Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sábado, 20 de dezembro de 2014

Por que Globo e Folha brigaram com Ibope e Datafolha



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Na última quarta-feira, o Jornal Nacional noticiou parte dos dados divulgados no âmbito da última edição da série histórica de pesquisas que o Ibope faz para a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O site da CNI diz que a popularidade de Dilma Rousseff aumentou. Porém, o JN se limitou a exibir um gráfico que distorceu esse fato.

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Como se vê, o Ibope fez a pesquisa e concluiu que a popularidade de Dilma subiu. E os números do gráfico da CNI-Ibope não batem com os números do gráfico exibido no Jornal Nacional.
O que aconteceu é muito simples: o JN pegou números de outras pesquisas Ibope deste ano sobre a popularidade de Dilma e os apresentou como se fizessem parte da série histórica que o Ibope faz para a Confederação Nacional da Indústria.
Mas por que os números de outras pesquisas Ibope são diferentes dos números das pesquisas que o instituto faz exclusivamente para a CNI?, perguntará o leitor. Há vários fatores que explicam essa discrepância: índice de confiança, número de pesquisados etc.
Como cada pesquisa tem uma particularidade, não dá para misturar uma série histórica de pesquisas – que tem sempre o mesmo critério – com pesquisas aleatórias, feitas sobre base de dados diferente.
Ou seja: o Jornal Nacional perpetrou uma trapaça. Forjou uma série histórica da CNI para enganar seu telespectador.
Dez dias antes da divulgação da pesquisa CNI-ibope, a Folha de São Paulo estampou em sua primeira página uma pesquisa Datafolha que apresentou excelentes resultados para Dilma, mas que, tal qual ocorreu no Jornal Nacional, foi distorcida por quem a noticiou.

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O assunto foi tratado no post Folha manipula gráfico e inverte dado da pesquisa Datafolha. O texto mostra que, na primeira página, a Folha uniu os que achavam que Dilma tinha pouca responsabilidade pelo escândalo na Petrobrás com quem achava que tinha muita. Graças a esse artifício, o jornal chegou aos tais 68% que estariam culpando Dilma pelo escândalo.
Contudo, analisando a pesquisa encontra-se dados que mostram que, ao contrário do que sugeriu a manchete, Dilma está sendo muitíssimo bem avaliada por combater a corrupção não só na Petrobrás, mas de forma geral.

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Na própria Folha, um dos colunistas mais antigos e eminentes do jornal sugeriu que este manipulou a divulgação do estudo do Datafolha. Janio de Freitas insinuou que o instituto e o jornal que o controla fizeram uma pergunta ambígua para os entrevistados de forma a poderem construir a manchete.

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Os fatos supracitados levam a uma conclusão inevitável: tanto o Jornal Nacional quanto a Folha brigaram com os dois institutos que lhes fornecem pesquisas de opinião. Enquanto esses institutos dizem uma coisa, o telejornal e o jornal dizem outra.
A fabricação de uma realidade mais rósea para as famílias Marinho e Frias por empregados que tentam adivinhar os desejos dos patrões decorre de um fato surpreendente. Há meses e meses que Dilma está sob intenso bombardeio. E após o fim da campanha eleitoral, com a reeleição dela, a artilharia não parou. Parece que a campanha não terminou.
Com todo o aparato de desmoralização mobilizado contra a presidente, tanto a Globo quanto a Folha noticiarem pesquisas mostrando que o bombardeio pós eleitoral não só não produziu efeito negativo para o alvo como tampouco impediu resultados positivos, seria arrasador.
O que surpreende é a manipulação grosseira dos fatos. Aliás, o mais surpreendente – porém, nem tanto – é a manipulação de pesquisas dessa forma. Certamente esses veículos já foram tão longe, mas, de momento, não ocorre quando…
Para finalizar, relato um fato que pode explicar ao leitor o que está acontecendo – por que a mídia não consegue destruir a presidente da República.
Na semana que finda, fui jantar com dois amigos comunistas para planejarmos como transformar o Brasil em Cuba… Brincadeiras à parte, o fato é que, durante o jantar, o garçom que nos servia relatou que lê este Blog e quis me cumprimentar.

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 Os fatos supracitados guardam relação íntima com pesquisa recentemente divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República sobre os hábitos dos brasileiros em relação às mídias.
Essa pesquisa confirma o que aconteceu no restaurante em que fui jantar. Cada vez mais, os brasileiros informam-se pela internet e, cada vez mais, informam-se por blogs como este. Dessa forma, as versões dos JN’s e Folhas da vida não ficam mais sem contraponto.
É por isso que a velha mídia tem tido que recorrer a falsificações da realidade. É simples assim.