Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Globo combate os portugueses e se esquece do Google


Na foto, D João VI e comitiva desembarcam na rua Lopes Quintas, no Rio


Saiu no Estadão, pág. A7, reportagem que, por incrível que pareça,  guarda notável parentesco com as ideias do Senador Evandro Guimarães, representante biônico e vitalício da Globo em Brasília.

Trata-se de “Câmara discute capital estrangeiro na mídia”.

O deputado Eduardo Gomes do PSDB de Tocantins e o senador eleito e ex-ministro das Comunicações (êpa !) Eunício de Oliveira, do PMDB do Ceará,  propõem aquilo que, por coincidência, o Senador Evandro também seria capaz de propor.

O deputado Gomes quer perseguir o grupo Ongoing, dos jornais O Dia, do Rio, e Brasil Econômico, porque a proprietária é casada com um português.

O grupo é de origem portuguesa e está ligado à Portugal Telecom e ao banco Espírito Santo.

O grupo vendeu a Vivo, está de caixa alta e, como todo bom empresário português, quer vir para o Brasil.

Os bons empresários portugueses fogem hoje de Portugal como D João VI fugiu de Napoleão. 

E os dois supra-citados parlamentares brasileiros querem impedir a Abertura dos Portos do Visconde de Cayru.

Eles dois, o Senador Evandro e a Globo, ora pois.

O grupo Ongoing é candidato natural a comprar o SBT.

Clique aqui para ler “O Silvio obrigou a Dilma a fazer a Ley de Medios”.

O senador eleito, e ex-ministro das Comunicações (êpa !), quer perseguir o portal Terra, da espanhola Telefônica.

Ou seja, os dois nobres parlamentares – será que eles conhecem o Senador Evandro, por acaso ? – querem legislar sobre a Constituição e mexer, parcialmente, num dos artigos: o artigo 222, que trata da preferência a profissionais  brasileiros nos meios de comunicação.

A Globo, ao nascer, era do Grupo americano Time-Life e, na época, defendia ardorosamente a colaboração com o capital americano (e a Embaixada americana).  

Como se sabe, o Congresso brasileiro, até hoje, não regulamentou três artigos da Constituição de 1988 que tratam da Comunicação.

O 220 – sobre o direito de resposta; o 221, sobre a regionalização e a programação das redes; e este bendito 222.

O professsor emérito Fabio Comparato entrou no Supremo com uma Ação Direto de Inconstitucionalidade por Omissão, para que o Congresso, finalmente, se mexa e legisle (contra o PiG e a Globo).

O senador Oliveira e o deputado Gomes – talvez, quem sabe ?, eles conheçam, assim, de vista, o Senador Evandro – os dois querem legislar sobre um pedaço do 222.

É como se eles retalhassem o Comparato.

Ignorassem o “Compa”, ignorassem o “ra” e quisessem tratar do “to”.

Mas, no “to”, no artigo 222, só mexer para atormentar os portugueses da Ongoing e os espanhóis do Terra.

Os portugueses da Portugal Telecom controlam o IG e fatia suculenta do UOL.

Sobre isso, o deputado e o senador eleito – vai ver que, um dia, tomaram cafèzinho com o Senador Evandro – sobre isso, os dois se calam.

Gibbon já demonstrou que uma das características da fase de decadência dos Impérios é combater o inimigo errado.

A Globo combate a Ongoing e o Terra.

É que a Globo ainda não soube da existência de dois garotos das Arábias que inventaram um troço chamado Google.

Os filhos do Roberto Marinho – êles não têm nome próprio – provavelmente preferem navegar de barco e, não, na internet.

Por isso, ignoram que “televisão com internet tem vídeo melhor e facilita leitura de noticias”, diz a Folha (*) na reportagem de Fernanda Ezabella, na pág. B8.

“Controle remoto da Google TV é como um teclado gorducho, que exige malabarismo dos dedos das duas mãos.”

Trata-se de um “um novo nicho de aplicativos exclusivos para TV”.

“Além de aplicativos para compra de conteúdo na web para ver TV, aparelho traz canais próprios”.

A propósito, o Google é dono do YouTube.

Ou seja, os dois parlamentares que, provavelmente conhecem o Senador Evandro pelo menos de nome, esses dois parlamentares lembram aqueles “luzias” e “saquaremas” do Império brasileiro que criavam expedientes para adiar a libertação dos escravos.


Paulo Henrique Amorim 

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