Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Lula: “Armínio e Aécio são o mundo que não deu certo”

Heinrich Aikawa/Instituto Lula:

Ex-presidente reforça linha de campanha de confronto direto com o PSDB; "O FMI, que estava quietinho, já está dando palpite novamente", alertou Lula, em entrevista à revista Carta Capital; "A vitória de Aécio seria a vitória do mundo que não deu certo"; ex-presidente respondeu colega Fernando Henrique, que considerou o voto na presidente Dilma Rousseff como do eleitor desinformado; "É lamentável um cientista político estudioso como o Fernando Henrique ter pronunciado uma frase tão agressiva contra o eleitor. Ele não tem noção da evolução política da sociedade" 

247 – O ex-presidente Lula está reforçando as linhas de confronto direito entre a campanha do PT e o PSDB. "Armínio, Aécio, essa gente toda significa o retrocesso, a volta de um mundo que não deu certo", disse Lula em entrevista à revista Carta Capital, que circula a partir desta sexta-feira 10.

- O sistema financeiro está ouriçado para que Aécio ganhe as eleições. O FMI, que estava quietinho, voltou a dar palpite porque sabe onde o seu Armínio Fraga vai colocar os juros, criticou Lula, apostando numa forte alta da Selic.

Ele lembrou que assumiu a Presidência da República, em 2003, com os juros nas alturas e uma dívida externas de 30 bilhões de dólares. Acrescentou ter herdade uma política econômica que não criava empregos.

- Agora, a pretexto de atacar a inflação eles querem criar desemprego. Isso acontece porque eles não se importam em nada com quem trabalha, desferiu o ex-presidente.

Para Lula, "O Brasil o país que tem o futuro mais garantido". Ele citou o volume de obras de infraestrutura em curso e os recordes que vão sendo batidos na extração do petróleo do pré-sal.

- Não é jogando nas costas do povo um ajuste fiscal, cortando salários, dispensando trabalhadores que vamos fazer o Brasil crescer.

Lula disse estar preocupado com a atenção que a população está dando ao pleito:

- As pessoas não perceberam que o que está em disputa nesta eleição são dois projetos de país. O nosso, que é o presente e do futuro, e o deles, que é de volta ao passado. E é isso o que me preocupa, assinalou o ex-presidente.

Ele não poupou, ao contrário, foi bastante direto na crítica a seu antecessor Fernando Henrique Cardoso:
- Eu me sinto muito ofendido com esse preconceito que chega às raias do absurdo, atacou Lula. O
Fernando Henrique é um cientista político estudioso que não percebeu a evolução política da classe mais pobre. Ele está falando do passado do tempo dele, quando ainda valia o voto de cabresto. O povo mudou e ele não percebeu, continua representando uma certa elite preconceituosa.

Dilma condena leviandade e quer punição a envolvidos








Corrupção, eleição e golpismo: delações premiadas, oportunamente vazadas na largada do 2º turno, lançam suspeitas sobre a veracidade do que se denuncia e da versão que se divulga

Ódio de classe: a página Dignidade Médica, com 100 mil usuários da área médica no Facebook, inclui postagens que defendem castrações químicas contra nordestinos que votaram em Dilma; um usuário conclama: Médicos do Nordeste, causem um holocausto por aí!
  
Deputada Luiza Erundina, do PSB, classifica de farsa o apoio do partido a Aécio e se retira em protesto da reunião da executiva que deliberou sobre o tema: Não vou subir no palanque de quem é contrário ao nosso projeto


: "Se o PT enquanto pessoas do PT erraram, se qualquer outro partido tiver pessoas que erraram, elas têm que ser punidas. Aí é o seguinte, é o doa a quem doer. Você não condena uma instituição. No Brasil você condena pessoas. Se alguém errou, tem que pagar", declarou a presidente a jornalistas no Palácio da Alvorada; ela classificou como "muito estranho e muito estarrecedor" o fato de trechos dos depoimentos terem sido divulgados em período eleitoral e condenou que acusações sejam usadas de forma leviana; "Que haja de fato interesse legítimo, real e concreto de punir corruptos e corruptores, mas que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta, porque nós não temos acesso a todas as informações", disse 

247 – A presidente Dilma Rousseff condenou nesta sexta-feira 10 leviandade no uso das acusações feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef por acordo de delação premiada e defendeu punição a todos os envolvidos no esquema de corrupção, "doa a quem doer".
"Se o PT enquanto pessoas do PT erraram, se qualquer outro partido tiver pessoas que erraram, elas têm que ser punidas. Aí é o seguinte, é o doa a quem doer. Você não condena uma instituição. No Brasil você condena pessoas. Se alguém errou, tem que pagar", ressaltou a candidata à reeleição, em entrevista no Palácio da Alvorada.

Ela classificou de "muito estranho e muito estarrecedor" o fato de as denúncias virem à tona em período eleitoral. "Que haja de fato interesse legítimo, real e concreto de punir corruptos e corruptores, mas que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta, porque nós não temos acesso a todas as informações", disse.

"Tive todo interesse em ter acesso a isso para tomar as medidas cabíveis. Sei, por informação do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal, que essas informações ainda estão sob sigilo. Então, eu acho muito estranho e muito estarrecedor que, no meio de uma campanha eleitoral, façam esse tipo de divulgação", acrescentou a presidente.

Ontem, o ministro do STF Teori Zavascki negou pedido acesso aos depoimentos de Paulo Roberto Costa solicitado pela CPMI da Petrobras, pela presidente Dilma Rousseff, por meio do ministério da Justiça, e pelo governador do Ceará, Cid Gomes, que foi citado por Costa, segundo reportagem da revista IstoÉ.

Moreira: vazar delação ao PiG é Golpe ! Justiça entra no jogo eleitoral com o que não tem prova.


O Blog do Paulo Moreira Leite publica entrevista corajosa de Luiz Moreira:

“Tentativa de interferência na disputa eleitoral”

Para Conselheiro Nacional do Ministério Público, vazamento de informações obtidas pela delação premiada compromete imparcialidade da Justiça

Doutor em Direito, com curso de pós-graduação na Alemanha, o professor Luiz Moreira é um dos principais estudiosos da judicialização — aquele processo das sociedades contemporâneas pelo qual o poder judiciário busca interferir em decisões do poder político. Conselheiro Nacional do Ministério Público, Luiz Moreira condena com veemência o vazamento das informações de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff a respeito do escândalo da Petrobras. Isso porque elas foram obtidas pelo regime de delação premiada — cujo pressuposto é o sigilo. “Cria-se a sensação de que estamos num vale tudo e que o sistema de justiça além de imiscuir-se na disputa eleitoral também não tem compromisso com a ordem jurídica,” diz Luiz Moreira. O professor deu a seguinte entrevista ao 247:



Como explicar que informações obtidas a partir de um acordo de delação premiada tenham vazado para os jornais, para o rádio e a TV?

Explica-se a partir de uma tentativa de interferência na disputa eleitoral. É lamentável que o sistema de justiça produza essa anomalia, ou seja, que um procedimento judicial cercado de técnicas sofisticadas de colhimento dos testemunhos simplesmente se volte contra a ordem judicial que determina seu sigilo. No fundo, esse vazamento deslegitima o sistema de justiça, porque ele perde sua imparcialidade, porque perde seu apego à legalidade.

Cria-se a sensação de que estamos num vale tudo e que o sistema de justiça além de imiscuir-se na disputa eleitoral também não tem compromisso com a ordem jurídica.



Por que nenhuma autoridade assume suas responsabilidades nessa situação?

Esta situação é fruto de uma covardia institucional que prospera em certos círculos, em que arestas são evitadas. Este é o ambiente propício para que interesses corporativos se sobreponham à República. Impressiona o silêncio das autoridades e a disseminação de uma cultura de desconfiança em que todos somos corruptos até que se prove o contrário. Este ambiente que produziu uma espécie de estado de exceção que ataca diretamente as liberdades e criminaliza a política. Claro que institucionalmente estas ações tem propósito eleitoral e político. Eleitoral porque é produzida para interferir no segunda turno das eleições presidenciais; política porque fabrica a submissão do Estado aos órgãos de controle e cristaliza o status quo.



Qual a justificativa para se manter a delação premiada sob sigilo?

Era de se esperar que o sigilo  durasse, no mínimo, até que o processo eleitoral fosse concluído. Fundamental para o sistema de justiça é a produção de segurança e que a sociedade lhe atribua respeitabilidade. Se o sistema de justiça passa a agir sem critérios mínimos e passar a se imiscuir na disputa eleitoral, deixa de ser visto como imparcial. O sigilo é inerente à delação premiada. Nesse sentido, os testemunhos só são verossímeis se acompanhados de provas. Sem provas, não têm qualquer valor jurídico.



Por que acreditar que as informações estão sendo divulgadas de forma seletiva?

A seletividade é óbvia. Explico: os depoimentos colhidos são tomados a partir de uma técnica sofisticada que garante o sigilo, protege os dados e impossibilita tanto a difusão do teor dos depoimentos quanto das informações colhidas. Nesse sentido, há uma engenharia responsável pelo vazamento que seleciona criteriosamente que partes devem ser divulgadas e o momento adequado para que o vazamento chame mais atenção e cause mais impacto nos eleitores. Estou afirmando claramente que há um projeto de poder nesses vazamentos, que tenta se sobrepor pelo medo, na medida em que produz uma chantagem institucional sem precedentes. Não por acaso as duas delações em que questão vazam, respectivamente, na reta final do primeiro turno e no início do segundo. Todo mundo sabe que seria possível aguardar o fim das eleições. Isso não iria interferir de forma nenhuma na produção de provas nem nos testemunhos.

Em tempo de amigo navegante enfurecido com o PT:

O PT e Dilma estão pagando pela ineficiência no combate à oligarquia midiática. Pensaram que a conquistaria pelo exemplo do bom comportamento. Queriam aparecer no JN, pois agora estão, todo dia.
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Com o país dividido, Dilma terá que denunciar a mídia



Rachou, e rachou ao meio. As pesquisas Datafolha e Ibope recém-divulgadas concordam – até numericamente – que Dilma Rousseff e Aécio Neves têm, cada um, metade do eleitorado consigo. Seja em votos válidos, seja em votos totais.

A vantagem numérica de 2 pontos percentuais – portanto, dentro da margem de erro – que os dois institutos deram a Aécio Neves (51% contra 49% de Dilma, em votos válidos) pode muito bem decorrer da preferência que os donos de Datafolha e Ibope – respectivamente, as famílias Frias (dona de fato) e Marinho (dona de direito) – acalentam pelo tucano.

Segundo o Ibope, 4% do eleitorado ainda não sabe em quem votar. Já no Datafolha, são 6%. Poderíamos dizer que, na média, 5% do eleitorado ainda está indeciso. Esse universo de menos de 10 milhões de eleitores irá decidir a eleição.

O que ocorre é que Aécio detém uma vantagem extremamente injusta sobre Dilma. Nos últimos dias, essa mídia, “esquecendo” de todos os escândalos que envolvem o PSDB, dedicou-se exclusivamente a acusar o PT. Sem parar.

Aliás, nos últimos dias um petista e um tucano foram flagrados em aeroportos transportando altas somas em espécie. Como a mídia tratou os dois casos? Escondeu o do tucano e pôs na primeira página o do petista.

Nos jornais, telejornais, rádios, portais de internet, as acusações de corrupção incessantes contra o PT. E o que é pior: com base em informações não confirmadas, sob apuração das autoridades. Na mídia partidária de Aécio, porém, não precisa mais investigação nenhuma: o PT – e, por extensão, Dilma – é culpado.

Todos os casos de corrupção envolvendo o PSDB (escândalo dos trens em SP, entre outros), a crise hídrica em SP, o caso dos aeroportos que Aécio mandou construir em terras de sua família em Minas Gerais, tudo isso é tratado lá no último caderno e nem chega aos telejornais.

Como o eleitorado que irá decidir esta eleição é extremamente pequeno, os ataques da mídia ao PT e a blindagem dessa mídia ao PSDB podem fazer a balança pender para Aécio.

Por mais que o primeiro programa de Dilma no segundo turno tenha começado bem, com um terceiro ator em jogo na disputa (a mídia), a petista não poderá pelear só com Aécio, pois ele poderá muito bem se portar como Marina, fazendo-se de coitadinho, deixando os ataques para Globos, Folhas, Vejas e Estadões.

No primeiro turno, Lula abriu a propaganda eleitoral de Dilma atacando a mídia. Depois, parou. Até porque, no primeiro turno essa mídia chegou a dar notícias desfavoráveis para Aécio ao mencionar, brevemente, o escândalo dos aeroportos.

Agora, porém, não tem mais jeito. Quem assistiu a edição do Jornal Nacional que precedeu o reinício da propaganda eleitoral na tevê e viu o telejornal superdimensionar a vantagem de 2 pontos de Aécio nas pesquisas e martelar acusações sem provas contra o PT, já percebeu que essa situação irá perdurar durante todo o segundo turno.

Dilma, portanto, disputa com Aécio e com a mídia. Dilma não tem um adversário, tem dois. E se tem dois adversários, não pode se defender ou atacar só um deles, por mais que seja injusto uma luta de dois contra uma. Terá, pois, que lutar com ambos.

Como? Dilma tem que denunciar exatamente o que está acontecendo – bombardeio midiático contra si e blindagem midiática de Aécio. Nem mais, nem menos. Afinal, graças às mentiras da mídia e a uma miríade de fatores laterais, o país vive uma situação-limite.

O risco de entregar o país aos banqueiros, à mídia e aos seus despachantes tucanos, em 2014 é o mais alto desde que o PT chegou ao poder. Se Aécio vencer, terá início uma era de perseguições políticas, saque ao patrimônio público, fim das investigações de corrupção contra o governo, entrega da soberania brasileira aos países ricos, sobretudo aos EUA.

Dilma, Lula e o PT não têm que reagir à mídia em defesa de seus interesses eleitorais. Eles têm obrigação de reagir em defesa do povo brasileiro, ora ameaçado por uma coalizão infame do capital financeiro que planeja sugar o sangue deste país até a última gota.


Assista, abaixo, ao primeiro programa de Dilma no segundo turno da eleição presidencial de 2014