Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

DILMA QUER PLEBISCITO POR CONSTITUINTE EXCLUSIVA

“QUEREM PÔR UM CADÁVER NO COLO DA PRESIDENTA” Médico desce ao inferno em Belo Horizonte. Quem está por trás disso tudo ?


Extraído do Vermelho, site do PCdoB, por sugestão do amigo navegante Ronaldo:

GIOVANO IANNOTTI: QUEREM PÔR UM CADÁVER NO COLO DA PRESIDENTA



Neste sábado (22), minha mulher e eu fomos à manifestação ocorrida em Belo Horizonte na qualidade de médicos. Somos professores e vários de nossos alunos estavam presentes. Como já havíamos testemunhado a violência no ato da segunda-feira anterior, fomos preparados para atender possíveis vítimas, levando na mochila alguns elementos muito básicos para pequenos ferimentos e limpeza dos olhos irritados por gás.

Por Giovano Iannotti*, especial para o Vermelho 

A manifestação foi tranquila durante todo o trajeto. Até mesmo a intolerância com militantes de partidos de esquerda foi pouco vista. Uma grande bandeira vermelha era orgulhosamente carregada e, salvo um ou outro, respeitada. Contudo, o clima começou a piorar quando a manifestação encontrou o cordão policial. Como tem ocorrido, a maioria aceitou o limite imposto, mas os provocadores instavam os moderados a enfrentarem a polícia. Parecem colocados estrategicamente entre o povo, porque se repartem em certo padrão e gritam as mesmas frases.

Como é sabido, eventualmente o conflito aconteceu. Retiramo-nos para a pequenina área verde que sobra naquele encontro entre as avenidas Abraão Caran e Antônio Carlos. E ali ficamos tratando sobretudo intoxicações leves e ferimentos superficiais causados por estilhaços e balas de borracha. Em um momento, fui chamado para atender um senhor ferido na cabeça. Fui correndo, mas ele já passara o cordão de isolamento da polícia. Identifiquei-me como médico aos policiais do governo de Minas Gerais e disse que poderia atender o senhor ferido. A resposta foi uma arma apontada contra meu peito. Pedi para falar com algum oficial, mas a PM recomeçou a atirar. Voltei para nosso pronto-socorro improvisado. De dentro do campus da UFMG começaram a atirar bombas de gás sobre nós que atendíamos os feridos e recuamos ainda mais, para o meio da Antônio Carlos.

Minutos depois, chamaram-nos com urgência informando que alguém caíra do viaduto José de Alencar. Quando chegamos, um jovem com o rosto sangrando estava sofrendo uma pequena convulsão. Fizemos a avaliação primária e, na medida em que surgiam problemas, tratávamos da melhor forma possível. Aquele paciente precisava de atendimento avançado urgentemente, em um centro de trauma, mas a polícia não arrefecia. Aproximou-se de mim um sujeito com o rosto tampado por uma camiseta. Ele descobriu parcialmente a face e me disse no ouvido que era policial e que pediria que não atirassem para que pudéssemos evacuar a vítima (penso ter visto esse autodeclarado policial perto de mim, quando eu tentava falar com um oficial, e depois correndo ao meu lado. Se for a mesma pessoa, ele era um dos exaltados que instavam à violência). Chegaram algumas pessoas com camiseta vermelha, na qual se lia “bombeiro civil”. Eles nos ajudaram a improvisar uma maca com um cavalete da empresa de transportes e faixas de manifestantes. Algum tempo depois, por coincidência ou não, os tiros pararam e fomos, com dificuldade, levando a vítima em direção do cordão policial. Minha mulher ficou na barreira.

Quando passamos a barreira, vi uma ambulância parada a uns 20 metros. Gritei para os que ajudavam para que fôssemos para ela. Todavia, para meu horror, a polícia não permitiu. Disse que aquela viatura era somente para policiais feridos. Tentei discutir, mas vi que seria improdutivo. Disse a um oficial, então, que conseguisse outra. Não tínhamos muito tempo. Colocamos a vítima no chão, imobilizando sua coluna cervical e iniciei a avaliação secundária. Na medida do possível, limpamos o rosto ensanguentado do jovem e realinhamos os membros fraturados. Pedi aos policiais que, pelo menos, trouxessem equipamentos da ambulância “deles” para imobilização e infusão. Recusaram-se.

Esperamos um bom tempo até que uma ambulância do resgate do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais chegasse. O veículo praticamente não tinha nenhum equipamento. Somente a prancha, talas, colar cervical e oxigênio para ser usado com máscara. “Soro” não havia. Transferimos e imobilizamos o paciente. Nesse tempo, tentávamos descobrir para onde levar a vítima. Respostas demoravam a chegar. Pensamos no Mineirão, bem próximo de nós, mas primeiro disseram que era para torcedores e depois que não dispunha de centro de trauma. Fomos para o Pronto Socorro de Venda Nova, Risoleta Neves. Lá uma colega assumiu o tratamento do ferido.

Entrei em contato com minha mulher e ela me disse havia se juntado a meu irmão, que dois outros haviam caído do viaduto e que havia vários feridos, mas que eles não estavam conseguindo mais atender.

Mais tarde, quando os reencontrei no metrô de Santa Efigênia eles me contaram uma história de terror. Depois de me deixar com a primeira vítima, minha mulher se identificou aos policiais e disse que queria passar também para me ajudar. A polícia não deixou e ameaçou atirar nela. Como as agressões reiniciaram logo depois, ela ficou presa entre bombas e pedras, até que conseguiu fugir e retomar a antiga posição para socorro, no meio da Antônio Carlos. Foi quando encontrou meu irmão. Logo depois, receberam um chamado, avisando que outro rapaz havia caído. A situação clínica desse paciente era muito pior do que a do anterior. Não interessa escandalizar ou ofender com detalhes médico-cirúrgicos. Relato somente que o quadro que os dois descrevem é gravíssimo. A vítima não reagia, estava em coma, mas respirava e o coração batia. Meu irmão, sabendo da primeira experiência, correu para os policiais, desta vez um outro cordão formado na Antônio Carlos, levantando as mãos, agitando uma camisa branca e gritando que havia um ferido morrendo. Os policiais, vários, apontaram-lhe armas e gritaram para que ele fosse embora. Quando ele tentou avançar um pouco mais, os tiros começaram e ele correu em direção de minha mulher para ajudá-la.

Ali, ao lado da vítima, perceberam que a polícia atirava neles. Relatam que já não havia ninguém próximo. Somente a vítima, ele e minha mulher de jaleco branco. Os tiros e as bombas de efeito moral e de gás vinham com um único endereço. O deles. Ficaram o quanto aguentaram; mais não puderam fazer. Desesperados, tiveram que abandonar o rapaz que morria e buscar refúgio.

Depois, tiveram a notícia de que um terceiro homem caíra do mesmo viaduto. A cavalaria já estava em ação e não havia como atravessar a avenida para socorrer essa terceira vítima. Quando cheguei em casa, alguns alunos relataram que socorreram um homem que caíra do viaduto (perece que foram quatro, no total). Quando a polícia passou, eles conseguiram chegar à vítima e ficar com ela até que o SAMU chegasse.

Algumas ideias ficam em minha cabeça. Quem já conviveu com militares sabe na maioria das vezes reconhecer um por sua forma de agir, andar, cortar o cabelo e de falar. Sem leviandade, acredito que vários dos provocadores eram militares infiltrados. Vi o homem de rosto coberto dizer ser policial e que pediria para que os policiais alinhados dessem uma trégua e nos deixassem passar. Isso aconteceu. Outra imagem simbólica foi ver a tropa de choque da Polícia Militar de Minas Gerais dentro de uma universidade federal (deveria ser um território livre e sagrado da paz, da inteligência e da cultura) fechada para os estudantes. Da universidade vinham bombas que machucavam a juventude. Já ampliando o horizonte, o Itamaraty em chamas, a bandeira de São Paulo queimando, o Congresso quebrado, um governador sitiado em sua casa. Há que se ler nos símbolos e nos fatos. Amplie-se mais esse horizonte. Não se vê que os métodos são os mesmos usados nas “primaveras” árabes, em Honduras, no Paraguai, no Equador, na Venezuela e que começa também a ser usado na Argentina?

Nada há de espontâneo no que está ocorrendo e não é à toa que os meios de comunicação têm promovido e estimulado a agressividade e a multiplicidade de slogans e bandeiras. Não é verdade que não haja líderes nessas manifestações. Os líderes estão nas sombras, colhendo os frutos das últimas tecnologias. São discretos. Quem sabe o que são o Instituto Millenium, o instituto Fernando Henrique Cardoso, o Council on Foreign Relations, a Trilateral Commission, o Carnegie Council? Preparam o Brasil para a guerra global idealizada pelos think tanks? É essa a forma de chegar aos recursos naturais do imenso território brasileiro sem a mínima resistência de governos mais progressistas? Incomoda o acordo com a Rússia para a compra e desenvolvimento de armas?

Uma certeza: querem atacar a democracia. Em vez de atacar partido, tome partido. Você está sendo manipulado. Pelo que vi e vivi é certo que querem jogar um cadáver no colo da presidenta Dilma.

*Professor de Medicina

FAUSTÃO PILOTA NA GLOBO: "CHAPA ESTÁ ESQUENTANDO"

Pacto é agir e falar ao povo




Nas eleições de 1982, boa parte da esquerda defendia que não era momento de fugir da “frente ampla” das oposições à ditadura. E que, portanto, isso significava não nos mostrarmos ao povo com nossa cara, definida, limpa, com seu próprio significado.
Brizola foi acusado de “divisionista” por recusar ser parte disso que ele chamava de “geléia geral” da política.
Lembrei disso pensando na reunião da Presidenta Dilma Rousseff, hoje, com os governadores.
Vamos ficar nessa história de “pacto” ou vamos fazer, diante da população uma espécie de “quem é quem e quem defende o quê”?
Nada contra ouvir e nada contra respeitar o pacto federativo e as autonomias dos Estados.
Mas que cada um assuma suas responsabilidades.
E a responsabilidade do Governo Federal é liderar.
Questão por questão, cabe ao Governo Federal apontar um caminho e dizer aos governadores: “quem vai nessa”?
Na questão dos transportes, condicionar os repasses do enorme volume de financiamentos federais aos sistemas de mobilidade urbana – veja o post anterior – a uma política tarifária transparente e controlável.
Na questão da Educação, hora de fazer valer os 100% dos royalties para um projeto de revolução educacional, não para financiar gastos supérfluos de estados e municípios. Dinheirinho sagrado, como dizia a minha avó.
Quem for contra 100% dos royalties na Educação, como é FHC, que mostre a cara.
Na saúde, se os médicos criticam a chegada de profissionais do exterior para trabalhar na periferia e no interior, concurso emergencial para novos médicos, com lotação nestes locais, jornada  diária e não apenas plantões e proibição de remoção por pelo menos cinco anos.
Se não aparecer em número e com qualidade suficientes, portas abertas para os espanhóis, portugueses, cubanos e todos os outros que toparem dar ao povo brasileiro o que ele exige de saúde.
Dinheiro para isso?
Ah, sim, quem mesmo era contra a CPMF do Dr.Jatene?
Ouvidos os governadores, as propostas e decisões do Governo tem de ser apresentadas diretamente ao povo.
Rede de televisão, Presidenta, pois não acharam que a senhora só ficou no genérico?
Se ficar esperando que os jornais e a TV divulguem, vai ficar que nem os R$ 2,3 bi para o Metrô do Alckmin: na “clandestinidade”.
Use o poder, Presidenta, o poder que o povo lhe deu nas urnas.
Porque os derrotados na eleição usam e abusam do poder de comunicação que têm.
Por: Fernando Brito

DILMA REFORÇA: NÃO HÁ "UM CENTAVO" DA UNIÃO PARA ESTÁDIOS

O saldo trágico dos protestos

EduGuimaraes.
Após o processo desgastante das últimas semanas, a vontade era de escrever um texto pregando o apaziguamento dos ânimos, sobretudo após a onda de quase linchamentos contra o Partido dos Trabalhadores que eclodiu no seio das manifestações por todo o país, com agressão de militantes do partido e queima de seus símbolos em praça pública.
Infelizmente, não é possível. Durante esse processo nefasto que se abateu sobre o país, este blogueiro se impôs uma missão: dizer o que precisava ser dito e que ninguém que tem um pouco menos de invisibilidade estava disposto a dizer. E não abandonar o contingente de pessoas que discorda dessa farsa que embriagou a nação e que, agora, a deixou de ressaca.
Quando vi os líderes do Movimento Passe Livre no Jornal Nacional dizendo que a causa da tragédia que desencadearam no país sempre foi a redução das tarifas, que a PEC 37 e mais um monte de “causas” que anunciaram nunca foram seu objetivo e que, uma vez alcançado esse objetivo, não havia mais por que convocar manifestações, tive certeza da falta de seriedade deles.
Durante as duas semanas sombrias em que, ao menos por omissão, esse grupo espalhou medo, sofrimento, ódio, destruição, violência e mortes, ele repetiu à exaustão que “Não é por R$ 0,20”. Os mesmos líderes que agora dizem que tudo foi, sim, por vinte centavos, apresentaram antes uma extensa pauta de reivindicações que os manteria na rua por muito tempo.
Tanto é que o tal movimento indicava continuidade das manifestações mesmo após a redução das tarifas em São Paulo e no Rio de Janeiro que aquela mocinha que tem aparecido mais na mídia falando em seu nome afirmou, em entrevistas televisionadas, que a mobilização de rua continuaria por várias razões, entre as quais impedir que os militantes que foram presos fossem processados criminalmente.
O terror que eclodiu pelo país entre o fim da noite de quinta-feira (20) e a madrugada de sexta (21), porém, parece ter assustado as lideranças, que recuaram do mote “Não é por R$ 0,20” e que, agora, anunciavam que não convocariam mais novas manifestações.
Porém, a falta de rumo e de seriedade dessa meninada se faz notar de novo. Confira logo abaixo, leitor, trecho de matéria de capa da Folha de São Paulo de sábado, 22 de junho, em que o tal MPL recua do recuo:
O MPL (Movimento Passe Livre) anunciou na manhã de ontem a suspensão, por tempo indeterminado, de novos atos na cidade de São Paulo depois da proliferação de protestos violentos pelo país. No final da noite, entretanto, o movimento recuou e divulgou nota afirmando que os atos vão continuar na cidade
Essa molecagem (no sentido estrito da palavra) já causou uma legítima tragédia no país. Uma tragédia ampla.
O saldo parcial de tudo isso são 137 feridos, 3 deles em estado grave, duas mortes, prejuízos –só ao comércio, pois ao patrimônio público ainda não foi mensurado – que já somam meio bilhão de reais (segundo a Globo News), disparada do dólar, queda das bolsas e um clima de incerteza no país que por certo afetará os investimentos, que estavam em alta.
Isso sem falar na imagem internacional do Brasil, que, antes positiva, transformou-se em péssima.
O pior mesmo, porém, parece ser o nível de insensibilidade que domina hoje a sociedade brasileira. É assustador.
Os telejornais se estenderam muito além da duração normal nesses últimos dias, gastando tempo sem fim para afirmar que foi um “grupo pequeno” que causou tudo isso que vai expresso no parágrafo anterior. Obviamente que satisfeitíssimos pela possibilidade de desgastarem o governo ao qual se opõem, esses noticiários exaltaram a tragédia até perderem o fôlego.
Nenhum veículo, porém, gastou mais do que alguns segundos com as duas vítimas fatais desse processo.
Marcos Delefrate, manifestante do Movimento Passe Livre, de 18 anos, morreu por atropelamento durante protesto em Ribeirão Preto (SP). Contudo, morreu por ter se arriscado a participar de protestos que todos sabiam que poderiam descambar para a violência. Fez uma escolha e pagou por ela.
Pior, porém, foi Cleonice Vieira de Moraes, gari, de 54 anos, que morreu em Belém (PA) após ter inalado gás lacrimogêneo lançado pela Polícia Militar. Cleonice trabalhava na limpeza noturna da prefeitura da cidade, que foi atacada por manifestantes. A polícia explodiu bombas de gás para dispersá-los, ela inalou, passou mal e teve uma parada cardíaca.
Essas baixas trágicas se tornaram apenas “efeitos colaterais” de um processo insano, sem rumo, sem causa específica. Mortes, ferimentos graves que resultaram até em mutilações horrorosas não interessam a ninguém. Cleonice e Marcos viraram números frios.
Em que esta sociedade se converteu? Enfim viramos robôs. Máquinas desprovidas de sentimentos, de civilidade, de qualquer traço de humanidade.
Nesse aspecto, a foto que encima este texto comprova isso. O caos em que se converteram as urbes brasileiras virou uma imensa “balada” para a qual hordas de jovens de classe média combinavam de ir através de troca de torpedos entre seus Iphones de última geração.
O casal que se deixa fotografar em meio à barbárie parece estar se divertindo muito, enquanto a maioria silenciosa e trabalhadora amargava nos pontos de ônibus, sabendo que chegaria em casa quase na hora de retornar ao trabalho.
Porém, a oportuna pesquisa que o instituto Datafolha realizou entre os manifestantes sobre intenção de voto para presidente da República e que deixou Dilma Rousseff em terceiro lugar e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disparado na frente, em primeiro, mostra que esse movimento que convulsionou e pisoteou o país não representa a grande maioria da sociedade.
Segundo a pesquisa, o perfil dos manifestantes mostra que a maioria é composta por homens (61%) e tem nível superior (78%). Precisa dizer mais alguma coisa?
Na opinião deste Blog, militantes da oposição à direita e à esquerda do governo Dilma Rousseff estão comemorando cedo demais. Pode ter havido algum prejuízo à imagem da presidente? Talvez, mas, possivelmente, muito pequeno. E, se bobear, em vez de prejuízo pode até ter havido ganho após o excelente pronunciamento dela na sexta-feira.
Pouca gente tem coragem de dizer, mas minha percepção – igual à que tinha quando escrevi que esse movimento iria levar à tragédia a que levou – é a de que a maioria silenciosa, que amargou duas semanas de sofrimento passando as noites se escondendo dos manifestantes em vez de ir pra casa descansar após a jornada de trabalho, está farta desse circo.

GLOBO E GURGEL QUEREM VOCÊ CONTRA PEC 37. É BOM?

Esperem sentados a mídia divulgar isso












Os jornais e o PSDB insistem que saíram do Tesouro Nacional as verbas para os estádios para a Copa.
Já se provou fartamente que não houve um real do Orçamento Público nestas obras, embora tenha havido, sim, em obras associadas ao evento, sobretudo na área de mobilidade urbana: corredores de transporte, metrô, obras viárias em geral.
Ah, mas houve dinheiro do BNDES, dizem.
Sim, houve. E daí? O BNDES é um banco, que empresta dinheiro a juros. Mais baixos que os bancos privados, é verdade, porque são empréstimos de longo prazo, que banco privado no Brasil não faz, como todo mundo sabe.
São empréstimos com taxa de risco, remuneração pela intermediação e garantias líquidas, sobretudo o empenho das transferências federais aos Estados e Municípios.
Tem limite de valor (até R$ 400 milhões) e de participação (75%).
Igualzinho a um financiamento imobiliário.
Isso é público e publicado.
Mas vamos aceitar isso e perguntar: ah, então tem financiamento para a Copa, mas não tem para outras coisas.
Não?
Sexta-feira mesmo, em meio à confusão toda, o BNDES aprovou um empréstimo de “apenas” R$ 2,3 bilhões – ou se quiserem, seis estádios – para o Governador tucano Geraldo Alckmin expandir o Metrô de São Paulo para  Vila Prudente, São Lucas, Água Rasa, Vila Formosa, Aricanduva, Cidade Líder, Sapopemba, São Mateus, Parque do Carmo, São Rafael, Iguatemi, José Bonifácio, Guaianazes e Cidade Tiradentes e também Orfanato, Água Rasa, Anália Franco e Vila Formosa.
São, além das linhas, 71 trens. Um milhão e trezentos mil beneficiados.
Já são mais de 6,2 bi de grana para expandir o metrô paulista, entre Serra e Alckmin.
Mas o Governo Federal, estranhamente, é uma galinha que bota ovo e não cacareja.
É o contrário do que Millôr Fernandes dizia dos políticos, que cacarejam e não botam ovo.
Fica esperando que a nossa isenta e equilibrada mídia divulgue.
O Millor também dizia que”quem não anuncia, se esconde”.
Tomara que isso tenha mudado.
Por: Fernando Brito

A MÍDIA COMANDA O BOCA A BOCA DIGITAL. GOVERNO E PARTIDOS ESTÃO FORA.


*A TAREFA MAIS URGENTE: ORGANIZAR A RESISTÊNCIA  (LEIA MAIS  AQUI)

*Vídeos de esmerada produção, legendados e falados em inglês convocam protestos (leia nesta pág)* Há menos de 20 dias, um boato de origem nebulosa mobilizou 900 mil pessoas no Nordeste para sacar o benefício do Bolsa Família...* A Internet convoca, a  Globo comanda: Ana Maria Braga ensina a confeccionar cartazes para os protestos (por Laurindo Lalo Leal Filho)

‘Há, nesse momento, uma direção política, sim, conduzindo os protestos. E essa condução é dada pela grande mídia. Foi ela quem "capturou" a agenda e fez transitar a pauta principal dos protestos da luta pela redução das passagens à luta abstrata contra a corrupção. A ação política da mídia lançou nas bocas - e nos cartazes - dos manifestantes a PEC 37, cujo conteúdo quase ninguém conhecia até poucos dias. E não há motivos para ilusões: trata-se de um processo organizado. Da mesma forma como têm ocorrido infiltrações nos atos (no Rio fala-se, inclusive, na presença de milícias na última manifestação) também há infiltrações em massa na rede. Perfis falsos são criados para disseminar a"pauta" das manifestações. Alguns movimentos e organizações que estavam na origem dos atos já identificaram, inclusive, a criação de ‘eventos' no facebook em seus nomes por pessoas completamente estranhas à suas estruturas. Os telejornais selecionam em suas edições cartazes e depoimentos que se referem, exclusivamente, ao tema da corrupção. Uma pesquisa realizada pela Universidade Oxford e publicada no "Scientific Reports", em 2011, analisou os mecanismos por trás das mobilizações políticas realizadas nas redes sociais. A  pesquisa observou que as pessoas recebiam uma quantidade enorme de mensagens, num curto espaço de tempo, gerando uma sensação de urgência, que as levava a aderir aos atos de forma explosiva, num movimento em cascata. É um verdadeiro boca a boca digital. Trata-se de uma prática utilizada desde os primórdios da humanidade, só que agora relaciona milhões instantaneamente. A aprovação dos atos está se contagiando rapidamente (pesquisas já indicam quase 90% de apoio) e a experiência de aprovação de um contagia outros com uma velocidade impressionante. Estima-se que a cada minuto 600 pessoas tenham sido convidadas para o ato em São Paulo na última semana. Por isso tivemos atos na quinta, 20 de Junho, maiores do que os da segunda, 17, tendo apenas três dias de mobilização entre o primeiro e o segundo.E o problema é que a mídia é quem está compartilhando e canalizando o sentimento das pessoas. Governos e partidos não,'  (Vinicius Wu; secretário geral do RS e coordenador do Gabinete Digital).