Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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domingo, 12 de setembro de 2010

Os atentados terroristas de setembro de 2010 Através do Vi O Mundo


Carta ao Presidente Lula e à Sra. Dilma Rousseff

por Mauro Carrara (em nome de muitos, muitos brasileiros)


Senhor presidente, senhora candidata,

Certa vez, ao perceber o limite da tolerância ultrapassado, o diplomata italiano Baldassare Castiglione pronunciou uma frase que incomodou seus colegas e o episcopado romano.

– Perdoando demasiadamente aos que cometem faltas, fazemos uma injustiça contra os que não as cometem.

Baseado nessa sentença, séculos depois, o escritor Émile Zolá escreveu no L’Aurore o célebre artigo J’accuse (Eu acuso), em que aponta os poderosos conspiradores e malfeitores que haviam destruído a reputação e a vida do capitão do exército francês Alfred Dreyfus, injustamente acusado e condenado por traição.

Em seu ácido, duro e brilhante texto, Zolá denuncia cada um dos responsáveis pela produção de falsas provas, assim como a parcela da imprensa que se empenhou em iludir o público e incitar o ódio contra o militar e seus defensores.

O escritor ergue o dedo na direção dos veículos de comunicação que se juntaram à conspiração. Vale recordar o trecho:

– Eu acuso os gabinetes de guerra de terem liderado na imprensa, particularmente no L’Éclair e no L’Écho de Paris, uma campanha abominável para distrair a opinião e encobrir seus erros.

Hoje, no Brasil, assistimos atônitos a uma série de atentados terroristas praticados pela mídia, mais especificamente pelas Organizações Globo, pela Editora Abril (sobretudo por meio da revista Veja), pela Folha de S. Paulo e pelos veículos do Grupo Estado.

Por conta de interesses eleitorais, esses veículos de comunicação converteram-se em núcleos de terrorismo organizado, servindo especialmente aos partidos neoconservadores, o PSDB, de José Serra, e o DEM.

Liderados pelo Instituto Millenium praticam diariamente atentados contra a Democracia e o Estado de Direito.

Caluniam, difamam, injuriam e praticam fraudes, sempre impunemente, sempre arrogantemente, sem que se sejam alcançados pelo braço da lei.

Infelizmente, não há policial, promotor ou magistrado que se ocupe de enquadrar essas gangues e os grupos econômicos que as sustentam.

O cidadão está só, indefeso, pois não vê qualquer reação dos tribunais regulares, da tendenciosa justiça eleitoral, tampouco do Executivo Federal.

Dessa forma, o consórcio Globo-Abril-Folha-Estado segue agredindo barbaramente não somente os bons valores e princípios, mas também todos aqueles que lutam para consolidar a democracia no Brasil.

A seleção maliciosa de temas e a edição criminosa dos textos jornalísticos têm marcado a cobertura das Eleições 2010.

O golpismo irrompe explícito em todos os conteúdos políticos publicados pelas famílias Marinho, Frias, Mesquita e Civita.

Depois da criação do factoide que envolve a Receita Federal, o “Setembro de Fogo” ganhou mais um crime da lavra do “jornalista” Diego Escosteguy, funcionário do panfleto terrorista da família Civita.

Convém lembrar que o mesmo elemento publicou em 28/01/2006 a reportagem “Caixa financia obra da Vila Panamericana sem licitação”, um peça de sabotagem política construída a partir de dados incorretos, incompletos e fantasiosos.

Diego Escosteguy e muitos de seus colegas do bando de Veja deveriam, na verdade, ocupar celas em prisões de segurança máxima, considerada a natureza destrutiva e criminosa do material contaminado que disseminam, semanalmente, para envenenar as relações sociais em nosso país.

Em seu mais recente crime, Veja e Escosteguy mentem, caluniam, difamam, adulteram fatos e agridem covardemente a Sra. Erenice Guerra, funcionária dedicada do Governo Federal, reconhecida por sua competência e reta conduta.

A “reportagem” denominada “O polvo no poder” constitui-se em inacreditável coleção de mentiras, exageros, deduções ilógicas, deturpações e invenções maliciosas, uma bomba midiática destinada a destruir reputações e estimular os setores mais reacionários da sociedade à prática de delitos que rompam a ordem institucional.

O Sr. Leonel de Moura Brizola nos ofereceu inúmeros exemplos de coragem e determinação, especialmente no que tange às ações de combate aos terroristas midiáticos do consórcio Globo-Abril-Folha-Estado.

Nós o vimos lutando bravamente, por exemplo, quando as Organizações Globo tentaram fraudar o resultado da eleição de 1982, no famoso Escândalo Pronconsult.

Cabe-vos, portanto, neste momento decisivo da vida nacional copiar esse modelo de conduta e liderar sem medo uma ação de cidadania que vise a coibir tais ações terroristas e encaminhar juridicamente o enquadramento não somente dos falsos jornalistas, mas também de seus capatazes e dos donos dos latifúndios midiáticos.

Isso requer de vossa parte um imediato J’accuse público de figuras nefastas como Ali Kamel, Eurípedes Alcântara, José Roberto Guzzo, Mario Sabino, Roberto Irineu Marinho, Ruy Mesquita e Otávio Frias Filho.

Ao nomear os mandantes e autores do terrorismo midiático, vacina-se a população brasileira contra a vírus da desinformação.

Além disso, constitui-se precedente para que todos os cidadãos prejudicados pelo consórcio midiático possam engendrar suas defesas e exigir a devida reparação.

Não existe democracia sem que o Direito e a Justiça sejam observados também no labor da informação pública.

Hoje, esse serviço de máxima importância estratégica para o país está controlado por uma malta de coronéis e bandoleiros contratados, cujos crimes têm sido vergonhosamente desconsiderados pelas autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Exige-se uma resposta imediata, vigorosa e esclarecedora. E certamente é vossa a voz que o povo ouvirá.

Teoria da pedra no lago é a última esperança de Serra


Posted by eduguim on 12/09/10 • Categorized as Opinião do blog
Eduardo Guimarães-Blog Cidadania.
Volta à tona a velha teoria da pedra no lago, a partir da qual denúncias da grande mídia contra políticos petistas atingiriam o “centro” da opinião pública – os ditos formadores de opinião – e, a partir dali, propagar-se-iam, em ondas, para as “margens”, ou seja, para os setores “desinformados” da população, exatamente como as ondas se propagam quando se atira uma pedra num lago.

Essa teoria é o que está sustentando a estratégia corrente dos meios de comunicação aliados a José Serra de continuarem martelando denúncias contra Dilma Rousseff na esperança de que, após atingirem os “mais informados”, sejam levadas por estes aos “desinformados”, cumprindo, assim, o objetivo de levar a eleição presidencial para o segundo turno.

A teoria não é nova e foi muito popular na grande mídia à época da eclosão do escândalo do “mensalão do PT”, em 2005. Surgiu exatamente quando as primeiras pesquisas de opinião posteriores à primeira rajada de denúncias da mídia contra petistas e contra Lula não detectaram prejuízo relevante aos denunciados, sobretudo ao presidente da República.

Na prática, o que aconteceu foi o oposto. Nos anos seguintes, a teoria foi se desmanchando. Apesar da comprovação inequívoca de que petistas envolveram-se ao menos com caixa 2, as popularidades tanto de Lula quanto do PT cresceram e atraíram os que supostamente levariam o descrédito petista aos “desinformados”.

Hoje, Dilma ainda tem bem mais votos do que Serra entre os mais escolarizados, mesmo com algumas defecções nesse estrato social. Exatamente como acontece com Lula, cuja popularidade entre os de maior instrução – que, supostamente, seriam os “mais informados” – é estratosférica, muito maior do que a que FHC chegou a ter em seus momentos de maior popularidade.

Nas últimas semanas, porém, a mídia desencadeou campanha antipetista do mesmo porte da que promoveu desde meados de 2005 até próximo às eleições de 2006. E, como daquela vez, agora também colheu um sucesso inicial e restrito da estratégia. Um sucesso localizado, de baixo alcance e previsivelmente efêmero.

Há poucos dias, um dos mais notórios serristas na grande imprensa, o blogueiro da Globo Ricardo Noblat, recebeu do PSDB, em primeira mão, informações do “tracking” (levantamento diário de intenção de voto) tucano que mostravam o mesmo que o “tracking” petista e o do IG-Vox Populi, que Dilma caíra entre os tais “formadores de opinião” após o bombardeio denuncista de que fora alvo.

Conforme havia antecipado o blogueiro da Globo, prestador de serviços a Serra que o PSDB recheia com informações que quer ver divulgadas, o PT reagiu preventivamente a um movimento ainda incipiente, mas que certamente acreditou que teria potencial para talvez levar a eleição para o segundo turno.

A reação petista mostrou, sim, que havia preocupação. O PT chegou ao ponto de usar a sua “bomba atômica” (o presidente Lula) para reagir à ofensiva tucano-midiática no programa eleitoral de Dilma na TV e no rádio.

Todavia, a pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira mostrou que houve, de fato, prejuízo de imagem para Dilma entre o público de Globos, Folhas, Vejas e Estadões, mas que foi um movimento tênue, largamente compensado pelo eleitorado mais humilde e menos escolarizado que continua se achegando a Dilma conforme vai descobrindo que ela é a candidata de Lula.

A teoria da pedra no lago falhou em 2006, quando o país ainda estava estagnado por conta da catastrófica octaetéride tucana na Presidência, que tantos anos depois ainda obriga o PSDB a esconder FHC e a levar Lula ao seu programa eleitoral. Por que será que a mídia tucana acha que funcionará hoje, com o povo vivendo o que meramente vislumbrava em 2006?

Na verdade, Serra e sua mídia não almejam tanto quanto naquela época. Esperam, pelo menos, tirar alguns pontinhos e empurrar a eleição para o segundo turno. Por conta dos resultados iniciais, pode-se admitir que venha a funcionar.

Contudo, como há uma parcela residual da população que entra no clima eleitoral só na reta final da campanha, com base na mais pura ciência estatística considero que a divisão desse eleitorado deve favorecer mais a Dilma do que a Serra. E como o uso do bombardeio midiático do “Receitagate” já se aproxima da overdose, estão surgindo novas denúncias.

A nova denúncia contra Dilma saiu pela Veja no sábado e no domingo foi encampada pelos jornalões, como era previsível. O Jornal Nacional de sábado, porém, não levou a denúncia ao ar. Seria escandaloso se o fizesse sem também levar ao ar a denúncia da Carta Capital desta semana contra a filha de Serra. A Globo decidiu esperar por essa razão e também porque deve ter farejado a fragilidade da denúncia da revista tucana.

Mas há uma outra razão para acreditar que a nova denúncia não se tornará alvo de aposta similar à que foi feita pela coalizão tucano-midiática sobre a violação de sigilo fiscal de tucanos. O uso abusivo de denúncias pode ter efeito oposto, deixando mais claro que é tudo jogada eleitoral até para os zumbis que ainda dão bola para a mídia serrista. Desta maneira, a aposta central continuará no caso da Receita.

Diante de tudo isso, é possível prever que duas decisões terão que ser tomadas, uma pelos petistas e outra, pelos tucanos.

Há, por certo, uma última “bomba” que Serra e sua mídia cogitam usar na antevéspera da eleição. Será de alto risco, mas será usada como aquela última cartada sobre a qual têm surgido seguidas especulações na blogosfera. Mas só será usada em caso de esgotamento da mobilização do público dos jornais e revistas, ou caso esse público não consiga formar opiniões dos setores “desinformados”.

Pelo lado petista, haverá que decidir se a tão sonhada reação contra a mídia finalmente deverá ser usada. Na campanha de 2006, o PT preparou uma peça publicitária arrastando a mídia tucana para a briga. Não chegou a usá-la porque Lula disparou à frente logo depois do primeiro turno e venceu a eleição até com relativa facilidade.

Tudo dependerá, portanto, de a teoria da pedra no lago funcionar mais do que está funcionando. Até pela própria natureza dessa teoria, o auge de sua eficácia deverá ocorrer a partir desta semana. Se não funcionar, o que se está vendo em termos de baixaria tucano-midiática terá sido um aperitivo. Este país será esbofeteado com a campanha mais sórdida que a direita já fez.

Dilma amplia vantagem e abre 32 pontos sobre Serra em MG


A candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, lidera pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto DataTempo/CP2, com 31,96 pontos percentuais de vantagem em relação ao adversário mais próximo dela.

O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 7 de setembro, em Minas Gerais, e ouviu 2.062 entrevistados das diversas faixas de renda e escolaridade.

Dilma Rousseff aparece com 54,07% das intenções de voto contra 22,11% do presidenciável tucano, o ex-governador de São Paulo José Serra. A terceira colocada, a candidata do PV, senadora licenciada Marina Silva tem 9,00% da preferência do eleitorado mineiro. Nenhum dos outros candidatos à Presidência da República alcançou 1% das intenções de voto.

Segundo o levantamento, os indecisos - pessoas que não sabem em quem votar ou não respondem - são 10% dos entrevistados. Pretendem anular o voto 2,58% dos interrogados e 1% não tem intenção de votar em ninguém. Somente 0,77% diz votar branco,

Sem mudanças. Na comparação com a última pesquisa DataTempo/CP2, publicada em 5 de setembro, Dilma Rousseff, cresceu 2,54 pontos percentuais, passando de 51,64% para 54,07% das intenções de voto. Já o candidato José Serra caiu 3,02 pontos percentuais. Ele passou de 25,13% da preferência do eleitorado para 22,11%.

Ambas as variações estão muito próximas da margem de erro da pesquisa, que é de 2,16 pontos percentuais, o que indica uma estabilidade do quadro sucessório, apesar das recentes denúncias de vazamento de dados sigilosos de tucanos e parentes de José Serra na Receita Federal.

No mesmo comparativo, a candidata verde cresceu 0,96 ponto percentual, saltando de 8,04% para 9,00%.

Fonte: O Tempo

Até agente da ditadura serve à Folha contra Dilma

Depois a ombudswoman da Folha fica se queixando quando acontece uma reação indignada na internet contra o papelão a que o jornal está se prestando.
Está mandando gente para tudo o que é canto para tentar levantar informações que possa usar para explorar contra Dilma. Depois de mandar um enviado à Bulgária para ver se achava umas histórias escabrosas do pai da candidata, antes que este viesse para o Brasil nos anos 30(!!!), agora mandou um repórter a Porto Alegre para entrevistar um agente da ditadura, um espião da chamada “comunidade de informações” que diz ter sido encarregado de vigiar Dilma Rousseff.
Sim, acredite, o jornalzinho vai ouvir um ex-coronel da Brigada Militar, expulso da corporação por roubo de tijolos, é a fonte em que ele se ampara para tentar fazer uma contrapropaganda de Dilma.
Este cidadão, que não tem um pingo de autoridade moral e desonra a Brigada Militar – a força que resistiu à tentativa de golpe em 61 – ganha o direito de dar palpites sobre a personalidade de sua “espionada”:
“O ex-coronel relembra a Dilma que vigiou: cabelos armados, óculos de lente grossa, com personalidade forte para intervir em discussões entre esquerdistas e fazer valer sua opinião.”Pessoas desse tipo são duras, amargas. Ela é uma mulher amarga. Não é aquilo que está aparecendo na televisão. É lobo em pele de cordeiro”. “Lula vai se enganar com ela”, pontifica o espiãozinho.
Desde quando espião, araponga, agente da repressão tem o direito de ver um jornal sair publicando suas “análises” psicológicas? Ao que eu saiba, as únicas técnicas de “psicologia” usadas pelos agentes da repressão eram bordoadas, choques elétricos, chicotadas, sufocamento e outras barbaridades, que os colegas deste tal Sílvio Carriço Ribeiro, que a Folha de S. Paulo elevou à condição de “formador de opinião” sobre Dilma.
Que vergonha para a imprensa brasileira, que nojo para os democratas deste país!

A matéria, para quem tiver assinatura da Folha e estômago para ler, está aqui.

CONCEIÇÃO ABRE O VERBO

"...Do ponto de vista da operação fiscal, o Serra é ortodoxo, e isso é ruim. Ele quer acelerar a contração do gasto público. No fundo, ele não leva a sério as políticas de bem-estar social, a universalização da educação, da saúde, que tornaram o Orçamento mais pesado. Se cortar, não se pode fazer nada de política universal, tem que ficar só com política para pobre.

Mas não há dúvida de que o Serra também é desenvolvimentista do ponto de vista industrial. O problema dele são os programas sociais, o aumento da Previdência, do salário mínimo, todas as medidas de alcance social mais profundo que o Lula tomou

Desindustrialização houve no governo deles, do Fernando Henrique, com uma política de câmbio completamente irresponsável, uma taxa de juros alta, que começou a afrouxar a partir do segundo mandato.

O problema de agora é que, com a crise mundial, o dólar desvalorizou e todas as moedas valorizaram, exceto a moeda chinesa, que está amarrada ao dólar e controlada, com controle de capitais. O resto foi para o diabo. Agora é um problema de valorização e isso não afeta as exportações. Isso afeta as importações, que estão disparando. A gente não sabe se estão disparando como reação apenas ao câmbio ou à recuperação da economia. Eu acho que são os dois. A indústria sofreu um abalo em 2009, e neste ano recuperou com muita força. Agora está desacelerando. Tem que estar sempre avaliando..."
(Maria da Conceição Tavares; Folha; 12-09)

Perder a eleição sem perder a vergonha


De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
Correio Braziliense
Nas eleições, chega uma hora em que todos os candidatos, menos um, tomam consciência que vão perder (ou que já perderam). Há casos em que a disputa permanece acirrada até a véspera e ninguém é obrigado a fazer essa difícil admissão. São mais numerosas, no entanto, as que logo se afunilam e se resolvem cedo.

Os políticos sempre entram nas eleições esperando ganhar, mesmo quando sabem que suas chances são mínimas. Existem os que participam apenas para defender posição ou divulgar as plataformas de seus partidos, mas são raros. Também há os exibicionistas, cuja única intenção é usufruir o prazer de se ver na televisão. Esses não contam.

Depois que as campanhas começam, a expectativa de vitória costuma tornar-se certeza. Por menores que sejam, os candidatos vão se convencendo que suas possibilidades são grandes. Talvez porque convivam principalmente com seguidores e áulicos, talvez porque confundam a boa educação dos cidadãos para com eles, fantasiando que uma simples cordialidade traduza apoio. Mas é certo que, a alturas tantas, todos achem que vão ganhar.

Ao contrário do que se poderia imaginar, as pesquisas eleitorais não mudam sua opinião. Não é por estar lá atrás e haver outros mais bem situados que eles pensam com mais cautela. Todos têm vários exemplos para citar, de políticos que começaram mal nas pesquisas e terminaram ganhando.

A constatação de que uma derrota é iminente é especialmente complicada para os candidatos maiores, dos grandes partidos. Ainda mais se estiveram na liderança das pesquisas.

Agora, por exemplo. O que deve fazer um candidato como José Serra? Como deve se comportar nos 20 dias finais desta eleição?

A imensa frente que todas as pesquisas dão a Dilma poderia ser desconsiderada. Afinal, pesquisa é pesquisa e não é eleição. Mas, será que ele não percebe de outras formas que sua chance de vencer é remota? Será que não vê isso no olhar até de seus seguidores mais fiéis?

Ninguém gosta de chegar à conclusão que um projeto acalentado há muito tempo não vai dar certo, antes que a inevitabilidade se imponha. Não faz parte do senso comum a expressão "a esperança é a última que morre"? Que, enquanto há vida, não se deve renunciar a ela?

O problema é que, quase sempre, esses momentos levam as pessoas a gestos extremos, nos quais não se reconheceriam em condições normais. O ateu vira crente, o racional vira místico, o sério pode ficar ridículo. O arrependimento por essas guinadas costuma ser grande.

Na política, encruzilhadas desse tipo são ainda mais perigosas. A caminho da derrota, o candidato se isola cada vez mais, começa a ouvir apenas os assessores que o aconselham a fazer de tudo, a tentar qualquer coisa. A usar de qualquer recurso e não admitir o insucesso.

Nessa hora, os candidatos deveriam parar de pensar no que ainda resta a fazer, no esforço inútil de reverter uma situação sem perspectiva, e olhar para frente. Perder e ganhar são parte da vida de quem opta por uma carreira política. Ganhar é sempre melhor, mas perder mal é muito pior que saber perder.

Tanto Serra, quanto as oposições, precisam pensar no que vão fazer nos últimos 20 dias destas eleições. Podem continuar no rumo em que estão, tentando tudo (e mais alguma coisa) para mudar o desfecho que todos antecipam. Podem continuar a fazer como fizeram desde o ano passado, quando embarcaram na canoa que os trouxe até aqui.

Racistas controlam a revista Veja



Altamiro Borges
Na sua penúltima edição, a revista Veja estampou na capa a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão e a manchete espalhafatosa: “Ela pode decidir a eleição”. A chamada de capa ainda trazia a maldosa descrição: “Nordestina, 27 anos, educação média, R$ 450 por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro”. O intuito evidente da capa e da reportagem interna era o de estimular o preconceito de classe contra o presidente Lula, franco favorito nas pesquisas eleitorais entre a população mais carente. A edição não destoava de tantas outras, nas quais esta publicação da Editora Abril assume abertamente o papel de palanque da oposição de direita e destina veneno de nítido conteúdo fascistóide.

Agora, o escritor Renato Pompeu dá novos elementos que apimentam a discussão sobre a linha editorial racista desta revista. No artigo “A Abril e o apartheid”, publicado na revista Caros Amigos que está nas bancas, ele informa que “o grupo de mídia sul-africano Naspers adquiriu 30% do capital acionário da Editora Abril, que detém 54% do mercado brasileiro de revistas e 58% das rendas de anúncios em revistas no país. Para tanto, pagou 422 milhões de dólares. A notícia é de maio e foi publicada nos principais órgãos da mídia grande do Brasil. Mas não foi dada a devida atenção ao fato de a Naspers ter sido um dos esteios do regime do apartheid na África do Sul e ter prosperado com a segregação racial”.

Líderes da segregação racial

A Naspers tem sua origem em 1915, quando surgiu com o nome de Nasionale Pers, um grupo nacionalista africâner (a denominação dos sul-africanos de origem holandesa, também conhecidos como bôeres, que foram derrotados pela Grã-Bretanha na guerra que terminou em 1902). Este agrupamento lançou o jornal diário Die Burger, que até hoje é líder de mercado no país. Durante décadas, o grupo, que passou a editar revistas e livros, esteve estreitamente vinculado ao Partido Nacional, a organização partidária das elites africâneres que legalizou o detestável e criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial.

Como relata Renato Pompeu, “dos quadros da Naspers saíram os três primeiros-ministros do apartheid”. O primeiro diretor do Die Burger foi D.F. Malan, que comandou o governo da África do Sul de 1948 a 1954 e lançou as bases legais da segregação racial. Já os líderes do Partido Nacional H.F. Verwoerd e P.W. Botha participaram do Conselho de Administração da Naspers. Verwoerd, que quando estudante na Alemanha teve ligações com os nazistas, consolidou o regime do apartheid, a que deu feição definitiva em seu governo, iniciado em 1958. Durante a sua gestão ocorreram o massacre de Sharpeville, a proibição do Congresso Nacional Africano (que hoje governa o país) e a prolongada condenação de Nelson Mandela.

Já P. Botha sustentou o apartheid como primeiro-ministro, de 1978 a 1984, e depois como presidente, até 1989. “Ele argumentava, junto ao governo dos Estados Unidos, que o apartheid era necessário para conter o comunismo em Angola e Moçambique, países vizinhos. Reforçou militarmente a África do Sul e pediu a colaboração de Israel para desenvolver a bomba atômica. Ordenou a intervenção de forças especiais sul-africanas na Namíbia e em Angola”. Durante seu longo governo, a resistência negra na África do Sul, que cresceu, adquiriu maior radicalidade e conquistou a solidariedade internacional, foi cruelmente reprimida – como tão bem retrata o filme “Um grito de liberdade”, do diretor inglês Richard Attenborough (1987).

Os tentáculos do apartheid

Renato Pompeu não perdoa a papel nefasto da Naspers. “Com a ajuda dos governos do apartheid, dos quais suas publicação foram porta-vozes oficiosos, ela evoluiu para se tornar o maior conglomerado da mídia imprensa e eletrônica da África, onde atua em dezenas de países, tendo estendido também as suas atividades para nações como Hungria, Grécia, Índia, China e, agora, para o Brasil. Em setembro de 1997, um total de 127 jornalistas da Naspers pediu desculpas em público pela sua atuação durante o apartheid, em documento dirigido à Comissão da Verdade e da Reconciliação, encabeçada pelo arcebispo Desmond Tutu. Mas se tratava de empregados, embora alguns tivessem cargos de direção de jornais e revistas. A própria Naspers, entretanto, jamais pediu perdão por suas ligações com o apartheid”.

Segundo documentos divulgados pela própria Naspers, em 31 de dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, com a família Civita detendo 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%. A Naspers adquiriu em maio último todas as ações da empresa ianque, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. “Com isso, a Naspers ficou com 30% do capital. O dinheiro injetado, segundo ela, serviria para pagar a maior parte das dividas da editora”. Isto comprova que o poder deste conglomerado, que cresceu com a segregação racial, é hoje enorme e assustador na mídia brasileira.

Os interesses alienígenas

Mas as relações alienígenas da revista Veja não são recentes nem se dão apenas com os racistas da África do Sul. Até recentemente, ela sofria forte influência na sua linha editorial das corporações dos EUA. A Capital International, terceiro maior grupo gestor de fundos de investimentos desta potência imperialista, tinha dois prepostos no Conselho de Administração do Grupo Abril – Willian Parker e Guilherme Lins. Em julho de 2004, esta agência de especulação financeira havia adquirido 13,8% das ações da Abril, numa operação viabilizada por uma emenda constitucional sancionada por FHC em 2002.

A Editora Abril também têm vínculos com a Cisneros Group, holding controlada por Gustavo Cisneros, um dos principais mentores do frustrado golpe midiático contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002. O inimigo declarado do líder venezuelano é proprietário de um império que congrega 75 empresas no setor da mídia, espalhadas pela América do Sul, EUA, Canadá, Espanha e Portugal. Segundo Gustavo Barreto, pesquisador da UFRJ, as primeiras parcerias da Abril com Cisneros datam de 1995 em torno das transmissões via satélites. O grupo também é sócio da DirecTV, que já teve presença acionária da Abril. Desde 2000, os dois grupos se tornaram sócios na empresa resultante da fusão entre AOL e Time Warner.

Ainda segundo Gustavo Barreto, “a Editora Abril possui relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan – a mesma que calcula o chamado ‘risco-país’, índice que designa o risco que os investidores correm quando investem no Brasil. Em outras palavras, ela expressa a percepção do investidor estrangeiro sobre a capacidade deste país ‘honrar’ os seus compromissos. Estas e outras instituições financeiras de peso são os debenturistas – detentores das debêntures (títulos da dívida) – da Editora Abril e de seu principal produto jornalístico. Em suma, responsáveis pela reestruturação da editora que publica a revista com linha editorial fortemente pró-mercado e anti-movimentos sociais”.

Um ninho de tucanos

Além de ser controlada por grupos estrangeiros, a Veja mantém relações estreitas com o PSDB, que é o núcleo orgânico do capital rentista, e com o PFL, que representa a velha oligarquia conservadora. Emílio Carazzai, por exemplo, que hoje exerce a função de vice-presidente de Finanças do Grupo Abril, foi presidente da Caixa Econômica Federal no governo FHC. Outra tucana influente na família Civita, dona do Grupo Abril, é Claudia Costin, ministra de FHC responsável pela demissão de servidores públicos, ex-secretária de Cultura no governo de Geraldo Alckmin e atual vice-presidente da Fundação Victor Civita.

Não é para menos que a Editora Abril sempre privilegiou os políticos tucanos. Afora os possíveis apoios “não contabilizados”, que só uma rigorosa auditoria da Justiça Eleitoral poderia provar, nas eleições de 2002, ela doou R$ 50,7 mil a dois candidatos do PSDB. O deputado federal Alberto Goldman, hoje um vestal da ética, recebeu R$ 34,9 mil da influente família; já o deputado Aloysio Nunes, ex-ministro de FHC, foi agraciado com R$ 15,8 mil. Ela também depositou R$ 303 mil na conta da DNA Propaganda, a famosa empresa de Marcos Valério que inaugurou um ilícito esquema de financiamento eleitoral para Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB. Estes e outros “segredinhos” da Editora Abril ajudam a entender a linha editorial racista da revista Veja e a sua postura de opositora radical do governo Lula.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

Ley de Medios ou a presidenta Dilma morre.
A última baixaria do Zé


A crise do sigilo levou uma bala no peito com a reportagem da Carta Capital e de Leandro Fortes sobre as recordistas mundiais da abertura de sigilo, a filha do Serra e a irmã do Daniel Dantas.

Agora, é a crise do lobby, germinada pela Veja, a última flor do Fascio, aquela do grampo sem áudio.

Clique aqui para ler “não dura 24 horas a última baixaria do Zé”

Não bastará fazer como a Ministra Erenice fez: abriu todos os sigilos dela e da família e vai à Justiça.

Essa será uma ação individual contra uma instituição – a Editora Abril – que milita contra os interesses nacionais.

Amigo navegante me diz que PiG (*) será diferente com a Dilma: a Dilma não estimula o preconceito racial, de classe, que há contra o Lula.

Discordo.

Haverá sempre o preconceito contra a mulher – e o preconceito de classe.

A Dilma, como a Marta em São Paulo, será sempre perseguida porque traiu a classe e dedicou a atividade política aos pobres.

Isso é imperdoável.

O caminho inverso é o que o PiG (*) enaltece.

O pobre que tornar defensor dos ricos, como o José Serra.

O Mino Carta – que diz essa semana que o Zé Baixaria será o bode expiatório dos ex-donos do poder -, o Mino Carta sabe das coisas.

Ele foi o primeiro a dizer que a Dilma dava uma boa sucessora do Lula.

E, depois, o primeiro a lembrar que a Dilma não é metalúrgica.

Quer dizer, ela não vai poder recorrer ao carisma incomparável do antecessor: o metalúrgico nordestino, sem um dedo, que não fala inglês e chegou lá.

O PiG (*) e a elite branca (e separatista) de São Paulo serão incansáveis contra a presidenta.

O problema nuclear é ela ser trabalhista.

Dilma, por isso, não poderá cometer o erro do Lula.

Dilma vai precisar de uma Ley de Medios, porque ela não é metalúrgica, nordestina – e porque é mulher.

Mais do que isso.

Mesmo que ela tivesse todos os atributos do presidente Lula, quem precisa de uma Ley de Medios é a democracia brasileira.

Assim como o Brasil precisa distribuir a renda, instalar saneamento básico, aprimorar a educação etc etc, o Brasil precisa enfrentar essa ameaça permanente à democracia: o PiG (*).

O PiG (*) só produz crise, já disse, lá atrás, o professor Wanderley Guilherme dos Santos.

O PiG (*) escreve a agenda do Congresso e da opinião pública, disse, na crise do “caosaéreo”, a professora Marilena Chauí.

O PiG (*) e especialmente a Globo interditam a informação.

Como diz o Yacov, amigo navegante deste ordinário blog, o Brasil não passa na Globo.

O notável fenômeno da incorporação de uma Argentina ao segmento da Classe Média, no período de 7 anos – 32 milhões de pessoas –, esse progresso que entra pelos olhos de qualquer brasileiro que vá à rua – a Globo não viu isso.

Nem o PiG (*).

E como a Globo o PiG (*) não viram, o PSDB de São Paulo não viu.

E o Zé Baixaria é isso o que está aí: um saco vazio cheio de ódio.

A “mídia nativa”, diz o Mino, fecha a porta do Brasil aos brasileiros.

Os brasileiros só podem ver o que o PiG (*) quer.

A presidenta Dilma Rousseff terá a responsabilidade garantir o direito à Comunicação.

Um direito que vem da Grécia, da Revolução Francesa, de Tocqueville.

Não só a sobrevivência do Governo Dilma Rousseff estará em jogo.

É a própria democracia.

É por isso que este ordinário blogueiro faz parte do Instituto Barão de Itararé, que sob a liderança edificante do professor Fabio Comparato, prepara uma ADIN por Omissão para entrar no Supremo contra o Congresso Nacional.

Clique aqui para ler o notável artigo de Comparato: ele explica por que entrar com a ADIN.

O Congresso foi sitiado pelo senador Evandro Guimarães, o chefe do escritório de lobby da Globo em Brasília.

O Itararé quer que este sitiado Congresso regule os artigos da Constituição de 88 que tratam da Comunicação.

Nós, blogueiros independentes, fazemos a nossa parte.

A presidenta terá que fazer a dela.

Ou cai.

Os detritos de maré baixa da Veja e do PiG (*) poderão contaminar seu Governo irremediavelmente.

Dilma não é metalúrgica.

Em tempo: o Brizola se perguntava sempre: quantos passaportes tem o Sr. Civita ? Na Argentina, o Governo mandou a Editora Abril embora. Mas, lá, militar torturador vai para a cadeia …

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Ousadia da blogosfera contra o Jornal Nacional


Amigos do presidente Lula

#VejaFede #domingoSemGlobo

Todo mundo estranhou o Jornal Nacional da TV Globo ter feito a coisa certa e não ter repercutido a capa da revista Veja.

Em circunstâncias normais do padrão JN, eles fariam uma longa matéria, narrando o que disse a revista, publicaria a nota de Erenice Guerra com se "ouvisse o outro lado", citaria a nota da fonte que desmentiu, e rechearia com falas de parlamentares demo-tucanos da oposição. Mas o JN sequer citou o assunto.

Ontem, durante o dia, nosso blog provou diversas mentiras contidas no texto da matéria da Veja, e o desmentido da pessoa que foi fonte da matéria.

Resolvemos ousar e enviar as mentiras da Veja para os telejornais, no final da tarde. E deixamos registrado no blog (no final desta nota) que o Jornal Nacional, Jornal da Band e da Record estavam avisados da farsa, dando um "nó" no telejornais:

Se levassem ao ar uma versão omitindo as mentiras documentadas, não poderiam alegar que não estavam sabendo, e estariam claramente editando a notícia de forma parcial, para beneficiar a candidatura de José Serra.

Seria presunção pensarmos que o Jornal Nacional decidiu fazer a coisa certa apenas por ser "enquadrado" pelo nosso e por outros blogs.

Certamente outros fatores foram levados em conta. Por exemplo: Matérias mal feitas anti-lulistas, com base em factóides, estão enchendo a paciência do telespectador, em vez de desgastar a popularidade do presidente Lula e de Dilma. A diferença de tratamento de Bonner com Dilma e com Serra, todo mundo viu e não gostou da parcialidade.

Mas com certeza a blogosfera também influiu. Se levassem ao ar uma edição mentirosa e parcial, denunciaríamos o que eles estavam sabendo e esconderam.

Reforçaríamos sobremaneira a campanha #domingoSemGlobo e campanhas de boicote ao patrocinador do telejornal. E é disso que Globo tem medo.

Por isso a blogosfera está alcançando um novo patamar com novas responsabilidades, capaz de fazer a diferença e até impedir golpes como a "bala de prata".

Os telejornais querem manipular as eleições e vão tentar fazê-lo sempre que puderem, mas tem um limite que eles não estão conseguindo mais avançar: é quando a mentira ao vivo e em cores é desmentida segundos depois pela internet e se espalha nas redes sociais.

Por isso é hora de ousadia da blogosfera. De documentar a verdade com fatos e documentos, e mandar a pauta para os telejornais registrando o envio nos próprios blogs.

Se mentirem, teremos provas de que a mentira foi planejada de propósito, e espalharemos no ventilador da internet.

JN tratou quebra de sigilo como problema policial e não político

Depois de dias de factóide, o JN também tratou o assunto quebra de sigilo fiscal como ele é: um caso policial e não um tema de campanha presidencial.

Deve ser o medo do #domingoSemGlobo levar o Domingo Espetacular a bater o Fantástico em audiência.

Demo queria acabar com a nossa raça. Nós estamos assistindo a raça dele acabar


O ex presidente do PFL,atual DEM, e ex-senador Jorge Bornhausen (SC) afirmou em público: “Vamos acabar com essa raça.Vamos nos ver livres dessa raça por pelo menos 30 anos”, referindo-se aos petistas.Pela notinha publicada hoje na coluna da Renata Lo Prete, nós estamos assistindo a raça deles acabar.

Em privado, o fim do DEM é tratado como um dado de realidade pelos principais líderes do partido. A diferença se dá entre os que apostam em algum tipo de fusão agregadora de oposicionistas e aqueles que planejam pular do barco sozinhos, de preferência rumo a siglas lulistas, diz a nota

E tem mais...

Situação de Maia e Maciel assusta o DEM

A nova rodada de pesquisas do Datafolha publicada ontem e hoje traz duas notícias preocupantes para o DEM.O ex-prefeito do Rio Cesar Maia, que foi ultrapassado por Lindberg Farias (PT) e corre o risco de não se eleger, é um dos principais líderes nacionais da sigla e pai do atual presidente da sigla, o deputado Rodrigo Maia.

Em Pernambuco, caso Armando Monteiro (PTB) continue crescendo, o partido pode perder Marco Maciel (DEM), que foi por oito anos vice-presidente no governo FHC.

Luiz Carlos Azenha: O sábado "vingativo" de O Globo


De toda a milícia que compõe hoje em dia as redações dos jornalões brasileiros, a de O Globo é certamente a que tem mais sangue nos olhos. José Serra, o comandante da milícia, esteve lá. Dilma Rousseff não foi à sabatina.

por Luiz Carlos Azenha, em seu blog

Neste sábado (11) o jornal se dedica à vingança: uma página inteira, a 3, dedicada às perguntas que Dilma Rousseff não respondeu, como se isso significasse alguma coisa. O manchetão da capa diz: Serra: Lula ‘deixa roubar’e Dilma é ‘envelope fechado’.

Depois da dobra, O Globo faz plágio da capa de O Estado de S. Paulo e da Folha de S. Paulo, na véspera do primeiro turno de 2006, que tentava associar Lula, como meliante, ao dinheiro dos aloprados:

Nas internas, os colunistas se dedicam a replicar o que disse Serra, como se transformassem as ordens do comando em estratégias de combate.

As Organizações Globo se fecharam completamente dentro de seus próprios muros. Depois de um intenso bombardeio contra a candidata Dilma Rousseff, 24 horas por dia, esperavam que ela se prestasse a legitimar a ação miliciana do jornal.

Pobre leitor.

Jornal do Brasil responde a Luiz Garcia


JB Online

DA REDAÇÃO - Em artigo intitulado 'JB', publicado na edição de 3.9.2010 de O Globo, o jornalista Luiz Garcia incorpora a cômica figura formulada pelo Embaixador Roberto Campos para caracterizar integrantes da pseudo-intelectualidade brasileira – o “arrognante”, personagem que mistura arrogância com ignorância.

A soberba recém-adquirida e a confortável superficialidade de Luiz Garcia são financiadas pelas benesses do oligopólio midiático a que serve.

Nos últimos dias, grandes jornalistas, como Miriam Leitão, analisaram profundamente a trajetória do Jornal do Brasil na TV Globo e no Globo. Outros, em vez de examinar a dinâmica tecnológica que fez o JB tornar-se o primeiro 100% digital do País, optaram por rememorar com nostalgia o JB dos anos 1950, 60 e 70.

Garcia, no entanto, em vez de analisar a evolução de técnicas e costumes, arroga-se ministrar lições de moral. O acidental professor de ética ensina: “o negócio do jornalismo tem uma característica rara e vital: é negócio, mas também é serviço público”. Como se essa característica não estivesse também presente em empresas de alimentação, remédios, hospitais, transportes, águas urbanas ou mesmo a padaria da esquina.

Que deve achar Luiz Garcia do (des)serviço público prestado à reconstrução democrática no país pela empresa a que fisiologicamente se ligou?

Talvez Garcia considere a mão que o alimenta, e a que agora Garcia retribui avassalado, o exemplo mais perfeito de ética jornalística e concorrencial. Ora, alguém com honestidade intelectual e mínimo conhecimento da história recente do País pode achar que a Globo ou O Globo são esses campeões da moral?

Os brasileiros não esquecem episódios desastrosos protagonizados pela empresa que sustenta Luiz Garcia. Nos anos 60 e 70, publicações como o Jornal do Brasil resistiram com altivez aos senhores da noite. Já O Globo cumpriu ordens obedientemente, às vezes com animação. Tornou-se o jornal preferido do governo autoritário.

O jornal de Luiz Garcia estampava em editorial no fatídico 1o. de abril de 1964, primeiro dia da implantação da Ditadura: “Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos“. Não surpreende se um Editorial como esse tenha sido escrito por Luiz Garcia.

Pretenso professor de moral, Luiz Garcia defende em seu artigo: “O jornal exerce o comércio de vender espaço para anunciantes, mas tem de fazê-lo segundo normas éticas”.

A etiqueta de Garcia o faz olhar para o lado quando seu jornal pratica o dumping e pressões quase criminosas contra anunciantes. Todo o mercado publicitário brasileiro sofre com a prática do monopólio. Por ele, impõem-se veículos “globais” a agências de publicidade e clientes. O Globo, ao exercer política de “exclusividade”, pratica níveis de descontos comerciais em que, caso o cliente anuncie em outro veículo, é ameaçado de retaliação.

As agências – e todos os outros veículos de comunicação no Brasil – são vitima dessa política, assim como dos incentivos dos veículos "globais". São as bonificações de volume, os conhecidos “BVs”, com prêmios em dinheiro – recompensa por determinados patamares de faturamento que atinjam. Espécie de aliciamento a que, constrangidas, as agências se submetem.

E pensar que Garcia, ao menos no nível do discurso, se arvora homem de supostos princípios de esquerda a que cosmeticamente abraçou em anos não muito distantes.

É um erro achar que Luiz Garcia seja alheio à “ética” concorrencial do jornal que o paga. Garcia, bastante conhecido no meio jornalístico por seu adesismo, é remunerado por uma empresa campeã do capitalismo cartorial.

E aí Garcia tem razão: de fato, o leitor não é bobo.