Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Movimentos pró impeachment disputarão eleições com recursos suspeitos

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Lideranças dos movimentos favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff mudaram o discurso contra partidos políticos e se filiaram a siglas de oposição para buscar neste ano mandatos de vereadores. O Movimento Brasil Livre lançará 123 candidatos em 23 estados por PSDB, Partido Novo, DEM, PSD, PSC e PPS.

O líder do movimento, o colunista da Folha de S. Paulo Kim Kataguiri, viajará o país apoiando as candidaturas do MBL. ““Estamos nos filiando a esses partidos para disputar a eleição, mas a ideia é que, como existe a bancada evangélica, formemos uma bancada liberal independente”.
O movimento Vem Pra Rua irá seguir a mesma linha liberal do MBL. O coordenador de Goiás, Johnny Santos, diz que, atendendo a manifesto feito nas redes sociais, lançou-se candidato a vereador de Goiânia pelo PPS.

Uma das principais apostas do DEM para a eleição para a Câmara de São Paulo é o autoproclamado “estudante” Fernando Holiday, do MBL (Movimento Brasil Livre). Ele ganhou espaço nas inserções do partido no horário gratuito destinado às siglas.

Em junho, o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Pauderney Avelino (AM), deslocou-se para São Paulo apenas para participar da festa junina do MBL e prestigiar o pré-candidato a vereador (vide foto no alto da página).

Oriundo do movimento ruralista — presidiu a União Democrática Ruralista (UDR) durante a Constituinte —, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) é um dos parlamentares mais próximos dos movimentos de rua e diz que os incentiva a participar da política representativa.

“Devemos a eles essa mobilização da população contra a corrupção, a favor do impeachment. Mas não adianta só ir para a rua, tem que buscar dar consequência aos pleitos com um mandato eletivo”, diz Caiado.
Muitos ainda não se deram conta de que, neste ano, as campanhas eleitorais serão muito diferentes do que foram nas últimas décadas. A proibição de financiamento empresarial a campanhas e a Lava Jato mudaram diametralmente o jogo.

Em tese, as campanhas ficarão mais baratas sem o aporte dos recursos das empresas. Mas se para a esquerda isso é verdade, para a direita não será bem assim.

Esses movimentos golpistas que deverão conseguir muitos mandatos eletivos em todo país são conhecidos por, até hoje, ninguém saber de onde vieram os fartos recursos que obtiveram para organizar manifestações gigantescas pelo golpe contra Dilma Rousseff.

É neste ponto que o Blog faz uma denúncia.

Movimentos como Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre e Revoltados On Line, entre outros, planejariam obter recursos eleitorais via doações de pessoas físicas, como agora a lei determina, mas ocultando ilegalidades como uso generalizado de laranjas para doarem recursos em seus nomes para esses candidatos.
Funcionaria assim: grandes empresários abasteceriam um grande número de laranjas e estes fariam “doações de pessoas físicas”, como agora quer a lei sobre financiamento de campanhas eleitorais.

Será impossível partidos de esquerda enfrentarem essa estratégia. Além estarem enfraquecidos eleitoralmente pela conjuntura político-econômica e até pelo golpe contra Dilma, ainda por cima seus candidatos terão imensas dificuldades para obter recursos.

Matéria recente da revista Carta Capital que deu conta de que a esquerda está sendo superada com força pela direita na internet mostra que candidatos de partidos progressistas deverão ter forte dificuldade para obter financiamentos eleitorais.

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A matéria informa, por exemplo, que sites de esquerda estão tendo dificuldade de obter curtidas no Facebook por conta de desmobilização do público de esquerda. Ora, se há dificuldade de obter uma mera curtida ou compartilhamento, que dirá obter doações eleitorais para candidatos – e, neste ano, se cada cidadão não colocar a mão no bolso para doar aos seus candidatos, eles não terão chance na disputa.
Nesse contexto, urge que as pessoas comecem a pensar na eleição deste ano, pois será a base para a eleição de 2018. O Brasil elegerá prefeitos e vereadores em mais de cinco mil municípios pelo país afora e será dessa eleição que se formará o caldo de cultura para daqui a dois anos.

Enquanto a direita está partindo para o pleito deste ano com novidades como os fascistinhas da foto no alto da página, a esquerda está desmobilizada e sem ter o que oferecer de novo em um momento em que a sociedade está a exigir renovação.

É preciso refletir muito profundamente sobre essa situação. Do contrário, o impeachment de Dilma pode ter sido só o começo da construção de um espectro político esmagadoramente conservador que primará por retirada de direitos e concessão de privilégios a poucos.

Você, cidadão progressista, de esquerda, militante de direitos humanos, pelo direito de mulheres, negros, homossexuais, trabalhadores, não pode se omitir, não pode deixar  sua obrigação para o vizinho.

O eleitor de esquerda precisa se preparar para se tornar doador de campanhas eleitorais e até para se candidatar a vereador, sobretudo, que é onde a direita mais aposta suas fichas. Do contrário, vamos entregar este país a adoradores da ditadura militar e outros bichos.

DCM: A resposta miserável de Moro à denúncia de Lula é uma cozinha

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"Lula denuncia ao mundo a perseguição que lhe é movida por Moro e no mesmo dia a imprensa é abastecida com mais um vazamento requentado sobre um tema batidíssimo: o sítio de Atabaia. Veja o nível a que chegamos: agora é uma reforma na cozinha que vem à cena", escreve Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo; ele compara valores de denúncias recentes - 250 mil reais que teriam sido gastos na tal reforma da cozinha e 90 milhões de imóveis do filho de Sérgio Machado - para denunciar a "brutal irrelevância da pseudodescoberta" da Lava Jato 


247 – A resposta "miserável" do juiz Sérgio Moro à denúncia do ex-presidente Lula à ONU foi uma "pseudodenúncia" da Lava Jato sobre uma reforma avaliada em R$ 250 mil na cozinha do fatídico sítio em Atibaia (SP), escreve Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.

"Lula denuncia ao mundo a perseguição que lhe é movida por Moro e no mesmo dia a imprensa é abastecida com mais um vazamento requentado sobre um tema batidíssimo: o sítio de Atibaia. Veja o nível a que chegamos: agora é uma reforma na cozinha que vem à cena", diz o jornalista.

Ele compara valores de denúncias recentes – 250 mil reais que teriam sido gastos na tal reforma da cozinha e 90 milhões de reais de imóveis do filho de Sérgio Machado no Reino Unido – para denunciar a "brutal irrelevância da pseudodescoberta" da Lava Jato.

"Numa matemática que não mente, uma coisa é 360 vezes maior que a outra. Mas Moro, a Lava Jato e a mídia brasileira se concentram na migalha para artificialmente criar notícias contra Lula", critica. "A resposta miserável de Moro aos imóveis de luxo comprados pelo filho de Machado em Londres com dinheiro sujo foi a cozinha do sítio de Atibaia. É uma resposta que conta tudo sobre Moro e sobre a mídia brasileira", conclui.

Leia aqui a íntegra.

O golpe passará. E o Brasil reencontrará seu caminho

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Uma horda tomou de assalto o poder no Brasil. Corruptos, misóginos, antidemocratas, ricos, brancos (e cristãos) se associaram numa extensa coalizão, passando por cima da Constituição e do Estado de direito. 
 
Políticos com extensa ficha criminal associados com perdedores das eleições, entorpecidos pelo ressentimento e cujas delações os colocam próximos à prática do banditismo, e o Parlamento mais pífio e conservador da história republicana promoveram uma “congressada” em dois tempos: primeiro na Câmara, que além de baixa é repugnantemente fétida; agora, na Senado, sob a batuta de políticos que envergonham qualquer parlamento no mundo democrático, salvo exceções em ambas as casas legislativas. Sem crime de responsabilidade  caracterizado, os inquisidores, impávidos, julgam a presidenta impunes; uma ação iliberal, porque sequer as leis são respeitadas.
 
Uma mídia venal, partidária, antidemocrática e antinacional tratou de “vitaminar” a sanha golpista. Manipulações de todas as ordens, mentiras e ódio passaram a pautar o cotidiano de um jornalismo que se transformou ora em entretenimento para esconder ou escamotear os fatos; ora em espetáculo inquisitorial.
  
A justiça, eterna servidora da casa grande, tão corrupta e elitista quanto os demais poderes, tratou de pavimentar os caminhos para a empreitada golpista. A corte mais alta assistiu impávida um bandido comandar a abertura do processo de impeachment; e qual tribunal de ninfas castas, acovardou-se quando um juiz - cujas ações seletivas e discricionárias expôs as vísceras de togados que agem seletivamente e são verdadeiros sepulcros caiados -, violentou a constituição permitindo a exibição, em rede nacional, de um grampo ilegal, a motivar a condenação tácita e pública da presidenta. 
 
Empresários do pato amarelo e seus patinhos associados, patrocinadores de golpes no passado e no presente, injetaram dinheiro sujo para todo o tipo de financiamento dos aventureiros golpistas. Sempre beneficiados pelo modelo econômico (especulação concentradora de riqueza e renda) e tributário (que penaliza o consumidor e isenta os ricos) e pelas benesses dos subsídios governamentais, resolveram que, a partir de agora, o assalto à Nação será escancarado e sem pudor.
 
Segmentos perversos da classe média, que não aceitam uma sociedade justa e igualitária, se agregaram a lideranças religiosas, intelectuais e subcelebridades para contaminar as redes sociais de ódio e espírito de vingança. Criaram heróis nacionais que fazem Hitler retorcer no túmulo de inveja e construíram uma narrativa quase hegemônica a justificar o injustificável.
 
Rezando na cartilha dos interesses norteamericanos, que não aceitam a autonomia dos povos latino-americanos, os usurpadores de plantão estão prontos a entregarem nossas riquezas minerais, como o pré-sal; nossos recursos da biodiversidade e nosso patrimônio imaterial: potências que podem transformar esse país numa grande nação.
 
Os partidos políticos, em sua maioria, se transformaram em gangues ávidas pelo poder a qualquer custo. Fins passaram a justificar quaisquer meios nas relações político-partidárias. Dispensam-se comentários sobre os caminhos trilhados pelos partidos de direita, aqui incluso o PSDB. Em síntese, flertam com o fascismo. Mas, é preciso registar que o PT foi dominado por grupos pragmáticos, políticos de péssima estirpe, interesseiros de todas as espécies que embarcaram quando o partido estava no poder e lá convivem se temor, nem pudor. Mostrou em reiteradas vezes que os ideais de seus fundadores na década de 1980 se transformaram em letra (quase) morta. Aqueles petistas coerentes, pouquíssimos e minoritários, que defendem uma refundação do partido, são vozes que clamam no deserto. O lema “o povo não é bobo, abaixo a rede globo” também poderá ser cantado para expurgar outros atores políticos. As eleições se avizinham...
 
Enquanto isso, o discurso e a prática fascistas vão tomando forma e vigor. O grupo usurpador tem uma agenda violentamente perversa contra os pobres, os trabalhadores, as minorias, o patrimônio público. Enfim, contra o Brasil e os brasileiros. Só aguardam a consolidação do golpe, do jogo jogado, para, de forma avassaladora, colocar em prática a política do desmantelamento do estado e da opressão social. Não medirão esforços para passar por cima daqueles que se colocarem no caminho, porque têm pressa em destruir o pouco que foi conquistado com duríssimo sacrifício pelo povo brasileiro desde a Constituição de 1988.
 
A maioria dos brasileiros ainda não entendeu o que ocorre. Não percebeu que o golpe não é contra uma presidenta, nem contra um partido. Apesar de desejarem destruir Dilma e o PT, os golpistas querem inviabilizar, definitivamente, a possibilidade real da construção de uma nação justa e solidária. Por isso, tanta pressa, tanta sanha, tanta violência, tanta cobiça, tanto ódio.
  
Independentemente de Dilma voltar ao poder, um número cada vez maior de brasileiros já entende: os golpistas escrevem o presente da nossa história. Têm nome e identidade. Mas não têm, como outrora, o controle total da informação. Portanto, não poderão sufocar a verdade. Não passarão!
 
Há muitos sinais de resistência. Os movimentos sociais estão se reativando. Os grupos historicamente oprimidos, como as mulheres, dão sinais de extraordinária vitalidade e engajamento cívico. E, certamente, quando os trabalhadores e os pobres perceberem que o pouquíssimo que conquistaram poderá ser perdido, aí teremos construído o caminho do retorno à democracia.
 
Os golpistas não entenderam que o acesso ao consumo nos últimos anos injetou nos trabalhadores desse país o vírus (ainda inativo) do inconformismo com a pobreza e a miséria. Uma pessoa que acostumou a ter um smartphone e uma TV de LCD, a comer carne, viajar de avião, frequentar shopping e universidade não aceitará nunca mais ser chicoteada pelos capatazes da casa grande. Isso explica o medo dos golpistas em relação a Paulo Freire e tanto desejo pela implementação da malfadada “escola sem partido”. Mas, a escassez (de trabalho, de possibilidades de consumo, etc.) e a miséria ativarão, mais cedo ou mais tarde, esse vírus (até agora) adormecido. A consciência coletiva produzirá distintos níveis de indignação. E a indignação será o instrumento das transformações. Esse é o grande temor dos golpistas.
 
Infelizmente, o pouco de consciência de pertencimento efetivo à Nação, ou seja, de sentimento e vivência da cidadania, veio pelos caminhos tortuosos do acesso ao consumo individualista; muito pouco contribuiu a educação e outras políticas públicas. Mas, seja como for, superaremos essa profunda violência a que fomos submetidos à medida que as pessoas se conscientizarem que a pobreza, a miséria e a desigualdade não são vontade de Deus; são imposições injustas de grupos de elite, inaceitáveis sob o ponto de vista ético, social, político e moral.
 
O precipício momentâneo será de suor e lágrimas. Mas, o Brasil reencontrará a planície da democracia.