Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

No voto, FHC não se elege nem síndico de prédio

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Se falta acontecer alguma coisa para tornar inquestionável que o Brasil, além de ter sofrido um golpe de Estado, está sob uma ditadura, o que falta é a próxima eleição presidencial ser indireta. Como bem disse amigo historiador e jornalista, se fôssemos comparar a atual ditadura com o regime militar, estaríamos entre 1964 e 1968.

Nesse período, algumas garantias constitucionais e instituições ainda estavam de pé e, assim como hoje, a ditadura ainda dissimulava, tentava desdizer o que os olhos teimavam em enxergar, os ouvidos em ouvir e a alma em sentir.

É nesse contexto que deve ser visto o balão de ensaio solto desastrosamente pelo eterno esbirro particular de FHC, Xico Graziano, cujo filho, Daniel Graziano, de dentro do Instituto Fernando Henrique Cardoso espalhava mentiras contra Lula e sua família, mas só até ser flagrado pela polícia, conforme mostra matéria do portal IG que você pode ler aqui

Abaixo, texto do provável mandante de Daniel Graziano, o seu pai. Nesse texto, consta a singela tese do chefe desses dois de que FHC deve ser colocado na Presidência da República sem que tenha que se dar ao trabalho extenuante de vencer uma eleição. O texto foi publicado pela Folha de São Paulo de quinta-feira, 3 de novembro de 2016.

fhc-2Certa vez, Barack Obama disse que Lula era “O Cara”. O bajulador acima não quis fazer por menos. Porém, seria muita ingenuidade achar que essa ideia “jenial” saiu da cabeça dele. É óbvio que, tão próximo a FHC, Graziano sabe muito bem que lançar esse balão de ensaio sem consultar o chefe seria, digamos, temerário – com trocadilho, por favor.

A ideia pode colocar fogo no PSDB e criar problemas com aliados. Haverá um morticínio na direita, que acha que em 2018 vai eleger fácil o presidente da República.

FHC, porém, não é do tipo de se preocupar em melindrar aliados, já que conta com o apoio incondicional da grande mídia. Portanto, seguramente é ele – e não Graziano – o autor do balão de ensaio.

A ideia é desenterrar um dos instrumentos mais odiados pelo povo, a eleição indireta, aquele mesmo Colégio Eleitoral que durante duas décadas escolheu o governante do país em lugar dos eleitores brasileiros.
Graziano diz que seria um mandato-tampão, até 2018, mas todos conhecemos FHC. Para quem comprou a continuidade constitucional de seu mandato de 4 anos, estendendo-os por mais 4, não custará nada mudar as leis que forem necessárias para se perpetuar no poder.

O plano de FHC, porém, tem uma falha escandalosamente clara e que ele não consegue enxergar devido à sombra que seu ego descomunal projeta sobre a realidade.

Em abril deste ano, o instituto Datafolha pesquisou quem os brasileiros acham que foi o melhor presidente da história do país. Eis o resultado:

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O mais interessante é que um mês antes, em março, pouco após a condução coercitiva de Lula para depor na Polícia Federal, o Datafolha pesquisara quem os brasileiros achavam que tinha sido o melhor presidente e 35% dos entrevistados responderam que era Lula, sempre o líder isolado no ranking de ex-presidentes.

Alguns dirão que, de lá para cá, com tanta pancadaria sobre Lula, com indiciamentos sucessivos, com ataques a power point enquanto ele fica indo e voltando toda semana pelo corredor polonês midiático, esperava-se que ele despencasse nas pesquisas de intenção de voto para 2018 e no ranking de ex-presidentes.

Pesquisa Vox Populi publicada há cerca de duas semanas mostra que Lula ganhou popularidade durante todo esse bombardeio e hoje, além de ser considerado o melhor presidente por 42% dos brasileiros, é também o líder isolado na eleição em 1º turno para presidente da República daqui a dois anos.

A pesquisa Vox Populi, que os fascistas acusarão de ser “petista”, foi referendada pela pesquisa “tucana” CNT/MDA. Como se sabe, a CNT pode ser acusada de tudo, menos de ser petista.

Agora me diga, leitor: se FHC é mesmo “o cara”, como diz Graziano, por que é, diabos, que o nome dele nunca consta das pesquisas de intenção de voto para presidente da República? Sabe por que, leitor? Porque o tucano, no Brasil, não se elege fora dos bairros ricos de São Paulo e do Rio. E olhe lá.
Talvez se elegesse com certeza em Higienópolis…

Ora, um político cuja gestão deixou tantos descontentes vai ser colocado na Presidência da República pelo voto indireto?!

FHC usou sua conta no Facebook para dizer que não é nada disso, muito pelo contrário…

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Conversa. Ele só queria ver a repercussão. De repente, as ruas seriam tomadas por multidões extasiadas com a boa nova de que o autor da maravilha de cenário em 2002 (inflação e desemprego muito maiores que os atuais e o país sem reservas cambiais) iria voltar para nos dar outra dose.

Detalhe: FHC saiu do poder com 30% de aprovação; Lula saiu com 80%.

Se juiz torturar estudantes não é ditadura, o que é ditadura?


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É estarrecedora a comparação que você lerá a seguir sobre decisão do juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, que autorizou a PM a utilizar técnicas consideradas como tortura para forçar a desocupação do Centro de Ensino Asa Branca, de Taguatinga, que estava tomado por estudantes desde o último dia 27.2

Se não acredita, veja a decisão, abaixo

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Antes de prosseguir, vale informar que o juiz autorizou o uso de equipamento sonoro de alta potência para impedir que os estudantes durmam, proibiu que entrem alimentos nas escolas ocupadas e mandou cortar água e luz.

Todas essas medidas são consideradas técnicas de tortura, como bem demonstra matéria da BBC Brasil sobre os abusos da CIA contra presos políticos.

Para ler a matéria da BBC clique na imagem abaixo.

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Agora vejamos o noticiário do insuspeito UOL sobre o despacho do juiz Alex Costa de Oliveira.
Para ler a matéria do UOL Educação, clique na imagem abaixo.
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O que está exposto acima fala tudo que há para ser dito sobre esse caso.

Em pleno século XXI, 31 anos após a redemocratização do Brasil, um regime de força implantado por mídia, judiciário, grupos políticos de direita e grandes empresários retirou do poder um governo eleito legitimamente sem ter fundamentos exigidos pela Constituição para medida tão drástica; pessoas estão sendo presas e encarceradas sem julgamento, sem flagrante e sem causas claras; agora, um membro da classe que administra a ditadura decide abertamente promover tortura de jovens estudantes que lutam por Educação de melhor qualidade, ou melhor, que lutam contra a piora da Educação contida na PEC 241.
Feliz do país no qual os jovens anseiam e lutam por Educação de melhor qualidade. Feliz do país que tem jovens que se expõem a ser até mortos e/ou mutilados por brucutus armados até os dentes e com “sangue nos olhos” para defenderem o direito de estudar e a qualidade do ensino.

Deveríamos exaltar esses jovens, atender suas demandas e pedir-lhes desculpas por termos feito tão pouco até aqui, convidando-os à mesa de negociações e prometendo solução inquestionavelmente favorável à tão combalida Educação brasileira. Em vez disso, a “justiça” manda torturá-los com as mesmas técnicas usadas pela CIA e por quaisquer grupos ideológicos radicais e violentos.

A decisão desse juiz escancara o regime de força inaugurado no Brasil nos últimos quatro anos – inaugurado a partir do julgamento do mensalão, quando pessoas foram condenadas à prisão sem apresentação de provas, sob uma teoria jurídica baseada na presunção da culpa e apelidada de “domínio do fato”.

A partir da decisão desse magistrado, vale tudo. Todos somos alvos de possível arbítrio. Assim, não tenha medo só dos esbirros graúdos dessa ditadura; tenha medo do guarda da esquina, quem, agora, sentir-se-á liberado para usar o porrete quando lhe der na telha.

Moro ia fechar a Volkswagen! Moro encarcerou o CPF e incinerou o CNPJ

Em tempo: imagine, amigo navegante, se os Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra, França, Alemanha, Japão, Irã, Israel, Índia, Paquistão deixariam um juizeco de primeira instância destruir seu programa nuclear

Lava Jato viola lei para culpar Lula, diz professor de Harvard



Especialista no chamado "lawfare" —o uso da lei para fins políticos—, o antropólogo John Comaroff, 71, professor na Universidade Harvard, afirma que a operação Lava Jato viola a lei para criar "presunção de culpa" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; em entrevista, ele defendeu a substituição do juiz Sergio Moro para acabar com os questionamentos sobre sua isenção nas ações contra o petista, como a divulgação de gravações telefônicas e o grampo no escritório dos advogados de Lula, que o acadêmico classificou como "muito ilegal no mundo todo"; segundo Comaroff, especialistas e formadores de opinião fora do Brasil também questionam a consistência das provas usadas pela força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente 

247 - Especialista no chamado "lawfare" —o uso da lei para fins políticos—, o antropólogo John Comaroff, 71, professor na Universidade Harvard, afirma que a operação Lava Jato viola a lei para criar "presunção de culpa" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele defende a substituição do juiz Sergio Moro para acabar com os questionamentos sobre sua isenção nas ações contra o petista, como a divulgação de gravações telefônicas e o grampo no escritório dos advogados de Lula, que ele classificou como "muito ilegal no mundo todo". Segundo Comaroff, especialistas e formadores de opinião fora do Brasil também questionam a consistência das provas usadas pela força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente.

"Ao vazar conversas privadas, mesmo que envolvam 20 pessoas, se Lula está entre elas, você sabe que é dele que a mídia falará. Isso é 'lawfare'. Você manipula a lei e cria uma presunção de culpa", sustentou Comaroff.

Em agosto, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou ilegal a parte das escutas de telefonemas do ex-presidente que havia sido feita após o período autorizado.

Moro, no entanto, já havia tornado pública a íntegra das conversas, que causaram polêmica pelo palavreado de Lula e, especialmente, pelo diálogo em que a então presidente Dilma Rousseff dá a entender que nomearia o antecessor ministro para garantir a ele foro privilegiado.

Comaroff também questionou o grampo no escritório dos advogados do petista, o que classificou como "muito ilegal no mundo todo".

"Não se pode fingir que não se esperava que essas medidas contra Lula não teriam impacto. Isso demonstra uma ânsia em acusá-lo", disse o professor. "Parece que Lula tem recebido um tratamento diferente nos aspectos legais na operação", criticou.

Comaroff foi procurado pelos advogados do ex-presidente na condição de especialista em "lawfare" –o professor disse que não prestará serviços à defesa.

"Eu estou tentando entender o caso. Meus colegas aqui em Harvard não conseguem compreender. Há fatos que perturbam a audiência internacional", afirmou Comaroff. "O país possui um sistema legal robusto. Não há necessidade de se violar a lei."

Diante dos questionamentos formais da defesa à conduta de Moro, o antropólogo disse que a saída do juiz do caso seria demonstração de isenção política da Lava Jato."