Quem destroi são crackers.
Independente da disputa semiológica. Antes de mais nada temos que reivindicar que o projeto que regulamenta a Internet no Brasil e que define os direitos e deveres dos internautas denominado Marco Civil seja enviado pelo Ministério da Justiça para o Congresso Nacional.
O Marco Civil foi construído colaborativamnete pelos diversos setores da sociedade contando com milhares de contribuições em uma plataforma aberta na rede, em duas rodadas, durante mais de seis meses. Não dá para aceitar que o Seandor Azeredo venha dar um tapetão porque o Palocci segurou o projeto ao invés de enviá-lo logo o início da gestão. Não dá prá aceitar que o PSDB venha dar um golpe de mão para apoiar a implantação do vigilantismo e do controle desmedido da rede.
Antes de criminalizar precisamos decidir quais os nossos direitos na rede. Deve ser considerado crime a violação de alguns desses direitos. Não todos.
A liberdade e a diversidade cultural na rede deve sobreviver aos ataques das grandes corporações de dos grupos vigilantistas, inconformados com a liberdade de criação e compartilhamento.
DIGA NÃO AO AI-5 DIGITAL.

A REPÚBLICA E OS MANDAMENTOS DO DIA


Seria conveniente que fôssemos ao indo-europeu, a fim de encontrar outras raízes etimológicas e com elas construir sinônimo para ética, tão gasto se encontra o vocábulo grego.
Aristóteles, ao tratar da sociedade, estabeleceu os fundamentos da filosofia da práxis (ou, seja, da vida ativa) em três idéias: a ética, a política e a economia.
Elas são, em sua evidência, os fundamentos do estado democrático. Mas, sem qualquer dúvida, a ética terá que ser o esteio em que as duas devam amparar-se.
Onde ética não existe, a política não é: trata-se apenas de um simulacro, uma aparência. Ainda que a aparência intua a realidade, ela não é a realidade, embora possa expô-la. Como disse Hoffmannsthal, o profundo se esconde na superfície.
A realização democrática é utópica. Como tudo na vida, a democracia é uma construção, um processo, com momentos mais felizes e momentos menos felizes.
Estamos vivendo momento curioso, no Brasil.
A economia vai bem, e muito bem, convenhamos, apesar dos pessimistas engajados.
Há menos de dez anos estávamos sob o signo do desalento, sendo fustigados por uma crise de credibilidade, dependurados no FMI e outros organismos internacionais, e o governo cavalgando uma quimera, híbrida da ilusão neoliberal com a arrogância de seus dirigentes, a começar pelo chefe.
O presidente Lula partiu para a solução menos elaborada, quase ingênua – de acordo com alguns analistas – mas, no caso, amarrada à ética: a da distribuição de parcela modesta da receita tributária às famílias mais pobres.
O resultado foi imediato: não só muitos dos que não comiam passaram a comer, e, assim estimularam a cadeia de consumo, como, nesse simples ato, obtiveram o senso da dignidade.
A ajuda do Estado não só lhes matou a fome, como os libertou dos oligarcas. Os empresários, tão empenhados em produzir para exportar, de repente descobriram vasto mercado que desprezavam, e desprezavam até mesmo ao pagar salários ínfimos a seus trabalhadores: o mercado interno.
A ética é o exercício radical de solidariedade. Essa solidariedade se exerce primeiro entre os da mesma nação, da mesma pátria. O mundo é dividido pelas fronteiras físicas, culturais e políticas. Por isso mesmo, a solidariedade começa na soberania nacional.
Temos que ser solidários primeiro conosco: com nossa família, nossos amigos, nossos compatriotas, para depois ampliarmos essa solidariedade ao continente e ao mundo.
Não basta aos governantes e seus agentes – como não basta aos cidadãos comuns – o exercício da solidariedade em medidas políticas coletivas. Ser solidário é também não desviar os recursos comuns da sociedade, mediante o peculato, a prodigalidade com os recursos públicos, o conluio entre a política e os negócios.
A presidente Dilma Roussef, a quem assiste o benefício de seus esforços em um quadro de dificuldades políticas gerais, não está conseguindo peneirar os conselhos que recebe.
Ainda que entendamos a urgência das obras públicas, que assumimos o compromisso de realizar, ao pleitear para o país a realização do campeonato mundial de futebol de 2014, é inadmissível aceitar que as licitações e contratos se façam em sigilo.
É muito mais importante saber quanto iremos gastar para reformar esse ou aquele estádio, do que conhecer os atos do Barão do Rio Branco, a fim de obter os êxitos diplomáticos que obteve, ao resolver os dissídios fronteiriços com os nossos vizinhos.
Por mais seja o nosso interesse sobre o passado distante, os acordos reais entre os estados, sendo negociados por seres humanos, estarão sempre cobertos, pelo menos no mais grave, pelo véu opaco do sigilo.
Jamais saberemos, exatamente, como atuou Alexandre Gusmão, a fim de obter o êxito extraordinário que obteve, ao impor aos espanhóis, no Tratado de Madri, o princípio romano do uti possidetis, ita possideatis, e, com isso, desenhar o mapa do Brasil de nosso tempo.
Nunca saberemos de que habilidades amorosas se valeu o Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, com o fim de conseguir de Madame d'Orvilliers, mulher do governador da Guiana Francesa, em 1727, as sementes que fizeram do Brasil o maior produtor de café do mundo.
Tanto em um caso, como no outro, a astúcia, se astúcia houve, foi decisiva para a construção do Brasil que conhecemos, e não é importante saber como fizeram esses nossos antepassados, mas sim o que obtivemos com seu desempenho.
O que ocorreu entre 1964 e 1979, em nossa forte contemporaneidade, ainda que não possa ser objeto de ação penal, deve ser de conhecimento público – mesmo que, em muitos casos, as fontes oficiais sejam fraudulentas, no que se refere às informações sobre os opositores ao regime militar.
Não é preciso levar os torturadores aos bancos dos réus, basta, para sua sanção moral, que sejam conhecidos e conhecidos os seus atos.
Enfim, voltando aos mandamentos do dia, estamos bem na economia, mas não estamos tão bem na regência política e falta ética em alguns setores dos Três Poderes da República, para que possamos avançar na construção democrática, mediante o controle do estado sobre a economia e a continuada redução das injustiças sociais.

WIKILEAKS: Cônsul e FHC ironizam movimento “Cansei”

O autismo da elite branca


Movimento não convenceu o ex-cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Thomas White, que diz que seus líderes se tornaram alvos fáceis de caricatura
Por Andrea Dip, especial para a Pública
Em 2007, aproveitando o acidente com o vôo 3054 da TAM, empresários paulistas lançaram o “Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros” que ficou conhecido popularmente como “Cansei”, integrado por atrizes, atores e apresentadores de TV famosos que protestavam por uma variedade de temas – caos aéreo, corrupção educação, segurança.
Na visão do cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Thomas White, que deixou o cargo em meados de 2010, o movimento não era apartidário.
Assim começa um comunicado enviado a Washington no dia 18 de setembro de 2007: “Na tentativa de aplacar o descontentamento popular com o governo Lula, um grupo de empresários de São Paulo lançou o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, conhecido informalmente como ‘Cansei’ (I’m tired)”.
O documento segue dizendo que “apesar de os líderes insistirem no apartidaridarismo e dizerem que o movimento não ataca ninguém especificamente, tem causado forte reação de movimentos sociais e entidades ligadas ao governo Lula, que caracterizam o Cansei como um grupo de membros ricos da elite branca sem nada melhor para fazer do que reclamar”.
White diz ainda que o movimento não sabia direito para que direção avançar. “Conforme descrito em seu site e cartazes publicitários, os membros do Cansei estão fartos do caos aéreo, do poder dos traficantes, das crianças nas ruas, balas perdidas e tanta corrupção”.
Conversas com D’Urso

A Washington, White comenta sobre um encontro entre oficiais da embaixada americana, Luiz Flávio Borges D’Urso e representantes da OAB de São Paulo no dia 29 de agosto de 2007. “A OAB organiza frequentemente programas em conjunto com as mesmas associações empresariais que fazem parte do ‘Cansei’. De acordo com D’Urso, faz parte dos interesses da organização elogiar o governo mas também criticá-lo quando for o caso”.
O presidente da OAB São Paulo também aproveitou o encontro para criticar a resolução da arquidiocese de São Paulo, que proibiu o Cansei de fazer uma manifestação na Catedral da Sé em julho daquele ano e obrigou o movimento a fazer seu “um minuto de silêncio de indignação” ao ar livre. “Para D’urso, o arcebispo se curvou diante da pressão e não quis criar controvérsias”

FHC: “não é um lema para Martin Luther King”

Outra parte do documento diz que os líderes do “Cansei” não ajudaram ao tentar contar seu lado da história. “Entrevistado pela revista Veja, João Dória Jr. queixou-se que a opinião pública discrimina os bem sucedidos e ricos (…) e que sua imagem de alguém que nunca fumou, bebeu ou usou drogas, não briga, não fala palavrões e usa gel no cabelo tornou difícil aos brasileiros comuns se identificarem com sua causa”.
White diz também que o presidente da Philips no Brasil, Paulo Zotollo, atraiu atenção negativa quando disse a um jornal que, ao apoiar o movimento Cansei, desejava remexer no “marasmo cívico” do Brasil, e afirmou: “Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”. “Zottolo insistiu que sua observação tinha sido tirado do contexto, mas, novamente, o estrago já estava feito” diz o americano.
Thomas White conclui o telegrama dizendo que o slogan “Cansei”, embora possa resumir com precisão os sentimentos de algumas pessoas, não é muito eficaz como um grito de guerra.
“Como ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou recentemente ao cônsul-geral, não é um lema que Martin Luther King, Jr., teria escolhido para inspirar seus seguidores”, revela White.
Para ele, “os líderes do movimento, por toda sinceridade e seriedade tornaram-se alvos fáceis para a caricatura”.
Em 2011, não há mais vestígios do Cansei. A página do movimento foi tirada do ar.

Direita e ultra-esquerda se unem contra blogueiros progressistas


O título deste post bem que poderia ser “quando os extremos se encontram”, ou seja, quando os grupos políticos mais atrasados do país se unem, em discurso praticamente idêntico, para atacar um movimento inovador e que os fatos mostram que está longe de encerrar uma visão unificada, como querem fazer parecer seus detratores.
Após o II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que teve lugar neste mês de junho em Brasília e que contou com a participação de celebridades como o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, além de ministros de Estado, prefeitos e até o governador do Distrito Federal, eclodiram críticas oriundas de facções políticas supostamente incompatíveis.
Direita e ultra-esquerda andam publicando textos detratando o movimento dos blogueiros. Um deles, não surpreende. Quem escreveu foi um dos pistoleiros que a revista Veja mantém em sua folha de pagamentos sob um guarda-chuva jurídico e um fundo específico para financiar defesa contra ações na Justiça e, em caso de condenação, para pagar as indenizações.
Augusto Nunes, colunista e blogueiro da Veja, a exemplo de gente como Reinaldo Azevedo ou Diogo Mainardi é pago para atacar petistas. Esses ex-jornalistas, hoje, constituem o “braço armado” da aliança entre a Editora Abril, a Folha de São Paulo, o Estadão e a Globo. A quase totalidade do que escrevem sobre política, é contra petistas.
Nunes, que também cumpre esse papel como entrevistador fixo da bancada do programa Roda Viva, veiculado pela TV estatal do PSDB paulista, a TV Cultura, onde também se dedica a adular tucanos e atacar petistas, publicou um texto em seu blog, nesta semana, em que acusa as quatro centenas de blogueiros que se reuniram em Brasília há dez dias de serem pagas pelo governo federal para defendê-lo.
Como sempre fazem os pistoleiros da aliança tucano-midiática ao atacarem blogueiros progressistas, Nunes generaliza, não apresenta fatos, não cita nomes. Apenas faz acusações a esmo que se encerram em si mesmas, constituindo tão somente difamação e calúnia que fariam a festa de qualquer advogado dos blogueiros, se estes se dessem ao trabalho de processá-lo.
Vira e mexe, o Partido da Imprensa trata de martelar a tecla de que os blogueiros seriam “chapas-brancas” por terem ajudado a impedir a vitória de José Serra no ano passado e por terem se contraposto à tentativa da coalizão tucano-midiática de derrubar o ex-presidente Lula.
Até aí, nada demais. A grande imprensa brasileira, capitaneada pelos veículos supracitados, sempre cumpriu esse papel de linha auxiliar da direita xenófoba, racista e classista que oprimiu o Brasil por vinte anos com uma ditadura militar. O que espanta é que a ultra-esquerda, esta capitaneada pelo PSOL, mais uma vez se une à direita contra o mesmo alvo.
Militantes de ultra-esquerda foram ao último Encontro de Blogueiros Progressistas para escreverem postagens em seus blogs que disseram sobre o movimento da blogosfera exatamente o que diz a imprensa reacionária, corporativa e golpista, que seria “chapa-branca” etc., etc., etc.
O que choca é que essa “esquerda” fez de conta que não viu quando este blogueiro inquiriu duramente o ministro Paulo Bernado, ou quando Paulo Henrique Amorim ou Altamiro Borges pregaram independência da blogosfera em relação ao governo. Ignorou até mesmo o documento final do último encontro de blogueiros, que fez duras críticas ao governo Dilma Rousseff.
Consultei os companheiros da Comissão Organizadora sobre a possibilidade de exigir na Justiça que o blogueiro da Veja comprovasse as acusações que fez de que eu e centenas de companheiros receberíamos qualquer tipo de benefício pelo que escrevemos, mas, ao menos por enquanto, eles acham que seria gastar vela com mau defunto.
De fato, Nunes, como seus pares da imprensa golpista, tem credibilidade zero quando o assunto é política. Ninguém dará bola a um jornalista cujo único assunto é o PT, que só aborda política para atacar o partido e que não diz um A sobre a oposição, apesar de se dizer “isento”. Então, ele já se ataca sozinho, dispensando seus alvos do trabalho.
O que fica de tudo isso, é o seguinte: quando a direita midiática e golpista e a ultra-esquerda moralista se unem para chamar de “chapa-branca” o movimento dos blogueiros progressistas, sempre escrevendo entre aspas o adjetivo que lhes completa a denominação, esse movimento pode se orgulhar, pois certamente está no caminho correto.

Traíra: Cerra negociou com EUA


Trata-se de um ato de traição.

Um governador de Estado negociar com um embaixador estrangeiro à revelia do Governo Federal.
Um ato de traição que demonstra, na essência, o caráter separatista da elite de São Paulo.
Desde a fundação do Partido Republicano Paulista, no fim do século XIX, à “revolução constitucionalista de 32” é assim: primeiro, São Paulo; o resto é o resto.
Não é a primeira vez que o WikiLeaks flagra Cerra de joelhos diante dos americanos: foi assim quando ele prometeu à Chevron entregar o pré-sal.
Observe-se, também, que, em lugar de informar o Itamaraty, Cerra ia usar o PiG (*).
“Vender”, terceirizar a segurança de São Paulo através do PiG (*).
Alguma novidade ?
Clique aqui para ler sobre “FHC, Cerra e o bispo de Guarulhos e a Ética dos Tucanos, segundo Max Weber”.
Como diria o Mauro Santayana, a propósito de um diretor da Vale que foi à encarregada de negócios da embaixada americana entregar os planos estratégicos da empresa, só tem um jeito: tratar esse pessoal a bala, diria Floriano Peixoto.




Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Floriano diria: só a bala

Publicado originalmente na Pública:

Serra, governador, pediu ajuda aos EUA contra ataques de PCC


Nova leva de documentos do Wikileaks revelam que Serra queria treinamento para lidar com bombas e ameaças no transporte público, que seriam de autoria da facção


Por Daniel Santini, especial para a Pública


Publicado originalmente pela Pública – livre reprodução desde que citada a fonte (CC)


Assim que assumiu o poder como governador de São Paulo, em janeiro de 2007, José Serra (PSDB) foi procurar o embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford M. Sobel para pedir orientações sobre como lidar com ataques terroristas nas redes de metrô e trens, atribuídos por membros do governo paulista ao PCC.


O encontro foi o primeiro de uma série em que, como governador, Serra buscou parcerias na área de segurança pública, negociando diretamente com o Consulado Geral dos Estados Unidos, em São Paulo, sem comunicar ao governo federal. É o que revelam relatórios enviados à época pela representação diplomática a Washington e divulgados agora pela agência de jornalismo investigativo Pública, em parceria com o grupo Wikileaks.


Os documentos, classificados como “sensíveis” pelo consulado, são parte de um conjunto de 2.500 relatórios ainda inéditos sobre temas variados, que foram analisados em junho por uma equipe de 15 jornalistas independentes e serão apresentados em reportagens ao longo desta semana. Os telegramas que falam dos encontros de Serra com representantes dos Estados Unidos também revelam a preocupação do então governador com o poder do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas prisões.


Após tomar posse como governador, a primeira reunião de Serra com representantes dos Estados Unidos, realizada em 10 de janeiro de 2007, é descrita em detalhes em um relatório no dia 17.


Na conversa, que durou mais de uma hora, Serra apontou a segurança pública como prioridade de seu governo, em especial na malha de transporte público, disse o Estado “precisava mais de tecnologia do que de dinheiro” para combater o crime e indagou sobre a possibilidade de o DHS (Departament of Homeland Security) treinar o pessoal da rede de metrô e trens metropolitanos para enfrentar ataques e ameaças de bombas.


Semanas antes, três bombas haviam explodido, afetando o sistema de trens, conforme noticiado à época.


Em 23 de dezembro de 2006, um artefato explodiu próximo da estação Ana Rosa do Metrô. No dia 25, outra bomba explodiu dentro de um trem da CPTM na estação Itapevi, matando uma pessoa, e uma segunda bomba foi encontrada e levada para um quartel. Em   2 de janeiro de 2007, um sargento da Polícia Militar morreu tentando desarmar o dispositivo.


Segundo o documento diplomático, “membros do governo acreditam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ser o responsável pelos episódios recentes”.


O secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, chegou a entregar uma lista com questões sobre procedimentos adotados nos Estados Unidos e manifestou interesse em conhecer a rotina de segurança do transporte público de Nova York e Washington.


Também participaram desse primeiro encontro o chefe da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira, o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, o secretário de Transportes, Mauro Arce, o coordenador de segurança do Sistema de Transportes Metropolitanos, coronel Marco Antonio Moisés, o diretor de operações do Metrô Conrado Garcia, os assessores Helena Gasparian e José Roberto de Andrade.


Parceria estabelecida


As conversas sobre as possíveis parcerias entre o governo de São Paulo e os Estados Unidos na segurança da rede de metrô e trens metropolitanos continuaram na semana seguinte, quando Portella  se reuniu com o cônsul-geral em São Paulo, o adido do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Departament of Homeland Security – DHS) no Brasil e o responsável por assuntos políticos do consulado.


O encontro aconteceu em 17 de janeiro de 2007 e foi relatado em relatório no dia 24.


Acompanhado do secretário adjunto de segurança pública, Lauro Malheiros, e de outras autoridades da área, Portella falou sobre as dificuldades encontradas pelo Metrô em garantir a segurança da rede e informou sobre a tragédia ocorida nas obras da estação Pinheiros, dias antes (12 de janeiro de 2007), quando um desabamento provocou a morte de sete pessoas. No relatório, os representantes dos Estados Unidos destacam que a linha amarela é a primeira Parceria Público-Privada do Brasil e que o projeto foi lançado em meio à “grande fanfarra”.


Portella falou sobre os episódios anteriores de bombas e ameaças no metrô e “respondeu a uma série de questões preparadas pelo adido do DHS sobre a estrutura da rede” e disse que depois que as inspeções foram reforçadas, por causa das ameaças de bomba, mais pacotes suspeitos foram encontrados, e que mesmo “um saco de bananas ou de roupa suja” têm de ser examinados, o que provocava atrasos e paralisações no metrô. Novamente o PCC é mencionado: “Autoridades acreditam que a organização de crime organizado Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ser responsável pelos ataques e relatam a prisão de um membro do PCC responsável pelo assassinato de um juiz em 2002”.


No final, Portella designou, então, o coronel da Polícia Militar José Roberto Martins e o diretor de Segurança do Metrô Conrado Grava de Souza para dar continuidade à parceria proposta.


Itamaraty


Nos meses seguintes, Serra voltou a se encontrar com representantes dos Estados Unidos e insistir em parcerias para lidar com o PCC.


Em 6 e 7 de fevereiro, conversou com o subsecretário de Estado dos EUA para Negócios Políticos, Nicholas Burns. De acordo com relatório de 1º de março de 2007, falou no encontro sobre a “enorme influência” que a organização tem no sistema prisional no Estado e pediu ajuda, incluindo tecnologia para “grampear telefones”.


Sua assessora para assuntos internacionais Helena Gasparian agradeceu a assistência na questão da segurança nos transportes públicose afirmou que a participação dos Estados Unidos foi “imensamente útil”.


Diante da sugestão de novas parcerias, o subsecretário Burns e o embaixador Sobel ressaltaram que seria importante obter aprovação do governo federal e destacaram que o Ministério de Relações Exteriores, o Itamaraty, “é às vezes sensível quanto a esses assuntos”.


O relatório afirma que “o governo estadual talvez precise de ajuda para convencer o governo federal sobre o valor de ter os Estados Unidos trabalhando diretamente com o Estado”. Serra disse que ele gostaria de falar com a mídia sobre a necessidade dessa ajuda.


Questionado pela agência Pública sobre esses relatórios, o professor Reginaldo Nasser, especialista no estudo de relações internacionais, de segurança internacional e de terrorismo da PUC de São Paulo, criticou a postura dos governador Serra e disse que acordos deste tipo devem ser intermediados pelo Itamaraty.


“Os Estados Unidos têm pressionado o Brasil para colocar terrorismo no Código Penal e o país até agora resistiu. Este tipo de acordo é uma relação de Estado para Estado e precisaria passar pelo governo federal”, explicou, destacando que, desde os ataques de 11 de Setembro, os Estados Unidos assumiram uma postura de polícia internacional. “Agentes agem com ou sem autorização em outros países, prendem, torturam e assassinam”, diz.


A assessoria de imprensa do Itamaraty disse que ninguém se posicionaria sobre as revelações dos documentos. Procurado por meio de sua assessoria, o ex-governador José Serra não retornou o contato da reportagem.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Bomba ! Bessinha sabe quem não é o pai do Real

Não é novidade que o Brasil vem se tornando lentamente um país mais justo..."

Com essa canalhice, o pseudo bom moço que se aproveita de um nome (que não é dele), e que tem um significado especial para pessoas de espiritualidade desenvolvida (Trigueiro, Trigueirinho), abriu a reporcagem do Jornal da 10 (esse nem dá pra botar na caixinha do gato, senão a merda vai pro cyberspace) em que se diz que nos últimos dois anos, 13.000.000 (treze milhões) ascenderam na escada social. Ora, se é lentamente, 13 milhões de pessoas em 2 anos é um número espantoso, astronômico; considerando que nos anos anteriores ao governo Lula, acontecia exatamente o oposto com o achatamento da classe média.
Outros meios de desinformação da grande mírdia deram a notícia de modo diferente, mas com o mesmo grau de canalhice e cretinismo. 
O babaca Betting (BANDidageNIUS) chega a botar tudo na conta do FHGá, sem nem mencionar o fato de que Lula foi quem realmente implantou programas de distribuição de renda, responsáveis não só pelos espantosos 40.000.000 (quarenta milhões, uma Espanha) que subiram degraus na escada social em 9 anos, como também pela solidez da economia que transformou um tsunami mundial numa marolinha local.
É soda ter que ouvir isso sem nem poder dar uma piaba nos quengos desses filhos de quenga!

Amoral Nato

Brasil é o que mais reduz desigualdade entre os Brics

luisnassif

Do blog Economia e Política
FGV: Brasil é único dos Brics a combinar crescimento com redução de desigualdade
Clique no título acima para ter acesso ao estudo da FGV
SÃO PAULO - O Brasil é o país dos Brics (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que melhor tem conseguido conciliar crescimento econômico com redução das desigualdades sociais. De acordo com o estudo "Os emergentes dos Emergentes", divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas, entre 2003 e 2009 a renda per capita brasileira cresceu em média 1,8 ponto percentual acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB), o melhor índice entre os emergentes.
- A desigualdade no Brasil está caindo, e muito, enquanto ela sobe nos demais Brics - diz Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, citando a China, onde a renda das famílias avança a taxas médias dois pontos percentuais abaixo do crescimento do PIB. -- A desigualdade cresce no mundo inteiro, só cai na América Latina e no Brasil.
No período entre 2003 e 2007, segundo o estudo, a evolução da renda dos 20% mais pobres da população brasileira avançou em média 6,30% ao ano, superior à dos demais Brics, exceto a China, onde cresceu a 8,5% ao ano. Em contrapartida, as taxas médias de crescimento da renda dos 10% mais ricos da população foi muito maior nos demais Brics: de 15,1% na China; 7,6% na Ãfrica do Sul; 2,8% na Índia; e de 1,7% no Brasil.
Nos anos 2000, observou Neri, enquanto a renda dos 50% mais pobres no Brasil subiu 67,9%, os ganhos dos 10% mais ricos avançaram 10,03% em termos reais.
Segundo o estudo da FGV, os brasileiros são os mais otimistas em relação às suas condições de vida no futuro, chamada de "felicidade futura". Numa escala de 0 a 10, o brasileiro dá nota média de 8,7 à expectativa de satisfação com a vida em 2014, a melhor avaliação numa amostra de 146 países pesquisados, cuja média foi de 6,5. Em relação à condição atual de vida, o brasileiro também lidera o ranking, com nota média 7.
- O brasileiro é o que apresenta maior expectativa de felicidade futura, superando inclusive a Dinamarca, líder mundial de felicidade presente - diz Neri. - Esse dado revela talvez uma característica do brasileiro, que é ser meio otimista por natureza. Esse é um componente cultura e ajuda a entender a natureza do brasileiro. O que pode não ser uma virtude, mas é um traço da população.
Ascensão social acelerada
O resultado dessa combinação de crescimento econômico com redução de desigualdade aparece na intensa mobilidade dos brasileiros na pirâmide social. De 2003 até este ano, 48,7 milhões de brasileiros ascenderam para as classes A, B e C, um salto de 47,94% no número de brasileiros das chamdas classe médida e média alta.
- Esse contingente equivale a uma população da África do Sul, ou da Espanha - observa Neri.
E somente entre 2009 e maio deste ano, foram 13,08 milhões os brasileiros que ingressaram nas classes AB/C.
- O que explica vários desses dados é o simples fato de o país estar se tornando um país normal. Hoje com a inflação controlada, menos desigualdade, taxas de crescimento que se sucedem há uma década e evoluindo em áreas como a educação - diz Neri.- O Brasil é um país cheio de problemas, mas se você começa a introduzir avanços os ganhos são enormes.

Redação Conversa Afiada

O Ministro da Defesa (de quem ?) acaba de confessar que acoberta crime hediondo: “sumiram” as provas contra os torturadores do regime militar.

Diz isso assim, em passant, numa conversinha com jornalistas para se jactar do fato de que conseguiu fazer com que a Lei do Sigilo não alcance os militares.

Daqui a pouco ele pode dizer, assim, em passant, que a Eunice Paiva, viúva do sequestrado Rubens Paiva (*), é quem tem a temer pela Lei do Sigilo.

Nada mais brasileiro.

Protógenes Queiroz e Fausto de De Sanctis sofrem mais processos que o Maníaco do Parque.

O notável (para quem ?) Ruy Barbosa queimou os arquivos da Escravidão.

O Superior Tribunal de Justiça (sic) sepultou a Operação Castelo de Areia, que incriminava empresários da Camargo Corrêa e políticos como Aloysio 300 mil, porque, a certa altura, e de forma redundante, a Polícia – com autorização do Juiz Fausto De Sanctis – se valeu de uma denúncia anônima.

Denúncia anônima serve para prender pedófilo e marido que bate em mulher – mas, mas não serve para investigar rico – nem senador do PSDB de São Paulo.

O mesmo Superior Tribunal de Justiça, sob a batuta de um juiz que emprega o filho no escritório do passador de bola apanhado no ato de passar bola, o notável Dr Macabu, sepultou a Satiagraha do Daniel Dantas.

Usou um argumento fajuto: o ínclito delegado Protógenes Queiroz – à falta dos quadros funcionais que lhe retirou o Dr Corrêa, aquele que até hoje não achou o áudio do grampo -  usou funcionários da ABIN para checar endereço e colar selo em carta.

Quer dizer que, se um bombeiro estiver passando na rua na hora em que um alguém atentar contra a vida de outro, o bombeiro não poderá intervir.

Porque o acusado sempre dirá no STJ que função de bombeiro é apagar fogo e, não, salvar vidas.

O Tribunal Federal de São Paulo sepultou a Operação Chacal que flagrou Daniel Dantas e assemelhados na atividade de grampear até ministros de Estado para ganhar dinheiro.

(Além de jornalistas, como este ansioso blogueiro.)

Claro, Dantas é a Lei.

E, por coincidência, as decisões de uma desembargadora de São Paulo se casavam com uma luva com os argumentos dos advogados de Dantas.

Invariavelmente.

Uma coincidência notável.

Qual a surpresa, amigo navegante ?

Torturadores do regime militar.

Negreiros.

Executivos da Camargo Corrêa.

Daniel Dantas e assemelhados.

A destruição de provas é tão brasileira quanto goiabada com queijo.

Em tempo: como demonstrou a Cynara na Carta, esse pessoal não perde por esperar a Primavera Potiguar.

Em tempo 2: “O Brasil é o único país em que a tortura aumentou depois da ditadura”, diz Vladimir Safatle, que também trata do papel dos ricos e dos pobres numa reforma tributária.



Paulo Henrique Amorim


(*) Recomenda-se a leitura de “Segredo de Estado – o desaparecimento de Rubens Paiva”, de Jason Tércio, editora Objetiva, Rio, 2011.

A verdadeira nudez de Myrian Rios


A deputada estadual do PDT do Rio de Janeiro Myrian Rios envolveu-se em uma polêmica ao afirmar, em pronunciamento na Assembléia Legislativa fluminense, que é contra projeto de lei que tramita naquela Casa – análogo ao projeto de lei do Legislativo federal que versa sobre os direitos dos homossexuais – porque, se aprovado, empregadores não poderiam deixar de contratar um empregado por “discordarem” de sua orientação sexual.
Diante do potencial polêmico de tal declaração, levantou-se uma onda de indignação contra a deputada pedetista em que os insultos acabaram sendo inevitáveis por aqueles que não conseguiram suportar que alguém tenha promovido ataque tão feroz a milhões de cidadãos brasileiros pela natureza intrínseca de cada um. A virulência do ataque da deputada fez alguns levantarem até aspectos de sua carreira artística que desautorizariam o seu “moralismo”.
Antes de prosseguir, portanto, faz-se necessário estabelecer claramente quem é a ex-atriz e atual deputada estadual Myrian Rios. Abaixo, o teor de sua biografia na Wikipedia.
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Myrian Pinto Rios (Belo Horizonte, 10 de novembro de 1958) é uma atriz, apresentadora de TV e política brasileira.
Morou até quatro anos em sua cidade natal, quando se mudou para a pequena localidade de Guanhães, no interior do mesmo estado, onde viveu dois anos, após os quais sua família se mudou para a capital paulista.
Aos dezessete anos, disputou um concurso de novos talentos no programa de Moacyr Franco, onde ganhou uma participação em telenovela da Rede Globo.
Ainda iniciante, Myrian Rios fez fotos nua para ensaio da revista Lui, lançado em julho de 1978. No ano seguinte, voltou a posar nua por duas vezes para edições da revista Ele & Ela, da Bloch Editores. Esses ensaios causaram constrangimento ao seu noivo, o cantor Roberto Carlos, que optou por comprar das editoras todos os direitos sobre as fotografias, vedando que as fotos viessem a ser usadas novamente em qualquer publicação. Foi casada com Roberto Carlos por mais de 10 anos, mas não quis ter filhos, pois estava no auge da carreira.
Na Rede Globo, Myrian Rios, estreou na telenovela O Feijão e o Sonho, baseada no livro de Orígenes Lessa. Após a separação de Roberto Carlos, ela se casou duas vezes, e teve dois filhos: um com o médico Edmar Fontoura e outro com o ator André Gonçalves Barbosa. Ela se separou de seu último marido e não teve mais filhos, e nem outros casamentos, só namoros.
Atuou em várias novelas de sucesso como Escrava Isaura (1976), Marrom Glacê (1979) e Coração Alado (1980). Na década de 1980, ainda casada com o cantor Roberto Carlos, Myrian diminuiu sua participação na TV mas continuou a fazer personagens marcantes como a Gabriela em Ti Ti Ti (1985) e a Ana Galhardo em Bambolê (1987). Sua última participação em novelas foi em O Clone (2001).
Em 2002, passou a fazer parte do quadro de funcionarios da Fundação João Paulo II, mantenedora da comunidade católica Canção Nova. Essa é uma das várias novas comunidades católicas da Renovação Carismática. Atualmente, a atriz permanece no grupo religioso, e é consagrada e missionária na comunidade Canção Nova, participando de programas da rádio, internet e da emissora católica Canção Nova.
Em 2006, a atriz lançou o livro Eu, Myrian Rios, publicado pela editora Canção Nova, onde conta toda a história de sua vida e conversão à Renovação Carismática Católica. Em 2008 lançou o CD “Orações a São Miguel Arcanjo”.
Em 3 de outubro de 2010 elegeu-se deputada estadual pelo PDT-RJ, graças a expressiva votação do apresentador de TV, Wagner Montes que obteve mais de 500.000 votos.
Em 27 de junho de 2011, causou polêmica após declarações preconceituosas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que associavam a homossexualidade à pedofilia.
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Apesar de que as declarações da deputada Myrian Rios foram amplamente reproduzidas pela internet nos últimos dias, quem não viu e quiser decidir por si só o que foi que ela disse, pode assistir ao vídeo abaixo.
Na opinião deste blog, o que a deputada disse foi que todo homossexual é um pedófilo em potencial. Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter reconhecido que as relações “homoafetivas” são direito do cidadão e que, portanto, não podem lhe causar qualquer tipo de discriminação – e discriminação, obviamente, inclui empregadores recusarem contratação de alguém por sua sexualidade –, a deputada deixou claro que considera homossexualidade pré-condição para o crime de pedofilia.
Trata-se de um ataque quase impensável a MILHÕES de cidadãos brasileiros que pagam seus impostos e que não perderam um grama de cidadania pela natureza de suas relações afetivas, pois isso seria ilegal. A deputada equiparou esses cidadãos ao pior tipo de criminoso, o que ataca crianças.
Julgo plenamente compreensível, portanto, que algumas pessoas tenham se deixado indignar um pouco além da medida ao apontarem, por exemplo, que a moralista Myrian Rios de hoje tirou a roupa ontem para milhões de homens e mulheres que apreciavam o nu feminino.
Note-se bem que essas pessoas não estão acusando a decisão de alguém de posar nu, mas a contradição de uma moralista que quer decidir sobre a sexualidade alheia apesar de ter adotado conduta tão liberal no passado. Contudo, tal contradição poderia ser explicada através do argumento de que essa pessoa mudou e, agora, adotou dogmas cristãos que vetam tais comportamentos.
A nudez literal de Myrian Rios no passado, portanto, não é o que está em pauta – e nem deve ser colocado, a fim de não se usar moralismo contra os moralistas. O que se tem que discutir é o desconhecimento de uma deputada estadual dos princípios mais elementares de uma democracia e essa sua total ignorância científica, espantosa em alguém que recebeu mandato popular para propor e/ou votar leis que interferem nas vidas de toda a coletividade.
Além disso, há que discutir o aspecto penal dessa questão. Sim, porque, como este blogueiro disse ontem no Twitter, em seu entender a deputada Myrian Rios cometeu alguns crimes com as declarações que deu – calúnia e difamação, no mínimo.
Ainda não foi tipificado o crime de discriminação por orientação sexual, o projeto tramita na Câmara Federal, mas pelo menos a deputada difamou MILHÕES de cidadãos brasileiros homossexuais e de orientações sexuais análogas contra os quais não existe a menor prova científica de que tendem à pedofilia. Essa é a verdadeira e reprovável nudez de Myrian Rios, a das suas idéias deformadas, incompatíveis com a posição que ocupa.
Que a lei, portanto, faça-se ouvir e, mais do que isso, que se faça sentir.

domingo, 26 de junho de 2011

ACOMPANHEM MAIS UMA AÇÃO CRIMINOSA DO ESTADO NAZI-SIONISTA AO VIVO.Estamos acompanhando a Marcha da II Frota da Liberdade até Gaza O



Cumpas queridos,
Estamos acompanhando a Marcha da II Frota da Liberdade até Gaza. Com a coordenação de Tali Feld Gleiser, o suporte de quem vos escreve e a participação técnica do Wilmar Frantz Jr. Desacato está narrando para vocês, para os leitores e uma lista de veículos e jornalistas de diversas partes, a marcha da Liberdade.
Esperamos vocês conosco nestes dias de luta, em prol de uma vitória da paz e da civilização. A Frota transporta 10 toneladas de ajuda humanitária por valor de 600 mil Euros. Quantos mais estejamos atentos, mais difícil para Israel e o Império será deter a Frota.
Venham com a gente:
Raul Fitipaldi
@desacatobrasil

Barco de ajuda a Gaza responde ao governo Obama





24/6/2011, Countercurrents http://www.countercurrents.org/aoh240611.htm
Atenas, 24/6/2011 – Os ativistas pacifistas norte-americanos que se preparam para partir levando mensagem de solidariedade ao povo de Gaza a bordo do barco de bandeira norte-americana “A Audácia da Esperança” [título de livro de Obama] manifestaram profundo desapontamento, depois de ‘alerta’ emitido pelo Departamento de Estado dos EUA no dia 22/6/2011.

Em vez de escrever ao governo de Israel, exigindo livre passagem para um barco que conduz cidadãos norte-americanos desarmados com ajuda humanitária aos palestinos, o governo dos EUA pressiona seus próprios cidadãos para que não empreendam movimento legal que livremente decidiram empreender.

Na 4ª-feira, o departamento de Estado emitiu um “alerta de viagem” dirigido a cidadãos norte-americanos que planejem participar da Flotilha de Liberdade para Gaza. O documento aconselha os cidadãos norte-americanos a não viajar para Gaza por qualquer meio, por terra, mar ou ar, “considerando que em tentativas anteriores de entrar em Gaza por mar, os barcos foram impedidos por comandos israelenses, ação que resultou em mortos e feridos, além de prisão e deportação de cidadãos dos EUA.”

“Pelos termos do documentos, conclui-se que o Departamento de Estado entende que os atos de violência previsíveis de Israel contra manifestantes desarmados seriam eventos tão naturalmente previsíveis quanto maremotos ou tempestades” disse Hagit Borer, professora de Linguística da Universidade Southern California e passageira do barco norte-americano. “É atitude espantosa, vinda de governo que garante a Israel bilhões de dólares em ajuda militar e usa rotineiramente seu poder de veto para impedir que o governo de Israel seja censurado pelo Conselho de Segurança da ONU, pela prática de crime de ocupação ilegal de terras palestinas.”

Os passageiros do barco norte-americano observam que o Departamento de Estado tem o dever legal de proteger os cidadãos, sempre que viagem ao exterior. "Até hoje, os funcionários do governo dos EUA falharam sempre que se tratou de impedir que autoridades israelenses nos atacassem fisicamente” – disse Robert Naiman, diretor político da organização Just Foreign Policy, outro passageiro do barco para Gaza. “É claro que o Departamento de Estado deveria manifestar-se contra quem nos ameaça, em vez de tentar impedir que nós viajemos. É terrivelmente decepcionante constatar que não fazem o que devem fazer.”

A seguir, o texto da carta que os passageiros do barco “A Audácia da Esperança” enviaram, dia 14 de junho, ao presidente Obama, à secretária de Estado Hilary Clinton e a outras autoridades. Ainda não receberam resposta.


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14 de junho de 2011

Senhor Presidente
Casa Branca
1600 Pennsylvania Avenue NW, Washington, DC 20500
Senhor Presidente Obama:

Escrevemos para informar-lhe que 50 norte-americanos desarmados partirão nos próximos dias em barco sob bandeira dos EUA, que batizamos “A Audácia da Esperança”, e que integrará mais uma Flotilha da Paz rumo a Gaza.

Nossa manifestação pacífica fará pressão contra o bloqueio de Israel a Gaza, que já é, de fato, campo de prisioneiros no qual Israel mantém aprisionados 1,6 milhão de civis, a maioria dos quais com menos de 16 anos. O bloqueio israelense reduziu à miséria a população de Gaza, privou os palestinos de Gaza de itens básicos de sobrevivência e de materiais de construção para reconstruir as casas que o exército israelense destruiu no ataque de 2008-9; continua a impedir que os doentes e deficientes físicos encontrem socorro médico; e impede que estudantes já contemplados com bolsas de estudos ausentem-se de Gaza para estudar. Em Gaza, 45% da população em idade de trabalhar está desempregada.

Além de 10 passageiros, 5 tripulantes e 10 jornalistas, nosso barco leva também milhares de cartas de solidariedade, apoio e amizade reunidas em todos os EUA e endereçadas aos homens, mulheres e crianças de Gaza. Não temos a bordo nenhum tipo de arma. Não levamos a bordo nenhum produto comercial a ser entregue em Gaza. A nossa, é missão da sociedade civil dos EUA, dirigida à sociedade civil de Gaza. Não somos grupo partidário nem temos qualquer ligação com governo ou grupo de opinião. Nossa ação é ação não violenta, de solidariedade humana e de apoio ao povo palestino de Gaza, para ajudá-los a defender seus direitos humanos.

Na honrada tradição de ativismo não violento da sociedade norte-americana, que sempre se ergueu em manifestações pacíficas contra a injustiça, viajaremos a Gaza com a esperança de que nossa viagem prove ao povo de Gaza que não estão sós. Nossa viagem visa também a chamar a atenção dos EUA e do mundo para o castigo coletivo, moral e legalmente indefensável, que Israel impõe, em Gaza, a civis.

Sr. Presidente, o senhor com certeza já sabe que o bloqueio contra Gaza é insustentável. E seu governo já várias vezes manifestou apoio a manifestações pacíficas ao longo dessa “Primavera Árabe”.

Como cidadãos dos EUA, esperamos que nosso país e seu governo se empenhem para assegurar livre passagem para os barcos da Flotilha da Paz até Gaza. Contamos também com que nosso país apoiará nosso clamor, de caráter humanitário, para que o bloqueio israelense contra Gaza seja imediatamente levantado.

Para tanto, é preciso que o governo dos EUA notifique Israel, em termos claros, de que não deve impedir pela força que a nova Flotilha da Paz – à qual se integrou nosso barco “A Audácia da Esperança” – chegue a Gaza. É o que nós, que estaremos a bordo desse barco – engenheiros, pedreiros, bombeiros, advogados, trabalhadores sociais, aposentados, sobreviventes do Holocausto, funcionários públicos aposentados – esperamos de nosso presidente e do governo que ajudamos a eleger.
Nosso barco partirá do leste do Mediterrâneo na última semana de junho. Agradecemos desde já suas providências, para proteger nossas vidas e nos assegurar livre trânsito por mar até Gaza.

Atenciosamente,
Norte-americanos a bordo do barco “A Audácia da Esperança”, de bandeira norte-americana: Nic Abramson, Johnny Barber, Medea Benjamin, Greta Berlin, Hagit Borer, Regina Carey, Gale Courey Toensing, Erin DeRamus, Linda Durham, Debra Ellis, Hedy Epstein, Steve Fake, Ridgely Fuller, Megan Horan,Kathy Kelly, Kit Kittredge, Libor Koznar, Melissa Lane, G. Kaleo Larson, Richard Levy, Richard Lopez, Ken Mayers, Ray McGovern, Gail Miller, Carol Murry, Robert Naiman, Henry Norr, Ann Petter, Gabe Schivone, Kathy Sheetz, Max Suchan, Brad Taylor, Len Tsou, Alice Walker, Paki Wieland, Ann Wright.

Cc:
Sr. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
Sra. Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA
Sr. Jeffrey Feltman, secretário de Estado (assistente) dos EUA
Sra. Susan E. Rice, representante permanente dos EUA na ONU
Sr. James B. Cunningham, embaixador dos EUA em Israel (e outros)
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E Veja se retrata do vexame numa nota de pé de página

mariafro

Por que a resposta precisa e rápida da ministra Gleisi como a dada em nota oficial é importante? Porque prevalece o fato e não o factóide e porque não tem preço ver barriga de jornalista que não apura notícia.

“(Atualização, às 13h23: houve um lamentável erro de apuração na nota acima. O apartamento da ministra Gleisi Hoffman, comprado em 2003, possui 192 metros quadrados. A ministra esclarece que o imóvel valorizou-se, mas não chega a valer 900 000 reais)

Bravo, ministra @gleisi! E aí Lauro Jardim, vai comprar?

E ainda tem gente que sente saudade do Palocci.
De minha parte acho que a ex-senadora Gleisi, atual ministra da Casa civil é a ‘Dilma’ da Dilma, olha só como ela respondeu a um factóide de Veja. Vale leitura, eu ri alto. Dica do link, via PHA, no twitter.

Nota oficial da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann

25/06/2011
Nota Oficial
Sr. Lauro Jardim
Editor da Coluna Radar
Revista Veja
O apartamento que possuo em Curitiba tem menos de 190 metros quadrados de tamanho e não 412 metros, como afirma nota divulgada hoje, 25, no Radar on-line. Há outros erros na nota. A saber: diferentemente do que informa Lauro Jardim, a lei não permite, mas DETERMINA que o valor declarado ao Imposto de Renda seja o de compra. Assim, o apartamento, que adquiri em 2003, tem sido declarado pelo valor de compra desde a declaração de 2004. Sobre o valor de R$ 900 mil, citado na nota: é claro que meu apartamento valorizou-se nestes oito anos após a compra, mas, se Lauro Jardim ou o corretor que, diz ele, avaliou o imóvel, desejarem comprá-lo por este preço, podemos conversar.
Gleisi Hoffmann

Não Vai Fazer Falta Nenhuma

Morre o ex-ministro Paulo Renato Souza, 65, no interior de SP

Bolha DE SÃO PAULO

VITÓRIA DE GRAZIANO AMPLIA AÇÃO GLOBAL DO BRASIL, PROJETA DILMA E FAVORECE O PASSO SEGUINTE DE LULA

Numa eleição acirrada, em que votaram 180 países, o ex-ministro do governo Lula, José Graziano da Silva, superou por 4 votos o adversário espanhol, Miguel Angel Moratinos, na disputa pela sucessão de Jacques Diouf no comando da FAO, encerrada neste domingo , em Roma. O Brasil conquista assim seu primeiro posto de relevo entre as organizações internacionais, com uma candidatura que representava os países pobres. Não por acaso, antes da votação, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou o espanhol  Miguel Angel Moratinos, candidato europeu que carregava o fardo do protecionismo agrícola das nações ricas. A vitória brasileira reposiciona o papel da FAO no cenário internacional. O que se espera agora é um organismo renovado que passe a ecoar, de fato, os interesses Sul-Sul, na luta por um desenvolvimento feito de segurança alimentar e maior  justiça social. Graziano é um crítico da especulação financeira decorrente da desregulação do sistema bancário promovida pelo neoliberalismo. Ao contrário de seu adversário espanhol, em diversos pronunciamentos e artigos ele destacou a influência nefasta dos capitais especulativos na formação dos preços dos alimentos, gerando flutuações abruptas que asfixiam produtores e agravam a fome nos países pobres. A vitória do ex-ministro e amigo pessoal de Lula não pode ser entendida sem o pano de fundo da crise mundial que evidenciou o crepúsculo de uma agenda ortodoxa até então hegemônica.Por mais de 30 anos, ela subordinou o destino das nações e a segurança alimentar da sociedade  às supostas virtudes dos 'livres mercados', cujo saldo mórbido foi o recorde de um bilhão de famintos em pleno apogeu da tecnologia agrícola. A sucessão na FAO influenciará também a ação internacional de Lula que trabalhou intensamente nos bastidores da campanha, em contatos com chefes de Estado, sobretudo da África e América Latina. O  líder brasileiro passa a desfrutar agora de uma âncora institucional para seus projetos de cooperação entre América Latina e África, com base nas políticas sociais bem sucedidas de sua gestão. Para o governo Dilma, que se empenhou decididamente na eleição de Graziano, deslocando ministros e o chanceler Patriota a vários pontos do planeta, numa ação firme e centralizada no Itamaraty, a vitória é um trunfo que reafirma a liderança e a credibilidade do Brasil junto aos países pobres. O conjunto desagrada os que torciam por uma derrota para transformá-la no atestado de óbito de uma experiência de governo que, com todos os percalços, assumiu contornos de uma nova referência de desenvolvimento, cujos resultados impuseram um revés  superlativo ao neoliberalismo tropical. 
(Carta Maior; 2º feira, 27/06/ 2011)