Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Instituto Butantã: privatizado; roubado e sucateado nos governos tucanos.

Denúncia - 07/10/2010 
Privatização, desvios e abandono acentuam crise no Instituto Butantã
Com informações da Revista Adusp

O Instituto Butantã tornou-se subordinado à iniciativa privada na última década, o que pode ter facilitado o desvio de pelo menos R$ 35 milhões dos cofres públicos. A denúncia é da Associação dos Docentes da USP, a Adusp.

O Instituto passou a ser administrado pela Fundação Butantã, que é uma entidade privada, em 1998. A falta de transparência na arrecadação proveniente da venda de soros e produção de vacinas e a redução do investimento em pesquisas geraram protestos dos funcionários.

Segundo a entidade, em 2009 foram arrecadados R$ 273 milhões com a venda de imunoderivados. Mesmo com toda essa arrecadação, os grupos de pesquisa atuantes no Instituto são mantidos por outros recursos públicos, como as agências de fomento Fapesp e CNPq. O Butantã é uma referência nacional em pesquisas e também no fornecimento de soros e vacinas ao Sistema Único de Saúde.

Reportagem publicada na mais recente edição da Revista Adusp (nº 48 / setembro-2010) revela que ex-diretores do Instituto aproveitaram a ‘mistura’ de recursos públicos e da Fundação para aplicar os recursos gerados pela venda da produção em estruturas isoladas dos demais setores.

Incêndio

Esta manobra veio à tona depois do incêndio que destruiu parte considerável do mais importante acervo de cobras, aranhas e escorpiões do País. A coleção centenária, iniciada pelo cientista Vital Brasil, estava guardada em um prédio inadequado para abrigar um patrimônio histórico e científico deste porte. Goteiras, infiltrações e cupins infestavam o local atingido pelas chamas no dia 15 de maio de 2010.

O episódio revelou outro problema sério do Instituto. A fábrica de vacinas contra a gripe, inaugurada em diversas ocasiões por governos tucanos, nunca funcionou. “A planta de produção de vacinas contra a gripe chegou a ser parte da propaganda do PSDB e do então governador José Serra, no início deste ano”, diz a reportagem do jornalista Guilherme Jeronymo, da Revista Adusp.

No último mês de junho, a Bancada do PT pediu investigações aos Ministérios Públicos Federal e Estadual sobre o Instituto. Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o deputado petista Fausto Figueira tentou instalar uma CPI do Instituto na Casa.

“Apesar da indiscutível qualidade do corpo técnico- científico, a gestão é um desastre que redunda nestas falhas”, explica Fausto. Mas, como outros pedidos de investigação, a iniciativa foi boicotada pela bancada governista.

Desvios

Além do abandono do prédio atingido pelo incêndio, os desvios na Fundação colocaram o processo de privatização do Butantã sob fortes suspeitas. “Os funcionários exigem transparência e que a entidade privada aplique no mínimo 10% de seu orçamento anual no Instituto”, reivindica a Adusp.

Segundo a Associação, a entidade privada que ‘fatura alto’ com o Butantã investe ali apenas 2,3% de sua receita total. O alto lucro e o baixo investimento contrariam o Estatuto do Butantã, aprovado por seu Conselho Curador em outubro de 2009, que estabelece que a entidade ‘como personalidade de direito privado” não deve ter fins lucrativos.
Link do original

Instituto Butantã: privatizado; roubado e sucateado nos governos tucanos.

Denúncia - 07/10/2010 
Privatização, desvios e abandono acentuam crise no Instituto Butantã
Com informações da Revista Adusp

O Instituto Butantã tornou-se subordinado à iniciativa privada na última década, o que pode ter facilitado o desvio de pelo menos R$ 35 milhões dos cofres públicos. A denúncia é da Associação dos Docentes da USP, a Adusp.

O Instituto passou a ser administrado pela Fundação Butantã, que é uma entidade privada, em 1998. A falta de transparência na arrecadação proveniente da venda de soros e produção de vacinas e a redução do investimento em pesquisas geraram protestos dos funcionários.

Segundo a entidade, em 2009 foram arrecadados R$ 273 milhões com a venda de imunoderivados. Mesmo com toda essa arrecadação, os grupos de pesquisa atuantes no Instituto são mantidos por outros recursos públicos, como as agências de fomento Fapesp e CNPq. O Butantã é uma referência nacional em pesquisas e também no fornecimento de soros e vacinas ao Sistema Único de Saúde.

Reportagem publicada na mais recente edição da Revista Adusp (nº 48 / setembro-2010) revela que ex-diretores do Instituto aproveitaram a ‘mistura’ de recursos públicos e da Fundação para aplicar os recursos gerados pela venda da produção em estruturas isoladas dos demais setores.

Incêndio

Esta manobra veio à tona depois do incêndio que destruiu parte considerável do mais importante acervo de cobras, aranhas e escorpiões do País. A coleção centenária, iniciada pelo cientista Vital Brasil, estava guardada em um prédio inadequado para abrigar um patrimônio histórico e científico deste porte. Goteiras, infiltrações e cupins infestavam o local atingido pelas chamas no dia 15 de maio de 2010.

O episódio revelou outro problema sério do Instituto. A fábrica de vacinas contra a gripe, inaugurada em diversas ocasiões por governos tucanos, nunca funcionou. “A planta de produção de vacinas contra a gripe chegou a ser parte da propaganda do PSDB e do então governador José Serra, no início deste ano”, diz a reportagem do jornalista Guilherme Jeronymo, da Revista Adusp.

No último mês de junho, a Bancada do PT pediu investigações aos Ministérios Públicos Federal e Estadual sobre o Instituto. Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o deputado petista Fausto Figueira tentou instalar uma CPI do Instituto na Casa.

“Apesar da indiscutível qualidade do corpo técnico- científico, a gestão é um desastre que redunda nestas falhas”, explica Fausto. Mas, como outros pedidos de investigação, a iniciativa foi boicotada pela bancada governista.

Desvios

Além do abandono do prédio atingido pelo incêndio, os desvios na Fundação colocaram o processo de privatização do Butantã sob fortes suspeitas. “Os funcionários exigem transparência e que a entidade privada aplique no mínimo 10% de seu orçamento anual no Instituto”, reivindica a Adusp.

Segundo a Associação, a entidade privada que ‘fatura alto’ com o Butantã investe ali apenas 2,3% de sua receita total. O alto lucro e o baixo investimento contrariam o Estatuto do Butantã, aprovado por seu Conselho Curador em outubro de 2009, que estabelece que a entidade ‘como personalidade de direito privado” não deve ter fins lucrativos.
Link do original

Paulo Preto na veia dele !


     
Cadê o Lula ? cadê a D Lindu ?


Ligo para o Oráculo de Delfos.

- Olá, tudo bem?

- Já esteve melhor.

- Como assim ?, pergunto.

- No Brasil antes da Marina.

- Ah, entendi.

- E a Dilma ?

- Vai ser uma vitória mais difícil do que eu imaginava.

- Mas, vence !, reafirmei.

- Sim, mas não precisava me fazer sofrer tanto.

- Que risco ela corre ?

- Essa sordidez do aborto, por exemplo.

- E como sair dessa ?, pergunto.

- Meu filho, disse ele, não entendo o Lula.

- O que tem o Lula ?

- Não me lembro de presidente mais religioso, mais verdadeiramente católico que o Lula, católico mesmo.

- Hum, deixa eu ver … Fernando Henrique

- O Fernando Henrique acredita em Deus tanto quanto na monogamia, respondeu ele rápido.

- Itamar, Collor, Sarney, Tancredo, os militares … não, não tem ninguém mais fervoroso que o Lula. Você tem razão.

- Então, tem que levar o Lula para a televisão.

- E para dizer o que ?

- Para falar de aborto. ABORTO !, com todas as letras. Enfrentar a calhordice, como diz o Ciro.

- Mas, o Lula seria o melhor para desempenhar esse papel ?

- Meu querido, o Lula tem carisma, olho no olho do povão, tem a D Lindu, os seis irmãos no pau de arara, a primeira mulher que morreu no parto. Tem que fazer o povo chorar.

- E a Dilma ?

- A Dilma ao lado dele.

- O aborto é o pior que aconteceu à Dilma ? Não foi a Erenice ?

- O pior que acontece à Dilma nesse segundo turno é que é uma eleição descasada.

- O que é isso ?

- É uma eleição sem parceiros, sem palanques locais.

- Como assim ?, pergunto ainda sem entender.

- A eleição se resolveu em colégios importante, já no primeiro turno: Rio Grande, Paraná, São Paulo, Minas, Rio, Pernambuco, Bahia.

- Como é que ela vai fazer comício nesses estados, com o eleitor já desmobilizado, é isso ?

- Sim, e num país sem partidos políticos …

- É verdade … pondero. E como ela sai dessa ?

- Com a única arma que sobrou.

- O horário eleitoral.

- Exato.

- E aí ?

- Paulo Preto na veia do Serra !

- Calma !

- O Serra não vem de José Dirceu, de Erenice ? O Serra não veio para a jugular ?

- É onde ele gosta de jogar, de preferência pelas costas.

- Então, meu querido, tem que vir de Paulo Preto.

- Mas, você acha que o Paulo Preto é forte assim ?

- Meu filho, o Paulo Preto ganha uma eleição.

Pano rápido.

Paulo Henrique Amorim


Em tempo: reproduzo e-mail que o Conversa Afiada recebeu:

E agora José?


Primeiro

Serra não sabia

- Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factóide criado para que vocês (imprensa) fiquem perguntando”. Serra disse ainda que não iria gastar horas de um debate nacional discutindo “bobagens”.

http://migre.me/1ymdf


Depois

Paulo Preto diz: “ele me conhece bem, tem que responder”

http://migre.me/1ymkG


Agora

Serra diz que ele é inocente

http://migre.me/1ymui

O #SerraMilCaras disse ainda que não iria gastar horas de um debate nacional discutindo “bobagens”.


O Jornal Nacional não deu uma linha sobre o caso, mas a Record deu.

Veja o Video no link abaixo.

www.youtube.com/watch?v=v7YFaOetWoE&feature=player_embedded


Em tempo 2clique aqui para ver onde mora o Paulo “Afrodescendente” e aqui para ver como o Serra intimidou um repórter do Valor que perguntou sobre o Paulo “Afrodescendente”.

Marina diz que vai votar na Dilma. Mas o Terra censura. O Terra ?



Este ordinário blogueiro leu os amigos navegantes Fernando e Felipe e foi lá, ao Terra:

•    Fernando Barretto

14 de outubro de 2010 às 17:40

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4735487-EI15315,00-Marina+pela+minha+tradicao+eu+seria+favoravel+a+apoiar+o+PT.html

•    Felipe

14 de outubro de 2010 às 17:38

Marina Silva disse: “pela minha tradição, eu seria favorável a apoiar o PT”

fonte: http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4735487-EI15315,00-Marina+pela+minha+tradicao+eu+seria+favoravel+a+apoiar+o+PT.html


Foi lá e não achou o voto da Marina em Dilma.
É, esses amigos navegantes estão a ver estrelas, pensou o ordinário blogueiro.

Nada disso.

Se eles viram alguma coisa nos céus foi um fenômeno que reluz mais que uma estrela: foi a desmoralização de um portal multinacional, ligado a uma multinacional de telefonia, ou a desmoralização de um(a) candidato(a).

Ou os dois.

Vejam o que o telescópio do Obede, nosso editor,  e o do Nassif captaram no espaço Sideral: 

Paulo,


Hoje a Marina deu uma entrevista ao Terra e o Nassif republicou:


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/marina-pela-minha-tradicao-eu-seria-favoravel-a-apoiar-o-pt


No entanto, o mesmo Terra mudou o lead todo e até o título da matéria, a mando de quem não se sabe…


http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4735487-EI15315,00-Marina+se+esquiva+de+julgar+posicao+de+candidatos+sobre+aborto.html


Segue o link que prova a mudança de título: http://ow.ly/i/4zbe


Em tempo: Ganha um doce quem descobrir quem mandou o Terra censurar a Marina.

Paulo Henrique Amorim

Onde mora o Paulo “Afro-descendente”. Coitado, mora mal !


    Para um dirigente da DERSA de SP, até que é razoável



    O Conversa Afiada reproduz e-mail de amigo navegante especialista em “mercado imobiliário”:

    Rua Dr. Eduardo Souza Aranha, 255, Vila Nova Conceição, coração de uma das áreas mais chiques da Paulicéia.


    Nesse edifício, em que a maioria dos apartamentos é duplex, dispõem de piscina, sauna, adega, churrasqueira, biblioteca e acabamento de altíssimo luxo, 10 vagas na garagem, segurança ostensiva as 24hs realizada por mais de vinte agentes que se revezam por turnos, vivem alguns privilegiados proprietários.


    São banqueiros, empresários conhecidos, socialites e atrizes.


    Lá, apesar de seu salário de funcionário público do governo de São Paulo, de não ser herdeiro de nenhuma fortuna e nem ser tido como um homem rico, vive o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto”, ou o Paulo “Afro-descendente”, para atender a sugestão do Generalíssimo Francisco Serra Franco.


    Segundo denúncia da Dilma e da revista IstoÉ, o Paulo “Afro-descendente” teria sumido com R$ 4 milhões das finanças do José Serra.


    Sabe-se que, às vezes, Paulo “Afro-descendente”  chega em casa de helicóptero.


    As vezes sai em um de seus carros, um Jaguar blindado, cujo valor é equivalente a quase 4 anos de seu salário !


    E olha que ele trabalhava no DERSA do Governador José Serra e participou ao lado do Serra da inauguração do Robonel.


    Clique aqui para as fotos desse encontro memorável: o “Afro-descendente” e o generalíssimo Franco.

    Em tempo: o valor do imóvel, num dos edifícios mais sofisticados e elegantes do bairro mais caro de São Paulo, pode chegar a R$ 10 milhões !

    Em tempo2: segundo Paulo “Afro-descendente”, as empreiteiras com quem ele se relacionava deram muito mais do que R$ 4 milhões para as “finanças” da campanha do Generalissimo de España, Francisco Serra Franco. Dra Cureau: a senhora sabia disso ?

    Em tempo3: A filha do Paulo “Afro-descendente” emprestou R$ 300 mil ao Chefe da Casa Civil do Governador Generalíssimo Francisco Serra Franco (que adora falar em “Casa Civil”). Será que ela cobrou juros ? O Chefe da Casa Civil pagou o empréstimo ?

    Clique aqui para ler “Paulo Preto diz que Serra o conhecia muito bem”.

    aqui para ler “Serra ataca jornalista do Valor que perguntou sobre o Paulo “Afro-descendente”. Serra está a fim da cabeça da Maria Inês Nassif, a melhor analista político do Brasil”.


    Paulo Henrique Amorim

    Pega ladrão !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    O governo mais republicano da história brasileira


    Nem o mais faccioso oposicionista ao governo Lula conseguirá citar um décimo que seja destas ações republicanas que tenham sido feitas por um governante do Brasil anterior ao presidente Lula. Não saem de nossa memória, os escândalos no governo FHC como o dos Anões do Orçamento, dos precatórios, do DNER, da compra de votos para a reeleição em 1998, da Sudene, da Sudam, do Fat/Planfor, das Privatizações, do Proer, da pasta Rosa, do Banestado e dos Bancos Marka e Fonte-Cidam, para citar apenas alguns. Mas o que mesmo foi feito de combate sistemático à corrupção pelo governo tucano ? Quem não se lembra da figura do “engavetador-geral da República”? O artigo é de Juarez Guimarães.
    Imagine se em uma casa de mais de cem anos se fizesse, pela primeira vez de modo profundo e sistemático por um novo ocupante, uma caça e combate a baratas, ratos e outros bichos. As pragas, então, reveladas dariam a impressão que a casa está muito mais suja e infestada do que era antes. Se não fosse revelada ao público adequadamente que só agora se faz uma pesquisa e combate sistemático a estas pragas, e que a limpeza apenas começou, ficaria a impressão de que o novo dono “sujou geral”, como se diz.

    A estória revela exatamente o que ocorreu durante o governo Lula e, de forma dramática, agora nas eleições presidenciais de 2010. No segundo domingo de outubro pela manhã um ponto de ônibus de um bairro de classe média alta de Belo Horizonte apareceu com a convocação fixada em letras garrafais: “ Vamos por fim ao governo Lula, o mais corrupto da história do Brasil”. Na manhã do dia seguinte, o jornal Folha de S. Pauloalardeava que dos 19 % pontos de votação alcançados por Marina Silva, 7 % tinham migrado de Dilma em função da denúncia sobre os lobbies dos filhos de Erenice.

    Isto não surpreende a quem, por vários anos, vem estudando o fenômeno da corrupção no Brasil. Pelo segunda ano consecutivo, pesquisas nacionais realizadas pelo Instituto Vox Populi em 2009 identificavam que a corrupção é muito grave para 73 % dos brasileiros e grave para 24 % outros. 

    A pesquisa registra o paradoxo da consciência atual dos brasileiros, ao modo da estória da casa infestada de pragas e seu novo dono mais asseado: 39 % julgam que a corrupção aumentou muito durante o governo Lula, 33 % avaliam que ela aumentou um pouco e 19 % que ela não aumentou nem diminuiu. Por outro lado, quando colocados diante das opções, “1- A corrupção aumentou durante o governo Lula” ou “2- Durante o governo Lula, o que aumentou não foi a corrupção, mas a apuração dos casos que ficavam escondidos”, 75 % optavam pela resposta 2 e apenas 15 % pela resposta 1. 

    Os liberais conservadores e a mídia empresarial, liderados pelo ex-presidente FHC, compreenderam muito bem e antes a moral da estória da casa infestada e seu novo dono. Já passou da hora do novo governante da república brasileira, historicamente marcada pela corrupção sistêmica, vir a público para esclarecer os vizinhos da sua rua. O preço a pagar pelo silêncio é muito alto: os vizinhos podem até querer expulsá-lo de lá. 

    No livro mais denso e amplo de reflexões sobre a corrupção já elaborado no Brasil ( Corrupção- Leituras críticas, Editora UFMG, 2008), que mobilizou mais de 60 intelectuais de várias áreas, a crítica ao critério único da percepção como medição da corrupção aparece em vários momentos, inclusive aos relatórios divulgados pelo Banco Mundial. Por este critério único da percepção, por exemplo, uma ditadura que silenciasse todo tipo de crítica pode parecer como a menos corrupta. 

    Os brasileiros não sabem, por exemplo, que os escândalos dos Sanguessugas, dos Vampiros, dos Gafanhotos, do Propinoduto da Receita, do Gabiru, da Confraria, da Navalha, do Valerioduto e tantos outros foram revelados durante o governo Lula mas tinham origem em governos anteriores. 

    O governo mais republicano da história
    A prova, fartamente documentada e sistematizada, que o governo Lula, exatamente ao contrário do que diz o cartaz apócrifo pregado em um manhã de domingo em Belo Horizonte, é o governo mais republicano da história do país está no pequeno e precioso livro de Jorge Hage, ministro-chefe da Controladoria Geral da União, intitulado “O governo Lula e o combate à corrupção” ( Editora Fundação Perseu Abramo, 2010). Lá se informa, de modo didático, aos vizinhos da rua o que o novo morador da casa anda fazendo em três capítulos: Fatos e números na área da repressão à corrupção; Fatos e números na área de prevenção e transparência; Fatos e números na área do Controle Interno (principais inovações). ( O livro “O governo Lula e o combate à corrupção” está aberto para download na Biblioteca Digital da Fundação Perseu Abramo). 

    O que já foi feito nestes anos foi suficiente para que o professor Stuart Gilman, consultor da ONU e do Banco Mundial e uma das maiores autoridades do mundo no tema anticorrupção, afirmasse: “Atualmente, coisas impressionantes têm sido feitas na luta anticorrupção (no Brasil)...,(o) trabalho na CGU é reconhecido mundialmente. O Portal da Transparência, onde os cidadãos podem ver onde o dinheiro público supostamente deve ser gasto, foi uma excelente idéia que se tornou um modelo para outros países. O Brasil está fazendo um grande trabalho, de verdade. E é também verdade que ainda há muito por fazer.” ( Carta Capital,16 de dezembro de 2009). Além disso, o Brasil foi classificado em oitavo lugar em um ranking de 85 países que tiveram o grau de transparência de seus orçamentos públicos analisado pelo International Budget Partneship (IBP), uma ONG com sede em Washington.

    Em um Estado que tem uma história de corrupção sistêmica e não eventual, o combate à corrupção deve ser sistemático. O comando deste trabalho está na Controladoria Geral da União (CGU), que realizou três concursos públicos de 2003 a 2009, aumentando seu quadro efetivo de 1430 a 2.286 analistas e técnicos, elevou os salários de seus quadros e investiu fortemente em equipamentos.

    A CGU tem funcionado como uma inteligência articuladora da luta contra a corrupção: com a Polícia Federal, mas também com o Ministério Público ( 2452 procedimentos judiciais instaurados em decorrência das fiscalizações da CGU), com a Advocacia Geral da União ( 340 ações de improbidade ajuizadas com fundamento nos trabalhos da CGU), com o Tribunal de Contas da União ( 11 mil Tomadas de Contas Especiais, com retorno potencial de 4,3 bilhões de reais aos cofres públicos) Da CGU partiram as principais inovações no combate à corrupção, que podem ser reunidas em sete.

    A primeira foi a criação – antes não havia - de Um Sistema de Correição da Administração Federal, com uma corregedoria setorial em cada ministério e uma corregedoria-geral na CGU. Isto permite a punição exemplar e justa a funcionários corruptos sem ter que esperar a longuíssima tramitação processual no Judiciário. Até 31 de dezembro de 2009, já perderam o cargo efetivo ou aposentadoria, 2398 servidores federais, entre os quais 231 ocupantes de altos cargos, como dirigentes e superintendentes de estatais, secretários e subsecretários de ministérios, procuradores e fiscais da Receita, gerentes, juízes. 

    A segunda inovação foi a articulação CGU e Polícia Federal, que exponenciou – como nunca havia sido visto antes no Brasil – as operações especiais de desbaratamento de máfias de corrupção: de 2004 até 15 de dezembro de 2009, a PF realizou 995 operações, com a prisão de 12.989 pessoas. 

    A terceira inovação foi a introdução sistemática da punição aos corruptores – antes não havia - , em geral empresas que fraudam obras e serviços públicos. Foi criado o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, disponibilizado na Internet, que evita, por exemplo, que uma empresa punida na Bahia seja contratada pelo estado do Rio de Janeiro ou pelo próprio governo federal. Está também em tramitação no Congresso Nacional um projeto de lei, enviado pelo governo Lula, que estabelece pela primeira vez punições e multas elevadas a empresas corruptoras. 

    A quarta inovação – antes não havia – foi a criação do Portal da Transparência (www.portaldatransparência.gov.br), considerado modelo no mundo. Ele abriga hoje cerca de 900 milhões de unidades de informação, envolvendo a aplicação de recursos orçamentários superiores a 6,4 trilhões ( de 2004 a 2009). Criado em linguagem didática e cidadã, intelegível ao cidadão comum, sem senha nem cadastro, ele permite, por exemplo, saber os detalhes de cada programa federal, de cada verba e de cada beneficiário, mês a mês, nome por nome, endereço por endereço. 

    A quinta inovação - antes também não havia – foi o Programa de Fiscalização por Sorteios, que fiscaliza o uso dos recursos federais repassados aos municípios nas diversas funções, como educação, saúde, assistência social, habitação. A escolha da amostra a ser fiscalizada é feita por sorteios públicos na Caixa Econômica Federal. Já foram fiscalizados , com auditorias diretas e minuciosas em cada local , 1 700 municípios envolvendo 13 bilhões de recursos federais. O mesmo foi feito para os recursos federais repassados aos estados, com 77 fiscalizações e recursos superiores a 6 bilhões de reais. 

    A sexta inovação – também isto não existia! – foi a criação do Conselho de Transparência Pública e combate à Corrupção, que estabelece a ponte com a sociedade civil. O Conselho tem vinte integrantes, entre os quais a OAB, a ABI, a ONG Transparência Brasil, entidades das classes patronais e dos trabalhadores. O Programa Olho Vivo já formou 19 mil cidadãos e editou 2 milhões de cartilhas, ensinando como controlar o dinheiro público. Os projetos da CGU voltados à promoção da ética e da cidadania entre a juventude já mobilizam cerca de 740 mil crianças e jovens, bem como 23,5 mil professores, de 5.500 escolas brasileiras.

    Por fim, a sétima inovação – está também era um problema básico não enfrentado – é o encaminhamento de um Projeto de Lei pelo presidente Lula ao Congresso Nacional tornando mais rigorosas as punições por crimes contra a corrupção por autoridades do primeiro escalão no plano federal, estadual e municipal. Os crimes de corrupção, além de ter a pena dobrada, seriam pelo Projeto de Lei considerados hediondos, tornando-se inafiançáveis, sendo os criminosos passíveis de decretação imediata de prisão temporária de 30 dias, renováveis por igual período, sendo vedados os benefícios de anistia, graça ou indulto. 

    Cidadão e corrupção
    Nem o mais faccioso oposicionista ao governo Lula conseguirá citar um décimo que seja destas ações republicanas que tenham sido feitas por um governante do Brasil anterior ao presidente Lula. Não saem de nossa memória, os escândalos no governo FHC como o dos Anões do Orçamento, dos precatórios, do DNER, da compra de votos para a reeleição em 1998, da Sudene, da Sudam, do Fat/Planfor, das Privatizações, do Proer, da pasta Rosa, do Banestado e dos Bancos Marka e Fonte-Cidam, para citar apenas alguns. Mas o que mesmo foi feito de combate sistemático à corrupção pelo governo tucano ? Quem não se lembra da figura do “engavetador-geral da República” ? Só pelo Ministério da Justiça passaram nove titulares em oito anos, mostrando a desconsideração total com esta área. E a Polícia Federal no governo FHC, ao invés das 1150 operações especiais feitas até agora pelo governo Lula, fez apenas...23 operações especiais!

    Mas as denúncias comprovadas de atos de corrupção durante o governo Lula demonstram também que o desafio está longe de ser vencido, apesar dos avanços fundamentais conseguidos. Na maior parte da história do Brasil não havia democracia e, portanto, controle social. E quando a democracia foi reconquistada, os valores e instituições republicanas estavam profundamente corroídos.

    Além de histórica, a corrupção no Brasil é sistêmica, é capaz de se reproduzir de forma permanente através das relações entre as empresas e bancos e o sistema político, os partidos e as eleições caríssimas que funcionam com financiamento privado sem controle devido. Sem a reforma política, que introduza o financiamento público e rigorosamente controlado, os circuitos da corrupção serão sempre renovados a cada eleição.

    Além disso, nossa legislação penal e processual só permite levar o réu à prisão após o trânsito em julgado do último recurso, geralmente no Supremo Tribunal Federal. Não há nenhum país do mundo que ofereça tantas oportunidades aos criminosos de fugir aos rigores da lei. Os recursos e procedimentos protelatórios, usados principalmente por quem pode pagar bancas especializadas de advogados, estimulam a sensação de que o corrupto jamais terá a pena que merece.

    O Brasil já consegue ver no horizonte mais próximo o fim da miséria. Precisa agora ver também o fim próximo da corrupção sistêmica. Assim como diz o poeta, para que rimar amor e dor, cidadão não rima com corrupção.

    No dia 12 de outubro, Dilma afirmou com veemência, após defender a urgência da Reforma Política: “ O Brasil precisa hoje também uma melhoria nos padrões éticos e morais e necessita, para transformar-se numa sociedade desenvolvida, que a gente valorize a relação da Nação com valores culturais,e éticos e morais. É um todo que começa no combate ferrenho à corrupção. É importante perceber que não haverá impunidade no meu governo.”