Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Entenda o boicote tucano ao leilão de energia. E porque não haverá “apagão”.

leilao

Nestes dias em que está difícil escrever de política, o tempo que tenho deve servir para dar ao leitor a informação que ele não terá na mídia ou que terá, mas tão encoberta que se torna difícil compreender.
E num tema que este blogueiro vem estudando atentamente.

Ontem, o comentário de Míriam Leitão na CBN – assim como sua coluna hoje, em O Globo, voltam a bater na tecla de que o Governo Federal deveria decretar um racionamento de energia elétrica, em razão da seca que faz os reservatórios das hidrelétricas ficarem abaixo do ideal.

Nem em um, nem em outro, uma palavra sequer sobre o fato de o abastecimento de água em São Paulo estar numa situação desesperadora.

Esqueça qualquer consideração técnica. O caso é que hoje está sendo realizado um leilão de comercialização de energia elétrica e o objetivo, além de majorar o preço, é evitar que  as geradoras ofereçam eletricidade a um preço viável para as distribuidoras e deixem o mercado de fornecimento a descoberto.

E quebraram a cara no resultado, embora ainda vão tentar sustentar que não se cobriu toda a necessidade de contratação do que é comprado à vista, hoje; 3,2 mil MW, por até 822,83 por MW.
Foram contratados 2,05  mil MW – dois terços do que hoje é  comprado à vista – por R$ 268 o MW, ligeiramente abaixo do preço máximo permitido, de R$ 271.

AAs previsões eram que 50% já seria um sucesso.

E porque isso aconteceu?

Porque não houve piora nas condições de armazenamento hidráulico do Sistema Integrado Nacional, mesmo não tendo havido em março e abril chuvas dentro da média histórica, muito ao contrário.
O armazenamento do Sudeste e Centro-Oeste termina março na casa dos 39%, contra pouco mais de 34% no final de fevereiro. A capacidade armazenada de todo o sistema nacional – que intercambia energia – passou de 38% para 43%.  No Rio Madeira, Santo Antonio voltou a operar algumas turbinas e Jirau colocou mais uma nova unidade em operação e houve o reforço de mais uma um pequena usina, a de Batalha, no Rio Grande, que começou a operar ontem.

Se o esvaziamento dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, o mais crítico,repetir este ano o período seco do ano passado – quando já se utilizou as térmicas como elementos de economia e registrou-se uma redução de 62,4 (29 de abril) para 45% (31 de outubro) – a previsão poderia ser de chegar-se ao período chuvoso com mais de 20% de energia armazenada. Pensando no pior cenário, talvez 15%.
E com a volta das chuvas o cenário teria uma mínima normalização, pois o “período chuvoso” deste ano só teve chuvas, mesmo, no nome. Foi, simplesmente, o pior da história desde que se tem registro.

É isso o que explica o sucesso do leilão.

Óbvio que ninguém vende no atacado por R$ 270 se pode encontrar cliente no varejo da R$ 820.
Mas também não deixa de vender a R$ 270 para guardar e, amanhã, ter de vender a R$ 100.
Exceto, é claro, as estatais do setor de energia nas mão de governos estaduais tucanos,  que não venderam energia no leilão, segundo o Valor.

Julgue você se estão sendo está sendo usadas politicamente para agravar a crise.

Não creio que a nossa valorosa imprensa se aventure a questionar Aécio sobre a atitude da Cemig ou o tal Beto Richa sobre a da Copel em boicotarem o leilão.

Os tucanos trouxeram a seca para a eleição e vão pagar caro por isso.

Porque ela traz São Paulo para este tema, também. E o quadro é muito mais dramático por lá.

O Cantareira terminará a semana a 10% de sua capacidade.

Há um ano, eram 63% – bem parecido com o volume dos reservatórios das hidroelétricas do Sudeste/Centro Oeste.

Em 31 de outubro, esse nível havia caído para 36,8.

Uma perda, portanto, de 26,2%.

Menos os 10% de reserva atual, tem-se um resultado negativo de -16% do volume útil do sistema, ou  156 bilhões de litros de déficit.

A visão otimista da Sabesp é de retirar até  200 bilhões de litros do “volume morto’.  Cálculo duvidoso, porque são represas de mais de 30 anos,  sofridas com o  assoreamento e acúmulo de substâncias nocivas no fundo, sobretudo metais pesados.

Como o amigo e a amiga sabem fazer contas, nota-se que a melhor das hipóteses e “chegar no talo” às chuvas.

Portanto, preparem-se: a pouca chuva, paradoxamente, faz fazer rolar muita água no período eleitoral.

1º de Maio: a encruzilhada brasileira


Ainda há tempo de esclarecer à sociedade o verdadeiro divisor de águas desta eleição. Essa é a atualidade do 1º de Maio de 2014. 

por: Saul Leblon
 
Arquivo



O jogral do Brasil aos cacos esforça-se por  convencer a sociedade de que seus pés tateiam  o precipício  no qual o PT  transformou tudo aquilo que um dia já foi uma economia  de fundamentos sólidos, um país de  vida aprazível.

Narra-se  o Brasil  abanando leques para os donos da casa-grande.

Dá-se a isso o nome de  jornalismo; o resto é ideologia.

A sofreguidão  prestativa mistura problemas reais e imaginários em  uma escalada arfante destinada a validar nas pesquisas  da semana seguinte  a crispação denuncista   emitida no período anterior.

Vive-se uma  circularidade. Soa quase como um bate bola entre amigos.

Esse churrasco de compadres, que se repete com regularidade conveniente,   incorporou   ao  rachão  o ambiente carimbado das bolsas de valores.

O jornalismo  isento grita fogo;  em rodízio disciplinado, institutos de pesquisa  perguntam  ao eleitor  ‘se já sentiu o  cheiro de queimado’; as bolsas  correm e precificam o rescaldo dando  ares de  consenso  ao incêndio  antipetista.

Analistas –todos isentos, ideológicos são os blogueiros que entrevistaram Lula--  cuidam de emprestar  à pantomima uma seriedade imiscível com a manipulação cotidiana que  jorra  de todo o processo.

Não se pode negar alguma eficácia ao jogo corrosivo que tem a seu favor  os flancos  que a  transição de ciclo mundial impõe à economia e ao governo brasileiros.

 Enquanto for capaz de manter o debate  do desenvolvimento sob a neblina dessa isenção,  o conservadorismo terá o mando do campo.

 Mas só o terá enquanto durar a omissão do PT e do governo.

Se estes resolverem  –enquanto ainda há tempo--   esclarecer à sociedade o custo  efetivo das soluções  propugnadas pela ortodoxia , o jogo pode mudar.

Trata-se de repor o verdadeiro divisor de  águas desta eleição.

O conservadorismo insiste que se trata de um embate  entre o precipício petista e a estabilidade que só os candidatos dos livres mercados podem restaurar.

Em primeiro lugar, há que se arejar a moldura.

O Brasil faz parte do mundo. O  jogo aqui é o mesmo  em curso em outras praças do capitalismo internacional.

A escolha, de fato,  consiste em reordenar a economia com o escalpo dos assalariados, como prescreve a restauração neoliberal  em curso; ou repactuar o futuro construindo uma democracia social, que sincronize ganhos de produtividade, crescimento e redistribuição da riqueza.

Essa é a encruzilhada do 1º de Maio de 2014.

Aqui e em todas as latitudes do planeta.

É ela também que repõe os termos da luta entre capital e trabalho, entre  Estado social e estado mínimo, entre Aécios,  Campos & Marinas  --tanto faz--  e o campo progressista nas eleições brasileiras de outubro próximo.

Talvez seja o pressentimento  dessas massas de forças em conflito que explica por que 72% dos eleitores consideram o governo Dilma entre ótimo, bom e regular (segundo a última CNT), apesar do bombardeio diuturno dos isentos rapazes da mídia.

O governo e o PT precisam ajudar essa intuição com  a força do  esclarecimento político para que a sociedade tenha a certeza de que  existe uma escolha a ser feita .

E que ela pode fazer a diferença entre o Brasil que somos e o que gostaríamos de ser.

O conservadorismo prefere entregar o timão da travessia  à mão invisível  dos livres mercados.

A escolha predefine o vencedor do embate com base nas regras que lhes são intrínsecas, a saber: desregulação de direitos  trabalhistas, choque de juros, arrocho fiscal, liberdade irrestrita aos capitais e privatizações.

A  repactuação democrática do desenvolvimento, ao contrário, traz o embate para o delicado campo da negociação política; inclui prazos, sacrifícios e metas a serem pactuados em sintonia com  ganhos de  produtividade e crescimento que deem coerência macroeconômica ao processo.

Trata-se de promover  uma mudança na correlação de forças pós-crise de 2008. E de fazer da campanha de outubro o seu cenário.

A opção conservadora é mais simples e direta.

 Desde a estrutura do Estado, aos ventos internacionais, passando pela  prontidão plutocrática, até aos aparelhos ideológicos da sociedade, com a prestimosa turma do jornalismo isento à frente, tudo está  em linha para deflagrá-la.

O que atrapalha o cortejo é presença contraditória do PT na direção do país desde 2003.

Com as consequências sabidas.

A principal delas sendo a emergência de um novo protagonista representado pela ascensão de  53% dos brasileiros, que,  sozinhos,  formam  hoje  o 16º maior mercado popular do mundo.

O que fizeram os governantes das economias desenvolvidas desde os anos 90 — com os aplausos obsequiosos do dispositivo midiático local  — foi lubrificar uma espiral inversa.

Essa  à qual  o conservadorismo pretende  alinhar o país, se vencer em outubro.

Tome-se o caso mais ameno dos EUA, para não insistir no funeral econômico promovido na Europa pela rendição  socialista, para júbilo da extrema direita.

Nos EUA, ao contrário, há uma  recuperação nos indicadores de mercado.

Mas ela  não impede que o prestígio de Obama derreta aos olhos da sociedade, que hoje lhe atribui taxa de aprovação equivalente a de Bush nos piores momentos.

Por quê?

Porque   a propalada retomada   não inclui o resgate dos mais pobres, nem  a reincorporação da classe média no comboio dos vencedores.

O  grande séquito dos ‘ loosers ‘ norte-americanos  não foi obra do improviso.
Desde os anos 70, com as reformas neoliberais, a participação do trabalho na renda mundial declina.

 Recente debate promovido pela rádio Brasil Atual mostrou, por exemplo, que 2/3 das nações integrantes da ONU promoveram cortes em direitos trabalhistas nas últimas décadas.

Os EUA foram o palco de uma das decepações  mais drásticas.

 Hoje, a parcela da renda destinada aos trabalhadores  norte-americanos  está no  nível mais baixo desde 1950.

Os lucros das grandes corporações, em contrapartida, consomem a maior fatia do bolo já registrada desde 1920.

Esse arrocho estrutural  --associado a distorções cambiais—explica em boa parte  a brutal diferença de custo  entre fabricar  manufaturados no  Brasil e nos EUA.

Em 2004, segundo dados publicados pelo Valor Econômico, o custo da indústria brasileira era 3% menor que o da norte-americana; hoje é 23% maior.

 O fato de Obama não ter conseguido até agora reajustar um salário mínimo congelado há 15 anos, diz muito sobre as escolhas de futuro embutidas nessa diferença de competitividade.

Se por um lado ela inclui opções indesejadas, por outro é evidente que a construção de uma democracia social no Brasil exige respaldar  seu custo em contrapartidas  de produtividade, sem as quais a artificialidade do processo desembocará  em uma espiral salários/preços de consequências  sabidas.

Restaurar o modelo neoliberal, em contrapartida,  como quer o conservadorismo, é repetir o percurso que desembocou justamente no colapso de 2008, e hoje catapulta a extrema direita na Grécia,  França, Inglaterra (leia  a  análise de Marcelo Justo; nesta pág).

Não apenas isso.

Foi sobre  uma  base de renda e trabalho esfacelados  pela transferências de empregos  às ‘oficinas asiáticas’, que se instalou a desordem  neoliberal.

A asfixia desse arranjo capitalista só não explodiu antes de 2008, graças à válvula de escape do endividamento maciço de governos e famílias, que atingiu patamares  insustentáveis na bolha imobiliária norte-americana, espoleta da maior crise do capitalismo desde 1929.

Quando as subprimes gritaram — ‘o rei está nu’, todo o edifício de uma ciranda financeira ancorada no crédito sem poupança (porque sem empregos, sem renda e sem receita fiscal compatível) veio abaixo.

A tentativa atual de  ‘limpar o rescaldo’ resgatando apenas seus gargalos financeiros  --salvando os bancos e arrochando ainda mais os assalariados e os pobres — é mais uma forma de perpetuar a essência da crise do que de enfrentar as suas causas.

É nessa roleta russa que o conservadorismo quer engatar o futuro do Brasil.

O jogo, portanto, é pesado.

 Controlar as finanças desreguladas é um pedaço do caminho para controlar a redistribuição do excedente econômico, ferozmente concentrado nas últimas décadas, na base do morde e assopra – -arrocho de um lado, crédito do outro.

 Preservar o modelo, adicionando-lhe  a contração do crédito, como se tenta agora, desemboca nas manifestações mórbidas de totalitarismo em curso na Europa.

A produtividade imprescindível à renovação dessa engrenagem requer a construção de um outro percurso. Distinto da compressão dos holerites, do emprego e dos direitos sociais preconizado pelos jornalistas isentos.

A pactuação política de um novo ciclo de  expansão da economia certamente  é um caminho mais longo que o ajuste instantâneo oferecido pelo ferramental ortodoxo.

Mas o Brasil ainda preserva em seu metabolismo uma estrutura de organização social e sindical que pode e deve ser rejuvenescida com essa finalidade.

 Dispõe, ademais de um bloco progressista que mudou, para melhor, a face da sociedade em mais de uma década à frente do Estado.

As eleições de 2014 configuram uma derradeira oportunidade para as duas pontas renovarem seu estoque de força e consentimento na repactuação dessa heresia histórica.

Ou seja, construir um Estado social em uma nação em desenvolvimento.

A alternativa,  repita-se, é arrocho.

Pasadena: a Dilma roubou ? E a Graça ? O Cláudio Haddad, o Fábio Barbosa e o Gerdau roubaram ?

Imbassahy e ACM: é tudo a mesma sopa !

Toda a discussão em torno de Pasadena desaguou agora em seu leito natural: a Big House  e seus  instrumentos no PiG (*) e no Congresso  embarcaram no Golpe do impeachment.

O resto é o luar de Paquetá.

A CPI da partilha da partilha não vai rodar em cima do capex, da revamp e da put option.

Isso não vai a lugar nenhum.

O que está em jogo é: quem roubou ?

O Gabrielli roubou ?

A Graça roubou ?

A Dilma roubou ?

O Lula roubou ?

O Cerveró roubou ?

O Cláudio Haddad roubou ?

O Fábio Barbosa roubou ?

O Gerdau roubou ?

Os três últimos, empresários, como se sabe, coonestaram a “roubalheira”.

Portanto, é preciso explicar logo onde está o dolo.

O tal diretor que está em cana, preso na “Operação Lavajato” da Polícia Federal – clique aqui para ler “o Padilha vai processar a PF ?” e aqui para ver “o vazamento do agente PiG ao Estadão” – terá suas responsabilidades apuradas, de acordo com a lei.

Não será o primeiro executivo de uma grande empresa eventualmente apanhado em ilícito.

Então, cadê o dolo, deputado Imbassahy ?

Será que o sargento Prisco sabe, aquele tucano aliado e líder da rebelião de PMs na Bahia ?

Isso é o que a CPI haverá de demonstrar de forma solar !

Cadê o dolo ?

Quem embolsou a grana ?

(Trata-se, aqui, da CPI da partilha da partilha e, não, a outra, que vai tratar dos tucanos. Nessa, a do trensalão, a resposta é mais fácil.)


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Padilha vai processar a PF ? Vazamento da PF é da categoria “criminal”.

Saiu na primeira pagina do Estadão em comatoso estado:

“Doleiro teria (sic) influência sobre Padilha, aponta (sic) PF”.

Lá dentro, na pág A8, lê-se:

“Se o Padilha ganhar o governo ajudo ele e muito”, disse o doleiro de tucanos, o Youssef.

Segundo os dois (dois !) repórteres do Estadão, para a PF, o diálogo grampeado “indica (sic) possivelmente (sic) que Youssef tem (sic) influência política junto (sic) ao candidato do Governo de São Paulo, Alexandre Padilha”.

“Junto” como ?

O Padilha lava dinheiro com o Youssef ?

O Padilha joga biriba na casa do Youssef ?

O Padilha também tinha conta no Banestado ?

“Junto”, como ?

Quem dirige esse inquérito em que aparece o Padilha mais do que o Youssef ?

Quem vaza ?

Padilha já entrou na Justiça contra o deputado André Vargas.

O que fazer diante dessa Polícia Federal do zé da Justiça, essa PF que, um dia, ainda vai derrubar a Dilma ?

Não basta fazer, como ele disse aos disciplinados “entrevistadores” do PiG (*) no Roda Morta: pedir à PF a íntegra do inquérito.

Neste caso e da Petrobras, a PF atravessou a barreira da legalidade.

Sem líder, sem chefe, sem Governo, ela se tornou o braço armado do Golpe !

Se o Governo Federal não faz nada, – sabe como é, amigo navegante, quem nasce pra zé … – cabe ao Padilha reagir: porque, se não, a PF acaba com a candidatura dele.

Não é o Youssef.

Não é o Vargas.

É o zé !

Em tempo: esta é a nota oficial da campanha do Padilha sobre a interpelação a Vargas e o pedido de acesso aos vazadores da PF:

São Paulo, 29 de abril de 2014 – O advogado Marcelo Nobre, que representa o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, protocolou em cartório nesta terça-feira (29/04), em Brasília, interpelação solicitando esclarecimentos ao deputado federal André Vargas. O deputado deverá explicar o uso indevido do nome de Alexandre Padilha em mensagem escrita por ele, e interceptada pela Polícia Federal. Procurado pelo oficial responsável pela intimação, André Vargas não foi localizado hoje em Brasília. Nova tentativa será feita nesta quarta-feira (30/04) e pelo tempo necessário até que o deputado seja efetivamente notificado.

O advogado Marcelo Nobre também formalizou na segunda-feira (28/04) um pedido de acesso integral aos autos eletrônicos de investigação da Polícia Federal.

As medidas, com respaldo legal, são mais uma demonstração da seriedade e da transparência com que Alexandre Padilha tem tratado a questão do envolvimento indevido do seu nome na operação da Polícia Federal, mesmo sem ter nenhuma acusação ou denúncia contra ele.


Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Para reflexão !


Padilha vai ao Roda Viva: qual a imagem que se cristalizará para os paulistas?


Extraído do site carta maior.

Entre a Saúde e a Segurança, entre sua trajetória e a narrativa da grande mídia, qual a impressão deixada por Alexandre Padilha após o Roda Viva?


Arquivo

Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo estadual de São Paulo, foi o convidado de ontem do programa Roda Viva, da TV Cultura. A participação do ex-ministro da Saúde do governo Dilma registrou ótimos momentos, mas também outros de maior dificuldade. Diante de uma bancada de jornalistas – alguns bem preparados, outros nem tanto – solidária em uma uníssona e hostil busca em colocar o entrevistado nas cordas, o resultado geral pode até ser considerado positivo. O vídeo com a íntegra do programa está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ck0Rd0Yv9Hk 



Como esperado, um dos temas mais explorados pelas perguntas foram as questões relacionados à narrativa da grande mídia sobre o PT – Mensalão, doleiros, Operação Lava Jato da Polícia Federal, André Vargas, etc. 

Além de buscar explicar com cuidado as situações que envolveriam mais diretamente seu nome, Padilha tratou de aproveitar a oportunidade para se apresentar e construir uma imagem positiva junto ao telespectador. Nesse sentido, muitas vezes priorizou o registro de aspectos interessantes de sua trajetória (e até mesmo pitorescos), lançando mão de duas qualidades suas inegáveis: o carisma e a capacidade técnica. 

Falou de sua torcida pelo Corinthians, de sua trajetória na universidade e na medicina, da importância do espírito de cooperação na política, da força e riqueza presentes na história de São Paulo, bem como de seus desafios e diversidade. Contou, ainda, de suas idas ao Campo Limpo (e bairros do entorno) “ainda sem asfalto” acompanhadas por sua mãe, que algumas décadas atrás buscava levar saúde e assistência aos mais necessitados dessa região da capital paulista.

As dificuldades em se construir uma candidatura do PT nesse momento no Estado de São Paulo e de se afirmar uma imagem positiva do candidato Padilha surgiram de forma categórica por meio de perguntas de dois entrevistados. E receberam respostas firmes do pré-candidato.

Quando Germando de Oliveira, do jornal O Globo afirmou que a candidatura de Padilha estava na defensiva, o pré-candidato do PT tratou de destacar que cresce nas adversidades. Oliveira analisou que Padilha vinha atacando o governo Alckmin nos temas da violência e da água. E que agora teria de jogar na defensiva, diante da CPI da Petrobras a investigar o governo Dilma, dos cerca de 2% de intenções de votos de Padilha registradas em algumas pesquisas, das denúncias recentes envolvendo seu nome, etc. 

Padilha então respondeu: “Estou na ofensiva” e reafirmou crescer na adversidade. O ex-ministro de Dilma relembrou que lhe diziam para não implementar o Mais Médicos, “mas implementei, pois havia 50 milhões de brasileiros sem acesso à saúde”. Para Padilha, o que ele vem mostrando sobre o governo Alckmin, as criticas sobre a água, as informações e debates levantados, “estão incomodando muita gente. Então, recebo respostas agressivas, grosserias”. Ele afirmou que pretende “continuar trazendo essas informações. Esclarecendo sobre as acusações de terceiros. E construindo as propostas pro Estado”, convidando os telespectadores a participar.

Mais ao final do programa, quando Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo afirmou que Padilha lembrava a atuação de políticos tradicionais, que escapavam das perguntas mais difíceis com evasivas, Padilha foi bastante incisivo ao dizer que havia sim respondido, mas que “talvez eu não tenha dado a resposta que você esperava”.

Saúde e Segurança
O programa também girou muito em torno de duas questões que se encontram no centro das preocupações dos brasileiros hoje: a saúde e a segurança pública.

No tema da saúde, pode-se dizer que Padilha nadou de braçadas. Demonstrou muito conhecimento, propostas e resultados para a área. Quando um telespectador indagou se Padilha já havia feito tratamento em hospital público, o ex-ministro da Saúde do governo federal destacou que não possui plano de saúde privado, que sempre optou por não ter, mas que também não criticava quem tinha plano. 

Ainda na área da saúde, Padilha trouxe à tona sua perspectiva de que a saúde deve ser para todos, com qualidade e tratamento humanizado e que atenda de forma prioritária aos mais necessitados. Fernando Rodrigues trouxe dados de artigo publicado na Folha, segundo o qual o governo federal não teria investido 17 bilhões de reais na saúde em 2013, além de ter fechado algumas dezenas de hospitais públicos nos últimos anos. 

Padilha falou que boa parte das instituições fechadas eram manicômios – num total de 14 mil leitos – e que novos hospitais, com um novo perfil, mais completo e complexo, estão sendo construídos, bem como unidades de atendimento mais compatíveis com as necessidades atuais da população. Mesmo assim, ficou a impressão de que faltaram elementos para responder de cabo a rabo à crítica dos hospitais fechados. Ele afirmou que o ministério da Saúde poderia responder com os dados atuais. Quanto aos 17 bilhões de reais, certamente parece ser questão para o ministério da Fazenda, o Banco Central e seus infindáveis superávits responder.

No tema da segurança, um dos mais difíceis para qualquer candidato hoje no Brasil, Padilha foi brindado com uma pergunta dificílima e elaboradíssima por parte de Maria Cristina Fernandes, editora de política do Valor Econômico. A jornalista trouxe à baila vários dados sobre aumento da violência entre 2007 e 2010 em Estados governados pelo PT – como Bahia, Piauí e Pará. O pré-candidato do PT questionou o fato de os dados irem somente até 2010, e que haveria avanços a mostrar desde então, passando a citar avanços em alguns municípios administrados pelo PT, além de destacar o tanto que São Paulo é diferente dos demais Estados elencados pela editora do Valor. 

De todo modo, ficou a sensação de que a candidatura de Padilha ainda possui um bom caminho para construir suas propostas e análises nessa área da segurança pública – que é, como bem se sabe, um desafio real colocado para todo o Brasil, e todos os governos: federal, estaduais e municipais. 

Para atender às expectativas e necessidades do povo de São Paulo, o ex-ministro de Dilma e Lula afirmou que deverá contar com a colaboração de Márcio Thomaz Bastos e Paulo Lacerda, respectivamente titulares do Ministério da Justiça e da Polícia Federal em parte da gestão de Lula à frente da presidência. 

Padilha afirmou que também pretende basear seu plano de governo nessa área em experiências exitosas do PT em municípios grandes e médios, ao lado de iniciativas de sucesso de outros estados, no potencial das próprias polícias paulistas, na colaboração da sociedade (por exemplo por meio do uso inteligente de câmeras particulares), além de políticas exemplares de prefeituras dos EUA – como Nova Iorque e Chicago. 

Mais Médicos, Cuba e programa

No debate do Mais Médicos, mostrou que está preocupado sobretudo com a saúde dos brasileiros e paulistas, defendendo muito bem o programa e seus resultados. Indagado sobre as condições de trabalho dos médicos cubanos e se apoiava esse tipo de situação, Padilha afirmou: “Não quero discutir Cuba, quero valorizar o atendimento feito por esses médicos. É uma carreira desse tipo, que trabalha por missões internacionais. As regras lá são essas”. Diante da insistência da bancada no tema, o ex-ministro da Saúde afirmou que “Há pessoas que querem fazer essa polarização com Cuba, mas vieram médicos de vários países”.

O debate sobre o tema se prolongou e, diante da negação de Padilha em classificar o regime cubano como ditadura, ou de comentar questões internas do país, a conclusão dos interlocutores foi de que então ele apoiava o autoritarismo e a ditadura cubana. Padilha reafirmou que não cumpria a ele debater o regime de outro país, mas que abominava qualquer tipo de ditadura e autoritarismo e que tinha grande compromisso com a democracia. Contou histórias familiares riquíssimas, lembrando que nasceu em meio a uma ditadura no Brasil, e que só pode abraçar seu pai pela 1a vez aos oito anos de idade – pois o pai vivia no exílio.

Diante dessa sequência sobre Cuba no Roda Viva, poderia ser interessante que nas próximas rodadas do programa os jornalistas perguntassem para outros candidatos o que acham, por exemplo, das intervenções dos EUA no Iraque e outros países, ou como veem as práticas de interrogatórios estadunidenses na base de Guantánamo. Mas talvez seja pedir demais. 

Bastaria que os jornalistas mostrassem preocupação com a ditadura que existiu no Brasil entre 1964 e 1985, e demonstrassem que comungam com Padilha do repúdio a esse período que assombrou o país. Mas isso não foi pauta – ao menos na noite de ontem.

Como sabido, o cenário descrito nos último parágrafo é por demais improvável. Então, a pergunta que fica mesmo é o que mais importará para os cidadãos paulistas ao final desse Roda Viva – e da campanha que virá. 

Augusto Nunes, apresentador do Roda Viva, dá pistas de por onde os debates sobre a eleição seguirão, ao menos na narrativa da grande mídia (e talvez da TV Cultura). “Eu honestamente preferiria começar já, de abrir o programa, com a discussão de programas administrativos – o que faremos, com bastante tempo, ao longo da conversa. Mas eu vou mudar o assunto porque fatos divulgados a partir de sexta-feira se impuseram de tal forma no noticiário que o senhor mesmo interrompeu, suspendeu os compromissos da agenda para esclarecer o assunto. E acho que aqui o senhor terá a oportunidade de fazê-lo de vez”.

Diante das questões colocadas, o eleitorado considerará mais importante os resultados do Mais Médicos ou as opiniões (ou a falta delas) de Padilha sobre Cuba? Os paulistas, afinal, apostarão num candidato que possui história – e tarimba – especialmente na área da saúde e que buscará trazer propostas novas para o Estado, por exemplo nas áreas da segurança e da gestão da água? Ou destinarão mais fichas ao partido que governa São Paulo há quase duas décadas (ou mais, segundo cálculos que levam em consideração a situação de fato, e não somente a institucional)? Com a palavra, o futuro de São Paulo, de Padilha e dos paulistas.

Ação de doadores do PT contra Gilmar Mendes irá ao Plenário do STF


Em 26 de março passado, o escritório de advocacia Alonso, Freire e Chryssocheris protocolou no Supremo Tribunal Federal petição contendo pedido de interpelação do ministro Gilmar Mendes por ter afirmado, publicamente, que os cidadãos que fizeram doações em dinheiro aos petistas José Genoino, José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha para fazerem frente às multas que lhes foram impostas pela Ação Penal 470, vulgo julgamento do mensalão, seriam suspeitos de “lavagem de dinheiro”.
Por orientação do escritório de advocacia, este Blog, onde foi feita a campanha para que doadores dos petistas ingressassem na Justiça contra acusação dessa monta, deixou de publicar a petição inicial interposta no STF a fim de só dar informações após a conclusão do primeiro passo do que é, simplesmente, uma luta por Justiça, pois a acusação que os interpelantes sofreram do interpelado lhes causou graves constrangimentos morais e, em alguns casos, até danos materiais, pois sobre eles foi levantada uma grave suspeita diante de parentes, amigos, empregadores, sócios, clientes etc.
Diante de tal gravidade da situação, os signatários da interpelação do ministro Gilmar Mendes somaram-se em 205 pessoas físicas com nome, RG, CPF, profissão, endereço, telefone e procuração assinada para os advogados ingressarem com a ação no STF.
Abaixo, a petição inicial firmada por 205 cidadãos. A fim de preservar os dados dessas pessoas, as 13 páginas em que o nome de cada um deles figura será publicada em formato minimizado. O post prossegue após a petição.
- Número Único: 99580497320141000000
- Identificação da Petição: PI 14008/2014
- Processo AC 3598.
 - PET 5.159.
 - Relator: Ministro Luiz Fux.
Essas mais de duas centenas de pessoas não foram as primeiras a ingressar com a ação. Logo após as declarações de Gilmar Mendes que motivam toda a questão, o Partido dos Trabalhadores ingressou com pedido de interpelação no STF, mas o ministro-relator sorteado, o ministro Luiz Fux, recusou o recebimento da medida por entender que o PT não seria a vítima das supostas declarações difamatórias do interpelado; as vítimas seriam os doadores.
Semanas depois, uma pessoa de Minas Gerais que doou aos condenados do julgamento do mensalão também interpelou Mendes e, mais uma vez, o ministro Fux negou prosseguimento da ação, agora por entender que, mesmo sendo uma das vítimas, aquela pessoa não teria o que perguntar ao seu acusador, pois suas acusações foram inequívocas e, assim, segundo a interpretação da lei feita por aquele relator, haveria que ingressar diretamente com processo contra Mendes com base no artigo 144 do Código Penal, que trata de crimes contra a honra.
Sorteado pela primeira vez para analisar a interpelação do PT, o ministro Fux ficou com o assunto sob seu escrutínio monocrático, ou seja, tornou-se o “dono” da ação assim como o ministro Joaquim Barbosa tornou-se o “dono” da execução penal exclusivamente dos petistas condenados pelo julgamento do mensalão. Foi Fux, portanto, quem também analisou a interpelação das 205 pessoas que este Blog organizou para interpelarem Mendes.
Parece desnecessário dizer que a sentença de Fux sobre também esse pedido de interpelação foi a mesma dos pedidos anteriores. Confira, abaixo, a decisão de Fux.
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SENTENÇA DO MINISTRO RELATOR LUIZ FUX

PEDIDO DE EXPLICAÇÕES EM JUÍZO (ART. 144 DO CÓDIGO PENAL). AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES PARA A INTERPELAÇÃO JUDICIAL.  INEXISTÊNCIA DE DÚVIDAS A SEREM SANADAS POR MEIO DESTE PROCESSO CAUTELAR. PETIÇÃO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.
Decisão: Cuida-se de pedido de explicações em juízo promovido por Airton Miguel de Grande e outros em face de Sua Excelência o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Ferreira Mendes.
O pedido tem por objeto o esclarecimento de declarações realizadas à imprensa no dia 04 de fevereiro de 2014, oportunidade em que o Requerido, segundo os Autores, teria sugerido a prática de suposto crime de lavagem de dinheiro pelo Partido dos Trabalhadores por meio das milionárias doações feitas em favor de diversos réus condenados na AP 470.
Aduzem que o presente pedido de explicações visam esclarecer o exato alcance das declarações do Requerido e a quem se destinou.
Acrescentam, outrossim,  que os esclarecimentos poderiam servir de preparação para o ajuizamento de ação penal privada por crimes contra a honra praticados pelo Requerido.
É o relatório. Passo a decidir.
A presente interpelação judicial, conforme narrado, foi proposta por pessoas naturais que realizaram doações em favor de diversos réus condenados na AP 470.
O requerimento solicitando explicações se afigura como medida processual de cariz eminentemente preparatório, constituindo-se, bem por isso, em providência de caráter cautelar destinada ao oferecimento ulterior de ação penal principal relativa a crimes contra a honra (i.e., calúnia, injúria e difamação). Nela, o Requerido é instado a esclarecer o sentido e, especialmente, as intenções, das opiniões por ele manifestadas.
Com efeito, a formulação de interpelação judicial é, justamente, postular a concessão de provimento cautelar de natureza penal, no intuito de esclarecer situações em que exista dubiedade ou equivocidade. Dito de outro modo, o oferecimento de interpelação judicial reclama que, das referências ou opiniões manifestadas pelo Requerido, seja possível inferir o ultraje à honra, objetiva ou subjetiva, dos Requerentes, de sorte a configurar a calúnia, a injúria ou a difamação. Precisamente por isso, os únicos legitimados são as pessoas naturais atingidas concretamente pelas manifestações proferidas.
Impõe-se, destarte, verificar, inicialmente, se a pretensão veiculada pelos Interpelantes preenche (ou não) os pressupostos legitimadores da utilização do pedido de explicações em juízo. E, ao examinar o pedido, amparado na mais abalizada doutrina e a jurisprudência dos Tribunais, assento ser manifestamente incabível tal pleito. É que a interpelação judicial somente pode ser manejada nas hipóteses em que o Interpelante tenha dúvidas acerca do suposto conteúdo ofensivo das palavras prolatadas pelo Interpelado. Em outras palavras, restam ausentes os pressupostos autorizadores da interpelação judicial sempre que inexistirem dúvidas acerca do conteúdo moralmente ofensivo das afirmações questionadas, bem assim nos casos em que não se vislumbra, por parte do Interpelante, incerteza a propósito dos destinatários de tais declarações, aí não terá pertinência nem cabimento. E é exatamente o que in casu ocorre.
Decerto, os próprios Interpelantes, na petição inicial, não possuem quaisquer dúvidas de que o Interpelado lhe maculou a honra, sobretudo quando afirmou categoricamente que “em 04 de fevereiro de 2014, o interpelado (cidadão Gilmar Ferreira Mendes), após uma sessão no STF, deu uma declaração, com evidente cunho político/opositor, sugerindo a potencial ocorrência de crimes de lavagem de dinheiro sem o mínimo de indício probatório para tanto”. Na sequência, e no mesmo sentido, salientaram que “o interpelado expressou publicamente seus pensamentos, sugerindo potencial ocorrência de crimes de ‘lavagem de dinheiro’ e corrupção (crime antecedente), em desacordo com o basilar princípio da presunção de inocência, carecendo de qualquer análise fática e documental em relação à rede de solidariedade para o pagamento das multas. Por fim, destacaram, ainda, que “a declaração do interpelado, amplamente veiculadas por diversos meios de comunicação, sugere a potencial ocorrência de lavagem de dinheiro na rede de solidariedade que arrecadou dinheiro para o pagamento das multas dos condenados José Genoíno, José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha. (…) Portanto, a declaração, com evidente cunho político, caso não seja esclarecida, tem potencial atributo para configurar o (s) crime (s) de calúnia e/ou difamação”.
Destarte, falece a admissibilidade da presente interpelação, máxime porque os Interpelantes não demonstram dúvidas, tal como se extrai de sua peça vestibular, de que efetivamente ocorreram as ofensas à sua honra e imagem. Daí por que entendo ser inadmissível a presente interpelação judicial com pedido de explicações, na linha da remansosa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, verbis.
EMENTA: INTERPELAÇÃO JUDICIAL. PROCEDIMENTO DE NATUREZA CAUTELAR. MEDIDA PREPARATÓRIA DE AÇÃO PENAL REFERENTE A DELITOS CONTRA A HONRA (CP, ART. 144). PEDIDO DE EXPLICAÇÕES AJUIZADO CONTRA A SENHORA PRESIDENTE DA REPÚBLICA E CONTRA O SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL LIMITADA, UNICAMENTE, À SENHORA PRESIDENTE DA REPÚBLICA, POR DISPOR DE PRERROGATIVA DE FORO, “RATIONE MUNERIS”, PERANTE ESTA SUPREMA CORTE, NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS. EXCLUSÃO DO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. IMPUTAÇÕES ALEGADAMENTE OFENSIVAS AO PATRIMÔNIO MORAL DO INTERPELANTE. RECONHECIMENTO, POR ELE PRÓPRIO, DE QUE AS AFIRMAÇÕES QUESTIONADAS OFENDERAM-LHE A DIGNIDADE E O DECORO. AUSÊNCIA, EM TAL CONTEXTO, DE DUBIEDADE, EQUIVOCIDADE OU AMBIGUIDADE. CONSEQUENTE INEXISTÊNCIA DE DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DE TAIS AFIRMAÇÕES. INVIABILIDADE JURÍDICA DO AJUIZAMENTO DA INTERPELAÇÃO JUDICIAL, POR FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. PEDIDO DE EXPLICAÇÕES A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.
(…)

- O pedido de explicações, admissível em qualquer das modalidades de crimes contra a honra, constitui típica providência de ordem cautelar, sempre facultativa (RT 602/368 – RT 627/365 – RT 752/611 – RTJ 142/816), destinada a aparelhar ação penal principal tendente a sentença condenatória. O interessado, ao formulá-lo, invoca, em juízo, tutela cautelar penal, visando a que se esclareçam situações revestidas de equivocidade, ambiguidade ou dubiedade, a fim de que se viabilize o exercício eventual de ação penal condenatória.
(…)
Onde não houver dúvida em torno do conteúdo alegadamente ofensivo das afirmações questionadas ou, então, onde inexistir qualquer incerteza a propósito dos destinatários de tais declarações, aí não terá pertinência nem cabimento a interpelação judicial, pois ausentes, em tais hipóteses (como sucede na espécie), os pressupostos necessários à sua adequada utilização. Doutrina. Precedentes.
(…)
Sendo assim, e em face das razões expostas, tenho por inadmissível a presente “interpelação judicial com pedido de explicações”, motivo pelo qual nego-lhe seguimento nesta Suprema Corte.    Arquivem-se os presentes autos.     Publique-se. Brasília, 21 de fevereiro de 2014. Ministro CELSO DE MELLO  Relator (Pet 5146 / DF – DISTRITO FEDERAL PETIÇÃO Relator(a):  Min. CELSO DE MELLO Julgamento: 21/02/2014 Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe-041 DIVULG 26/02/2014 PUBLIC 27/02/2014) (Grifamos):
Ex positisnego seguimento à presente petição de interpelação judicial, ante a ausência dos pressupostos autorizadores para a sua propositura, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Publique-se. Int..
Brasília, 22 de abril de 2014.
Ministro Luiz Fux
Relator
Documento assinado digitalmente
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Fux negou três tentativas de interpelação de Gilmar Mendes, o acusador dos doadores antes tão verborrágico, mas que, agora, parou de falar. Inclusive nos autos. Foi à mídia, acusou e, quando interpelado, fecha-se em copas. Meses se passaram, a investigação que Mendes pediu ao Ministério Público contra os doadores não teve seu resultado divulgado, o assunto desapareceu da mídia, mas o dano ficou aos acusados.
Todos os que ingressaram com interpelação contra Gilmar Mendes poderiam simplesmente entrar com a ação pelos crimes previstos no artigo 144 do Código Penal, mas é claro que aí haveria um processo bem mais demorado, sujeito à Pauta do STF que quem estabelece é outro ministro cujas opiniões sobre o julgamento do mensalão são extremamente semelhantes às do ministro Gilmar Mendes.
Antes de prosseguir com o processo, portanto, há que recorrer ao Supremo contra a flagrante disposição do ministro Luiz Fux de não permitir que o acusador dos doadores dos condenados do mensalão explique suas antes tão fartas palavras, agora tão escassas. Assim, o escritório de advocacia supracitado acaba de interpor “agravo regimental” contra a decisão do relator do caso.
O agravo levará ao Plenário do Supremo a decisão sobre a aceitação ou não da interpelação de Mendes. Segundo explicações do escritório de advocacia, a decisão poderá ser submetida a uma das duas turmas, compostas por cinco ministros cada, ou até mesmo a todos os ministros conjuntamente, com exceção do interpelado, Gilmar Mendes. O advogado prevê que em uns 60 dias o caso poderá ir a votação no STF.
Se a decisão do colegiado for a mesma de Fux, só restará ingressar com a ação penal contra o ministro, para que prove sua acusação ou se retrate publicamente. Essa decisão, porém, não faz sentido ser tomada agora. Quando chegar a hora, se o Plenário do STF também recusar a aceitação da interpelação, os autores da interpelação terão que decidir se prosseguem com o processo. A opinião deste que escreve é a de que o processo deve ir até o fim.

A Petrobras cresce. E os cães latem Produção do pré-sal, as reservas e o volume de gás – tudo sobe !


 Em 2005, 62% dos deslocamentos interestaduais eram feitos de ônibus e 38% de avião; agora inverteu: aviões respondem por 62% das viagens domésticas


Produção do pré-sal vai a 428 mil barris/dia

Consumo de leite ao final dos anos 90 era de 100 litros per capita/dia, hoje:170 litros per capita/dia
 
 Em 2005, 62% dos deslocamentos interestaduais eram feitos de ônibus e 38% de avião; agora inverteu: aviões respondem por 62% das viagens domésticas.

 Choque de alimentos perde força e inflação desacelera no país



Comunicado oficial da Petrobras, no PiG (*), nessa terça-feira:

Petrobras: Crescimento medido por vários indicadores




Leia abaixo comunicado oficial que divulgamos nesta terça-feira (29/04):

Nos últimos anos, a Petrobras apresentou crescimento no volume de produção de óleo do pré-sal, na produção de derivados, nas suas reservas provadas e no volume diário de entrega de gás natural. Confira nos gráficos a seguir.





A produção de petróleo do pré-sal continua a crescer. No dia 15 de abril, registramos novo recorde de produção diária nos campos que operamos nas Bacias de Santos e Campos: 428 mil barris de petróleo por dia (bpd). Esse marco resultou do crescimento da produção da plataforma P-58, cuja operação foi iniciada em 17 de março deste ano no complexo chamado Parque das Baleias. Comparando-se as produções de 2014 e 2013, o volume de óleo produzido oriundo dos campos do pré-sal cresceu 41%, um número relevante.

As tecnologias necessárias para a produção na camada pré-sal foram desenvolvidas e encontram-se dominadas pela Petrobras.


Produção de derivados






*2014: Carga média processada por dia em março/2014.

A produção de derivados de petróleo nas refinarias da Petrobras teve crescimento de 31% no período 2003-2014. O resultado foi um expressivo acréscimo em volume de 512 mil bpd nesse intervalo. Esse ganho equivale ao que se obteria em derivados com a construção de duas refinarias novas com capacidade de cerca de 250 mil barris por dia, cada uma.

Refinar mais a partir das mesmas refinarias, com segurança, qualidade e eficiência, é resultado de investimentos expressivos em modernização, novas unidades de processamento e melhorias operacionais. Até 2020, a Petrobras estará produzindo 3,1 milhões de barris por dia de derivados, abastecendo plenamente o mercado nacional.


Reservas de petróleo e gás





As reservas de petróleo e gás da Petrobras tiveram um aumento expressivo de 27% entre 2003 e 2013. Em 2003, as reservas provadas no Brasil, estimadas pelo critério SPE (da sociedade mundial de engenheiros de petróleo), eram de 12,6 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás). Em 2013, esse volume chegou a 16 bilhões de barris. Pelo 22° ano consecutivo, a Petrobras teve um índice de reposição de reservas acima de 100%.

As reservas provadas, somadas ao volume Potencial Recuperável, alcançam o valor de 27,4 bilhões de barris de óleo equivalente. Essa é uma marca que demonstra a dimensão do trabalho desenvolvido pela Petrobras.


Entrega de gás natural






*2014: Média diária de entrega de gás natural ao mercado em março/2014.

A Petrobras alcançou no mês de março de 2014 o valor de 96 milhões /dia no volume médio de entrega de gás natural. No ano de 2003, de m3 o volume médio diário de entrega foi de 35 milhões de m3 significa um aumento de 174%.

Para chegar ao patamar atual, a companhia fez investimentos expressivos em infraestrutura de transporte, incluindo gasodutos, estações de compressão, pontos de entrega e 3 terminais de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL). O crescimento da malha de gasodutos foi de 76%, passando-se de 5.200 km em 2003 para 9.190 km em 2013.

O gás natural entregue em março de 2014 teve como origem 40 milhões /dia de produção nacional, 32 milhões de m3/dia de importação da Bolívia e 24 milhões de m3/dia de importação de gás natural liquefeito proveniente, majoritariamente, de Trinidad e Tobago. Esse GNL importado foi regaseificado nos 3 terminais de regaseificação existentes no Brasilconstruídos nos últimos 5 anos.



Clique aqui para ler “Eles mentem. Blog da Petrobras desmente”




(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Merval e seu labirinto Quem manda acreditar na Folha …


Ataulfo e Cerra - é tudo a mesma sopa, diria o Mino !

O Conversa Afiada reproduz o Miguel do Rosário, do Cafezinho, o primeiro a revelar a evasão fiscal da Globo – cadê o DARF?

(Como se sabe, aqui o Merval é tratado de Ataulfo (*).)

Merval em seu labirinto



Peço desculpas aos leitores por trazer esse chorume para cá, mas eu preciso rebater essas mentiras:

Trecho da coluna do Merval de hoje:

“Não haveria grandes novidades nessa fala, a não ser a medição do que foi política e do que foi jurídico na opinião de Lula, mas o ex-presidente mostrou mesmo o desencontro de seus pensamentos quando, confrontado com o fato de que as pessoas condenadas eram líderes do PT, disse ao entrevistador que eram pessoas que não mereciam a sua confiança.”


É uma mentira. Assista ao vídeo. Eu recortei exatamente o trecho em questão:






É incrível como as falas de Lula são, sistematicamente, distorcidas. Lula não disse que os petistas presos “não eram homens de sua confiança”. A repórter fazia uma pergunta e dizia: “… homens de sua confiança…”. Lula a interrompe e diz: “Não se trata de homens de minha confiança”. A interpretação de texto correta, em função do uso do termos “não se trata”, é a seguinte: “Não se trata disso“. Lula queria dizer: a questão não é essa, o negócio é que “não houve mensalão”.

Esta afirmação: “não houve mensalão” foi o ataque mais direto já feito por Lula à farsa montada pela mídia e setores corruptos ou manipulados do Ministério Público e do STF. O primeiro procurador federal a montar a farsa, Antônio Fernando de Souza, livrou a cara de Daniel Dantas e inventou a teoria escalafobética do desvio da Visanet. Hoje Souza é advogado de Daniel Dantas. Joaquim Barbosa escondeu o Inquérito 2474 e depois mentiu aos ministros dizendo que “não tinha nada a ver com a Ação Penal 470″. Com isso, ele escondeu, de seus colegas, da opinião pública e da defesa, documentos essenciais para se compreender o que a imprensa denominava ser o “mensalão”, sobretudo o Laudo 2828, que inocentava Henrique Pizzolato e derrubava o pilar central daquela farsa.

Merval, em seguida, insiste em outra mentira. A de que Lula respondeu, a uma repórter, estar “por fora” do escândalo da Petrobrás. Lula havia respondido que “estava fora” do país, mas que teria o maior prazer em responder às questões quando voltasse ao Brasil.

Veja o que Merval diz:


Dias antes desta entrevista, ele se escusou de comentar o escândalo da Petrobras alegando para os jornalistas estar “por fora”. Como ficou muito feio dizer que estava “por fora” da compra polêmica da usina de Pasadena realizada no seu governo, Lula consertou a declaração dizendo, como sempre, que a culpa era da imprensa, os jornalistas entenderam errado. Ele dissera, na verdade, que estava fora (do país) e por isso não falaria sobre o assunto.

Lula não “consertou a declaração”. A própria Folha, que foi o jornal que obteve a declaração de Lula, deu uma errata definitiva, até porque não havia dúvidas.


A degradação do colunismo político da nossa imprensa tradicional chegou ao fundo do poço. Agora não há mais sequer o escrúpulo de ser fiel a uma gravação do que disse o entrevistado. Toma-se a liberdade de inventar palavras que não dissemos, e interpretar às avessas o significado do que falamos.

O que nos consola é saber que, apesar do grande número de pessoas que ainda são vítimas diárias dessas manipulações, cresce com muito mais velocidade o número de outras que adquiriram maior consciência política sobre esse tipo de mentira.



(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

Tempestade em copo d'água





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Os arautos do caos não param de profetizar sobre a tempestade perfeita que estaria prestes a desabar sobre o Brasil. Os números, porém, dizem outra coisa

Cláudio Puty 


Os arautos do caos 
a oposição neoliberal e conservadora – não param de profetizar sobre a “tempestade perfeita” que estaria prestes a desabar sobre a economia brasileira. Dia e noite, eles nos bombardeiam, pela mídia, com previsões catastrofistas. Dizem que a inflação está à espreita, que as expectativas de crescimento econômico são pífias, que o desemprego está aumentando, as contas públicas estourando e a dívida crescendo.
 
Quem lê tanta notícia negativa tem razão para se assustar. Mas, quando se olha de perto os números reais da economia, percebe-se facilmente que estamos diante de uma situação totalmente diversa, com estabilidade, crescimento e queda do desemprego, mesmo dentro de um quadro de crise internacional persistente.
 
De onde se conclui que a questão fundamental é de natureza política, não econômica. O fato é que os conservadores buscam interditar o debate sobre a política econômica, classificando como “populista” qualquer desvio da ortodoxia econômica.

Vamos, então, aos números. De acordo com apresentação feita em abril passado pelo Presidente do Banco Central do Brasil  ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social verifica-se uma tendência de estabilidade nos principais indicadores econômicos da economia brasileira.
 
Desde a crise financeira, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, tem sido constante. Se considerarmos 100 o índice de dezembro de 2007, ele apresenta uma curva ascendente desde 2009, atingindo 117,7 no 4º trimestre de 2013. É mais ou menos a mesma curva da Coreia do Sul. Para se ter uma ideia, o México, que também ostenta um PIB crescente, atingiu o índice 110,2, os EUA, 106,3. Já na a área do Euro o índice é de 97,9.

Em relação ao desemprego, podemos verificar um verdadeiro mergulho, do pico de cerca de 13% em 2003 para 5% no final do ano passado. Segundo os parâmetros internacionais, esse índice configura praticamente uma situação de pleno emprego.

Já as reservas internacionais estão estabilizadas no patamar de US$ 378 bilhões desde 2012, enquanto que a dívida externa líquida ficou em US$ 92,7 negativos no mesmo período, ou seja, somos credores externos  líquidos. Quanto aos investimentos estrangeiros diretos, desde 2011 eles estão na faixa dos US$ 66 bilhões ao ano. Podemos supor, sem medo de errar, que se o capital externo tivesse a mesma percepção que alguns setores do empresariado brasileiro, não se arriscaria a continuar investindo no Brasil.

No que diz respeito à política fiscal, a redução da dívida líquida do setor público prossegue com sua longa trajetória de queda, de 39% em 2010 para cerca de 33% do PIB em 2013. Esse resultado vem sendo obtido em razão de um superávit primário acima da média dos países do G-20 (Grupo dos 20). Enquanto em 2013 o Brasil atingiu um superávit primário de 1,9% do PIB, outros países do grupo tiveram déficit, como Japão (-8,8); Reino Unido (-4,7%); EUA (-3,6%); França (-2,0%) e México (-1,2%). Entre os que tiveram superávit primário, a Itália atingiu 2% e a Alemanha, 1,7%.    

E a inflação? Longe de estar fora de controle, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) mostra que, do pico de quase 17% em dezembro de 2002, esse índice caiu consideravelmente e vem se mantendo estável, apesar de toda pressão, inclusive internacional, em torno de 6%. É sempre bom lembrar que Lula recebeu de FHC uma inflação de mais de 12% ao ano. É de se imaginar o tamanho escarcéu que a oposição, os neoliberais e a direita fariam se, nos governos Lula e Dilma, o IPCA chegasse perto de tal patamar.     

A imagem do caos econômico ventilada pela oposição conservadora não é a tempestade perfeita, mas uma tempestade em copo d’água – na verdade, é uma tentativa de constranger o governo federal a abandonar os mecanismos de política econômica voltados ao desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo, voltando a subordinar as ações do Estado às necessidades do capital financeiro, principalmente especulativo.

MÍDIA TEM, MAS ESCONDE NOTÍCIA FAVORÁVEL A PADILHA