Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Nesta 2ª, no Rio, ato contra o golpe e em defesa do patrimônio nacional. Com Lula

Nesta 2ª, no Rio, ato contra o golpe e em defesa do patrimônio nacional. Com Lula

pblic
Quem puxa o movimento são os petroleiros, categoria que sabe, como nenhuma outra, que a Petrobras não pode ir fora junto com a água suja do que alguns diretores andaram fazendo por lá.
Mas também estão na mobilização os trabalhadores de Furnas,  do BNDES, da Caixa, do Banco do Brasil, dos Correios e muitas outras empresas federais, que têm forte presença aqui.
E tudo isso indica que vai encher o primeiro ato sindical contra o golpe, amanhã, na Fundição Progresso, com a presença de Lula, pela primeira vez, nas manifestações.
Mais ainda porque a presença de Moreira Franco como coordenador do desmonte das empresas do setor público, por aqui, deixa indisfarçado no ar um cheiro de Governo Collor.
O ato tem uma programação específica, com reuniões e debates, que começa às 14:30.
Mas às 19 horas passa a ser público, e vai receber a adesão do pessoal da Cultura, da juventude e dos movimentos sociais.
E, como tudo o que junta gente hoje, até festa junina em Campina Grande, vai virar “Fora, Temer”.

Grande imprensa também já acha que Dilma pode voltar




 
temeridade
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Os revezes que o governo de facto de Michel Temer sofreu em menos de um mês (desde que a presidente Dilma foi afastada pelo Senado, em 12 de maio) são surpreendentes. Esperava-se que ele tivesse ao menos 90 dias de “trégua”, mas, em 24 dias, seu governo envelheceu.
O que impressiona é a quantidade de erros políticos cometidos em tão pouco tempo e a incapacidade do “presidente interino” de usufruir da boa vontade que a mídia que derrubou Dilma tinha – e tem – para com ele.
E que não atribuam esses erros aos auxiliares nomeados pelo presidente de facto. Se falaram demais, divulgando planos de quem derrubou a presidente legítima que ainda não podem ser divulgados, é porque são mentalmente incapazes, ok, mas, também, é porque os ministros do golpe foram mal orientados.
Se Temer planejou com Ricardo Barros, seu “ministro da Saúde”, sobre a enormidade de encolher o SUS, é óbvio que um plano que prejudica a tantos brasileiros não poderia ser divulgado assim, antes mesmo que se confirme se o presidente de facto vai mesmo governar até 2018.
Como se não bastasse, o “ministro da Casa Civil”, Eliseu Padilha, divulgou assim, sem mais nem menos, que o “novo governo” vai extinguir direitos trabalhistas
Temer já perdeu quatro auxiliares em menos de um mês. Recuou de um sem número de medidas, como a de extinguir o Ministério da Saúde, e sofreu um forte revés na Justiça, que mandou reintegrar o presidente da EBC, Ricardo Melo, afastado de forma escandalosamente ilegal pelos usurpadores do Poder.
O que parece é que o governo ilegítimo, desde o presidente ilegítimo até seus ilegítimos auxiliares, acharam que a sociedade odiava tanto Dilma que aceitaria qualquer barbaridade que eles praticassem, contanto que ela fosse afastada.
Não se sabe de onde tiraram tal ideia.
Como resultado, a presidente afastada (e legítima) aparecerá na TV Brasil, em entrevista, para denunciar o golpe, o que constitui um revés mortal para os golpistas, uma prova de que estão tomando decisões ilegais.
Por todo Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, manifestações enormes contra o governo ilegítimo. O “fora, Temer” é ouvido sem parar. Artistas fazem manifestações públicas incessantes contra o governo de facto e pesquisas oficiosas já dão conta de forte aumento da popularidade de Dilma e queda ainda maior da popularidade de Temer e do impeachment.
O sumiço das pesquisas de opinião dos grandes institutos, ligados à mídia antipetista, evidencia a reviravolta política entre a opinião pública.
É alucinante o ritmo da deterioração do governo Temer. A sociedade já começa a perceber que, se a situação estava ruim com Dilma, ficará muito pior sem ela. E a prova disso é o verdadeiro pânico que se instalou no núcleo duro da imprensa antipetista.
Nos últimos dias, vários colunistas dessa imprensa partidarizada vêm fazendo “apelos” para que todos finjam não ver os absurdos produzidos em escala industrial pelo “novo governo”.
Um caso curioso ocorre com o Estadão, entre outros. Duas colunistas de renome entre os setores conservadores e antipetistas escreveram apelos quase idênticos para que a sociedade finja não ver as barbaridades cometidas pelo governo de facto.
Em 31 de maio, a colunista Eliane Cantanhede escreveu a coluna “Ruim com ele, pior sem ele”, no qual apela para que o país aceite aberrações como um “ministro da Transparência” mais sujo que pau-de-galinheiro e um “presidente interino” investigado pela Lava Jato para que uma presidente ficha-limpa volte ao cargo.
Para Cantanhêde, se Temer continuar “apanhando” assim, Dilma volta.
Neste domingo (5), outra colunista que faz a cabeça da direita brasileira escreveu um texto praticamente idêntico. O título é altamente sugestivo: “Sorte para o azar”. O texto inteirinho, assim como o de Cantanhêde, é dedicado a repisar ataques a Dilma, mas o título trai a intenção que o texto não cita.
“Sorte para o azar” é uma variação da tese de Cantanhêde de que, se Temer continuar apanhando assim, a sociedade vai acabar querendo Dilma de volta.
Pelas informações que o Blog vem apurando, é tarde demais. Já houve uma reversão na opinião pública.
O repúdio ao impeachment entre a opinião pública nacional e mundial vai ficando cada vez mais ensurdecedor. Não há um dia em que uma nova personalidade ou um novo grande órgão de imprensa não denunciem que está havendo um golpe de Estado “branco” no Brasil.
Esse alarido está invadindo o Brasil. As pessoas estão tomando posição rapidamente. Quem ficava em cima do muro por estar zangado com Dilma e com o PT devido à crise, já começa a entender que ruim com eles, pior sem eles – é irônico, mas a tese de Cantanhêde está funcionando ao contrário.
Para que se possa mensurar a força da reação ao golpe, um fato surpreendente. Acadêmicos, jornalistas e ativistas se reuniram e produziram 103 crônicas contra o golpe – uma delas foi escrita por este blogueiro -, reunidas no livro Resistência ao golpe de 2016.
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Até o Papa Francisco já tem um exemplar e se deixou fotografar com ele nas mãos
temeridade 2
Entendeu, leitor, por que a mídia está apavorada? Senador que votar a favor do golpe terá problemas eleitorais. Os mais espertos entenderão isso antes da votação do impeachment, e Dilma precisa de apenas mais 3 votos para não ser derrubada.

Janot esfregou a lei na cara de Gilmar. Foi de lavar a alma


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Passou batido um dos momentos mais edificantes dos últimos tempos para aqueles que anseiam por Justiça. Um magistrado que, na OPINIÃO desta página, desonra o Poder Judiciário ao se posicionar de forma escancaradamente partidária e histriônica, apesar de seu cargo requerer distanciamento e circunspeção, acaba de levar um corretivo público de outra autoridade.
Em resposta de 41 páginas ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, usou um tom que beira a indignação e se assemelha a bofetada desferida em resposta a uma agressão.
Essa briga surda entre o ministro do Supremo e o Procurador Geral da República foi travada sem ser percebida como tal, mas ocorreu.
Por duas vezes seguidas, Gilmar devolveu a Janot pedidos de investigação do senador Aécio Neves feitos por ele. O argumento usado foi um insulto. Simplificando e resumindo, Gilmar perguntou a Janot se este tinha “certeza” de que queria mesmo investigar o tucano. Na prática, o ministro chamou o procurador de irresponsável, despreparado, desinformado.
Ou não seria irresponsabilidade, despreparo e desinformação de um procurador-geral da República ele pedir investigação de um senador dessa República sem ter verificado bem, antes, o que estava fazendo? Ou seja: sem ter motivos razoáveis para pedir a investigação.
Gilmar estava certo de estar baixando um decreto do Olimpo contra os mortais, já que parece acreditar que vale tudo contra uns e a favor de outros. A resposta do PGR pretendeu mostrar ao agressor que não é bem assim, que Gilmar deu um passo maior do que a perna ao achar que pode simplesmente enterrar investigação contra Aécio sem maiores explicações.
A resposta de Janot foi uma traulitada. Abaixo, a “capa” da resposta, que tem 7 tópicos
gilmar 2
1 – Processo penal [ainda não instalado]
2 – Inquérito [preparatório da ação penal]
3 – Termos de declaração colhidos no âmbito de acordos de colaboração premiada
4 – Indicação do envolvimento de parlamentar [Aécio] no recebimento de vantagens indevidas mediante estratégia de ocultação de sua origem
5 – Suspensão, a partir de simples petição do investigado, das diligências solicitadas pelo “Dominus Litis”
6 – Impropriedade
7 – Elementos suficientes ao prosseguimento das investigações
Chamam atenção os tópicos 5 e 6. Os anteriores tratam do processo penal que pode vir a ser instalado contra Aécio, do inquérito que deve prosseguir para apurar indícios e provas, das delações que originaram o inquérito, das suspeitas contra Aécio e da necessidade de o Supremo investigar o parlamentar.
Os tópicos 5 e 6, porém, contém críticas a Gilmar. O tópico 5 diz que ele suspendeu o processo a partir de “simples petição do investigado”, ou seja, que Gilmar suspendeu o trâmite legal da investigação ante uma simples petição argumentativa que não tinha prova alguma, ou seja, Aécio pediu, sem acrescentar nada ao que foi apurado, e Gilmar atendeu sem pedir nenhum fato novo, “confiando” no investigado.
O trecho final do documento de 41 páginas escrito por Janot ao ministro do Supremo revela a carraspana que o procurador-geral da República passou em Gilmar.
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Não se está, aqui, fazendo nenhum juízo de valor sobre Janot. Nem se é isento, nem se é parcial. Aqui está sendo apontado um fato: Gilmar foi duramente criticado pelo procurador-geral da República pelo ato inusual de perguntar a quem detém o “Dominus Litis”, ou seja, ao autor da ação, ao dono da lide, se sabe o que está fazendo.
Compete ao Ministério Público, na condição de dominus litis, avaliar se as provas obtidas na fase pré-processual são suficientes para a propositura da ação penal, não cabendo, pois, ao magistrado assumir o papel constitucionalmente assegurado ao órgão de acusação e, de ofício, determinar o arquivamento do inquérito policial.
Eis a carraspana que o PGR passou em Gilmar. Isso não apaga ou justifica eventuais decisões erradas que eu e outros como eu acham que o PGR tomou, mas mostra que nem todo mundo está disposto a ser desrespeitado por Gilmar e que este ficou bem quietinho diante da reação daquele, o que também diz muito sobre a situação.
O que vai dar a investigação de Aécio no Supremo? Não vai dar nada? Não tenho tanta certeza. Como a sociedade não está aceitando impunidade, e como está, até, exagerando na dose, tendo desencadeado uma cultura persecutória e “punitivista” que chega a preocupar, parece que Justiça, Ministério Público e Polícia Federal decidiram jogar merda no ventilador.
Nesse contexto, já sobrou até para FHC. E Aécio, esse já foi rifado. Se precisar, se as acusações de partidarismo dos órgãos de controle e investigação, da Justiça, do Legislativo e da imprensa brasileira continuarem ganhando o mundo, como estão, os tucanos serão sacrificados em prol da imagem das instituições, pois está claro que essas autoridades estão preocupadas com ela.
Aécio, como disse Romero Jucá, será “o primeiro a ser comido”, mas, como o delator Sergio Machado disse a Renan, no PSDB e no PMDB não vai sobrar ninguém, a menos que as instituições brasileiras estejam dispostas a virar chacota diante do mundo, tornando o Brasil uma republiqueta na qual nenhum país sério vai confiar.
Particularmente, acho que o Brasil passou desse estágio. Por sua importância, cedo ou tarde a lei vai ter que começar a valer para todos. Se não houver prisões dos corruptos tucanos e peemedebistas, a imagem do país estará destruída. O próprio mercado vai se preocupar com isso. Empresariado vai perder, todos vão perder.
De certa forma, o Brasil talvez saia mais forte disso tudo. O povo já está percebendo que foi enganado, a esquerda radical já está vendo que os governos do PT não foram de direita coisa nenhuma, está vendo agora o que de fato é um governo de direita. Muita gente que apoiou o golpe vai comer o pão que o diabo amassou por conta de suas próprias ações.
Tudo isso se chama aprendizado democrático. O que aconteceu no país nos últimos três anos, com “jornadas de junho”, “não vai ter Copa”, caça às bruxas, desmerecimento da governabilidade, chama-se aprendizado democrático. Este povo vai aprender muito com seus erros. Não é de todo ruim o que está acontecendo no Brasil.