Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 21 de junho de 2013

What is this, “companheiro”?











Recebi e copio aqui um texto da maior importância, que deve ser lido por todos os que ainda duvidam da presença de grupos organizados de provocadores e por gente contrária ao Brasil que se aproveita dos desejos generosos que movem os jovens que estão se manifestando em todo o Brasil.
Tem boi na linha. #changebrazil?  Qual seus interesses?
“Quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”  Diz porta-voz anônimo do movimento ChangeBrazil
Nem tudo que está acontecendo parece ser espontâneo. Qualquer pessoa que já tenha trabalhado com planejamento de campanha publicitária, especialmente online, sabe que algo assim é possível. Não é tão diferente de planejar o lançamento de um filme ou turnê para o público jovem.
Há um movimento na internet, que surgiu no dia 14 de junho, voltado principalmente para jovens, chamado #changebrazil (surgiu assim mesmo, em inglês). Em português o nome do movimento é Muda Brasil. Esse movimento postou vídeos, aparentemente espontâneos, que foram vistos por mais de 1 milhão de pessoas, a maioria deles jovens (muitos secundaristas) que estão indo para as manifestações em clima de festa e máscara V de Vingança.
Na quinta-feira, dia 13 de junho a polícia de Geraldo Alckmin (PSDB)  reprimiu de forma violenta manifestantes do Movimento Passe Livre, cidadãos e jornalistas. Logo no dia seguinte a grande imprensa passou a defender o movimento e surgiu um vídeo, em inglês, com legendas em inglês, que se intitulava “Please Help us” (Por favor, nos ajude). O vídeo, com um narrador com visual rebelde (alguém sabe quem ele é?) que já foi visto por mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, passa rapidamente sobre tarifa de ônibus, critica a mídia e estimula aos jovens o ódio contras os políticos, enaltece o STF e estimula quem ver o vídeo a espalhá-lo e debater o assunto na internet. Sugiro que quem não entende o clima da juventude no protesto ou que tem ilusões de que eles são de esquerda, o assista. http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
O vídeo parece simples, mas a iluminação e fundo é profissional, foi feito em estúdio, e se prestar atenção, verá que o manifestantes (alguém o conhece?) de inglês perfeito, está lendo um teleprompter. O vídeo é feito em inglês, mas a maioria dos comentários é de brasileiros. Não há acessos a estatísticas. O vídeo foi feito e visto provavelmente por brasileiros, jovens, de classe média e alta que falam inglês. Fala da Copa do Mundo (preste atenção: todos falarão). E termina dizendo que “o povo é mais forte que aqueles eleitos para governá-los”.
Que movimento pelo Passe Livre faria um vídeo em inglês ? Que é esse sujeito? Quem pagou essa produção, feita em estúdio com teleprompter? http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
As dicas sobre quem ele é o que as pessoas que estão por trás disso querem estão no segundo vídeo, postado durante as manifestações de segunda-feira.  Este fala em português. Carregado de sotaque, celebra a tomada do Congresso Nacional por “protestantes” (sic). Esse vídeo foi menos visto, mas não pouco visto, são 66 mil pessoas. http://youtu.be/z-naoGBSX9Y Ele dá parabéns pela manifestação, pelas pessoas mostrarem que “amam” seu país. E segue para dar instruções. Cita as hashtags #changebrazil e o #brazilacordou. Diz que o público não pode se desconcentrar nisso pelo gol do Neymar, ou pelo BBB. Diz que não devem falar de outros assuntos. Mas ao mesmo tempo a mensagem é vazia além de “Muda Brasil”. Ele se refere sempre sobre o que acontece como isso. E no minuto 2:06 ele diz para as pessoas fazerem o material para o exterior porque “quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”.
Que movimento é esse que quer mudar o Brasil fazendo ele se dobrar?
Ele mistura nas pautas do seu “movimento coisas que todos defendem, como contra a corrupção, e mais verbas para saúde e educação. Talvez por “coincidência” as mesmas pautas centrais, com a mesma linha de discurso foi postada em um vídeo suspostamente feito pelo grupo Anonymous justamente quando as tarifas iam baixar para propor novas causas. Ele já foi visto por 1 milhão e 400 mil pessoas http://youtu.be/v5iSn76I2xs Importante lembrar que como os vídeos do Anonymous usam imagem padrão e voz falada por digitada pelo Google, e são postadas em contas do Youtube aleatórias qualquer um pode fazer um vídeo se dizendo Anonymous.
O nosso amigo de sotaque não é o único vídeo que veio de fora. Já ficou famoso o vídeo de uma menina bonitinha, Carla Dauden, uma brasileira que mora em Los Angeles, falando contra a Copa do Mundo. Na descrição do vídeo ela diz que tinha feito o vídeo antes dos protestos (talvez para justificar a produção apurada), mas postou no dia 17 de junho . Carla diz Mais de 2 milhões de pessoas o viram. De novo, em inglês com legendas. Pretensamente para o exterior, mas de novo a maioria dos comentários é brasileiro. Ou seja, são para jovens que falam inglês. Diz mentiras como que os custos do evento teriam sido 30 bilhões de dólares, o que parece que os estádios custaram isso. Quando na verdade os custos reais são 28 bilhões de dólares, a maior parte em obras de mobilidade urbana, não estádios – veja o vídeo aqui http://youtu.be/ZApBgNQgKPU Mas quem está checando acusações?
Prestem atenção. A soma de apenas esses 3 vídeos somente deu 5 milhões de visualizações no Youtube.
Dê uma busca por changebrazil ou Muda Brasil, o nome dos vídeos em português do “movimento” que quer dobrar o Brasil no Youtube, e descubra você mesmo. Será que está acontecendo um 1964 2.0?
“Quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”  Diz porta-voz anônimo do movimento ChangeBrazil
Nem tudo que está acontecendo parece ser espontâneo. Qualquer pessoa que já tenha trabalhado com planejamento de campanha publicitária, especialmente online, sabe que algo assim é possível. Não é tão diferente de planejar o lançamento de um filme ou turnê para o público jovem.
Há um movimento na internet, que surgiu no dia 14 de junho, voltado principalmente para jovens, chamado #changebrazil (surgiu assim mesmo, em inglês). Em português o nome do movimento é Muda Brasil. Esse movimento postou vídeos, aparentemente espontâneos, que foram vistos por mais de 1 milhão de pessoas, a maioria deles jovens (muitos secundaristas) que estão indo para as manifestações em clima de festa e máscara V de Vingança.
Na quinta-feira, dia 13 de junho a polícia de Geraldo Alckmin (PSDB)  reprimiu de forma violenta manifestantes do Movimento Passe Livre, cidadãos e jornalistas. Logo no dia seguinte a grande imprensa passou a defender o movimento e surgiu um vídeo, em inglês, com legendas em inglês, que se intitulava “Please Help us” (Por favor, nos ajude). O vídeo, com um narrador com visual rebelde (alguém sabe quem ele é?) que já foi visto por mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, passa rapidamente sobre tarifa de ônibus, critica a mídia e estimula aos jovens o ódio contras os políticos, enaltece o STF e estimula quem ver o vídeo a espalhá-lo e debater o assunto na internet. Sugiro que quem não entende o clima da juventude no protesto ou que tem ilusões de que eles são de esquerda, o assista. http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
O vídeo parece simples, mas a iluminação e fundo é profissional, foi feito em estúdio, e se prestar atenção, verá que o manifestantes (alguém o conhece?) de inglês perfeito, está lendo um teleprompter. O vídeo é feito em inglês, mas a maioria dos comentários é de brasileiros. Não há acessos a estatísticas. O vídeo foi feito e visto provavelmente por brasileiros, jovens, de classe média e alta que falam inglês. Fala da Copa do Mundo (preste atenção: todos falarão). E termina dizendo que “o povo é mais forte que aqueles eleitos para governá-los”.
Que movimento pelo Passe Livre faria um vídeo em inglês ? Que é esse sujeito? Quem pagou essa produção, feita em estúdio com teleprompter? http://youtu.be/AIBYEXLGdSg
As dicas sobre quem ele é o que as pessoas que estão por trás disso querem estão no segundo vídeo, postado durante as manifestações de segunda-feira.  Este fala em português. Carregado de sotaque, celebra a tomada do Congresso Nacional por “protestantes” (sic). Esse vídeo foi menos visto, mas não pouco visto, são 66 mil pessoas. http://youtu.be/z-naoGBSX9Y Ele dá parabéns pela manifestação, pelas pessoas mostrarem que “amam” seu país. E segue para dar instruções. Cita as hashtags #changebrazil e o #brazilacordou. Diz que o público não pode se desconcentrar nisso pelo gol do Neymar, ou pelo BBB. Diz que não devem falar de outros assuntos. Mas ao mesmo tempo a mensagem é vazia além de “Muda Brasil”. Ele se refere sempre sobre o que acontece como isso. E no minuto 2:06 ele diz para as pessoas fazerem o material para o exterior porque “quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”.
Que movimento é esse que quer mudar o Brasil fazendo ele se dobrar?
Ele mistura nas pautas do seu “movimento coisas que todos defendem, como contra a corrupção, e mais verbas para saúde e educação. Talvez por “coincidência” as mesmas pautas centrais, com a mesma linha de discurso foi postada em um vídeo suspostamente feito pelo grupo Anonymous justamente quando as tarifas iam baixar para propor novas causas. Ele já foi visto por 1 milhão e 400 mil pessoas http://youtu.be/v5iSn76I2xs Importante lembrar que como os vídeos do Anonymous usam imagem padrão e voz falada por digitada pelo Google, e são postadas em contas do Youtube aleatórias qualquer um pode fazer um vídeo se dizendo Anonymous.
O nosso amigo de sotaque não é o único vídeo que veio de fora. Já ficou famoso o vídeo de uma menina bonitinha, Carla Dauden, uma brasileira que mora em Los Angeles, falando contra a Copa do Mundo. Na descrição do vídeo ela diz que tinha feito o vídeo antes dos protestos (talvez para justificar a produção apurada), mas postou no dia 17 de junho . Carla diz Mais de 2 milhões de pessoas o viram. De novo, em inglês com legendas. Pretensamente para o exterior, mas de novo a maioria dos comentários é brasileiro. Ou seja, são para jovens que falam inglês. Diz mentiras como que os custos do evento teriam sido 30 bilhões de dólares, o que parece que os estádios custaram isso. Quando na verdade os custos reais são 28 bilhões de dólares, a maior parte em obras de mobilidade urbana, não estádios – veja o vídeo aqui http://youtu.be/ZApBgNQgKPU Mas quem está checando acusações?
Prestem atenção. A soma de apenas esses 3 vídeos somente deu 5 milhões de visualizações no Youtube.
Dê uma busca por changebrazil ou Muda Brasil, o nome dos vídeos em português do “movimento” que quer dobrar o Brasil no Youtube, e descubra você mesmo. Será que está acontecendo um 1964 2.0?
Por: Fernando Brito

À TV, Dilma, e para avançar, não recuar!











Nestes dez anos de Lula e Dilma no poder, sempre estivemos obstaculizados pela necessidade de avançar sem criar traumas nas áreas conservadoras e pela necessidade de ampliar as bases político-partidárias de sustentação do Governo.
Para avançar o que avançamos, tivemos de abrir mão de muito e, com isso, também deixamos menos clara parte de nossa identidade perante as parcelas mais jovens do povo brasileiro.
Desde a “Carta aos Brasileiros”, em 2002, com que Lula procurou abrandar as resistências do poder econômico – quem se recorda do que chamavam de “efeito Lula, ameaçando disparar inflação e câmbio, como forma de assustar a população? – até agora, tivemos sempre que refrear os nossos ímpetos pelas mudanças sonhadas para o Brasil para, assim, podermos fazer parte delas.
Porque as grandes reformas estão por serem feitas há 50 anos – de novo, à memória: o que no Governo Jango eram chamadas as “Reformas de Base” – por estarem sempre detidas por um pacto conservador entre os políticos, a mídia e o poder econômico.
Sabemos que, à revelia da multidão de jovens que ocupa as ruas, as forças deste pacto conservador se servem do movimento para, pela mídia , pela demagogia e pela provocação, para tentar desestabilizar o governo eleito do país, democrático e progressista. E, diante disso, muitos de nós ficam paralisados e perplexos, sem saber como reagir.
Talvez, por se deixarem afastar do povo, tenham perdido a sensibilidade e não consigam entrever, na dificuldade, as enormes possibilidades que se abre.
O Governo Dilma, em lugar de estar fragilizado pelas ruas cheias, pode fazer dessa energia  - tanto do que ela contém de generosa quando de legitimação que dela fez a mídia, claro que com razões oportunistas – a imensa força para avançar no que até agora era impossível.
O povo está nas ruas exigindo mudanças, não está?
Não são apenas os R$ 0,20 da passagem, cansam de dizer, mas querendo escolas e serviços de saúde “padrão Fifa, não é?
Pois então, que o nosso Governo não acorre a isso que é também o seu desejo e, em rede nacional e diante do povo brasileiro, propõe as mudanças que permitam isso?
É concreto, é objetivo e corresponde a tudo o que desejamos e que, pelas conjunturas políticas e parlamentares, até agora não foi possível fazer.
Porque não, indo ao encontro das ruas, definir que os royalties do petróleo – todos – se destinem à educação, como o Governo Federal já se dispôs, através de projeto de lei, a fazer com a sua parcela? Afinal, não queremos escolas padrão Fifa e professores tão valorizados como jogadores de futebol?
Porque não garantir a destinação de 10% do PIB para a a Saúde, eliminando as isenções fiscais dadas a partir de um certo nível de gastos, exceto para doenças gravíssimas, mas retirando dali cirurgias plásticas embelezadoras, taxando as grandes fortunas e estabelecendo impostos sobre heranças vultosas e sobre os gigantescos lucros do sistema bancário?
E esta lista segue pela reforma agrária, pela tributação do capital especulativo e pela contribuição econômica que devem todos aqueles que se nutrem de concessões públicas, como empresários de ônibus e de emissoras de rádio e TV. Aliás, eles não apenas precisam pagar pelo que ganham, como precisam ser obrigados a práticas eficientes, transparentes e que assegurem a todos o direito de ir, vir e de falar e ser ouvido.
Dilma, vá à TV.
Inspire-se na sabedoria popular e faça do limão uma limonada.
O pacto conservador quer derrubar a democracia e a justiça social?
Pois contra-ataquemos como o que temos de melhor e mais generoso: nossos compromissos e sonhos de democracia e justiça social.
Não haverá outra hora como essa. Não haverá uma chance igual, construída por nossos próprios adversários.
Nada de passos atrás, porque recuando jamais escaparemos da armadilha.
Avancemos e façamos das ruas o que elas são: nosso lugar, nossa força, nossas armas para mudar o Brasil!
Por: Fernando Brito

JUNTO COM AS RUAS, CONTRA O GOLPISMO: CARTA PROPOSTA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF --URGENTE


*MOVIMENTO PASSE LIVRE REPUDIA O AVANÇO DA DIREITA NAS RUAS E DESISTE DE NOVOS PROTESTOS (leia 'O Day After', Blog das Frases; nesta pág)

Dilma precisa falar à Nação:  é urgente  tranquilizar o país, ademais de anunciar medidas que contemplem justas reivindicações de melhoria dos serviços públicos **é inadiável distinguir anseios democráticos do golpismo emitido pela corneta do dispositivo midiático que insufla febrilmente multidões sem rumo ,hostiliza partidos e organizações sociais, propaga um clima de desgoverno para justificar o mesmo golpe tentado, e frustrado, em 2009.

"Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade. Trata-se de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade. (...) O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Propomos a realização com urgência de uma reunião nacional, que  envolva os governos estaduais, os prefeitos
das principais capitais,  e os representantes de todos os movimentos sociais. De nossa parte estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas  para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades.O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão. Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo e não contra ele"(assinam mais de 30 organizações e movimentos, entre os quais a CUT, UNE, MST,UBES, Vila Campesina, Levante Popular, Intervozes etc. Leia mais aqui) 



MPL já obteve vitórias na discussão sobre tarifa zero no DF

Na capital federal, o movimento é forte e já foi responsável por duas conquistas históricas: o passe livre para estudantes e o congelamento das tarifas desde 2006: entre R$ 1,5 (para rotas na mesma região administrativa) e R$ 3 (para trajetos entre cidades-satélites mais distantes).



Brasília - Ninguém sabe ao certo qual rumo irão tomar os levantes juvenis que sacodem Brasília desde às vésperas da abertura da Copa das Confederações. Como no restante do país, as manifestações que ganham as ruas da capital federal, todos os dias, congregam as mais diversas pautas dos mais diferentes movimentos: da progressista luta pela democratização da mídia às velhas falácias reacionárias das marchas contra a corrupção. Mas uma vitória inegável os jovens do Distrito Federal já podem comemorar: o Movimento Passe Livre (MPL) impôs na agenda de governo e governados a discussão sobre a polêmica tarifa zero, tema que, até poucos dias atrás, era completamente desconhecido da maioria dos brasileiros, considerado sandice pelos mais reacionários e utopia até mesmo para a esquerda!

Ao contrário de outras capitais onde o MPL comemora a redução das tarifas, Brasília não registra aumento nas passagens de ônibus desde 2006, quando o movimento realizou uma das suas maiores manifestações de rua. No DF, as tarifas estão congeladas entre R$ 1,5 (para rotas na mesma região administrativa) e R$ 3 (para trajetos entre cidades-satélites mais distantes). O passe-livre também já foi universalizado para estudantes das redes pública e particular. São quase 200 mil alunos que utilizam o transporte coletivo gratuitamente para chegar às escolas, uma outra conquista histórica do próprio MPL.

Mais os jovens de Brasília querem mais: reivindicam acesso irrestrito e gratuito à cidade 24 horas por dia, em transporte público de qualidade. “O transporte representa hoje uma enorme ferramenta de exclusão, através dele se dita quem e a que horas se pode transitar pela cidade”, diz o manifesto do MPL. “O transporte deve ser compreendido com um direito fundamental, não como mercadoria. Portanto, deve ser custeado da mesma forma que são a saúde e a educação, através dos altos impostos que já são pagos pela população”, continua o documento.

A imprensa trata a pauta como uma sandice a mais dentre tantas outras que têm surgido no clamor das ruas. A própria população que poderá ser beneficiada com a reivindicação se divide ao avaliar que preço justo e qualidade talvez já sejam suficientes. Mas o Governo do Distrito Federal (GDF) - que durante a abertura da Copa optou por tratar os jovens manifestantes como caso de polícia, abusando de gás de pimenta, balas de borracha, prisões e criminalização pública das lideranças - teve que voltar atrás, rever sua política e abrir canais de diálogo com MPL.

A primeira reunião, na última quarta (19), já deixou um saldo positivo. O GDF anunciou que, a partir da próxima semana, começa a implantar um sistema progressivo de ônibus 24 horas. Demanda reprimida da capital federal onde o metrô fecha às 23 horas e apenas 15 rotas de ônibus funcionam precariamente após este horário.

Outra reunião ficou marcada para a próxima semana. Nela, começarão a ser discutidas as possibilidades de financiamento para a tarifa zero. O secretário de Transportes do DF, José Walter Wasquez, afirma que são necessários R$ 134 milhões por mês para arcar com o projeto, montante que, segundo ele, o governo não sabe de onde tirar.

Já o secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon, que conduz as negociações, adota um tom mais acolhedor. Em entrevista coletiva, afirmou que a bandeira da tarifa zero, embora implantada apenas em poucas cidades do mundo, não é utopia. “O nosso compromisso é o de construir essa proposta e verificar os horizontes disso que a gente considera um sonho possível. É uma questão de uma opção a ser construída na sociedade como um todo”, arriscou.

O MPL foi preparado para o debate e já apresentou uma proposta de projeto de lei que cria um fundo especial para financiar a tarifa zero, embora sem fonte claramente definida. “Se a sociedade inteira se beneficia com o transporte público, é preciso que toda a sociedade ajude a pagar essa conta. Em especial os mais ricos, que têm carro próprio”, afirmou a antropóloga Leila Silveira, uma das lideranças forjadas pelo MPL.

Segundo ela, mesmo com o canal de negociação já aberto com o governo, o movimento não pretende acabar com as manifestações. "Existe uma disponibilidade de diálogo e o que a gente quer é que esse diálogo se transforme em medidas práticas para que o transporte seja de fato visto como um direito. A gente acredita que a pressão popular pode mudar as coisas e vamos continuar nas ruas", reforçou a militante.

Na quarta, após a reunião com o GDF, o MPL seguiu para Esplanada dos Ministérios chamando a manifestação “Tarifa Zero vai virar realidade”. E em horário pouco comum: durante a transmissão do jogo da seleção brasileira que ocorria em Fortaleza (CE). O grito de guerra? “Por uma vida sem catracas”.

AZENHA VIU O ÓDIO CONTRA LULA E DILMA “Notei que meia dúzia de militantes levantou seguidamente o braço direito e gritou três vezes “sieg heil”.

Na foto, um manifestante apartidário (PHA) (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press)



Do Viomundo:

OS PELA “DEMOCRACIA SEM PARTIDOS” ATACAM MILITANTES DE ESQUERDA



por Luiz Carlos Azenha


Os militantes de partidos de esquerda que foram à avenida Paulista nesta quarta-feira — e se identificaram com suas bandeiras — foram seguidos continuamente por um grupo considerável de manifestantes aos gritos de “sem partido”. Houve empurra-empurra, troca de insultos, agressões físicas e a tomada de bandeiras vermelhas, que eram em seguida queimadas. Isso aconteceu até mesmo com bandeiras do PSTU, cujos militantes gritavam palavras de ordem contra o governo Dilma durante a passeata.

Desta feita o formato da celebração organizada pelo Movimento Passe Livre foi distinto. Os integrantes do MPL vieram na frente, seguidos dentro do mesmo cordão de isolamento por gente do PSTU, PCO, PCdoB e PSOL (não necessariamente nesta ordem). O último grupo misturava militantes dos movimentos sociais — como UNE e MST — a petistas com meia dúzia de bandeiras do partido. Um cordão de isolamento fechava a passeata e ficou todo o trajeto exposto a xingamentos e tentativas de agressão.


Quem atacava era um grupo razoavelmente organizado. Tentativas de identificá-los foram inúteis. Todos se diziam apenas “apartidários”. Além de “fora PT, leva a Dilma com você”, gritavam também “o povo, unido, não precisa de partido”. Houve vários bate-bocas ao longo do trajeto. Em resposta aos gritos de “sem partido”, militantes de esquerda gritavam “sem censura, acabou a ditadura”. A tensão na manifestação durou enquanto os vermelhos desfilavam com suas faixas, bandeiras e cartazes (os do PSOL, amarelos).

O risco de violência física fez com que boa parte deles se dispersasse bem antes de atingir o prédio da TV Gazeta — partiram da esquina da Paulista com a Consolação.

Outra vez a manifestação teve de tudo: protestos contra a Copa, a PEC 37 e o deputado Feliciano. Jovens de classe média eram majoritários. Havia skatistas, punks e estudantes de ensino médio, misturados a anarquistas e gente que aparentava ser neonazista. Notei várias pessoas que pareciam policiais à paisana. A Polícia Militar acompanhou desarmada, à distância.


Os únicos militantes que levaram faixas contra o governador tucano Geraldo Alckmin, que desatou a repressão sem precedentes contra o Movimento Passe Livre, estavam dentro da passeata de esquerda.

A certa altura, duas passeatas corriam paralelas: numa pista, os militantes de esquerda; na outra, os de direita, que se agacharam e começaram a gritar “fica em pé turma da corrupção”, ou algo assim.

Veja:


Testemunhei várias situações em que militantes de esquerda argumentavam e discutiam com os de direita, sem agressões. Os primeiros eram acusados de “oportunismo”. Respondiam gritando “fascismo”, relembrando que Mussolini também governou sem partidos.

Todos os militantes de esquerda com os quais conversei se mostravam preocupados. Um deles, chorava.

Aparentemente, no vácuo da desorganização da militância que se deu paulatinamente depois da chegada do PT ao poder, a direita brasileira construiu um quadro razoável de ativistas organizados. Hoje eles carregavam cartazes: “Dilma vaca”, dizia um; “Goleiro Bruno, fica com a Dilma e deixa o resto com o Macarrão”, dizia outro.

Igor Fellipe, integrante do MST, acompanhou tudo de perto: “O grupo que agrediu o bloco de movimentos sociais, organizações políticas, movimento estudantil, sindicalistas e os partidos era de encapuzados, muitos bombados, parte deles deve ter sido paga e outra parte caiu nessa onda conservadora de agredir”.

“O mais assustador é que a violência começou com foco no PT, mas quando a militância petista se dispersou entre os outros partidos, as agressões se voltaram contra toda a esquerda, do PSTU ao PSOL, do PCdoB ao PCO”, continua.


“Ou seja, é um sentimento antidemocrático contra qualquer organização política”, diz Igor. “O que foi impressionante é que todos fomos agredidos juntos. A esquerda se uniu sob o cacete da direita”, continuou.

O nível de agressividade contra o PT em particular e as bandeiras vermelhas em geral era organizado. “Foi orquestrado para fazer com que essa nova classe média se revolte contra os partidos”, concluiu Igor.

Tirando esta polarização mais aguda e localizada, a manifestação foi bastante tranquila e com muitos pedidos de “sem violência”, assim que se armava alguma confusão.

Porém, a repulsa aos partidos teve cenas preocupantes. Várias bandeiras e faixas vermelhas foram “capturadas” por incursões no meio da passeata de militantes de esquerda. Numa delas deu para ver claramente a estrela do PT. Em seguida, eram queimadas diante de fotógrafos e cinegrafistas. Assisti a algumas incursões, de longe. Depois de uma delas, no meio da confusão, notei que meia dúzia de militantes levantou seguidamente o braço direito e gritou três vezes “sieg heil”.


REDE GLOBO E OS PROTESTOS: OPORTUNISMO E AMBIGUIDADE

MANUAL DE OURO DO MANIFESTANTE IDIOTA









DILMA FALARÁ À NAÇÃO HOJE