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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cadê os adivinhões do Datafolha?



No sábado, os dois geniais diretores do Datafolha, senhores Mauro Paulino e Alessando Janoni, do alto de sua sabedoria estatística, pontificavam no artigo “”Caso da Receita influencia voto em segmentos da classe média” que Dilma estaria caindo significativamente entre os formadores de opinião – leia-se, os mais ricos e os de maior escolaridade – em razão das denúncias sobre a quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra.

Transcrevo, literalmente:

“Dilma Rousseff (PT) mantém confortável liderança, mas, estratificando-se os dados, nota-se que em subconjuntos típicos da classe média, o apoio à ex-ministra caiu de forma significativa.
Entre os eleitores que têm nível superior de escolaridade, por exemplo, a petista perdeu cinco pontos em cinco dias e voltou ao patamar de março (37%).
A queda foi de oito pontos entre os que têm maior renda.”

O assunto não saiu das manchetes e da televisão e ainda ganhou a companhia luxuosa das suspeitas sobre a ação da Ministra Erenice Guerra.

E o que mostra a pesquisa Datafolha concluída ontem? Dilma não caiu um ponto sequer entre estes segmentos. Ao contrário, subiu um ponto entre os entrevistados de nível superior e quatro pontos entre os de maior renda (acima de 10 salários mínimos). E entre os de renda média – 5 a dez salários – também, houve uma alta expressiva: três pontos.

E os nossos sabichões diziam, também, que Marina Silva era a grande beneficiada pela queda de Dilma, destacando o quanto ela tinha subido. Pois não é que a candidata verde caiu nos segmentos onde os adivinhões diziam que ela estava disparando. Perdeu três pontos entre os entrevistados de nível superior e subiu apenas um entre os mais ricos. Em compensação, perdeu cinco entre os eleitores de cinco a dez salários de renda familiar.

Os dois “sabidos” diretores do Datafolha desprezaram, no seu artigo, todos os sinais de cristalização dos votos pró-Dilma e preferiram trocar a análise fria pela interpretação dos seus desejos, ou dos desejos da empresa em que trabalham. O resultado é que deram um tiro n´água e, diante da opinião pública, parecem mais torcedores do que estatísticos.

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