Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Porque me afanam de meu país ou de como o Brasil tem um destino próprio

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Quando a gente pensa o Brasil, não pode pensar nele como um país “normal”.

Porque não somos, em nenhum aspecto. Desde o tamanho, a riqueza natural, a cultura e tudo o que faz único, até a história escravagista, elitista e burra de nossas elites, que também é única no mundo, agora que os boers holandeses já se foram da África do Sul e da face da Terra.
Pensar o progresso do povo brasileiro, portanto, não pode se pautar, apenas, nos sentimentos de justiça e distributivismo da riqueza que essa elites sempre nos negaram.
Significa, sempre, reverter o retardo no desenvolvimento da riqueza que elas nos legaram.
As elites brasileiras sempre viveram das migalhas do que transferiam de nossa riqueza para o exterior. Do pau-brasil, à cana, ao ouro, ao café, ao ferro, à soja, nossa história foi transferir riqueza.
Natural, portanto, que desejem que o nosso país, internacionalmente, fale fino com os poderosos e, com os fracos, seja o menino de recados que leva a vontade do “sinhô” à senzala e ainda se ache “o máximo”, por poder frequentar a “casa-grande”.
A direita brasileira sempre se preocupou em manter essa postura. É famosa a frase do udenista Juraci Magalhães de que “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.
Por isso, ao analisar o comportamento de Dilma, acha que “isso não vai adiantar nada” e que se trata de um simples aproveitamento eleitoral interno.
É coerente com o mundo, tal como o enxergam e nele vêem o Brasil.
Eles não conseguem imaginar outro lugar para nós que não a gravitação em torno dos Estados Unidos e seu modelo de vida, riqueza e progresso. Tal como seus antepassados, há dois séculos, viam as metrópoles coloniais europeias.
Por isso mesmo, acham que até é admissível um certo palrar nacionalista, desde que seja para “inglês (ou americano) ver”.
Então, não percebe – parte delas, porque muitos percebem mas fingem que não – aquilo que eu disse no post anterior: que a diplomacia segue o rumo de todas as outras relações de troca entre países, especialmente as comerciais.
expSeparei, por isso, duas tabelas que mostram como estas relações evoluíram desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso.
Nas exportações, que se multiplicaram por quatro em uma década, as compras norte-americanas no Brasil foram as que menos cresceram: 76,6%, passando de 15,6 para 26,8 bilhões de dólares.
Ou de um quarto do total de nossas exportações para 12% do total exportado.
import
Isso é uma decisão de não vender aos americanos? Ora, isso não passa pela cabeça de nenhum exportador, o que ocorre é a decisão de não comprar
Compare isso com a Ásia, com a China em específico, com o Mercosul…aqui, inclusive com a fixação de barreiras comerciais nas quais os pregadores do liberalismo são mestres.
Nas importações, o quadro é bem parecido, e até um pouco mais desfavorável ao Brasil, que embora tenha ampliado as compras nos EUA  bem mesmo que com qualquer outra parte do mundo ainda assim o fez num ritmo maior do que o de suas vendas para lá.
A visão americanófila que “fez a cabeça” das camadas conservadoras das elites brasileiras, de Juraci a Fernando Henrique cabe dentro das cabeças miúdas, mas não cabe mais na realidade econômica do país.
Portanto, caros e raros leitores e leitoras, essa é a visão que o nosso jornalismo econômico não lhes dá, para que possa ser compreendido nosso papel no jogo de forças mundial que, como ao longo de toda a história, é regido por dinheiro e poder.
É óbvio que não se toma aqui uma postura infantil de “yankees go home” até porque as boinas verdes vêm, com mais eficiência, na forma de notas verdes.
Mas, sim, de enxergar nossa polìtica externa, nossa diplomacia, como a projeção dos nossos princípios e dos nossos interesses.
Talvez agora fique mais fácil entender porque o Brasil pode ter tanto peso no jogo de forças mundial e porque não é a republica bananeira que as nossas elites pensam que somos.
Concluo o raciocínio com que abri este post. Para pensar o Brasil, é preciso pensar o nosso tamanho. E ver que somos, entre as nações de um mundo que se divide em hegemonias, uma das poucas que pode aspirar a um destino próprio.
Os que rastejam jamais serão capazes de ver horizontes.
Por: Fernando Brito

Nota do Blog: 
Um exemplo do que no texto é mencionado, está postado abaixo. O exemplar claro , representante da elite vira-lata e golpista. Ficaria barato , caso este  representante da casa grande, não  passasse recibo. Parece que sentiu o golpe. Chego a sentir vergonha alheia. 

JARBAS:DISCURSO DE DILMA NA ONU FOI "RIDÍCULO"

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Dilma e Obama, Brasil e EUA.

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O discurso de Barack Obama, mesmo com a inegável simpatia pessoal que ele desperta e apesar da inevitável auto-suficiência que marca os posicionamentos dos EUA diante do mundo,  passou-me uma estranha sensação: a de ver o chefe da maior potência militar do planeta dar explicações na ONU e considerar tanto a repercussão externa de suas palavras, quanto o público que realmente lhe importa: os próprios americanos.

Se não houve concessões práticas, as verbais foram muitas, inclusive a de não demonizar as opiniões divergentes. Sinal de que o drible diplomático que levou da Rússia, na questão síria, o abalou – até porque os russos é que lhe abriram a saída política que, internamente, precisava para retroceder da decisão de atacar que tão pouco apoio interno tivera nos EUA.
Mas, por isso e por precisar de algo para tirar o foco das acusações duras que sofreria pela espionagem, precisou lançar uma carta nova à mesa, e esta carta foi o aceno de diálogo com o Irã.
Obama está naquela incômoda posição de, no meio do caminho, não agradar ninguém. Internamente, segue passando a imagem de fraco e esquerdista. Externamente, a de belicista e invasor da privacidade e da soberania alheias.
E Dilma?
A brasileira falou também para os dois públicos.
Para o interno, falou claramente da violação de nossa soberania e da privacidade de nossas comunicações, inclusive fazendo menção aos interesses empresariais  envolvidos nisso. Sem concessões, sem “sapatinhos”, sem tolerância com razões de guerra ao terrorismo que amenizassem a gravidade dos atos americanos.
Também marcou pontos ao tratar, num foro internacional, de problemas internos, como as manifestações de junho, demonstrando que não chefia um governo enfraquecido e questionado, mas está disposta a liderar qualquer processo de reivindicação interno, em lugar de se opor a ele.
Mas o grande recado que passou foi a disposição brasileira de assumir um papel de destaque e questionamento da ordem internacional dentro da própria ONU.
Aliás, mais que isso.
Mostrou que o país está disposto a dialogar e fazer alianças com outras nações, fora do eixo EUA-Europa, desde que elas atendam ao nosso desejo de nos projetarmos, polìtica, econômica e diplomaticamente. Rússia e China entenderam perfeitamente o recado de Dilma e não se surpreendam que países pró-americanos, como Japão e Índia, além dos latinos e africanos, queiram trocar ideias neste campo.
A bússola político-diplomática de um país sempre segue o mesmo Norte dos seus relacionamentos econômicos e vice-versa.
E, neste campo, amor é reciprocidade.
Obama não vai poder dizer que Dilma é “a cara”, mas já sabe que ela não é só de fazer caras.
 Por: Fernando Brito

Menos 500 mil crianças trabalhando no Brasil. Mas ainda há 1,6 milhão para serem resgatadas


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Relatório divulgado hoje pela  Organização Internacional do Trabalho aponta o número de crianças que trabalham em todo mundo caiu um terço desde 2000, de 246 milhões para 168 milhões. No entanto, a própria OIT admite que a diminuição não é suficiente para alcançar o objetivo de eliminar as piores formas de trabalho infantil  - os mais penosos e danosos à saúde, que abrangem metade deste total, até 2016.

A boa notícia é que cerca de 500 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil em apenas três anos, um progresso que  Organização Internacional do Trabalho destaca como um modelo que deve ser seguido em outras economias.
A má notícia é que, segundo os dados divulgados  pela entidade o número de crianças em atividades de trabalho caiu de 2,1 milhões para 1,6 milhão, entre 2008 e 2011. Portanto, ainda estamos negando a 1,6 milhão de crianças o direito de serem crianças e de se formarem no tempo certo para o mundo do trabalho.
Neste assunto, eu ando na contra-mão de alguns setores do governo, que são flexíveis às pressões empresariais e concordam com a Lei de Aprendizagem, criada no Governo Fernando Henrique, prevendo o o início do trabalho, como aprendiz, aos 14 anos.
Se todo o controle e honradez nos processos de aprendizagem fossem seguidos, até não seria sempre desastroso. Mas as empresas querem simplesmente enfiar estes menores no trabalho, exercendo funções produtivas e sem os direitos trabalhistas dos adultos.
Uma coisa é auxilio em tarefas do trabalho das famílias, sobretudo na agricultura familiar. Outra, bem diferente, é estender isso para empresas comerciais e industriais. Aí, a idade deve passar para 15 ou 16 anos. Não falta jovem para trabalhar, mas falta empresa que queira, sinceramente, participar de sua formação e não apenas usá-los como mão de obra barata.
Por: Fernando Brito



coxmedic


O Dr. Coxinha tinha razão. Não faltam médicos em 


Trindade. Só falta o CRM

Vocês lembram do Dr. Rogério Perillo, aquele que se faz passar de “vítima” dos cubanos,anunciando ter sido demitido de seu emprego em Trindade, Goiás, para dar lugar a um agente de Fidel?
Pois chegaram os “cubanos” que iam tomar o lugar dele.
Chamam-se  Welma Domingues, Adriano Raiter, Técio Rodrigues, Raquel Crespo e Ueslei Rodrigues.
Dos cinco “cubanos”, quatro nasceram no Brasil e uma, Raquel, é espanhola, nascida em Madrid.
Os cinco “cubanos” do Dr. Coxinha se conhecem desde os tempos em que eram estudantes na “fraca” Universidad Complutense de Madrid, uma universidade pública espanhola com “apenas” 504 anos de fundação.
Como eles são uns “despreparados”, também têm uma pós-graduação na Universidade de Coimbra.
A trajetória do grupo é semelhante: depois de formados na Espanha, foram trabalhar em Portugal. Eles contam que estavam empregados, com salários maiores do que os R$ 10 mil líquidos, mais a ajuda de custo mensal de R$ 2 mil, que receberão do Mais Médicos. Todos têm filhos pequenos e dizem que quiseram voltar ao Brasil para ficar perto da família. A crise econômica em Portugal e Espanha também pesou:
— A crise ajudou a pensarmos no futuro dos nossos filhos — disse o médico gaúcho Luís Adriano Raiter, de 39 anos.
Casado com uma médica nascida em Tocantins e também formada na Espanha, na cidade de Cádiz, Luís Adriano tem dois filhos, de 3 e 5 anos. A mulher dele é outra que virá para Trindade na próxima leva de profissionais do Mais Médicos.
Que coisa, Dr. Coxinha, a “invasão cubana” não acabou! Virão mais destes “comunistas de Fidel”!
Mas os “cubanos” de Trindade têm um problema.
O CRM não lhes deu o registro necessário para que possam trabalhar.
Para fazer aquilo que o Dr. Coxinha acha difícil, e eles não.
Para cuidar de pessoas que eles acham que são a razão de ser da medicina, e o Dr. Coxinha, não.
Porque os “cinco cubanos” de Trindade podem depender de um papel para exercer a medicina. Mas não dependem de papel nenhum para serem médicos de verdade.
O Dr. Coxinha tem razão no cartaz com que posou de “vítima”.
Não faltam médicos em Trindade.
Agora, não.
Por: Fernando Brito

A epifania de Ives Gandra versus o “embromation” do Reinaldão


Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
(João 8.32)

Eis que a verdade liberta mais um cristão. E não qualquer cristão, mas um cristão militante.
O jurista Ives Gandra Martins, 78, além dos seus 56 anos de advocacia, dos livros e mais livros publicados, muitos em parceria com ministros do STF, e de ser professor da Universidade Mackenzie, da Escola do Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é um dos primeiros brasileiros a ter ingressado na Opus Dei e seu principal supernumerário no país.
Ives Gandra é insuspeito de ter qualquer tendência esquerdista. Na verdade, é autor de um dos textos mais reacionários e abjetos que já li, dolorosamente intitulado como “Você é branco? Cuide-se!”. Publicado há cerca de quatro anos no “UOL Mais”, pelo seu trecho inicial pode-se concluir seu caráter injusto, hipócrita e preconceituoso:
Hoje, tenho eu a impressão de que o ‘cidadão comum e branco’ é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se  autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a  possíveis preconceitos (…)”
Barbaridade, tchê! E o pior é a conclusão:
Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios
Como negros, índios e afrodescendentes ricos oprimem os brancos pobres e ultra cristãos brasileiros, não? Pobre Ives…
Mas, enfim, esse cidadão tão oprimido pelos descendentes de escravos, entre outros déspotas, é um dos mais festejados próceres da ultradireita brasileira. Além de amigo dos supremos juízes do Supremo Tribunal e dos demais labirintos do Poder Judiciário, não por outra razão foi convidado a opinar na televisão quando a maioria do STF começou a sapatear sobre o Direito no segundo semestre do ano passado.
O convite para Ives Gandra “explicar” por que era lícito mandar José Dirceu e outros de seus companheiros petistas para o cárcere sob a teoria do “domínio do fato”, partiu de ninguém mais, ninguém menos do que de Marcelo Tas, um dos mais ativos militantes da direitona verde-amarela, apresentador do programa CQC e expoente do Instituto Millenium, onde costuma fazer dobradinha com Reinaldo Azevedo, o blogueiro pit bull da Veja.
À época, não faltaram elogios do “supernumerário” da Opus Dei ao STF. E, ao ser perguntado por Tas sobre o que estava acontecendo naquele exato momento da entrevista, exatamente enquanto o ministro Celso de Mello explicava como o “domínio do fato” embasava a condenação de José Dirceu, o jurista deu a seguinte declaração:
Nós vamos ter, a partir dessa decisão do Supremo, um verdadeiro divisor de águas entre um passado em que havia uma certa flexibilidade, uma espécie de tolerância moral, tolerância ética com quem detinha o poder. E, a partir dessa decisão, já não se preocupou mais com aquele princípio do In Dúbio Pro Reo (se eu tiver dúvidas, sempre se vai beneficiar o réu), mas que, acima de tudo isso, está o interesse da pátria, da nação (…)”
Uau! Um novo Brasil surgia, brandindo a espada da Justiça. Essa era a opinião do mesmo homem que, na manhã do último domingo (22), após uma legítima epifania, chegou aos leitores do jornal Folha de São Paulo declarando, entre muito mais, que “José Dirceu foi condenado sem provas” e que “A teoria do domínio do fato traz insegurança para todo mundo”.
Antes de prosseguir, disponibilizo ao estupefato leitor, abaixo, vídeo contendo a entrevista completa dada por Ives Gandra a Marcelo Tas em 10 de outubro de 2012, enquanto a quase totalidade dos membros do STF massacrava um partido político e quatro réus filiados àquele partido, contra os quais nunca pesara acusação alguma além das que lhes fez a ditadura militar.
O que se tem que perguntar não a petistas ou a simpatizantes do PT, mas a qualquer cidadão detentor de uma mísera réstia de honestidade intelectual é se, por acaso, uma declaração dessa magnitude contra o julgamento do mensalão, dada por alguém que teria todos os motivos políticos e ideológicos para defender esse julgamento, não tem um peso descomunal em favor dos réus.
Para o blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo, não tem. Além de desqualificar a competência jurídica de Ives Gandra do alto de seu “notório saber jurídico”, esse blogueiro diz anormal que os que acreditam no mesmo que o “supernumerário” da Opus Dei vejam na fala deste uma razão a mais para duvidar da Ação Penal 470, vulgo mensalão.
Para Reinaldão, em um texto imenso do qual, além do mais puro “embromation”, não se tira uma explicação aceitável para a mudança de opinião de Ives Gandra além de ele ser um néscio, o histórico deste não torna no mínimo obrigatório ver em sua análise da AP 470 um indício a mais, entre tantos outros, de que o julgamento do mensalão vem sendo, além da mais pura injustiça, uma ameaça ao Estado de Direito.
Por que incluí o Reinaldo Azevedo neste texto? Para mostrar, mais uma vez, como os linchadores de José Dirceu e cia. são caras-de-pau. Como se alguém não soubesse.

MENSALÃO, O JULGAMENTO MEDIEVAL

Não deixe de assistir, também, ao vídeo didático, de 27 minutos e 26 segundos, que acaba de ser postado no YouTube e traz revelações surpreendentes sobre a Ação Penal 470, que tratou do chamado “mensalão”.
Produzido pelos jornalistas Raimundo Rodrigues Pereira e Lia Imanishi, editores da revista Retrato do Brasil, e apresentado pelo escritor Fernando Morais, o vídeo acusa o presidente do STF, Joaquim Barbosa, de ter armado as condenações de alguns réus com “mentiras escandalosas”.

MERCADO PASSA CONTRARIEDADES NO BRASIL


*Altivez e soberania brasileira na ONU: Presidenta Dilma discursa nesta 3ª feira na Assembleia da ONU e deve se distinguir dos patriotas locais que só empunham a bandeira contra a Bolívia

** Tucanos não falham: Álvaro Dias propõe o fim dos embargos infringentes. 

**O PSB  deixa o governo gaúcho:vice de Tarso deixa o governo para dar palanque a Eduardo Campos.

Depois de anos de abuso do recurso adversativo -‘país vai bem, mas...' --  o jornalismo de economia se agarra agora ao verbo ‘surpreender'. Tenta, assim, explicar o que a sua pauta nega. Por exemplo: a FGV  informa nesta 3ª feira que a confiança do consumidor na economia é a maior em cinco meses. Não só. O PIB também 'surpreendeu' no segundo trimestre, resmungaram as manchetes diante do crescimento econômico bem acima do previsto pela pauta conservadora: 3,3% em relação a igual período de 2012. O emprego foi outra variável  que ‘surpreendeu'  em agosto, com um salto de 26% na oferta de vagas formais. Nesta 2ª feira, a arrecadação tributária manifestou igualmente o seu desacordo com as previsões sombrias. A receita atingiu valor recorde no mês passado. A  sequência é infernal. Antes, ainda, as manchetes já haviam manifestado surpresa com a volta da inflação ao limite da meta do BC, em julho e agosto.E os consumidores não param de teimar. Em movimento quase paradoxal, eles reduziram a inadimplência e aumentaram as compras. A presença recorrente do efeito surpresa nas manchetes não deve ser entendida como sintoma do que não é. O país tem problemas estruturais. Mas não exatamente aqueles listados pela mídia que se espanta com a inconsequência de seus vereditos e a baixa aderência de suas soluções. Ao contrário do que sugere a pregação midiática, o desafio reside justamente em construir alternativas à matriz da liberalização, sobretudo dos fluxos de capitais, que sonega consistência a qualquer  projeto de desenvolvimento. Algo que vem sendo dito deste Bretton Woods, em 1944.(LEIA MAIS AQUI)