Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

LEBLON EXPLICA POR QUE O AÉCIO OMITIU O PRÉ-SAL O Brasil não quebra – como o FHC quebrou três vêzes – porque construiu um cinturão de liquidez.

Inflação na zona do euro foi de 0,9% em novembro, depois de marcar 0,7% em outubro, mas não afasta risco de deflação
Grécia, Espanha, Chipre, Portugal e Irlanda tem inflação perto de zero ou negativa, com desemprego recorde e remotas possibilidades de crescimento

Governos quebrados da Europa clamam por inflação superior às taxas de juros para desvalorizar a dívida pública e recuperar algum fôlego fiscal

Varejo brasileiro espera um Natal 6% a 7% superior ao de 2012
Conversa Afiada reproduz editorial de Sul Leblon, extraído da Carta Maior:

O BRASIL NÃO CABE NA AGENDA DE AÉCIO NEVES



Em oito mil e 17 palavras, a agenda eleitoral do presidenciável Aécio Neves não menciona uma única vez o trunfo que mudou o perfil geopolítico do país: pré-sal

por: Saul Leblon 

Pode-se discordar – por razões ideológicas – da regulação soberana instituída em dezembro de 2010 para a exploração do pré-sal.

Pode-se conceber, não sem razão, que a energia fóssil é uma fonte crepuscular de abastecimento da civilização.

Da transição dessa dependência para uma matriz menos poluente depende uma parte importante  do futuro da sociedade humana.

Pode-se associar as duas coisas e disso extrair uma visão estratégica do passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.

Mas, objetivamente, nenhuma agenda relevante de debate sobre os desafios brasileiros pode negligenciar aquela que  é a principal fronteira crível do seu desenvolvimento  nas próximas décadas.

Foi exatamente esse sugestivo lapso que cometeu um dos candidatos a candidato do dinheiro grosso em 2014.

O pré-sal brasileiro, a maior descoberta de petróleo registrada no planeta neste século, não cabe na agenda eleitoral de Aécio Neves, divulgada com o alarido previsível nesta 3ª feira.

Em oito mil e 17 palavras encadeadas em um jorro espumoso do qual se extrai ralo sumo, o presidenciável do PSDB não menciona uma única vez –repita-se-, uma única vez–   o trunfo que mudou o perfil geopolítico do país: o pré-sal. Não é um simples tropeço da memória.A mais concreta possibilidade de emancipação econômica do país, não se encaixa na concepção de futuro do conservadorismo.

Em outras palavras: a omissão  fala mais do que consegue esconder.

O pré-sal, sobretudo, avulta como o fiador das linhas de resistência do governo em trazer a crise   global para dentro do Brasil, como anseia o conservadorismo.

Um dado resume todos os demais: estima-se em algo como 60 bilhões de barris os depósitos acumulados na plataforma oceânica. A US$ 100 o barril, basta fazer as contas para concluir:  o Brasil não quebra porque passou a dispor de um cinturão financeiro altamente líquido expresso em uma fonte de riqueza sobre a qual o Estado detém controle soberano.


A agenda mercadista não disfarça o mal estar diante dessa blindagem, que  esfarela a credibilidade do seu diagnóstico de um Brasil aos cacos.

Seu diagnóstico e a purga curativa preconizada a partir dele são incompatíveis com a existência desse  incômodo cinturão estratégico.

Ao abstrair o pré-sal  em  oito mil e 17 palavras a agenda tucana mais se assemelha a uma viagem de férias à Disneylândia do imaginário conservador, do que à análise do Brasil realmente existente –com seus gargalos e trunfos.


Fatos: desde o início da crise mundial, em 2007, o Brasil  criou 10 milhões de novos empregos.

Para efeito de comparação, a União Europeia  fechou 30 milhões de vagas no mesmo período.

E condenou outros tantos milhões de jovens ao limbo, negando-lhes a oportunidade de uma primeira inserção no mercado de trabalho.

A Espanha, a título de  exemplo, fez e faz, desde 2007, aquilo que o conservadorismo apregoa como panacéia para os males do Brasil hoje.

Com que desdobramentos palpáveis?

‘A Espanha levará 20 anos para recuperar os 3 milhões de empregos perdidos durante a crise global iniciada em 2008. A economia espanhola só conseguirá alcançar a taxa de desemprego de 6,8% – média na zona do euro, à exceção dos países do sul do continente–  a partir de 2033’ (PricewaterhouseCoopers (PwC); estudo  divulgado pela consultoria nesta terça-feira, 3/12).

A ênfase sobressaltada  e seletiva da  agenda tucana, insista-se, não decorre de escorregões da lógica.

Ela atende a interesses de bolso, ideologia e palanque.

A prostração inoculada diuturnamente pelo noticiário econômico  é um dente dessa engrenagem, não um recorte isento do país.

A escolha menospreza singularidades que podem subverter a dinâmica da crise, entre elas a maior de todas: o impulso industrializante  representado pelo pré-sal, uma oportunidade ímpar –talvez a última da história–  de regenerar uma base fabril asfixiada  por décadas de esmagamento cambial e competitivo.

Só se concebe desdenhar dessa fresta –como faz a agenda do PSDB— se a concepção de país aí embutida menosprezar o papel de um parque manufatureiro  próprio.

Mais que isso:  se a alavanca acalentada para devolver dinamismo à economia for o chamado ‘choque de competitividade’,  tão a gosto da Casa das Garças tucana.

Do que consta?

Daquilo que a emissão conservadora embarcada na mesma agenda alardeia dia sim, o outro também.

Uma abrupta redução de tarifas que mataria um punhado de coelhos ao mesmo tempo: dizimaria o parque industrial ‘ineficiente’ –como fez Pinochet no Chile; como fizeram Ernesto  Zedillo e Vicente Fox no México, com as maquiladoras; reduziria de imediato a inflação e despejaria boa parcela do operariado industrial na rua, barateando o ‘custo Brasil’ e aleijando os sindicatos e o PT.

É esse o recheio que pulsa  na omissão ao pré-sal na agenda tucana.

O velho  recheio  feito de ingredientes tão excludentes que se recomenda dissimular em um texto eleitoral propagandístico: ajuste fiscal drástico; ampla abertura comercial;  livre movimento de capitais; intensa privatização das empresas estatais (quando Aécio fala em ‘estatizar’ a Petrobrás é a novilíngua, em ação beligerante contra o PT);  eliminação dos subsídios e incentivos a diferentes segmentos produtivos; cortes de direitos trabalhistas e de poder aquisitivo real dos salários.

Ou seja, o ideário neoliberal que jogou o planeta na crise na qual se arrasta há cinco anos.

Por último, ressuscitar o espírito  do Nafta e atrelar a diplomacia do Itamaraty  aos interesses  norte-americanos.

Reconheça-se, não é fácil pavimentar o percurso oposto, como vem tentando o Brasil desde 2008.

O dinamismo industrial  que o Brasil perdeu nas últimas décadas –sob cerco da importação barata da Ásia  teria que ser substituído por um gigantesco esforço de inovação e redesenho fabril, a um custo que um país em desenvolvimento dificilmente poderia arcar.

O atraso na sua inserção nas grandes cadeias globais de fornecimento e tecnologia seria praticamente  irreparável.

Exceto se tivesse em seu horizonte a exploração soberana, e o refino, das maiores jazidas de petróleo descobertas no século 21. Que farão do Brasil a maior fábrica de plataformas de petróleo do século XXI. Que já estão fazendo da ilha do Fundão , na URFJ, no Rio, um dos maiores centros de pesquisa tecnológica de energia do planeta.

É esse bilhete premiado que a agenda de Aécio omite olimpicamente: o trunfo que avaliza a possibilidade da reindustrialização, como resposta brasileira à crise.

O pré-sal não é uma panacéia, mas uma possibilidade.

Que já  produz  400 mil barris/dia.

Em quatro anos, a Petrobras estará extraindo 1 milhão de barris/dia da Bacia de Campos.

Até 2017, a estatal vai investir US$ 237 bilhões; 62% em exploração e produção.

Dentro de quatro anos, os poços do pré-sal estarão produzindo um milhão de barris/dia. Em 2020, serão 2,1 milhões de barris/dia.

Praticamente dobrando da produção atual.

O pré-sal mudou o tamanho geopolítico do Brasil.

E pode mudar o destino do seu desenvolvimento.

Não é uma certeza, mas uma possibilidade histórica.

Os efeitos virtuosos desse salto no conjunto da economia brasileira exigem uma costura de determinação política.

Que a agenda eleitoral do PSDB renega e descarta.



Clique aqui para ler “Como Dudu e Cerra lêem o ‘programa’ do Aécio”.

aqui para ler “Por que Aécio vacila tanto ? É Minas !”. 

BRASIL ESCOLHE CAÇAS GRIPEN, DA SUÉCIA, PARA A FAB

Corte de gastos públicos é fome. Vamos assumir isso?

 Autor: Fernando Brito

deficitA análise feita hoje por Gustavo Patu, na Folha, sobre o esboço de programa de governo que será lançado por Aécio Neves contém uma das mais cortantes – e menos ditas – verdades sobre a política econômica.
“A máquina estatal agigantou-se e passou a consumir recursos escassos que deveriam estar servindo à melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”, nas palavras do documento tucano, é um diagnóstico fácil e falso.
Praticamente toda a expansão do gasto público nos últimos anos é explicada pela área social, o que torna o tema muito mais complexo politicamente.
Os principais responsáveis pela deterioração das contas públicas são os programas de transferência de renda –caso de aposentadorias, seguro-desemprego e Bolsa Família– e a educação.”
O Tijolaço  já tinha feito, duas semanas atrás, esta demonstração, com dados levantados pelo próprio Gustavo Patu.
A conversinha de reduzir o número de ministérios é pra boi dormir, pode economizar, no máximo, duas ou três dezenas de milhões  numa conta que sobe a centenas de bilhões de reais.
Corte nos gastos sociais, para valer, teria de ser feito em duas frentes.
A primeira, o fim do aumento real do salário-mínimo – e, com ele, das pensões e as aposentadorias e pensões.
A segunda, o fim das desonerações fiscais concedidas à indústria e do crédito aportado, via Tesouro Nacional, aos programas de financiamento de moradias e da indústria, realizado através de aportes à Caixa e ao BNDES .
É essa a questão essencial se desejam aumentar o superavit primário, esta perna da sacrossanta instituição do tripé econômico.
Não existe almoço grátis, já dizia o papa do neoliberalismo, Milton Friedman.
Neste caso, para cortar os gastos públicos em tal grau, será necessário tirar o almoço de milhões de pobres.

MÍNIMO DE R$ 724 GANHA DE ALTA DO DÓLAR E DA INFLAÇÃO

QUANTO CUSTOU O PSDB NÃO APOIAR O MAIS MÉDICOS Dilma é generosa e não lembrou que o PSDB acabou com a CPMF.

Saiu na Folha (*):

SE PSDB TIVESSE APOIADO MAIS MÉDICOS NO INÍCIO TERIA SIDO MAIS FÁCIL APROVÁ-LO, DIZ DILMA



Um dia após o senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato da sigla à Presidência da República, sinalizar que pretende manter e aprimorar programas como o Bolsa Família e o Mais Médicos caso seja eleito em 2014, a presidente Dilma Rousseff afirmou que “agora que o programa está dando certo, é óbvio que vão apoiar”.

“É sempre bom ver que eles [oposição] reconhecem alguma coisa. Porque você sabe que, durante um tempo, o Bolsa Família foi chamado de ‘bolsa-esmola’. Hoje não chamam assim porque sabem do reconhecimento internacional que esse programa tem”, disse Dilma, em entrevista à Rádio Jornal, do Recife.

“No caso do Mais Médicos, houve críticas bastante ácidas. Disseram que estava incorreto o programa. Não estou falando do senador [Aécio], estou falando do partido do senador”, afirmou a presidente. E acrescentou que, se no início do programa, “na hora que era difícil”, o PSDB tivesse aprovado a ideia, ela teria ficado “agradecida”. 

(…)


Clique aqui para ler “Como Dudu e Cerra lêem o ‘programa’ do Aécio”. 

aqui para ler “Por que Aécio vacila tanto ? É Minas !”. 


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Só o PT pode eleger ou derrotar o PT


Chegamos ao estertor do ano pré-eleitoral de 2013 com o país indo bem, superando uma crise internacional que colocou o Primeiro Mundo de joelhos, com a economia se preparando para um salto, com a pobreza e a desigualdade caindo, com pleno emprego, com salários subindo…
Em tese, um país com a trajetória em que segue o nosso dificilmente sofrerá mudança de governo a não ser que seu eleitorado seja ludibriado ou que o partido desse governo ou ele mesmo cometam algum erro colossal.
Como em toda eleição desde 2002, sempre aparecem candidatos a governar o Brasil enxergando um “sentimento de mudança”, mas tudo isso não passa de balela. Só se quer mudar o que está indo mal. Esse desejo de “mudança”, pois, não é do povo, mas de uma parcela que já deseja o mesmo há muito tempo e que vem se mostrando minoritária.
Burra, desinformada, ignorante, conformista, seja lá como queiram chamar a maioria que elegeu o atual grupo político em 2002 e não parou mais de reeleger, o fato é que essa gente sabe muito bem por que tem feito tal opção política.
Só quem não sabe é quem acha que essa maioria não sabe o que faz ou por que faz.
O que pode derrotar o PT, então, no ano que vem?
Em primeiro lugar, a sua forma de lidar com as críticas construtivas, justas e bem-intencionadas. Claro que o partido sofre críticas injustas demais e, assim, seus expoentes e seus anônimos vivem na defensiva, mas não são todas as críticas.
Sem entender isso, não só o PT como qualquer um estará semeando o fracasso.
Há problemas com o PT, por exemplo, no que diz respeito à política. O partido, em suas alas majoritárias, parece que abdicou por um bom tempo de fazer política, talvez achando ser possível coexistir com as forças políticas extrapartidárias que o combatem, como a mídia.
Esse tipo de erro de avaliação ficou patente durante recente entrevista de que participei com o prefeito Fernando Haddad. Ele mostrou certa surpresa diante dos ataques que passou a receber da mídia após o “aumento” do IPTU ou após a investigação da corrupção na gestão anterior.
Altos petistas instalados no Poder Executivo, portanto, precisam saber separar as críticas construtivas das destrutivas e oportunistas. Frequentemente, governantes desse partido tem sido intolerantes com as primeiras e tolerantes com as segundas.
Não é o caso do prefeito Fernando Haddad, vale dizer. Na entrevista que mencionei acima ele se mostrou surpreendentemente aberto a críticas de blogueiros que vêm questionando sua administração no que tange a políticas de comunicação.
Haddad admitiu com tranquilidade que não está conseguindo se comunicar com aqueles que elegeu por não saber como furar o bloqueio da mídia, que vem tratando de confundir o eleitorado acusando seu governo daquilo pelo que não tem a menor responsabilidade.
Mas essa não é a realidade do governo federal, que, após a saída de Lula, passou a ver os movimentos na internet que o apoiam como um constrangimento, mas só até o ponto em que percebeu que sem esses movimentos a mídia estaria agindo sem contraponto, ainda que tal contraponto seja pífio diante do poder midiático.
Ou nem tanto…
É claro que blogs e redes sociais não têm a força da televisão, mas vão disseminando informações que, se forem corretas e justas, acabam encontrando eco entre formadores de opinião que passam difundi-las.
Ou seja: esqueçamos do público submisso a um meio de comunicação. O público, hoje, é crítico, é formulador inclusive de correntes opinativas. Pode contrariar grandes grupos de mídia, governos, qualquer cacique que o queira conduzir como gado.
Nesse aspecto, a forma de governantes petistas lidarem com críticas precisa ser muito bem pensada. As críticas mal-intencionadas têm que ser rebatidas sem a menor hesitação, pois quem cala, consente. Mas é das críticas bem-intencionadas que os governos petistas podem tirar reflexões vitais.
Na segunda-feira, deixava a prefeitura de São Paulo e, a alguns metros do edifício que lhe serve de sede, vi duas mulheres de aparência humilde, cheias de sacolas, criticando com fúria o governo da cidade, que não tem nem um ano.
Provavelmente residem na periferia, de forma que deverão ser beneficiadas por um novo modelo de IPTU que vai reduzir o imposto para quem vive nas franjas da cidade. Contudo, diziam que essa era mais uma artimanha petista para roubar o povo pobre…
Fiquei estarrecido. Como essa gente pode não saber que será beneficiada?
Francamente, não sei como o governo Haddad ou mesmo o governo Dilma podem enfrentar uma campanha midiática desse tamanho, mas também é verdade quem em São Paulo a situação é diferente da do resto do país. Sempre foi e, pelo visto, continuará sendo.
Mas o governo pode, sim, encontrar fórmulas se estiver disposto a ter uma política vigorosa de comunicação. E, para falar a verdade, acho que já começa a se preocupar com isso. Ano eleitoral faz milagre no desejo dos políticos de entrarem em sintonia com o povo.
Um bom sinal, porém, foi a reação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à tentativa da mídia e do PSDB de jogarem no seu colo a culpa pela roubalheira dos trens em São Paulo. Foi uma reação forte e que fez os tucanos e a mídia baixarem a bola.
Foi na medida certa.
Contudo, a militância petista tem que sair do choque que se produziu a partir do linchamento dos condenados do mensalão e começar a entender que não se pode reagir com intolerância a críticas, pois não existe governo perfeito, partido perfeito ou um único ser vivo perfeito.
Essa postura da base do petismo, porém, reflete problemas de liderança da cúpula, ainda que esta pareça estar encontrando um caminho.
A militância, pois, tem que se preparar para, ano que vem, discutir com paciência as queixas sinceras que possam surgir. Será um trabalho de formiguinha. Muitas vezes, se se conversar pacientemente com alguém que tem uma ideia pré-concebida é possível fazê-lo ver os fatos pelo ângulo correto – contanto, é claro, que exista tal ângulo a ser mostrado.
Estamos, pois, chegando a uma encruzilhada. O caminho que o PT escolher e que precisará ser indicado às suas bases terá que primar por uma sintonia fina do enfrentamento do debate político.
Se o cidadão comum sentir que é possível dialogar com o PT em relação às suas queixas, sentirá confiança em que o partido, se eleger de novo o governo, irá levá-lo a sério. Por outro lado, se a cúpula do PT abandonar a militância à própria sorte, provocará um desânimo fatal.
Ataques descabidos como sofreu recentemente o prefeito Fernando Haddad têm que ser rebatidos com dureza e com a indignação dos justos. Calar ante tais ataques confiando em que a economia tudo proverá será um erro fatal de avaliação.
Por fim, peço desculpas se estiver parecendo que tenho a fórmula da Coca-Cola da comunicação. Ninguém tem essa fórmula. Se alguém tiver, ficará muito rico. Mas certas fórmulas não precisam se igualar à do refrigerante hegemônico no mundo para vingar.
Um primeiro passo para achar tais fórmulas é sempre ouvir, pesquisar fundo sobre o que se ouviu e nunca, jamais, deixar que cresçam problemas detectados. Afinal, quando você for ver descobrirá que  cresceram tanto que já não são mais problemas, mas tragédias.

COMO DUDU E CERRA LÊEM O “PROGRAMA” DO AÉCIO Só o Ataulfo acha que o Aécio vai além de Juiz de Fora.

No PiG (*) cheiroso, o jornal Valor, é possível ter uma ideia aproximada do que pensa (!) o Aécio, se assumisse a Presidência – clique aqui para ler “por que Aecio vacila tanto”:

AÉCIO LANÇA AGENDA TUCANA PARA ELEIÇÃO E DIZ QUE MANTERÁ MAIS MÉDICOS


Com a colaboração de Armínio Fraga – o dos juros de 40% -, do Príncipe da Privataria e do Pauzinho do Dantas, Aécio anunciou a um auditório da Câmara lotado, lotado como a livraria que recebeu o FHC, no Rio:

- Ele é a favor do Mais Médicos

O Partido dele foi contra.

A Globo foi contra.

O povo brasileiro é maciçamente a favor e, por isso, o Padilha vem aí, de jaleco branco.

- Ele é a favor de um Estado mínimo

O FHC, seu espírito santo de orelha, também era.

O Pinochet também.

Segundo um Datafalha, o povo brasileiro é a favor de um Estado quase-Máximo.

- Ele é contra a inflação alta, o crescimento baixo, o déficit das contas externas e a favor das metas inflacionarias.

Ou seja, fez crítica feroz ao governo do FHC.

Quando o crescimento foi baixo, entregou com a inflação galopante, um Risco-País record, reservas cambiais fictícias e NUNCA cumpriu as meta de inflação.

- Na Educação, ele prega o PNE que a Dilma aprovou ontem no Congresso …

Lamentavelmente não anunciou a criação de mais universidades, talvez para não constranger o patrono.

Lula entregou 14 e o emérito professor, nenhuma.

- Na segurança pública ele é a favor da punição ao crime !

- Na Saúde, defende mais recursos

Então, tem que recriminar o Príncipe da Privataria, o Paulo Skaf da FIE P (**), o tucano prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Cardoso e o governador tucano de Goiás, o Perillo, que derrubaram a CPMF.

Eles achavam que iam destruir o Lula, sem a CPMF.

Lula saiu do Governo com 88% de aprovação, FHC não se elege vereador em Higienópolis e a Saúde ficou sem dinheiro…

- Ele defende a sustentabilidade, a produtividade, o empreendedorismo, a inovação, o pacto federativo e o rompimento de gargalos de infra-estrutura.

Cabe sugerir ao rapaz ler sobre a duplicação da BR-163, a licitação a ferrovia FICO, que liga Goiás a Mato Grosso e, depois, a Vilhena, em Rondônia.

Um horror !

Sem esquecer que o Príncipe não construiu um centímetro de estrada asfaltada.

- Lacuna importante e reveladora: a Petrobrax !

Não falou nada sobre a revisão do modelo de partilha, que tinha defendido quando “lançou” sua candidatura.

Bem que ele poderia sugerir a troca da P-62 da Dilma e da Graça, pela P-36 que o FHC afundou…

Como o Dudu Campriles e o Padim Pade Cerra receberam esse pronunciamento que será inscrito na História da Política do Mundo Ocidental ?
Com incontido jubilo.
Com isso aí ele não passa de Juiz de Fora.
(Ou do Leblon.)
Nem com a ajuda do Ataulfo Merval de Paiva (***), para quem, como o FHC, qualquer um serve desde que não seja a Dilma.
Com esse programa, o Aécio vai se candidatar a governador de Minas – e olhe lá …
O Dudu tem o direito de achar que, se houver o segundo turno, é ele.
E o Cerra, depois de atenta leitura, tem o direito de achar que o PSDB ainda vai bater na porta da casa da filha dele e pedir para salvar a Pátria Tucana de São Paulo.
Dudu sabe que não leva em 2014.
Vai ser muito difícil ele provar – aos pernambucanos ! – que o dinheiro que a Dilma e o Nunca Dantes derramaram em Pernambuco se deve à eficiência dele, Dudu !
Com o mesmo raciocínio, o Cabral vai dizer que tudo o que o Lula e a Dilma fizeram pelo Rio se deve a ele, Cabral !
Dudu faz posição para 2018, quando espera receber no colo, de graça, o voto da Direita brasileira, já que o PSDB desaparece em 2014.
Ele será o bolo de rolo da Big House.
E o Cerra, é o Cerra.
O Cerra está na moita do Facebook.





Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) FIE P é a FIESP, para o Conversa Afiada. Desde a extinção da CPMF, o Conversa Afiada preferiu retirar o S de “$” da FIE P. É que o fim da CPMF significou o perdão ao caixa dois, ao “$”, que, em Sao Paulo e, talvez, na FIE P, se chama de “bahani”. E o Skaf é candidato a governador pelo PMDB ! Viva o Brasil ! 

(***) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos,  estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

PROPOSTA TUCANA TORNA INVIÁVEL O MAIS MÉDICOS

Senado aprova o Plano Nacional de Educação

Jornal do Brasil

O projeto aprovado pelo Senado, nesta terça-feira (17), que estabelece o novo Plano Nacional de Educação (PNE) para um período de dez anos é o substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), apresentado em Plenário com parecer favorável do relator Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele retoma a proposta original do governo com poucas alterações.
O texto, que prevê metas para o período de 2011 a 2020, tramita há três anos no Congresso e ainda terá de voltar à Câmara dos Deputados. O PNE tem 14 artigos, 21 metas e 177 estratégias que visam, entre outros objetivos, erradicar o analfabetismo e universalizar o atendimento escolar, com o aumento de vagas em creches, ensino médio, profissionalizante e universidades públicas. Além da ampliação do acesso à educação básica e ao ensino especial, preferencialmente nas escolas regulares.
O plano ainda prevê a destinação de 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação e a qualificação dos professores e dos demais profissionais da área. O substitutivo do senador Vital do Rego também assegura a compatibilização de programas de expansão de educação profissional e superior (inclusive na forma de incentivo e isenção fiscal); de bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior; de subsídios concedidos em programas de financiamento estudantil; e do financiamento de creches, pré-escolas e de educação especial.
Metas e estratégias
O substitutivo faz referência aos balanços do setor público nacional e às contas como parâmetro para aferição das metas do PNE. Além disso, acrescenta que as informações devem ser organizadas por ente federado.
O plano assegura à população de quatro a 17 anos sistema educacional inclusivo nas escolas regulares, assegurando também o acesso ao ensino especial para crianças com deficiência, com os repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). É a garantia de continuidade, por exemplo, do trabalho da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), Instituto Pestalozzi,  Instituto Benjamin Constant (IBC) e o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Alfabetização
A meta 5 estabelece que a partir do sexto ano do PNE a alfabetização comece aos sete anos, reduzindo-se essa idade para os seis anos a partir do décimo ano de vigência do plano.
Foi mantida a estratégia original de educação em tempo integral, com previsão de permanência dos estudantes por sete horas nas escolas, acompanhamento pedagógico, oferta de novos conteúdos, e direito à alimentação.
O plano também prevê a compatibilização da jornada escolar com atividades recreativas, esportivas e culturais. E ainda a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola.
Professores
O projeto assegura aos professores formação inicial prevista na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96). Trata-se de profissionais habilitados em nível médio ou superior para lecionar na educação infantil e no ensino fundamental e médio; trabalhadores em educação com diploma em pedagogia, habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; e os portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
O plano sugere também novas estratégias para estimular a expansão da oferta de formação inicial de professores em cursos diurnos, com o suporte de bolsas de estudo e a dedicação integral dos alunos. Prevê também formato específico na formação de professores para a educação profissional, que valorize a experiência prática.
Financiamento
O PNE prevê a destinação, até o final do período de dez anos, de pelo menos 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação. Faz referência ainda à parcela da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo, gás natural e outros recursos.
Os recursos públicos serão destinados também para o financiamento de bolsas de ensino para estudantes em universidades privadas. Ficam asseguradas, portanto, iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec).
Qualidade
Vital do Rêgo acrescentou estratégia para o estabelecimento de políticas de estímulo às escolas que melhorem o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O Custo Aluno-Qualidade (CAQ) foi definido como indicador prioritário para o financiamento de todas as etapas e modalidades da educação básica. Da mesma forma, a emenda propõe a criação do conceito de Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi), como primeira etapa para implantação do CAQ no oitavo ano de vigência do PNE.
Meta 21
Vital do Rêgo ainda acolheu em seu substitutivo sugestão do senador José Sarney (PMDB-AP) e inseriu uma nova meta, a 21, para ampliar a produção científica brasileira, assunto não tratado em nenhum dos textos anteriores. O objetivo é que o país figure no grupo dos dez maiores produtores de novos conhecimentos no mundo. A proposta dá ênfase à pesquisa, desenvolvimento e estímulo à inovação, com a formação de quatro doutores para cada mil habitantes.
Agência Senado