Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Desafio a Folha a fazer uma reportagem sobre este imóvel

O Brizola Neto bem lembrou e comentou em seu blog o empenho da Folha de S.Paulo em esmiuçar a vida de Dilma Rousseff. Para tal, vale até usar seus advogados para ter acesso aos autos do processo militar durante a ditadura com o depoimento de Dilma obtido após tortura.
Deveriam guardar uma parte de tamanho esforço para a vida pregressa do candidato José Serra, mas parece que para este não há a mínima dedicação. Se existisse, dou um exemplo na foto acima, do Google Street View, de algo que bem poderia render uma boa reportagem, se apurado por diligentes e interessados repórteres. Este prédio fica a 17 minutos da sede do jornal. Trata-se de um típico imóvel da região de Vila Madalena, em São Paulo, situado na Rua Simão Álvares 1020, hoje ocupado pela livraria Casa do Psicólogo, que guarda estranhas relações com o candidato. Vamos a elas*:
O prédio foi sede da ACP Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda, empresa de José Serra e sua filha Verônica, que não foi declarada na Justiça Eleitoral em 2002, 1996 e 1994, como determina a lei.
No local funcionou o comitê de campanha de Serra em 1994 e 1996.
No mesmo prédio funcionava a empresa Gremefer Comércio e Importadora Ltda, de Gregório Marin Preciato**, casado com prima do atual candidato. A Gremafer foi a maior doadora na campanha de José Serra ao senado, em 1994, depois de conseguir um empréstimo de US$ 2,5 milhões do Banco do Brasil, em 1993, e nunca ter honrado com os pagamentos devidos. Mesmo assim, outros empréstimos foram feitos.
Em 1995, durante a gestão de Serra como ministro do planejamento, o imóvel foi oferecido como garantia de um empréstimo de US$ 500 mil do Banco Sudameris a Gremafer, em operação de venda de títulos no mercado externo, coordenada por Ricardo Sérgio de Oliveira***, então diretor de Relações Internacionais do Banco do Brasil.
Em 25 de setembro de 1997, o prédio foi declarado por José Serra como seu endereço residencial em documento de venda de outro imóvel, uma casa na Rua Atimbá 160, na Lapa, vendida ao doleiro**** paulista Magid Bechara por apenas R$ 1.
O endereço do mesmo imóvel consta como residência de Adriana Ferreira dos Santos, secretária de Verônica Serra e sua sócia, com apenas uma cota, da IRR Latin America S/C Ltda. É o que registra a 3ª alteração contratual da empresa, em 16 de março de 2001. Apesar do pequeno capital informado, de R$ 2 mil, a IRR comprou no mesmo ano, por R$ 475 mil, a casa da Rua Antônio Gouveia Giudice 737, onde Serra reside há muitos anos.
Notas:
* As informações que seguem, em grande parte estão na ação cautelar de improbidade administrativa impetrada na 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal pelos procuradores da República Luiz Francisco de Souza e Alexandre Camanho. Pode ser lida no Consultor Jurídico, com data de 20 de setembro de 2002. Nas informações da ação, muitas vezes são citadas reportagens da Folha de S.Paulo. Portanto, os diligentes repórteres da Folha poderiam começar seu trabalho consultando os arquivos de seu próprio jornal.
** Gregório Marin Preciado foi do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista, nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$448 milhões para irrisórios R$4,1 milhões. Também foi sócio de Serra em um terreno no Morumbi, comprado em 1981 e vendido em 25 de abril de 1995, coincidentemente um mês antes do Banco do Brasil pedir o arresto do terreno na justiça para receber a dívida de Preciado.
*** Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro de campanha de Serra e FHC, foi diretor da área internacional do BB e o homem da mala preta durante as privatizações.
**** A informação de que Magid Bechara é conhecido doleiro deve-se a Cláudio Humberto, e foi repetida por outros, a própria Folha registrou. Será que ao menos não interessa a um repórter saber que tipo de favor foi feito a Serra para merecer a compra de uma casa por apenas R$ 1?

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