Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

DENÚNCIA: Requião defende cancelar votação da PEC 55 e da reforma da Previdência: Congresso e Presidência não têm moral para impor goela abaixo do povo mais sacrifício; veja vídeo

  
viomundo
O senador Roberto Requião afirmou nesta segunda-feira (12), no plenário, que as últimas delações das empreiteiras envolvidas em esquemas de corrupção tornam o Senado suspeito e retira da Casa qualquer legitimidade para aprovar a PEC 55, a securitização da dívida pública e a reforma da Previdência.
Segundo o senador, da mesma forma que as empreiteiras compravam Medidas Provisórias é legítimo suspeitar que o mercado financeiro e as empresas de previdência privada negociem hoje a aprovação de projetos de seu interesse.
Requião revelou ainda os resultados de uma pesquisa que fez com as dezenas de milhares de brasileiros que o seguem o twitter, comprovando o desgaste das instituições públicas.
Acima o vídeo do discurso.
Abaixo o texto:
Congresso e Presidência não têm moral para impor pela goela mais austeridade ao povo, aos aposentados e trabalhadores
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
A seguir, vídeo e texto do discurso.
Roberto Requião[1]
Mais uma vez, em outra grave circunstância da vida nacional, não pretendo me ater aos salamaleques da boa convivência, aos rapapés e mesuras que o cerimonial recomenda.
Nem por isso, considero-me um lírio no pântano, um homem sem pecados. Longe de mim a pretensão à santidade.
No entanto, senhoras e senhores, não dá para entrar nesta Casa, subir à tribuna e discursar como se nada aconteceu. Não dá para vir aqui e votar uma emenda constitucional que beneficia tão-somente o mercado financeiro e ferra canalhamente os brasileiros sem que se levantem suspeitas sobre nós.
As mesmas suspeitas com que o delator da Odebrecht carimbou a aprovação de algumas Medidas Provisórias neste plenário.
Como é possível, senhoras senadores, senhores senadores, como é possível que, depois das revelações que há dias inundam o noticiário, venhamos aqui e votemos favoravelmente à PEC 55, cem por cento dirigida a beneficiar os donos da dívida pública e prejudicar os cidadãos comuns?
Como é possível, senhoras senadoras, senhores senadores, como é possível depois da detalhada denúncia do operador da Odebrecht no Congresso, como é possível aprovar a securitização das dívidas de estados e municípios, também uma medida ajustada aos interesses do mercado financeiro?
Como é possível, depois do testemunho do senhor Cláudio Melo Filho sobre os jabutis apensados às Medidas Provisórias, jabutis gordamente remunerados, como é possível votar a favor de uma reforma da Previdência elaborada a quatro mãos com os bancos e com a previdência privada e que, como a PEC 55, sacrifica obscenamente os trabalhadores?
Cui prodest?
A quem interessa a PEC 55, a reforma da Previdências e a securitização da dívida pública?
Quem é que pode garantir que não se reproduza aqui o mesmo processo corrompido que pendurou esses quelônios nas Medidas Provisórias?
Esta Casa se lembra, e se lembra muito bem, das tantas e tantas vezes que debatemos aqui Medidas Provisórias contaminadas por emendas escandalosas, vergonhosas, malcheirosas.
De novo, senadoras e senadores bem-intencionados, corretos não estão sendo usados pelos Justiça, pelos Índio, pelos Caju, pelos Caranguejo, pelos Mineirinho, pelos Kafta?
“As doações promoviam a privatização do Congresso”, declarou o primeiro dos 77 delatores da Odebrecht. “As doações promoviam a privatização do Congresso”!
O que vão declarar os 76 delatores restantes? Quantos codinomes ridículos ainda vamos ficar conhecendo?
Os argumentos para que aprovemos a PEC 55, a securitização das dívidas e a reforma da Previdências são os mesmos argumentos usados para que aprovássemos as jabotas dependuradas nas MPs e nos projetos de lei que beneficiaram à larga as empreiteiras, os bancos, as petrolíferas multinacionais.
E sempre, e sempre e sempre os tais dos interesses nacionais, o tal do bem-estar do povo, o bem do Brasil, o tal do desenvolvimento como pretextos para a aprovação da maracutaia.
Hoje pela manhã, com o faço amiúde, fiz um a pesquisa entre as dezenas de milhares de brasileiros que me seguem no twitter. Queria saber o grau de confiança desses brasileiros no Parlamento.
A resposta foi arrasadora, deprimente: cem por cento (100%) dos consultados disseram não confiar no Congresso Nacional.
Qualquer pesquisa feita nesta segunda-feira, depois das revelações parciais do primeiro dos 77 delatores da Odebrecht, certamente apresentaria resultado semelhante.
O melhor a fazer é o reconhecimento de que esta Casa está sob suspeição e não tem condições de votar medidas de extrema gravidade e que vão lanhar ainda mais o lombo já retalhado dos brasileiros mais pobres.
Esta Casa, nós os senadores, não podemos ser tão insensíveis assim à realidade nacional.
Não podemos ser indiferentes às denúncias que atingem a Presidência da República, boa parte do Ministério, lideranças partidárias e nomes expressivos, influentes deste Senado e da Câmara dos Deputados.
Da mesma forma, não podemos ser insensíveis aos efeitos danosos, destruidores da PEC 55, que torna o Brasil um país para poucos e à reforma da Previdência que torna a proteção do Estado um privilégio para poucos.
A pergunta que o Brasil não quer calar é: que moral tem a Presidência da República e o seu Ministério para propor qualquer medida de austeridade, qualquer sacrifício para o povo? Igualmente, que moral tem o Congresso para aprovar uma emenda constitucional que preserva intactos os ganhos do capital financeiro enquanto reduz à esqualidez as conquistas e direitos populares?
Não que tenhamos avançado tanto, nos últimos tempos, em direção de uma sociedade mais equilibrada e justa. Não. Mas ainda assim, encurralam e aboiam o povo em direção da senzala.
O que a Presidência da República e seu Ministério e o que o Congresso deveriam fazer diante da perda inquestionável da autoridade para governar e legislar?
O que fazer diante da perda total de legitimidade?
Esta Casa deve tão simplesmente abster-se de votar medidas antipopulares, antidemocráticas e antinacionais. É o que proponho: o cancelamento das votações da PEC 55, da securitização da dívida pública e da reforma da Previdência.
Além de estarmos sob suspeição, precisamos abrir prazo para debater medidas e reformas que sejam do interesse do povo, da democracia e da Nação Brasileira.
Em relação à Presidência da República, deslegitimada tanto pelas denúncias de corrupção como pelas infelizes e erráticas medidas de austeridade e pelo forte impulso entreguista que distingue o núcleo central do poder, não há outro caminho que a convocação de novas eleições diretas para o comando do Brasil.
Não há outra saída. A não ser que a maioria desta Casa e a Presidência da República decidam correr o risco de enfrentar o povo na rua.

94% DOS INTERNAUTAS DEFENDEM A RENÚNCIA IMEDIATA DE TEMER

Datafolha mostra esquerda se fortalecendo para 2018

datafolha-capa
Posted by 
O senso comum sobre o rumo político do país diz que ele está dando uma forte guinada à direita e que, se houvesse uma eleição presidencial neste momento, haveria risco até de uma ameaça ambulante como o proto-nazista Jair Bolsonaro (PSC-RJ) virar presidente.
Porém, não é o que diz pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.
O mais evidente, o óbvio ululante (perdoe o trocadilho, leitor), é constatar o fortalecimento de Lula justamente em um momento em que operação de extração tucana dita “Lava Jato” e a mídia de direita o fustigam com ímpeto redobrado.
Apesar de, a esta altura, o gráfico abaixo estar publicado em milhares de páginas na internet e em todos os grandes portais, vale a pena dar mais uma olhada pela imagem impressionante que revela em relação ao ex-presidente petista, mas não só.
datafolha-1Salta aos olhos como Lula se fortaleceu após a condução coercitiva ilegal que a Lava Jato lhe impôs em março deste ano. Como este blog vem dizendo, com o tempo as pessoas vão comparar como a vida melhorou sob os governos do PT (sobretudo de Lula) e como tirar Dilma do poder sob uma farsa piorou a vida dos brasileiros.
Antes de prosseguir, porém, vale rever (você já deve estar cansado de ver esses gráficos) os gráficos sobre o segundo turno.
datafolha-2Vamos às conclusões, então.
Em primeiro lugar, ainda sobre Lula, vale PROVAR que ele vem se fortalecendo. Em julho deste ano, ele perdia para TODOS os adversários no segundo turno. Agora, só perde para Marina e a margem nem é tão grande – 9 pontos percentuais podem ser facilmente revertidos no calor de uma campanha; bastaria Lula crescer 5 pontos percentuais.
O que deixa mais evidente o fortalecimento de Lula após a prisão ilegal e a campanha de destruição movida contra ele é que, em novembro de 2015, ele perdia para TODOS os adversários tanto no primeiro quanto no segundo turno e hoje, no primeiro turno, vence todos com folga e, no segundo, perde (por pouco) de Marina.
Contudo, há vários fatores que podem tirar Lula da disputa de 2018. O mais óbvio é a pretensão nefasta dos fascistas do Judiciário, do MP, da PF, da mídia, da elite branca e dos seus partidos de direita de prenderem Lula para que ele não possa voltar ao poder pela vontade do povo.
Ocorre, porém, que, após a ONU aceitar monitorar os processos contra Lula, ficou muito mais complicado – talvez, impossível – prendê-lo ou condená-lo só à base de “convicções”. E o fortalecimento político dele torna ainda mais difícil condená-lo sem provas cem por cento irrefutáveis.
Porém, mesmo que Lula esteja em condições de disputar a próxima eleição presidencial, suspeito de que ele, a pedido de sua família, pode não concorrer – a família do ex-presidente pede para ele deixar a política desde que ele deixou o poder, em 2011.
Então, sem Lula, o país está à mercê da direita? Negativo. A pesquisa Datafolha mostra exatamente o contrário. Tanto no primeiro quanto no segundo turno, a esquerda mostra ter muito mais votos do que a direita. É só fazer as contas.
Fiquemos no último cenário do primeiro turno, onde é possível comparar os votos de praticamente todos os candidatos ditos viáveis.
No cenário 1, os supostos candidatos de esquerda (Lula, Marina, Ciro e Luciana Genro) somam 47% das intenções de voto, enquanto que os supostos candidatos de direita (Aécio, Bolsonaro, Temer, Ronaldo Caiado e Eduardo Jorge) somam 27%.
No cenário 2, os supostos candidatos de esquerda (Lula, Marina, Ciro e Luciana Genro) somam 51% das intenções de voto, enquanto que os supostos candidatos de direita (Alckmin, Bolsonaro, Temer, Ronaldo Caiado e Eduardo Jorge) somam 23%.
No cenário 3, os supostos candidatos de esquerda (Lula, Marina, Ciro e Luciana Genro) somam 49% das intenções de voto, enquanto que os supostos candidatos de direita (Serra, Bolsonaro, Temer, Ronaldo Caiado e Eduardo Jorge) somam 25%.
No cenário 4, os supostos candidatos de esquerda (Lula, Marina, Ciro e Luciana Genro) somam 41% das intenções de voto, enquanto que os supostos candidatos de direita (Aécio, Alckmin, Serra, Bolsonaro, Sergio Moro, Roberto Justus, Temer, Ronaldo Caiado e Eduardo Jorge) somam 40%.
Apesar de no cenário 4 direita e esquerda estarem empatadas, é um cenário para lá de improvável. Colocaram até Roberto Justus na equação e todos os tucanos de uma vez só – parece ser uma piada – e nem assim a direita consegue supremacia.
Esses cenários contradizem fortemente a crença largamente difundida de que a direita está se fortalecendo tanto. As manifestações de direita e a estridência de movimentos fascistas como O MBL ou Vem pra Rua fazem parecer que a esquerda está mais forte do que realmente está.
O que a direitona se esquece é de que voto na urna é outra coisa. Aí quem fala é aquele sujeito que mora na periferia ou no campo e que não faz estardalhaço de suas opiniões políticas, mas que ali, sozinho diante da urna, a cada quatro anos dá seu recado tonitruante.
A notícia que essa pesquisa Datafolha traz é altamente alvissareira, com exceção de uma reflexão mais do que necessária: esse quadro de enfraquecimento da direita deve se aprofundar ainda mais, com o passar do tempo.
Quanto mais a direita se enfraquecer, portanto, maiores serão as tentações da direita de não permitir que o povo escolha livremente em 2018, caso a tendência for fazer uma escolha que desagrade aos “donos do poder” tão bem descritos na obra imortal de Raymundo Faoro.
A grande luta democrática dos próximos anos, portanto, não será tirar Michel Temer do cargo ou antecipar as eleições presidenciais. Será garantir que o Brasil possa escolher livremente seu próximo presidente em 2018.
O povo brasileiro – não aqueles nazistas de verde-amarelo, mas o povo mesmo –, agora escaldado por seus erros monumentais em 2015 e 2016, certamente fará uma boa escolha quando finalmente se pronunciar de novo sobre os rumos do país.
*
PS: fanáticos de direita e de esquerda costumam pôr em dúvida minhas análises dizendo que “não acerto uma”. Porém, os fatos são outros. Prognostiquei que as “jornadas de junho de 2013″ terminariam em golpe, prognostiquei que a derrubada de Dilma não melhoraria a crise política ou a econômica e prognostiquei que a esquerda iria se fortalecendo conforme o povo fosse experimentando as “delícias” de ser governado pela direita. Não tenho bola de cristal, foi apenas o exercício da boa e velha lógica.

Derretimento de Temer e tucanos pode suspender eleição de 2018

2018-capa
Se não levássemos em conta os retrocessos institucionais que o golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff já acarreta, não seria de todo mau os brasileiros estarem tendo a oportunidade de experimentar o que é ser governado pela direita, sobretudo por uma direita tosca como a que congrega PSDB e PMDB.
O golpe se abateu sobre o Brasil em um momento em que muitos, à esquerda, já não valorizavam as conquistas sociais da era petista, atribuíam a si mesmos a melhora de vida que tiveram só a partir de 2003 e, loucura das loucuras, afirmavam que PT e PSDB seriam “a mesma coisa”.
O golpe, como era previsto, além de não melhorar a economia – já que a crise política continua, apesar de, com Temer, o Congresso ter parado de sabotar o governo federal – ainda trouxe uma avalanche de projetos de medidas antipopulares que prometem piorar a vida do brasileiro – hoje e pelas próximas gerações.
Até antes das eleições, muitos não acreditavam em uma reforma draconiana da Previdência, em terceirização descontrolada do mercado de trabalho e, pior do que tudo, em uma reforma trabalhista que permitisse aos empresários contratar funcionários sem pagar direitos trabalhistas como férias, 13º salário, fundo de garantia etc.
Como se não bastasse, o golpe ainda gerou uma proposta de mudança da Constituição de um teor destrutivo tão grande que fez com que a Organização das Nações Unidas se manifestasse.
Na semana que finda, o relator especial da ONU sobre a extrema pobreza e os direitos humanos, Philip Alston, advertiu que os planos do governo do Brasil de limitar durante 20 anos os gastos sociais “são totalmente incompatíveis” com as obrigações do país em relação aos direitos humanos.
Como se sabe, o Senado deve votar em 13 de dezembro uma emenda à Constituição, conhecida como PEC 55, que limitaria durante 20 anos o crescimento da despesa federal com relação à taxa de inflação do ano anterior.
“O principal e inevitável efeito desta proposta de emenda à Constituição (…) prejudicará os pobres durante décadas”, afirmou Alston em comunicado.
“Se for adotada, esta emenda bloqueará despesas em níveis inadequados e rapidamente decrescentes em saúde, educação e seguridade social e colocará em risco uma geração inteira de receber uma proteção social abaixo dos padrões atuais”, advertiu.
Na opinião do relator especial, “é completamente inadequado congelar só a despesa social e atar os mãos de todos os futuros governos durante outras duas décadas”.
Nesse sentido, o relator da ONU sustentou que, se a emenda for aprovada, o Brasil entrará em um “retrocesso social”.
Não foi o PT que disse isso, foi a ONU, através da pessoa indicada pela organização para fiscalizar as políticas públicas relativas à pobreza e aos direitos humanos. A direita brasileira, claro, dirá que a ONU é “comunista”, apesar de ser controlada pelas maiores potencias capitalistas do planeta.
O mundo está boquiaberto com o que está acontecendo no Brasil, país que, com anuência de grande parcela do seu povo, tirou um governo voltado para a dramática questão social do país para colocar, no lugar, fanáticos de ultradireita que se mostram dispostos a promover um genocídio social.
Em resumo, o que ocorreu no Brasil é que tiraram a parte boa do governo Dilma (ou seja, ela própria e o PT) e deixaram a parte ruim, que logo se aliou ao PSDB, outra excrescência ultraconservadora conhecida pela insensibilidade social.
É por essas e por outras que a comunidade internacional já vê o processo político no Brasil como uma ameaça. Um sólido indício desse fenômeno foi justamente um órgão de imprensa internacional famoso pelo seu conservadorismo decidir premiar duas mulheres derrotadas pela ultradireita em seus respectivos países.
A escolha de Dilma Rousseff e Hillary Clinton como “mulheres do ano” pelo jornal britânico Financial Times sinaliza preocupação da comunidade internacional com os governos que estão ascendendo em dois dos maiores países do mundo, Brasil e Estados Unidos.
A ascensão de Donald Trump nos EUA e do consórcio tucano-peemedebista no Brasil deve acirrar problemas sociais nas Américas e, muito provavelmente, desencadear novas aventuras militares dos norte-americanos.
O mundo vê com preocupação a ascensão fascista nas Américas.
É nesse contexto que o drama brasileiro chega a uma nova etapa, a etapa em que começa a cair a ficha de boa parte dos brasileiros que aderiram ao golpe ou que ao menos condescenderam com ele.
Um bom indício disso é a súbita mudança de atitude da grande imprensa conservadora. Prevendo o que vem por aí, Globos, Folhas, Vejas e Estadões já se preparam para descartar Temer, o PMDB e até o PSDB, como forma de “salvar a cara” diante da comunidade internacional, para a qual já não há mais dúvida de que o Brasil sofreu um golpe de Estado.
Nas últimas semanas, ocorreu o impensável. Tanto o Jornal Nacional quanto a revista Veja atacaram os políticos mais importantes do PSDB.
2018Provavelmente foi a primeira vez no século XXI que o Jornal Nacional e a Veja divulgaram acusações contra Geraldo Alckmin e José Serra.
Aliás, quando a Folha de São Paulo, em 28 de outubro, publicou manchete de primeira página acusando Serra de corrupção, o Jornal Nacional escondeu. Na noite da última sexta-feira (9/12), o telejornal deu a notícia sobre Serra que ocultou em outubro e ainda a denúncia do mesmo jornal, no mesmo dia, contra Alckmin.
O que significa isso? Por que, do nada, o JN e a Veja, que jamais noticiaram nada contra Serra e Alckmin, mudaram tão radicalmente de atitude?
Alguns dirão que a má fama que a grande mídia brasileira está construindo mundo afora, após o golpe, a está obrigando a mudar de atitude. Porém, convenhamos: quem, nesse mesmo mundo afora, não sabe que Globo, Folha, Estadão etc. apoiaram a ditadura militar?
Ora, a imagem internacional da imprensa golpista brasileira nunca foi boa. Por que ela haveria de se preocupar, agora, com isso?
Nas sondagens que o Blog vem fazendo, o consenso é o de que Temer só será mantido no poder até tomar as medidas impopulares que a direita golpista, que congrega megaempresários, grupos de mídia e políticos querem – reformas da Previdência, Trabalhista e do teto de gastos (sociais) do governo.
Feito o serviço sujo, ele não teria mesmo mais como governar. Haverá uma convulsão social que, no plano dos golpistas, só será contida derrubando Temer e colocando um “nome de consenso” no lugar.
O consórcio golpista tem três nomes na manga, na ordem de preferência em que são apresentados:
1 – Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente e xodó da mídia desde sempre
2 – Cármen Lúcia, presidente do STF e quarta na linha sucessória
3 – Nelson Jobim, que foi ministro de FHC e de Lula e ministro do STF
Uma observação: Carmén Lúcia ser a 4ª na linha sucessória não tem a menor importância nesse caso, porque se Temer cair após 31 de dezembro próximo a lei impõe que o presidente substituto seja escolhido via eleição indireta, pelo Congresso Nacional.
Aí, então, vem a bomba: poucos analistas bem informados acreditam (1) que Temer chegue a 2018 e (2) que haja eleição presidencial em 2018.
Nos últimos dias, este blogueiro conversou com grande parte dos blogueiros e jornalistas de esquerda mais influentes e uma infinidade de outros analistas políticos. Praticamente ninguém acredita que, com a desmoralização da direita que vem por aí, esta vai se arriscar a disputar a eleição daqui a quase dois anos.
As reformas da Previdência e trabalhista e o teto de gastos do governo farão cair a ficha dos brasileiros. Até na classe média alta haverá uma grande parcela de frustrados pelo golpe. Sim, os paneleiros não vão gostar do que vem por aí.
2018, portanto, encerra duas possibilidades preocupantes para a direita golpista-midiática.
A principal preocupação da direita é a eleição de um político de esquerda, porque um governo de esquerda, após tudo que ocorreu no Brasil, não iria ser “paz e amor” como os governos Lula e Dilma. Iria para as cabeças já desde o início, para cima dos golpistas.
Uma preocupação menor, mas ainda assim uma preocupação, seria a eleição de um psicopata como Jair Bolsonaro, que poderia jogar um Brasil em uma rota imprevisível e até em uma nova ditadura militar.
Aliás, o teto de gastos do governo e as reformas trabalhista e da Previdência também podem fazer os militares saírem da toca. É grande a possibilidade de essas medidas, aliadas à queda livre da economia – que não vai parar enquanto prosseguir a crise política –, acarretarem uma convulsão social de proporções inéditas e assustadoras.
Aí os militares interviriam. Sem a menor sombra de dúvida.
O mais interessante em tudo isso é que praticamente ninguém ganha nesse jogo de soma zero. O Brasil vai se tornando uma incógnita tão obscura que, nessa toada, uma fuga de capitais é até lógica.
Aonde tudo isso vai parar? A depender do ânimo de grande parte da militância golpista, não vai parar, vai piorar. Já os protagonistas do golpe, não se sabe o que pensam.
A postura da mídia de parar de proteger os tucanos poderia indicar desejo de se afastar do golpe e voltar para seu papel institucional, mas chega a ser ingênuo supor isso. O mais provável é que a direita-midiática ainda tenha planos para transformar o Brasil em uma grande Senzala, com uma Casa Grande habitada por muito poucos.
Oremos – ou torçamos.

CHAMUSCADO, STF AINDA TEM UMA SAÍDA: ANULAR O GOLPE

LULA LIDERA EM TODOS OS CENÁRIOS DE 1º TURNO PARA PRESIDÊNCIA EM 2018