Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Dilma caminha para a “invencibilidade” eleitoral


Ao contrário da leitura que a mídia e até analistas independentes fizeram das recentes pesquisas Ibope e Datafolha sobre a sucessão presidencial, há um coquetel de fatos que sugere que a presidente Dilma Rousseff pode estar caminhando para uma quase “invencibilidade” eleitoral neste ano.
Há que explicar, porém, que essa condição favorável à presidente decorre menos de sua força do que da fraqueza de seus adversários e do desarmamento de uma espécie de “bomba atômica” eleitoral com a qual esses adversários, à direita e à esquerda, contavam para fragilizar sua candidatura.
Antes de tratar dos adversários de Dilma, porém, tratemos da “bomba atômica” em questão.
Como o leitor já pode ter adivinhado, refiro-me aos protestos contra a Copa do Mundo. As pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas no fim da semana passada surpreenderam pelo enorme apoio que o evento ainda tem no país apesar dos protestos e de uma desinformação que, aliás, o governo não combate, no âmbito da continuidade de sua fraca estratégia comunicacional.
Há anos que os brasileiros vêm sendo bombardeados com más notícias sobre a realização da Copa de 2014 no país. E, do ano passado para cá, esse bombardeio aumentou exponencialmente graças à colaboração dos protestos de rua. Aliás, de janeiro para cá esses protestos e o noticiário negativo atingiram o paroxismo.
Obras atrasadas que a mídia garante que não ficarão prontas a tempo, valorização midiática de declarações negativas de expoentes da Fifa sobre a organização do evento, alegações falsas sobre os recursos da Copa estarem sendo subtraídos dos orçamentos da Saúde, da Educação etc. Com tudo isso, o apoio à realização da Copa no Brasil ainda é imenso.
É espantoso.
Nesse contexto, vale comentar a discrepância entre as pesquisas Datafolha e Ibope recém-divulgadas. Na primeira, o apoio dos brasileiros ao evento teria caído para 52%; na segunda, esse apoio seria hoje de 58%. Vale notar, aliás, os seis pontos percentuais que separam as duas pesquisas. Isso devido ao mau histórico do Datafolha em anos eleitorais…
Seja como for, o apoio à realização da Copa em nosso país ainda é imenso. Mas não é só. O fato mais positivo para Dilma é a desmoralização não só dos protestos contra o evento, mas dos protestos em geral, dado que o Datafolha detectou na ampla pesquisa que divulgou sobre o apoio ao governo, sobre a corrida eleitoral e sobre a aprovação da Copa e dos protestos.
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na última segunda-feira (24), atualmente só 52% dos brasileiros são favoráveis a protestos em geral, seja contra o que for. Esse apoio já foi de 81%, ao final de junho do ano passado. Mas é sobre os protestos contra a Copa que a população se mostra mais contrária: 63% dos entrevistados são contra e só 32% são a favor.
Dessa maneira, a principal arma da mídia, de Aécio Neves, de Eduardo Campos e de Marina Silva para desgastar Dilma perdeu a força. A violência desses protestos contra a Copa, por mais mal que esteja causando ao país, está ajudando a presidente por desmoralizá-los.
O Datafolha também pesquisou dado cujo resultado comprova o interesse que os candidatos de oposição têm nos protestos contra a Copa. Entre os simpatizantes de Eduardo Campos 59% apoiam esses protestos, entre os simpatizantes de Aécio Neves o apoio é de 58% e entre os simpatizantes de Marina Silva, 63%.
Ou seja: os simpatizantes dos candidatos de oposição estão na contramão do resto do país, que repudia protestos contra a Copa na proporção de 63%.
A “bomba atômica” eleitoral contra Dilma, pois, está praticamente desarmada. E a possibilidade de ser rearmada é pequena.
O movimento #NaoVaiTerCopa e os partidos políticos por trás desse movimento dificilmente deixarão de usar a estratégia black bloc porque sem ela os protestos seriam ignorados. Algumas centenas de pessoas ficariam gritando para ninguém, o que não produziria maiores efeitos eleitorais.
Com a continuidade da violência nesses protestos a rejeição a eles deve subir ainda mais. Isso sem dizer que o envolvimento de partidos na organização desse tipo de ações que tanto vêm revoltando o país vai se tornar cada vez mais evidente, produzindo um efeito político inverso ao pretendido pelos autores dessa jogada político-eleitoral.
Ora, a estratégia black bloc é o que está matando o apoio a protestos de todos os tipos no país. Aliás, essa estratégia está fazendo a sociedade exigir providências das autoridades para coibir esses protestos.
Sem essa “bomba atômica” eleitoral, a situação dos adversários de Dilma piora muito. Apesar de a mídia ter destacado uma estagnação da melhora da aprovação do governo ou uma piora quase dentro da margem de erro, Aécio Neves e Eduardo Campos estão muito mal na foto.
No caso de Aécio e do PSDB os escândalos envolvendo esse partido em São Paulo e, sobretudo, a situação do agora ex-deputado Eduardo Azeredo, correligionário próximo do pré-candidato tucano, produzem falta de condições de esse grupo político conseguir da sociedade confiança para “mudanças” que dizem que estaria querendo.
Aliás, o péssimo desempenho do governo do PSDB em São Paulo, envolvido em sucessivos escândalos referentes a trens e metrô, desautorizam Aécio a se apresentar como o arauto de “mudanças”.
No caso de Eduardo Campos, o oportunismo de seu partido ao deixar a base de apoio a Dilma só às portas da sucessão presidencial após ter ficado ao lado do PT ao longo de todo o governo Lula e de quase todo o primeiro governo Dilma, dispensa maiores comentários.
Quanto a Marina Silva, seu filme se queimou inapelavelmente com o adesismo a Campos e com a rejeição da criação de seu partido.
Sim, a situação piorou para Dilma de meados do ano passado para cá. Não está recuperando a aprovação de que desfrutava antes das “jornadas de junho”. Mas, diante dos adversários pífios que estão postos, suas condições de se reeleger, seja no primeiro turno ou no segundo, são imensas. Beirando a “invencibilidade”.

Itamar Franco


Cadu Amaral: Vídeo para os mais novos conhecerem um pouco sobre o governo FHC


FHC_EUA02


Cadu Amaral em seu blog

É natural que toda uma geração que hoje começa a assumir como principal faixa etária na economia do país não tenha lembrança alguma de como foi o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Afinal, Lula e Dilma completam no final do ano 12 anos de governos do PT e aliados.
Se essa geração citada acima tem hoje entre 25 e 30 anos, teria quando o governo FHC terminou entre 13 e 18 anos. Não lembrar é normal. Ainda mais com a mídia que temos no Brasil que esconde o passado da governança tucana, pois apoiava suas práticas e nega tudo o que se tem conquistado no Brasil nesses anos de Lula e Dilma.
Também é verdade que por vezes – muitas vezes – o debate político gira em torno de acusações mútuas. Isso não ajuda na construção comparativa que consequentemente ajuda no debate sobre os rumos do Brasil.
Porém, também é fato que o que tem se apresentado como novidade política em nada o é. E o único objetivo é mudar o foco da disputa política institucional no país capitaneada pelo PSDB e pelo PT.
O que também é normal diante do pouco tempo de democracia no país. Esses são os únicos partidos, à exceção de Collor, que tiveram – ou tem – presidentes da República. Se a política brasileira precisa se renovar, não é forçando a barra que isso vai dar certo. É muito mais importante renovar métodos e conceitos do que, necessariamente, siglas partidárias.
E os partidos não são ilhas, eles também refletem a cultura política média da sociedade e do tempo histórico em que estão inseridos. Negar isso é conversa fiada. O objetivo de essas novidades é apenas tomar o lugar de PT e PSDB. Só isso. Mudar apenas as siglas partidárias.
Assista abaixo um vídeo com momentos dos governos FHC e Lula, entenda um pouco mais as diferenças entre eles e o papel da imprensa grande nesse processo. O PSDB continua insistindo nas mesmas teses do governo FHC para a economia do país e a mídia faz você achar que essa é a única alternativa que temos para fazer o Brasil avançar economicamente.
Também certo que muita coisa não conseguiu ser quebrada nos governos Lula e Dilma, mas aí entra a diferença entre governo e poder. Os petistas estão no governo, enquanto o poder continua nas mãos daqueles em que sempre estiveram e o PSDB é o partido do poder no Brasil. Se não foi fundado para sê-lo, se tornou.
Abaixo o vídeo.




Todas as crises econômicas citas na fala de FHC foram muito menores do que a de 2008 em que Lula afirmou que no Brasil seria uma “marolinha”. E foi!

***
Leia também:

GILMAR JULGA DEMÓSTENES. ALÔ, É VOCÊ ? ALÔ ? >>>>Gilmar usa jatinho com (e de) Demóstenes … Viva o Brasil !


O incansável Stanley Burburinho envia esse precioso testemunho da qualidade da Justiça (sic) do Brasil.

(Não deixe de ler sobre o curso sobre bancos dado por banqueiros a juízes.)

Diz o Burburinho:


Gilmar Mendes analisa pedido de Demóstenes para reassumir cargo de Procurador –http://plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=76561 

Veja a imagem que peguei no site do STF:

Lembra que Gilmar Mendes e Demóstenes podem ter viajado juntos num jatinho da Europa para o Brasil ?

Carta Maior

Escutas telefônicas indicam que o contraventor Carlinhos Cachoeira providenciou um jatinho King Air para dar uma carona ao senador Demóstenes Torres e a “Gilmar”, no retorno de uma viagem da Alemanha ao Brasil. Em uma ligação no dia 23 de abril, um ex-vereador do PSDB pede autorização para buscar o “Professor” Demóstenes em um jatinho, que está com o “Gilmar”. Na degravação, a PF questiona entre parênteses (“Mendes?”). O ministro do STF foi a Europa neste período para participar de um congresso internacional de Direito.)

Lembra do “grampo” sem áudio que Gilmar Mendes e Demóstenes disseram que foram vítimas? 

Lembra que a enteada de Gilmar Mendes tinha cargo de confiança no gabinete do Demóstenes quando ele era senador?

Gilmar Mendes não tinha que se considerar impedido de julgar esse processo?

No dia 17/02/2014 a Ministra Cármen Lúcia publicou despacho que diz que    ”Por motivo de foro íntimo, declino suspeição para atuar neste processo (…)” 

Olha o que foi publicado no dia 19/02/2014″ “Determinada a redistribuição em 18/02/2014: A ministra Cármen Lúcia declarou-se suspeita para atuar no presente feito, conforme despacho de 17.02.2014, e remeteu os autos à Presidência para redistribuição. Redistribua-se este mandado de segurança, com a devida compensação na distribuição. Publique-se.”  

http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4529080


E tem mais:

GILMAR MENDES ADMITE DOIS VOOS EM AVIÕES CEDIDOS POR DEMÓSTENES



Mariângela Galucci, de O Estado de S. Paulo – Texto atualizado às 19h35

BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse nesta terça-feira, 29, que nunca voou em avião de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mas que por duas vezes viajou em aeronaves cedidas pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). As duas viagens, segundo Mendes, foram de Brasília para Goiânia e realizadas em aviões de uma empresa de táxi aéreo chamada Voar.
Não esquecer que Gilmar foi com Demóstenes à formatura do grande jurista Marconi Perillo, também, como Demóstenes, portador de relações íntimas com Carlinhos Cachoeira, notável empreendedor da indústria editorial.
Não é, Caneta ?
Vejam o que publicou o Conversa Afiada, com a ajuda do Fábio (Viva o Brasil, Fábio !)

QUEM GILMAR E DEMÓSTENES FORAM PARANINFAR EM GOIÂNIA ?


Conversa Afiada reproduz comentário e singelo vídeo enviados pelo amigo navegante Fábio.
Enternecedor, amigo navegante.
Contenha a emoção !
Fabio 31 de maio de 2012
PHA
Sou de Goiânia, estava lendo sobre sobre esse caso da “reportagem” da revista Veja envolvendo Lula e Gilmar Mendes, e algo me chamou a atenção. O Gilmar Mendes alegou que pegou carona de avião com o Demóstenes, porque seria paraninfo de uma turma de Direito em Goiânia. Foi aí que lembrei que o governador Marconi se formou em Direito. Nesse momento, fiquei imaginando se não seria essa a turma de que ele foi paraninfo. Que turma será essa, tão importante ? Adivinhe só ! Vejam esse vídeo: http://youtu.be/moy7zYxOihY Todos juntos: Gilmar, Demóstenes e Marconi. Está lá pra todo mundo ver. Aliás, Marconi Perillo foi um aluno especial. A mulher dele, Valéria Perillo, também. A Faculdade Alves Faria (Alfa), em Goiânia, montou uma turma de Direito exclusiva para os dois. Que prestigio, hein ?
Navalha
Observe, amigo navegante, a fala do Demóstenes neste vídeo revelador: diz que o Maconi sabe tudo, tem a “expertise”.
Sem dúvida !!!
E a fala do Gilmar Dantas (*), amigo navegante ?
Uma platitude.
Parece fala do Fernando Henrique – ali, o sol não brilha !
Tem a luminosidade de uma toga de Juiz.
Em tempo: é ou não é uma comunidade unida: Gilmar, Demóstenes, Perillo e o Cerra que pede ao Johnbim para ter uma conversinha com a Veja ? Só faltou nessa formatura o Carlinhos. Será que ele estava com o Policarpo ?

Clique aqui para ler “Depois de Gilmar e Barbosa, Dallari pega Marco Aurélio”. 



Paulo Henrique Amorim


(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

O sarcófago do Real. >>>>Enquanto comemora o passado de 20 anos do Plano Real, o PSDB quer voltar a ser governo porque simplesmente não consegue e não aguenta mais ser oposição.

Antonio Lassance

PSDB

O PSDB reuniu seus próceres e alguns convidados ilustres, como os governistas de sempre, Renan Calheiros e Romero Jucá, para comemorar os 20 anos do Plano Real.

Atordoado com o indiciamento e a renúncia de Eduardo Azeredo (deputado do PSDB-MG); atropelado pelo escândalo da Siemens e chamuscado com o fio desencapado do caso Alstom; com a garganta seca pelo susto de uma crise de racionamento de água em São Paulo; enfim, com uma avalanche de notícias ruins, era preciso mudar de assunto.

Que tal como comemorar, pela enésima vez, mais um aniversário do Plano Real?

A celebração, embora feita no Senado neste dia 25, teve como referência o 27 de Fevereiro de 1994, data em que foi publicada a certidão de nascimento do Plano Real.

A Medida Provisória nº 434, assinada pelo presidente Itamar Franco, criava a Unidade Real de Valor (URV) e previa sua posterior substituição por uma nova moeda, o Real - o que viria a ocorrer em 1º. de julho daquele ano.

Aécio aproveitou o aniversário para criticar a política econômica do governo Dilma Rousseff. É seu foco principal, quase exclusivo.

Sua crítica mais ácida é que Dilma não respeita o tripé que sustenta o Plano Real: o cumprimento das metas de inflação, o câmbio flutuante e a manutenção de um superávit primário elevado. 

É difícil saber por que os tucanos reclamam. Das três vezes em que a inflação superou o teto da meta, duas foram no governo FHC (2001 e 2002).

(No vídeo acima, FHC faz um relato de alguns dos fracassos de seu governo)
 
O câmbio flutuante só foi implantado por FHC em seu segundo mandato, de uma forma tão atabalhoada que gerou a crise econômica mais aguda que o Real já atravessou. 

O Superávit primário foi sempre maior nos governos de Lula e Dilma do que ao longo do governo FHC (a página do Banco Central na internet traz as séries históricas que permitem fazer todas essas comparações).

Os tucanos reclamaram, na solenidade, que o PT não apoiou o Plano Real e não reconheceu o "legado" de FHC. De fato, o PT foi contra o Plano Real e carimbou de “herança maldita” a situação que recebeu em 2003.

Mas é fácil explicar a posição do PT. É isso o que se espera de um partido de oposição: que se comporte como oposição.

Difícil é entender que o próprio PSDB não tenha defendido o Real, com unhas e dentes, e não tenha se ufanado do legado de FHC durante as últimas três campanhas presidenciais. 

Em 2002, 2006 e 2010, os candidatos tucanos, José Serra e Geraldo Alckmin, varreram FHC para baixo do tapete. 

Renegaram o legado que FHC invoca. Deixaram para trás o que julgavam passado.

Hoje, Aécio celebra o passado. O PSDB tem mesmo boas razões para comemorar. Demorou 12 anos para o partido voltar a defender o governo FHC.

Antes que seja tarde, ambos, FHC e o PSDB, lutam para entrar para a História em uma posição melhor do que saíram. 

O governo tucano terminou com inflação retornando à casa de 2 dígitos, dólar fora de controle, zero de reservas internacionais, empréstimos do FMI, apagões e racionamento de energia. 

Eis uma parte importante do legado que, décadas depois, preferem que seja esquecida. 

Os tucanos seguiram à risca o provérbio de Pedro Malan, segundo o qual, no Brasil, até o passado é incerto. A aposta e a celebração, portanto, fazem sentido. Olhar o passado é sempre uma oportunidade para tentar reescrevê-lo.

O PSDB demonstrou, neste aniversário do Real, que sobrevive e resmunga em seu sarcófago, esperando o retorno de seus dias de glória.  

O partido quer voltar a ser governo porque simplesmente não consegue e não aguenta mais ser oposição.

O difícil é chegar lá dormindo o sono profundo de sua falta de projeto para o país e confinado à letargia de suas iniciativas.

Essa elite política destronada e embalsamada roga aos deuses do universo que a despertem e a conduzam ao seu Palácio; suplica que lhe devolvam o cetro, de preferência, em uma carruagem dourada.

Assim se explica que FHC tenha invocado, em seu discurso, a ajuda divina. Exclamou, ou praguejou, contra a reeleição de Dilma Rousseff: "De novo o mesmo, meu Deus?!"
 

(*) Antonio Lassance é cientista político.


FHC NO CENTRO DA CAMPANHA DO AECIO. ÔBA !


E nem uma palavrinha de apoio ao coitado do Azeredo. Gente ingrata …

Saiu no PiG (*) cada vez menos cheiroso, o Valor:

Em sessão solene do Congresso para homenagear os 20 anos do Plano Real, realizada ontem, o PSDB reforçou o empenho pelo resgate do legado do governo Fernando Henrique Cardoso. Após ter sido banida das campanhas do partido nas últimas três eleições presidenciais, a herança de FHC é agora apresentada como um dos principais suportes da candidatura do senador Aécio Neves (MG) em 2014. Além do ex-presidente tucano, principal homenageado, também participaram dois integrantes da equipe de economistas que formulou o Plano Real, Edmar Bacha e Gustavo Franco.

(O Padim Pade Cerra lá não pisou … Veja Em tempo 2 e 3.)

Como se sabe, nas derrotadas campanhas de 2002 (Cerra), 2006 (Alckmin) e 2010 (Cerra, depois derrotado, também, em 2012, na campanha para prefeito), os candidatos tucanos lançaram o Príncipe da Privataria ao mar.
Preferiam elogiar o Lula, chamar o Lula para o palanque e exaltar a Petrobras e o Banco do Brasil a citar, sequer, citar, o Príncipe.
Por que ?
Porque a rejeição ao FHC é monumental.
Ele não se elege vereador em Higienópolis.
(Ora, dirão os tucanos paulistas que o Aloysio 300 mil se elegeu senador com o FHC no palanque. Não é verdade. O Aloysio 300 mil se elegeu porque a Folha (**) – que ajuda a alimentar o ódio do Barbosa contra o Dirceu – e o Sírio Libanês mataram o Romeu Tuma.)
Por que o Aécio tirou o FHC do doce ostracismo ?
Porque o Aécio não tem nada a declarar.
Ele tem a densidade de um pão de queijo.
Sem o Príncipe, ele não tem patrimônio mental para escovar os dentes.
A entrada do Príncipe da Sociologia – e que em oito anos não construiu uma universidade – na campanha será recebida pelo João Santana com jubilo intenso.
A cada inserção do FHC no horário eleitoral do Aécio … menos trabalho.
O Príncipe só não é mais carismático do que a Bláblá, que agora deu para resolver os problemas da Ucrânia.



Em tempo: diz o Ataulfo (***), na colona (****) desta quarta-feira, que Dudu Campriles pretende ser a “terceira via”.  Tomara. A última “terceira via”, ou “terceira onda” foi o Mário Covas, em 1989, que acabou em quarto …

Em tempo2: Cerra lá não pôs os pés por dois motivos. Primeiro, porque ele quer que o Aécio se lixe. Segundo, porque, segundo relato jamais desmentido, Cerra foi contra o Plano Real. Só depois de muita insistência do próprio Mário Covas, ele admitiu, diante dos “pais”  do Real, sem nenhuma convicção, que apoiaria o plano do Presidente Itamar. Mais tarde, mesmo como Ministro do Planejamento (?) do FHC, ele dizia aos colonistas (****) que o chamam de “Serra”, que o Plano não passava de “populismo cambial”. Covas queria ele se comprometesse com o Plano para depois, se o Plano fracassasse, não sair por aí a dizer “eu não disse ?“ …

Em tempo3: por que o André Lara Resende, um dos “pais” do Real, lá não pôs os pés, ontem ? Com medo do Rubens Valente ? Clique aqui para ler sobre a chantagem e o Banco Matrix. 

Em tempo4: por falar nisso: de que vive o Cerra ? 

Em tempo5: e nem uma palavrinha de apoio ao coitado do Eduardo Azeredo. Gente ingrata …

Em tempo6: só faltava essa, a herança maldita que o Cerra deixou para o Aécio: R$ 8,7 milhões:

Marqueteiro cobra na Justiça dívida do PSDB de R$ 8,7 milhões de 2010



A cinco meses do início da campanha eleitoral gratuita no rádio e na televisão, o PSDB se vê às voltas com uma disputa interna que envolve R$ 8,7 milhões e opõe o presidente do partido, senador Aécio Neves, e o ex-governador José Serra. O valor é a atualização de uma dívida que o marqueteiro Luiz Gonzalez cobrou na Justiça, no início deste mês, por trabalho que diz ter prestado à campanha de Serra à Presidência em 2010. No comando do partido desde maio de 2013, Aécio não determinou o pagamento da dívida, o que levou Gonzalez a acionar a 2.ª Vara de Execução de Título Extrajudicial para tentar reaver o valor cobrado dos tucanos há quatro anos. Antes de Aécio, o PSDB era presidido pelo deputado Sérgio Guerra (PE), que também não autorizou o pagamento. 

(…)



Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

Bola rolando: Democracia x Mercados na AL

Esgotou a viabilidade de uma construção negociada da democracia social na AL, nos marcos da economia de mercado? O clássico truncado na Venezuela sugere que sim

por: Saul Leblon 



Ricardo Stuckert









A tentativa de construir  uma democracia social na América Latina – a região mais desigual do planeta--  tornou-se  um espinho na garganta do  jogral conservador.
Equiparar a igualdade de direitos civis ao seu equivalente no campo econômico significa levar a sério a democracia como o regime intrinsecamente dotado de  meios para dilatar seus próprios fins.

No limite, e em tese,  significa não pedir autorização ao dinheiro para transformar carências em direitos e dívidas históricas em lei.

A última palavra dependeria da competência progressista para adensar força e consentimento majoritário aos seus projetos e plataformas.

A experiência histórica latino-americana está coalhada de interpretações controversas acerca desse mandato atrelado à formação das grandes maiorias.

A coleção de golpes de Estado  espetados nas entranhas de seus distintos países  sugere que o princípio que equipara cada cidadão a um voto promete mais do que as elites locais estão dispostas a conceder.

O mercado fala por elas.

De um modo muito grosseiro, e ao largo das particularidades locais –o financiamento privado de campanhas no Brasil, por exemplo, distorce essa equivalência --  pode-se dizer que é em torno dessa dupla contradição que se trava a luta pelo desenvolvimento nos dias que correm.

Mercados e seu aparato ideológico dedicam-se diuturnamente à tarefa de capturar o imaginário social, algemar o Estado e amordaçar instituições para vestir o enforcador  no pescoço da democracia, apartando-a dos interesses majoritários da sociedade.

Movimentos progressistas, ao contrário, empenham-se na interminável repactuação de maiorias para submeter a lógica do dinheiro ao imperativo da democracia social, no passo seguinte da luta pelo desenvolvimento.

Toda assepsia que o neoliberalismo se empenha em promover na profundidade e abrangência da ação  pública e  estatal persegue esse objetivo de emascular as ferramentas da democracia.

Alto-falantes da emissão conservadora martelam diuturnamente a superioridade dos livres mercados para alocar recursos ao menor custo e com maior eficiência.

O oposto é esgrimido como um desastre inelutável.

O papel da democracia, desse ponto de vista, seria manso.

Limitar-se-ia a  sancionar o livre arbítrio de uma economia desregulada, para que a sua ‘imanente racionalidade’ pudesse se traduzir em geração de riqueza e ganhos de eficiência.

O que os tucanos ecoaram na efeméride dos 20 anos do Plano Real, nesta 3ª feira, é que a coalizão demotucana preparou a economia do país para isso ao domar a hiperinflação nos anos 90, privatizar instrumentos importantes da ação pública e  estreitar a inserção internacional do país (via endividamento interno e externo, sem dúvida).

O ciclo de governos do PT  teria desvirtuado esse saudável legado ao restaurar critérios, gastos e ferramentas que devolveram à esfera pública –e às urnas da qual esta depende—o poder de disputar o comando do desenvolvimento com os mercados.

O artigo divulgado  pelo ex-presidente Lula nesta mesma 3ª feira (leia a íntegra, abaixo) sugere o oposto.

Ao contrário da pretensão ortodoxa, mostra a análise escorada em farta artilharia estatística,  os governos do PT souberam extrair avanços  sociais e dinâmicas econômicas promissoras do conflito entre democracia e mercados nos últimos anos. A energia liberada por essa dialética abriu e ampliou  avenidas e liberou e adensou potencialidades secularmente reprimidas pelos centuriões das elites locais.

Ou terá sido pouco, do ponto de vista estritamente econômico, o surgimento de um mercado de massa (o famoso ‘Brasil CDE’, em menção aos três segmentos de renda popular), que representa hoje um consumo de R$ 1,3 trilhão?

Sozinho ele representaria a 16ª maior economia do planeta em poder de consumo. 
Queiram ou não os ortodoxos, esse estirão social e econômico do ciclo petista vai condicionar   o futuro do desenvolvimento brasileiro, sendo muito difícil subtrair-lhe essa prerrogativa, exceto em um horizonte retração das fronteiras da democracia.  

Segundo o Instituto de Pesquisa Data Popular, a lista de compras de 2014 dessa 16ª economia adicionada ao tecido econômico nacional comporta as seguintes grandezas: 10 milhões de viagens de avião, sendo que 3,7 milhões internacionais; 11 milhões de móveis; 6,5 milhões de geladeira;  5,7 milhões de máquinas de lavar;  11 milhões de notebooks; 8,7 milhões de televisores; 5,6 milhões de  tablets; 4,6 milhões desmartphones; 3,8 milhões de carros e cerca de  2 milhões de motos.

Mesmo sob a ótica estritamente capitalista fica difícil menosprezar a gigantesca fila em formação no caixa brasileiro.

A isso as manifestações tucanas pelo 20º aniversário do Plano Real reservaram o adjetivo de ‘desarrumação’.

Da alça de mira credenciada de Edmar Bacha, o economista que fala em nome de Aécio Neves, partiu o seguinte Molotov à black bloc:  ‘Se eleito, Aécio terá que promover o “desfazimento” de tudo que foi realizado nos últimos anos’.

Devolver o manche a quem, a exemplo de Aécio e do PSDB, tem competência para curetar os ‘desequilíbrios’ incorporados ao desenvolvimento latino-americano nos últimos 20 anos, contaria   com um aliado de peso, segundo a avaliação conservadora: a mudança de ciclo na economia mundial.


No raciocínio de Bacha e assemelhados, ela  estreitaria drasticamente a margem de manobra de uma gestão progressista do conflito estrutural entre a democracia e  mercados na condução do desenvolvimento.

Esse jogo está sendo jogado. 

Se o placar final vai dizer que, de fato, esgotou a viabilidade de uma construção negociada da democracia social na América Latina nos marcos da economia de mercado é impossível prever.

A bola está rolando.

A delegação reiterada pelos eleitores a Lula e Dilma, para promover ‘mudanças’ que 67% desejam para o Brasil, de acordo com o Datafolha, sugere que o tempo de jogo é bem maior do que pretende a torcida conservadora de boca grudada no alambrado.

 Em contrapartida, pelo que se assiste na Venezuela, o time progressista que se prepare: a essa altura do campeonato não se pode nutrir a esperança de que a prorrogação será regida  pelas normas do fair-play que asseguram a lisura do jogo.

O poder ofensivo e defensivo terá que ser repensado.

O tempo passa...

Leia a seguir a aposta de Lula:

Por que o Brasil é o país das oportunidades

Por Luiz Inácio Lula da Silva

Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que poucos podem apresentar.

Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social. O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.

Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência caíram em relação ao PIB.

Colocamos os mais pobres no centro das políticas econômicas, dinamizando o mercado e reduzindo a desigualdade. Criamos 21 milhões de empregos; 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e 42 milhões alcançaram a classe média.

Quantos países conseguiram tanto, em tão pouco tempo, com democracia plena e instituições estáveis?

A novidade é que o Brasil deixou de ser um país vulnerável e tornou-se um competidor global. E isso incomoda; contraria interesses. Não é por outra razão que as contas do país e as ações do governo tornaram-se objeto de avaliações cada vez mais rigorosas e, em certos casos, claramente especulativas. Mas um país robusto não se intimida com as críticas; aprende com elas.

A dívida pública bruta, por exemplo, ganhou relevância nessas análises. Mas em quantos países a dívida bruta se mantém estável em relação ao PIB, com perfil adequado de vencimentos, como ocorre no Brasil? Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2,58%, o melhor desempenho entre as grandes economias. E o governo da presidenta Dilma Rousseff acaba de anunciar o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.

Acumulamos US$ 376 bilhões em reservas: dez vezes mais do que em 2002 e dez vezes maiores que a dívida de curto prazo. Que outro grande país, além da China, tem reservas superiores a 18 meses de importações? Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas, ajustando o câmbio sem artifícios e sem turbulência. Esse ajuste, que é necessário, contribui para fortalecer nosso setor produtivo e vai melhorar o desempenho das contas externas.

O Brasil tem um sistema financeiro sólido e expandiu a oferta de crédito com medidas prudenciais para ampliar a segurança dos empréstimos e o universo de tomadores. Em 11 anos o crédito passou de R$ 380 bilhões para R$ 2,7 trilhões; ou seja, de 24% para 56,5% do PIB. Quantos países fizeram expansão dessa ordem reduzindo a inadimplência?

O investimento do setor público passou de 2,6% do PIB para 4,4%. A taxa de investimento no país cresceu em média 5,7% ao ano. Os depósitos em poupança crescem há 22 meses. É preciso fazer mais: simplificar e desburocratizar a estrutura fiscal, aumentar a competitividade da economia, continuar reduzindo aportes aos bancos públicos, aprofundar a inclusão social que está na base do crescimento. Mas não se pode duvidar de um país que fez tanto em apenas 11 anos.

Que país duplicou a safra e tornou-se uma das economias agrícolas mais modernas e dinâmicas do mundo? Que país duplicou sua produção de veículos? Que país reergueu do zero uma indústria naval que emprega 78 mil pessoas e já é a terceira maior do mundo?

Que país ampliou a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil para 126 mil MW, e constrói três das maiores hidrelétricas do mundo? Levou eletricidade a 15 milhões de pessoas no campo? Contratou a construção de 3 milhões de moradias populares e já entregou a metade?

Qual o país no mundo, segundo a OCDE, que mais aumentou o investimento em educação? Que triplicou o orçamento federal do setor; ampliou e financiou o acesso ao ensino superior, com o Prouni, o FIES e as cotas, e duplicou para 7 milhões as matrículas nas universidades? Que levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo? Abrimos mais escolas técnicas em 11 anos do que se fez em todo o Século XX. O Pronatec qualificou mais de 5 milhões de trabalhadores. Destinamos 75% dos royalties do petróleo para a educação.

E que país é apontado pela ONU e outros organismos internacionais como exemplo de combate à desigualdade?

O Brasil e outros países poderiam ter alcançado mais, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global, que se mantém estagnado. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do Fed. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil está entre os oito países do G-20 que tiveram crescimento do PIB maior que 2% em 2013.

O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo destruía 62 milhões de empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil criava 10,5 milhões de empregos. O desemprego é o menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.

Que país atravessou a pior crise de todos os tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?

Cometemos erros, naturalmente, mas a boa notícia é que os reconhecemos e trabalhamos para corrigi-los. O governo ouviu, por exemplo, as críticas ao modelo de concessões e o tornou mais equilibrado. Resultado: concedemos 4,2 mil quilômetros de rodovias com deságio muito acima do esperado. Houve sucesso nos leilões de petróleo, de seis aeroportos e de 2.100 quilômetros de linhas de transmissão de energia.

O Brasil tem um programa de logística de R$ 305 bilhões. A Petrobras investe US$ 236 bilhões para dobrar a produção até 2020, o que vai nos colocar entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. Quantos países oferecem oportunidades como estas?

A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?

Recentemente estive com investidores globais no Conselho das Américas, em Nova Iorque, para mostrar como o Brasil se prepara para dar saltos ainda maiores na nova etapa da economia global. Voltei convencido de que eles têm uma visão objetiva do país e do nosso potencial, diferente de versões pessimistas. O povo brasileiro está construindo uma nova era – uma era de oportunidades. Quem continuar acreditando e investindo no Brasil vai ganhar ainda mais e vai crescer junto com o nosso país.

(*) Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente da República e presidente de honra do PT