Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Se Sheila apontasse Dilma, seria capa dos jornais e heroína do Brasil



O Azenha reproduziu uma matéria publicada hoje no jornal O Dia, onde a estudante (de pós-graduação) Sheila Ribeiro reafirma que Mônica Serra fez um aborto. É uma entrevista interessantíssima, com ela e seu marido, um antropólogo italiano famoso, Massimo Canevacci. Com essa os tucanos não contavam, hein! Se Sheila fosse uma moça simplória, dificilmente seu relato teria repercussão midiática. Mas se trata de uma mulher extremamente culta, refinada e corajosa, e ainda por cima casada com um intelectual europeu reconhecido internacionalmente!

Deixemos bem claro que o problema aqui não é o aborto de Monica Serra num momento difícil de sua vida, e sim o fato dela ter sido uma das deflagradoras do processo de baixaria contra Dilma Rousseff, ao declarar, na frente de vários repórteres, que a petista era a favor de "matar criancinhas". O marido de Sheila define bem:

Então, ela ficou muito triste e desmoralizada ouvindo que a sua professora falava uma coisa e, num momento fundamental para a política do Brasil, e também pela ética do Brasil, pelos valores que unificam este país, ela fez exatamente o contrário.

Outro trecho, ainda com o marido de Sheila, também merece destaque, porque revela como a Academia está consciente do papel da mídia nessas eleições:

O DIA: Mas se a Sheila tivesse feito este mesmo relato e no lugar de Mônica Serra, tivesse falado que a Dilma fez um aborto, a imprensa ficaria tão preocupada com a confirmação da identidade dela?

MC: Você está brincando! Em alguns jornais, teria aparecido em primeira página, dizendo: “A Sheila, nossa cidadã, linda, maravilhosa, descobriu que a rainha é nua, que a verdade é que Dilma causou um aborto”. Ela seria, na hora, reconhecida, na hora, na hora. Porque cada posicioanamento da impensa é causado de desnívis. O desnível principal era: Sheila desconhecida, Serra está do nosso lado. É a relação clássic a: amigo x inimigo, que é um clássico das ciências politicas. Então, a primeira página, tenho convencimento extremo, que viria com a fotografia da Sheila, dizendo: “Ela é a heróina da nossa democracia”.

Bingo! Se Sheila tivesse "acusado" Dilma de ter feito um aborto, tornar-se-ia capa da Veja e de todos os jornalões! Todos os canais de TV disputariam-na. No entanto, como a "vítima" é a mulher do homem amigo das corporações midiáticas, houve o contrário num primeiro momento: ela sumiu. Tanto sumiu que por alguns dias muitos simpatizantes da candidatura Dilma acharam que se tratava de uma armadilha do PT. A Novae chegou a publicar uma matéria sobre isso. Eu não publiquei nada, mas em conversas com amigos disse que isso tinha cheiro de pegadinha tucana, jogada de contrainteligência, pescaria de aloprados.

Que nada! Sheila é real. E jornalistas já conseguiram entrevistas outros alunos que confirmaram a história. Monica Serra, a mesma que acusou Dilma de ser a favor de "matar criancinhas", fez um aborto, desmascarando assim a hipocrisia revoltante e intolerável daqueles que não conseguem participar de um jogo político de maneira limpa e honesta, e não hesitam em apelar para os temas mais delicados e dolorosos da vida humana para faturar eleitoralmente.

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